quinta-feira, 23 de maio de 2019

Seria tão bom se não fosse importante




O tempo passa depressa, sei bem disso. Talvez seja esse o motivo que cada vez mais vemos a vida de uma maneira mais curta,abreviada, encurtada pela velocidade que o tempo nos imprime e a necessidade quase que fisiológica que temos de evoluir constantemente e de exibir essa evolução a todos.

Desejamos ansiosos por férias, merecidos descansos onde desejamos não ter metas a bater, objetivos a cumprir, mas o ócio que tanto desejamos após um tempo incomoda, nos pressiona a voltar logo para o aconchego das dúvidas matinais e dos problemas que possamos resolver ou ir empurrando para logo mais adiante.

As vezes me pego pensando se nos primórdios as pessoas pensavam tanto em prolongar a vida, se pensavam em comer menos glutem,menos carboidratos, se fixavam as idéias nas saladas que lhe deixariam mais saudáveis. 

Viver parecia ser mais fácil de um modo geral. Claro que existiam as dificuldades que as tecnologias e a evolução humana foram nos trazendo,mas o psicológico era menos abalável de se pensar que a vida era apenas a vida e que a gente deveria ir vivendo ela aos poucos.

Fomos nós quem complicamos tudo? Dúvida cruel de uma sociedade que cada vez mais se fixa na ideia de que deve produzir mais para o próximo do que para si. O coletivo tornou-se algo relevante demais, significativo até onde não deveria ser. 

Mesmo ao tentar fazer para nós estamos ali alimentando o alheio, o bem comum, o coletivo humano que nos cerca. É a roupa da moda,um livro que se encontra no auge,a série que todos desejavam ver e comentar, dar likes e mais likes em fotos aleatórias onde pouco importa o sentimento presente na foto,desde que ela tenha sido postada e siga um padrão que lhe agrade.

Exibimos nossos feitos como se fossem troféus, contamos tudo e todos em nossa vida online, isso mesmo que a nossa vida offline não seja lá essa felicidade plena e conclusiva que gostamos de passar. Nas redes ou se assume feliz demais ou se é triste,soturno.Poucas vezes existirá o meio termo,aquele que alterna suas emoções,mais ou menos como deveria ser e é na vida real,se lembra?

Fica o vazio, o incompleto de nossas vidas quando não conseguímos suprir o que nos é empurrado e exigido. Tentamos,tentamos e seguimos atrás de coisas que muitas vezes são meticulosamente feitas para não acontecer, mas não é nada contra você. É a vida mesmo,ela age assim.

Nos convencemos que a vontade alheia é mais importante do que a nossa e nos anulamos, nos prendemos a um torto e tosco processo de sufocamento de ideias próprias  e assim vamos cansando de fazer o básico, cansamos de viver,ser e existir.

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