segunda-feira, 31 de julho de 2017

Game Over




"Eu tinha a você...
Você tinha a mim...

Engraçado como víamos a vida de uma maneira "colorida".
Felizes saímos por aí
Meus amigos eram seus amigos,seus amigos também eram os meus.

Tínhamos a loucura na dose certa a acidez necessária para repelar toda e qualquer coisa que pudesse nos impedir de viver e sermos felizes.

Eu era você...
Você era eu...

Por que foi assim? Não sei
Talvez a vida vendo que eu e você fomos feitos um para o outro decidiu permitir que tudo fosse flores.

Leves,recheada de cores e aromas que nunca havíamos sentido.

Eu tinha um passado. Duro,sombrio,de altos e baixos, sorrisos,choros,dores,sofrimentos,mas aí era você.

Você tinha o passado mais refeito, pronto para ser refeito,mas tão cheio ou mais permeados de nunces do que o meu.

Desavenças surgem. 
Uma aqui,outra ali.
Quem sabe uma amanhã
Deixa a gente se amar só por hoje!? 
Prometo que amanhã não vai ter mais briga, não vai ter discussão.

Eu sou como uma rosa.
Linda,cheia de pétalas curvas das mais variadas cores e o doce aroma, aquele cheiro magnífico,perfumado tal qual o nosso amor e tudo sobre nós.

É você não sabia, eu não sabia...

Se eu era as rosas,você era e é os espinhos, presos a mim,fortes,contidos,escondidos dentro do meu corpo e expostos a todos que tentarem se aproximar. Eu não sabia que os espinhos poderiam ferir a própria rosa.

Estava aqui e logo não estava.

As pétalas caíram, uma a uma fora ao chão, perdidas a cada casinho bobo que fizemos,a cada beijo roubado e a esperança levantada que não passava de uma mera ilusão. E os espinhos lá ficaram.

Eu devia saber que na vida nem tudo são flores.
Então como num ode a tristeza eu...

Chorei.
Caí
Não me levantei, perdi para mim mesmo, você perdeu para si também.
Não queríamos resolver, eu não sabia por fim, você tampouco.
Eu levantava a bola e você cortava.
Você cruzava e eu não estava lá para cabecear.

A sintonia se foi

PUF! 
Um único estalo e acabou!? 
É isso!? 
E assim que termina?

Não quis acreditar,mas segui em frente.
Achava,quer dizer,assim eu acreditava.

Minha vida seguiu em frente, a sua não sei,não quis saber. "Meus amigos dizem que eu sou demais,mas é somente ela que me satisfaz"

Tentei te esquecer, tentei procurar cores,amores,curvas e sabores por aí, mas só de pensar que você estaria fazendo o mesmo faltava o ar, escapava, pra que? Por que? Por que assim?

Vou por fim, vai chegar ao fim...
Não você, não eu e você, apenas eu vou por fim.

Adeus papai
Adeus mamãe
Adeus amigos
Adeus meu amor

Vou deixar assim, vai tudo melhorar, vai dar tudo certo, perfeito. Meu final, meu ponto final.

Quando eu abrir os olhos vou lembrar que amo todos vocês e torcer para que vocês se recordem que eu os amava tanto ou um pouco mais do que deixava aparecer.

1...2..3  Fui.

Mergulhei,fundo,solucei para mim, chorei para todos. 

Que loucura! O que eu fiz? Não sei...

Abri os olhos, soube que amava todos vocês, soube que vocês todos me amavam,mas que sorte. 
Ah amada sorte que eu achei tanto que havia me abandonado e me jogado as traças por aí.

É bem verdade que não se pode ouvir a história do lobo e da chapeuzinho apenas pela versão da menina,mas olha...

Já não creio que você me faz tão bem
Já não creio que eu te faça tão bem

É isso,não tem mais jeito. game over do nosso jogo de amor, sem save game, sem um memory card que possa salvar nosso jogo e continuar a partir daqui,nem mesmo um password.

Nos lembraremos de tudo que passamos. É experiência, mas como toda experiência e aprendizado é passado e lá terá de ficar.

Minha vida vai andar, sim. 
A MINHA VIDA VAI ANDAR!"


sexta-feira, 28 de julho de 2017

O que eu me aconselharia


É bem possível que ao conversarmos com algumas crianças elas nos respondam que entre os seus principais sonhos estejam "ser grande" desejando assim o mais rápido possível a entrada com todos os direitos possíveis no chamado mundo dos adultos.

Infelizmente somos iludidos com a ideia que o mundo adulto é lugar divertido, onde poderíamos ser felizes em culpa tal qual quando crianças e realizando sonhos e quaisquer outras ambições sem culpa,medo ou claro obstáculos.

Ao crescermos passamos a buscar atingir uma maturidade que nem sempre vem, mas que de qualquer forma será maior do que a dos tempos de criança. As responsabilidades mudam e ao contrário do que pensamos o saudosismo pode ser deixado de lado para que possamos dizer as novas gerações coisas que sentimos que deveríamos ter sido ditas para nós,mas que talvez não tenhamos encontrado quem nos diga.

Talvez eu precisasse que ao contrário dos desenhos animados felizes que as crianças assistem felizes e inocentes seria bem legal que nos contassem que vamos quebrar a cara algumas vezes, que eles vão sofrer, chorar, gritar e urrar e até acreditar piamente que aquilo só vai acontecer com eles, mas que caso alguém tivesse nos aconselhado antes talvez faríamos o epitáfio dos Titãs e amado mais, ter chorado mais, arriscado mais ter feito o que eu queria fazer sem remorso, sem martírio.

Hoje olhando para trás talvez diria para mim mesmo, aprenda, se desenvolva mais. Você talvez precisasse mais de falar uma outra língua e conciliar a sua vida de adulto com os estudos requer um tempo que antes lhe sobrava e que hoje quando existe logo é preenchido por algo que você detesta ou que não pretendia fazer.

Além disso eu diria para qualquer um que aprenda a cozinhar o quanto antes. Isso é para a própria sobrevivência, pela própria vida e não só para largar da barra da saia da mamãe, afinal morar sozinho pode ser um destino para você e acho que ao contrário de nós que lembramos de nossos avós com comidas deliciosas teremos um problema sério ao ver que nossos netos remeterão a nós como pessoas que cozinham comida congelada enquanto pregamos a cara no celular de onde obtemos pequenas receitas no Google.

Cortar o açúcar também é benéfico de vez em quando, já que infelizmente quase tudo que é bom é "imoral ou engorda" e de quebra lhe arranja um conjunto de doenças que farão você se descabelar no futuro sendo que um pouco de cuidado prévio faria bem.

Outra coisa que eu me aconselharia é a me exercitar.Não pra virar aqueles malas fitness que não comem nada com uma fina camada deliciosa de gordura ou que não toma um simples copo de coca cola, mas sim para criar o hábito, para que não haja o sedentarismo e para viver melhor mesmo. Começando cedo a me exercitar hoje eu teria mais predisposição a mexer meu corpo por algo que me faça suar ao invés de suar apenas debaixo das cobertas vendo filmes e séries no Netflix.

Ao se exercitar temos um ganho em qualidade de vida que permitirá atingir mais tempo de vida, logo um pouco mais de disposição para aproveitar o tempo livre com coisas que te agradem, fazendo coisas que realmente lhe farão sorrir sem ser com o amarelo,rangido,amargo e quem sabe até lhe traga mais proximidade com as pessoas já que gente feliz atraí mais gente para o seu convívio.

Aproximação essa que incluí a família e as pessoas que importam para nós.Melhor trazer flores em vida do que quando for tarde demais.Se arrepender depois traz dor e desgosto desnecessário. Perderemos pessoas pelo caminho e um abraço e um beijo a mais em quem nos ama fará bem a nossa alma e ao nosso coração.

Felizmente a internet existe,felizmente ela aproxima as pessoas,mas a distância é algo relativo,algo que só existe na cabeça se existirem coisas como amor e a saudade. Quem quer se faz presente e distâncias de quilômetros se tornam centímetros.

Distância é algo bem relativo e a medida que vamos crescendo ganhamos espaço, território tal qual num jogo de tabuleiro onde conquistamos nações,dessa forma acabamos por descobrir que o "ali" de um mineirinho pode estar bem do seu lado.

Apesar de todos esses relativos conselhos,acredito que o maior conselho que eu me daria não seria nenhum desses citados acima,mas sim a firmação de que se conselho fosse bom,seria vendido e não dado, portanto mesmo hoje após algum tempo de vida eu ainda me resigno a aprender a cada dia, imagina naquela época de descobertas o quanto mais eu não teria a viver e aprender por aí.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Meu Primeiro Bebê.Doc (29)


(Pais de primeira viagem relatam as delicias e as amarguras da presença do primeiro bebê de suas vidas. Na série Meu Primeiro Bebê.Doc veremos relatos feito por pessoas que se despuseram a contar esse marco de suas vidas sem qualquer custo ou a precisão de revelar a identidade. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

"Todas as quintas eu saía da aula eu ia com minhas amigas a um barzinho. O pai do meu filho ia com os amigos dele, foi algo meio natural até que nos tornássemos amigos e logo em seguida começássemos a namorar.

Ficamos juntos por um ano e nove meses, mas aos poucos fomos nos afastando, as brigas aumentando e fomos percebendo que não estava dando certo.

Com isso parei de tomar meu remédio e ficamos separados por três meses até que um dia resolvemos sair e acabou rolando.

Logo que acordamos ele disse que achava que eu tinha engravidado e eu respondi: "Que isso tá louco?"

Voltamos após essa noite,mas as brigas continuaram.

Comecei a passar mal e decidi fazer um teste de gravidez.

Saí,comprei o teste e entrei numa loja pedindo para usar o banheiro.

Fiz o xixi,coloquei o teste e esperei cinco minutos, mas nada apareceu: Pensei:"Graças a Deus não estou grávida."

Guardei o teste na bolsa e voltei para o trabalho.

Eram quatro da tarde quando me deu vontade de olhar o teste e pronto. Lé estavam os dois tracinhos.

Comecei a chorar e fui para casa.
Liguei para o meu namorado e ele não me atendia. Liguei inúmeras vezes até que ele retornou brigando comigo.
No calor da discussão contei que estava grávida e ele simplesmente respondeu: "Filho a gente cria!"

Depois disso, nunca mais ficamos juntos e todas as vezes que nos encontrávamos, brigávamos.

O tempo passou a barriga foi crescendo e e eu fazendo tudo sozinha,sem qualquer tipo de ajuda do pai.

Enquanto isso,assim como durante toda a gravidez eu passei muito mal e emagreci seis quilos.

Eu tinha certeza que era um menino e na ultra veio a confirmação. Era um menino e o nome conforme o planejado seria Paulo.

Pedi a Deus que viesse com saúde e que eu criaria sozinha.

E assim ele nasceu.
Lindo,saudável e com uma linda pinta em forma de coração no dedo.

Hoje ele é minha alegria e minha razão de viver.

Quanto ao pai.Paulo é louco por ele e passa os fins de semana com ele.

Independente do tipo de pai, toda criança tem direito ao pai. Ele faz mal para mim, mas não ao Paulo e não posso proibir a convivência."

quarta-feira, 26 de julho de 2017

Não é aceitar. É respeitar


Parece insano que certos assuntos tenham uma proporção tão polêmica e tão controversa sendo fatos tão comuns. A homossexualidade é um desses temas em que muita gente julga sem dizer,conhecer ou claro tentar estar ciente daquilo que diz sem o menor pudor.

Pra início de conversa há a eterna dúvida se uma pessoa nasce ou se torna homossexual. A dificuldade na aceitação começa dentro de casa, muitos dos homossexuais tem na família o amparo necessário para iniciar a dura batalha de encarar a hipócrita sociedade enquanto outros ganham ainda mais opressão resultando em um sofrimento que deveria ser totalmente banido de nossos pensamentos.

Será tão difícil assim compreender que a felicidade de uma pessoa começa da liberdade em que ela tem de realizar aquilo que tem vontade ou principalmente aquilo que se sente feliz em realizar.

Culturalmente vamos maturando a relação cada vez mais a aceitação da sociedade com relação ao fato de que pessoas do mesmo sexo podem se relacionar, casar, ter filhos,se beijar em público, ter casais na televisão e sem ataques massivos de homofobia ou o literal preconceito burro que ofende a quem vê a vida de uma maneira diferente da sua.

Não é preciso ser gay para defender alguém que as pessoas tem suas escolhas, tem a sua sexualidade e que são felizes desta forma sendo apenas confrontados com pessoas que ainda se negam a entender algo que nem mesmo deveriam entender,mas sim conviver com alguém que ama alguém do mesmo sexo.

O modo como vemos o homossexualismo tende a seguir um modelo daquilo que vivemos dentre a nossa vida. "O homem nasce limpo e a sociedade é quem o corrompe", logo um pai que viveu uma cultura machista onde o homem é o macho é o provedor da família e a mulher é a detentora de cuidados na casa, cuidadora da família e responsável pelos trabalhos domésticos.

Nessa visão sexista utópica para os dias de hoje esquecemos as lições que Lulu Santos tanto cantou: "Consideramos justa toda forma de amor".

Levantar uma bandeira pesa o fardo de um conjunto de ideias onde agressões doem, mutilam e oprimem uma forma de vida livre e decidida de pessoas que saem por aí afim apenas de viver sua vida forma que bem entendem e sem palavras doloridas e pesadas que vão massacrar conceitos e pensamentos que leigos e porcos impõem.

Bicha! Viadinho! Sapatão! Rótulos chulos e artificiais proferidos por pessoas que colocam o preconceito acima do orgulho que dizem ter por serem machões ou mulheres conservadoras enquanto ferem paradigmas tão imorais quantos os racistas ou a xenofobia.

Não é doença amigos
Não é muita coisa dita de forma irresponsável por aí.

São pessoas, humanos como nós de carne,osso,sentimentos, alma pura e detentora de amor por pessoas do mesmo sexo.

São pessoas normais que amam e que querem ser amadas.
Pessoas que querem sair de manhã de suas camas, trabalhar,estudar, ganhar seu dinheiro, se divertir e claro tem problemas pequenos,grandes,iguais aos nossos.

A dúvida é

Por que criar mais um?
Por que ser alguém com um pensamento ultrapassado de que o amigo não pode ser gay,que o filho,irmão não pode ter amor por alguém semelhante a ele e com o mesmo sexo.

Por que pensar que um abraço ou beijo deles denigre ou ofende sendo que a cada dia temos a audácia de dizer que falta amor para as pessoas.

Aceitar é uma escolha sua
Respeitar é um dever de todos.

Respeite e seja respeitado. Diga não para a homofobia.

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Tesouros do destino


Passamos boa parte de nossas vidas,mesmo que de não de forma direta de encontrar alguém capaz de suprir aquilo que somos, alguém que se encaixe no mal fadado termo da metade da laranja.

Talvez ocorra por que os sentimentos fogem do nosso completo entendimento, nos trazendo medo,dúvidas e perguntas que muitas vezes não conseguiremos responder.

Nesse rumo perdemos noites de sono e ganhamos rugas e olheiras que tentaram justificar toda a nossa vontade de amar alguém e obviamente de ser amado de volta.

A dúvida então passa a existir do fato de onde encontrar essa pessoa?
Como saber que realmente se trata de um amor daqueles que podemos chamar de verdadeiro.

Nos filmes é tudo mais fácil, temos os protagonistas, temos o sentimento, o olhar e o destino que está fadado a acontecer dentro de um pequeno punhado de personagens que vão trabalhar para que aquilo aconteça ou lutar diretamente para que o casal se separe.

Na vida é bem mais do que isso. 

São difusas variações e fatores que podem mudar tudo em segundos.

Passado, presente e até o futuro acabam por criar situações que antes não existiam e depois podem existir com uma força jamais pensada.

Acredite ao encontrar esse amor verdadeiro pela vida, não há dúvidas, não há quem entre pelo caminho e evite algo que está ali pronto para acontecer. Se tiver que ser vai ser.

Com direito a trilha sonora, enredo digno de um filme de hollywood e tão valioso quanto um tesouro do pirata.

O verdadeiro tesouro dessa vida vai mudar sua realidade, vai fazer parecer mudar o seu destino,quando na verdade já estava tudo pronto para acontecer.

Você sabe que tem ali o maior sentimento do mundo, mas como descrevê-lo, para que descrevê-lo e limitar algo tão grande e que sempre tem espaço para crescer mais e mais.

Eventualmente encontraremos outras pessoas que façam nosso coração pular, pulsar de uma forma diferente, batendo mais rápido.

Sentimentos foram feitos para serem sentidos e não explicados.

Caía dentro, esquece o medo e vai. 

Evite que o medo corroa esse sentimento louco que vai adentrar a sua vida e mudar tudo.

Mergulhe depressa, mas tome cuidado para não cair no raso, isso também pode acontecer.

Não questione a vida
Não questione o tempo

Tampouco o amor.

Você pode achar com todas as suas forças que não será capaz de encontra-lo, mas não pisque rápido demais.

Quando menos esperar...

Ele te acha e te recebe de braços abertos e um sorriso escancarado.

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Arte da aceitação


Um dia você olhará para trás e notará que certas pessoas já não sentem falta de você,se é que um dia sentiram.

Terá de aceitar que não depende de você estar sempre ali,correndo atrás ou indo em busca,afinal se quem não quer também estiver correndo e a sua frente você fatalmente não poderá alcançar.

Chegou mais que a hora de você deixar para lá, esquecer e dar adeus.

Antes de despedir no momento certo do que prolongar tudo e ser deixado sem um mísero até breve. 

Aquilo que não é agora, nunca foi e nunca será. Por mais que você insista e persista,certas coisas não estão destinadas a acontecer.

Não adianta forçar a amizade.Afinal ouvir a verdade de que não é pra ser pode doer mais do que uma facada no peito, então evite, não faça, saía disso.

Pare de perder o seu tempo e sugar sua energia. Não minta para si mesmo e pare com aquela ideia boba de que num passe de mágica tudo pode mudar e que vai ser tudo as mil maravilhas.

Você já bateu muito de frente, uma hora cansa...
Uma hora você abre os olhos e percebe o quanto está ferido. O quanto está machucado e o pior...

O quanto foi feito de trouxa.

Chega de drama, pare de mimimi e esconder a verdadeira história de seus amigos próximos. Eles sabem bem tudo o que você precisa aceitar. 

Na verdade eles já cansaram de te falar e repetir, mas você persiste, segue abrindo mão de seu futuro, por um passado que nem mesmo aconteceu.

Volte a focar em você.

Será que toda a sua vida não foi o suficiente?
Será que tudo aquilo pelo qual você sofreu e chorou não é tudo que você pode se auto flagelar?

Você sabe como deve ser daqui em diante

Você está farto de saber

A escolha é sua.
Você decide, só você decide.

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Meu Primeiro Bebê.Doc (28)


(Pais de primeira viagem relatam as delicias e as amarguras da presença do primeiro bebê de suas vidas. Na série Meu Primeiro Bebê.Doc veremos relatos feito por pessoas que se despuseram a contar esse marco de suas vidas sem qualquer custo ou a precisão de revelar a identidade. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

Por Larissa Mendes do Instagram  (@maedalisedoben)

"Eu fazia curso técnico de química no Senai e havia terminado o ensino médio e faltava alguns meses apenas para concluir o curso. 

Conheci o Celso em um grupo de jovens da igreja no whatsapp um dia após jurar a mim mesma que não queria conhecer ninguém, um dia após ter uma briga feia com um ex meu, eu havia decidido ficar solteira, focar nos estudos até conhecer o homem da minha vida.

Foi um baque quando descobri a gravidez até por que na época minha vida estava meio complicada. Meu pai havia acabado de receber alta após realizar a terceira cirurgia no pulmão, então eu não sabia como contar para ele e nem para ninguém.

Pra piorar descobri a gravidez no dia da mentira o que dificultou mais ainda tendo em vista que para quem quer que eu contasse, ninguém acreditaria, até por que eu mesma não acreditei quando olhei pro teste de farmácia até que no dia seguinte fiz o exame de sangue e lá estava aquele grande positivo.

O meu Ben estava a caminho, o Celso estava comigo e acho que a reação dele foi bem melhor do que a minha.

A primeira consulta não foi nada agradável, fui a um médico que era grosso e totalmente seco. Entre eu e Celso também havia um clima muito estranho,assim como também havia um clima estranho entre ele e a minha mãe que também havia ido a consulta.

Eu havia acabado de fazer dezoito anos, não era casada com ele, não havia qualquer planejamento entre nenhum dos dois, foi realmente um baque forte, difícil de aceitar, até que por fim eu fui em outras duas consultas sozinha e escutei o coração do meu bebê sozinha o vi pela primeira vez sozinha.

Assim como a descoberta a aceitação foi difícil, demorei um tempo pra aceitar e acreditar que realmente estava grávida, havia perdido o curso no Senai, minha relação com o pai do bebê estava mais fria do que nunca e com meus pais parecia o Frozen.

A ficha só veio cair mesmo quando comecei a senti-lo mexer,ali comecei a amo-lo da forma que jamais amei alguém até ter a Elisa.

Com vinte e quatro semanas eu descobri que estava grávida de um menino, era o segundo ultrassom morfológico. Eu não conseguia acreditar, pois queria uma menina, mas mesmo assim fiquei emocionada e fiz um chá revelação para contar a família.

Durante a gravidez tive dois desejos que me enchiam a boca d'água. Vitamina de morango e miojo de carne com ketchup. (Do miojo foi apenas uma vez).

O nome veio em inspiração a um personagem da novela I Love Paraisópolis, onde um dos principais personagens se chamava Benjamin que além de ser um ator lindo, era um nome lindo. Gostei do nome, procurei o significado que também gostei, minha sogra também e Celso que já era voto vencido só teve que concordar.

Dias antes do parto do Ben eu estava muito ansiosa, pois eu tinha a plena certeza de que eu ia morrer no parto, afinal nunca tinha feito uma cirurgia sequer na vida, nem levado um ponto, então o fato de pensar em ser cortada e tirarem um ser humano de dentro de mim me assustava muito. Achei que não ia aguentar e morreria.

De acordo com o combinado com a G.O que me acompanhava no pré natal meu parto seria cesária. Estava tudo certo, internei um dia antes, ia ser a segunda a ganhar,mas na hora que enfermeira foi colocar a sonda o único grande susto que tive em toda a gestação. A bolsa estourou e meu coração disparou.

A enfermeira ainda olhou pra mim e disse que havia chegado a minha hora e eu só conseguia chorar, chorar e chorar e quando estava a caminho do centro cirúrgico, passei pela sala de espera e vi todos da minha família lá, o que me fez chorar mais ainda, pois vi meus pais chorando também e logo pensei: Eles sabem que eu vou morrer.

Sim, na minha cabeça meu primeiro parto foi um drama total, mas após entrar no centro cirúrgico fui anestesiada e não senti nem a picadinha da anestesia, deitei,amarraram minhas mãos, meu coração a mil, Celso entrou e o parto começou.

A única coisa que eu sentia era o frio e depois quente seguido pela sensação de querer mexer as pernas e não conseguir, tudo efeito da anestesia que passou quando o primeiro dos choros infinitos do Benjamin.

Colocaram ele do meu lado e eu comecei a chorar de novo, mas dessa vez era de alegria,uma alegria que não cabia no meu peito. 

Após isso, levaram o Ben e eu apaguei só acordando no pós cirúrgico aguardando mexer o pé para estar pronta para ir para o quarto e logo atrás foi o Benjamin.

Desde então nunca mais larguei ele e ele nunca mais largou de mim."

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Câncer


É engraçado como uma única palavra pode ter um peso tão forte sobre o que será dito após como o nome de uma doença. 

Sendo uma doença como o câncer acredito que há sobre ele uma aura mortal que mistura diversas sensações e faz da vida das pessoas um looping intenso que vai desde a pessoa doente até as pessoas a sua volta.

Imagino que logo que a doença desperta e é descoberta bata a porta da mente da pessoa a inevitável pergunta: Por que eu? O que eu fiz para merecer esse câncer, justamente eu?

Difícil dizer, pior ainda responder.

Silenciosamente a doença avança sobre a vida das pessoas fazendo com que a vida ganhe contornos diferenciados e dignos de uma vertente gigantesca em prol da vitória e claro,pela vida.

Não há idade,não há entendimento pleno, mas sim a gana de que cada segundo se torna precioso, cada momento a mais obtido possa ser ainda mais valorizado.

A dor é além do físico, pulsa no emocional, atinge em cheio o grande temor humano que é a morte e faz com que a esperança vá escapando entre os dedos, indo para longe.

Essa é a hora onde estender a mão amiga e palavras de motivação podem ser o start para uma recuperação rápida. 

Contudo vale a lembrança da canção "The Scientist do Coldplay que acabou se tornando o hino da batalha contra o câncer no Brasil, tanto quanto Love By Grace tocada exaustivamente enquanto a Camila de Carolina Dieckmann raspava suas madeixas aos prantos em horário nobre: 

"Nobody said it was easy. No one ever said it would be this hard" (Ninguém disse que era fácil. Ninguém jamais disse que seria tão difícil assim)

O câncer danifica nossos pensamentos, seja pelo agressivo tratamento que faz com que cabelos caiam e náuseas e dores beirem o insuportável, até o assolador "mutilamento" feminino para a perca da mama tão trajada de feminilidade já ferida com a queda dos fios de cabelo.

Ficamos vulneráveis, assim como o paciente cede sua força a doença temos a família que desestabiliza em torno de um problema que parece abrir uma grande cratera sem fundo abaixo de toda a estrutura já criada,mas que não pode e nem deve ser o motivo para desistências.

Há toda uma sensação de ruptura, de abreviamento de planos futuros para que exista a solução para aquilo que não deveria estar ali, não deveria afetar.

Ah doce lógica da vida, num dia acordamos sem pensar que irá acontecer com a gente e no outro estamos lá vendo a vida correr mais depressa e a ampulheta do tempos derramar todos os seus preciosos segundos rumo ao fim inevitável de todos os seres humanos vivos.

Há uma severa necessidade de se tratar disso. Não apenas pelo câncer em si,mas pela maledicência que o acompanha e afeta a mente daquele que para onde olha vê a sombra da morte a bater e dizer olá.

Tristeza, melancolia e dor, que tal trocar um pouco de tudo isso pela luta e a não entrega dos pontos desejando que tudo acabe rápido sim,mas para uma visão positiva e não para todo o mal que envolve tratarmos de uma doença tão terrível.

Definha-se a vida, decifra-se a grande caixa de pandora que faz de pequenos e breves momentos sorrisos e alegrias a serem recordadas para todo o sempre. Quando estamos de frente para a morte qualquer sinal de vida é um sopro a mais de esperança e fé em que tudo ficará bem e logo passará.

Por fim de uma forma geral poderemos abrir os olhos, alisar nossa pele a procura de calor, sorrir dizendo que vencemos ou descansamos mas sempre pensando em um dia de cada vez, afinal doentes ou não, sofrendo ou não, tristes,alegres ou afetados por todo o mal presente no mundo entenderemos finalmente que vivemos sem saber o rumo que a vida nos levará.

Hoje estamos aqui.

Firmes, saudáveis e presentes e se possível festejando a cada dia, a cada segundo a doce oportunidade de viver mais e mais e torcendo para que um dia possamos olhar para o passado e vislumbrar um futuro glorioso onde o câncer é apenas um signo do zodíaco.


segunda-feira, 17 de julho de 2017

Louve a quem quiser, mas seja e faça!


Ele está em todos os lugares.
Você está a todo o tempo sendo observado e cuidado por ele.

Sim,nesse texto estamos falando de Deus. De Deus,mas também de todos os outros serem supremos e que permeiam a fé do povo.

E pouco importa se estou falando para um cristão,para um evangélico, ou outras religiões que creiam em uma palavra diferente,mas que igualmente representa a fé das pessoas em algo maior a qual louva-se de forma irrestrita.

Claro que há quem não acredite, ateus também tem lá sua crença na ideia de que não há um ser superior e que tudo não passa de uma boa dose de explicação lógica para aqueles que desejam percorrer a face da terra durante a sua vida.

Parece pouco para alguns, para outros há todo o fervor de uma religiosidade explícita,dita a cada palavra como se somente a presença em um santuário religioso já fizesse desta pessoa alguém puro e casto a quem o seu Deus concederá um lugar acolhedor no paraíso eterno.

Mas e o enquanto isso?
Sim e a vida que está nos intervalos entre a conversa íntima com seu ser superior?

Aquilo que você faz nos intervalos entre recostar a cabeça no travesseiro e adormece ou não remoendo tudo aquilo que você tanto faz e acha que não será lembrado por quem você venera para os outros.

A religiosidade existe para você.

Cada qual possuí a sua fé e a sua crença até por que somos feitos para ser individuais em diversos aspectos. É da característica do ser humano.

Dizem por aí que religião é algo que não se discute, mas que tal discutir suas atitudes.

Que tal você ver o quanto você mente,ilude,bebe,se droga e depois vai as terças e domingos ao culto e enche as suas redes sociais de mensagens bíblicas e provérbios que você nem mesmo compreende ou sabe do que se trata apenas para aparentar superação ou claro, estar triste e #FECHADOCOMDEUS.

A palavra e a fé não devem ser ditas em vão.
Você pode se ajoelhar e orar em qualquer momento. Vamos lá, como diria Jon Bon Jovi :

Oh,we're half way there, whoah living on a prayer (Estamos quase lá, vivendo a base de uma prece)

Então não fraqueje, pessoas vão mesmo te desencorajar, mas é melhor que antes de avaliar o que é dito para você e sobre você, pense: Estou mesmo fazendo o certo e agindo como alguém que acredita ou estou aqui apenas para fazer a minha média mensal de boa conduta e ocultação de caráter.

Você não é apenas escravo de uma religião e de uma conduta, mas também não deve ser o regente de uma nova ordem que afoga em sua medíocre falácia que ora,reza, pede e implora,mas que segundos depois está disposto a afrontar e fazer de tudo aquilo que jurou a si mesmo e para todos que estava lá dentro fazer o contrário.

Deus pode existir ou não, vai de você acreditar, mas as suas atitudes e destino vão existir, pois em todas as religiões de forma unânime elevam o seu fator humano.

Todos nós temos e somos dotados de LIVRE ARBÍTRIO.

Faça,mas saiba. Não é apenas ele. É você.

Para o bem ou para o mal é você e somente você.

sexta-feira, 14 de julho de 2017

Reféns


A nação brasileira parou.

Estamos chocados,mas ao mesmo tempo habituados a todo o processo de degradação que o mundo e de hoje e o nosso país permite que a cada dia piore um pouco mais.

Que caos!

Abrimos os olhos e observamos impassíveis as tragédias de nosso cotidiano que a cada dia parecem sobrepor outras e já não nos impressionam mais.

Conseguimos ver fatos que antes poderiam chocar a todos como se fossem programas matinais e analisar com a frieza necessária a peritos sabendo que aquilo que ocorre diante de nossos olhos é cada vez mais parte da gente.

Reféns do medo, da omissão,da  falta de organização populacional, da ambição desmedida e de nós mesmos. Passamos a nos tornar quase como dotados de uma síndrome de Estolcomo, onde passamos a mão na cabeça de bandidos e apenas oramos para que nossos "defensores" voltem para casa seguros.

Acreditar, parece algo cada vez mais distante.
Perdemos o direito de ir e vir, a liberdade de saber se sairemos de casa hoje para trabalhar,estudar ou viver nosso dia a dia e chegaremos sãos e salvos ao conforto de nosso lar.

Conforto esse que é questionável, afinal a qualquer momento podemos ter a nossa casa invadida, depredada, invadida e termos nosso direito de defesa e tranquilidade ceifados de nossa existência.

Somos demagogos para proteger quem não devíamos, lutamos com unhas e dentes por coisas que não entendemos bem para que são, mas por que não confiar se meu amigo que entende acabou ciente de tudo por que outro alguém contou pra ele,ou por que ele teve a destreza de saltar menos parágrafos do que eu.
Deixamos de procurar
Deixamos de tentar entender.

Gostamos mais ainda de solucionar com as próprias mãos, atingir manchetes, ganhar fama de justiceiros de "porra alguma",mas esquecemos a notoriedade de ajudar ao próximo.

Até por que é difícil ajudar quem não quer ser ajudado.

Somos reféns, mesmo que não acreditemos que somos.

Daqueles pássaros que cantam felizes dentro da gaiola, acreditando que a vida é aquilo mesmo, que não há nada de melhor do que receber um punhado de migalhas diretamente na boca com a dosagem de quem quer iludir nossa consciência tão frágil.

Que a violência um dia nos permita amadurecer a ideia de que não precisamos dela para reaver a ordem e a justiça.

Que a ambição solta de nossos governantes permita o crescimento de pessoas que realmente desejem o bem comum ao invés do bem ilícito de suas contas bancárias.

Fazer o bem deve ser muito difícil, afinal tão pouco os fazem de tal forma que o caminho do mal parece cada vez mais belo e colorido a ponto de muitos irem e não desejarem voltar.

Muitos se perdem, se emaranham num mundo obscuro e acreditam que assim se libertam, assim são mais fortes.

Ilusão frustrada, não há libertação nesses caminhos.
Estamos presos, enclausurados e pouco sabemos 

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Meu Primeiro Bebe.Doc (27)


(Pais de primeira viagem relatam as delicias e as amarguras da presença do primeiro bebê de suas vidas. Na série Meu Primeiro Bebê.Doc veremos relatos feito por pessoas que se despuseram a contar esse marco de suas vidas sem qualquer custo ou a precisão de revelar a identidade. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

Por Henrique Mendes do Instagram @papai_da_mafe 

"Fernanda tinha alguns problemas com a sua família, coisa de adolescentes mesmo e por ser uma devota de São Judas Tadeu muito religiosa pediu ao santo que a ajudasse para não brigar com os pais por causa de um namoradinho que ela tinha a apresentando um rumo melhor do que o que ela tinha.

Coincidência ou não no dia 28/10/2000 era aniversário de uma amiga em comum e a Fernanda briga com esse namorado e vai para a festa sozinha.

Na época eu tinha acabado de completar dezoito anos e ela tinha dezessete. 

Eu não namorava mais, tinha apenas um rolo, mas também fui pra festa sozinho. 

Dancinha pra lá, olhares pra cá e chamo a Fernanda para um canto e nos beijamos. Parecia que aquilo era para acontecer, estava escrito de tão mágico e marcante que foi esse beijo. Tanto que no domingo cedo liguei e perguntei se estava tudo bem e marcamos de sair na quarta.

Saímos, conversamos melhor e no sábado já pedi aos pais dela para namorar. 

Foram exatos dez anos e dez dias de namoro e nos casamos. Um casamento muito planejado e adquirido com muito suro em uma festa com tudo que a noiva tinha direito no dia 06/11/2010.

Em janeiro eu já queria ela grávida, mas aí veio todo um processo de preparo para ter um filho que demorou cinco anos para sair do papel.

Mais uma vez tudo bem programado por ela que sem eu saber parou de tomar o remédio até que no exato dia 28/10/2014 chega a Fernanda com uma caixa e dentro o exame de gravidez positivo. 

Sempre sonhei com crianças e desde o começo sabia que era uma menina. Passamos então a todo o processo de preparar o apartamento para receber o maior presente que uma mulher pode dar a um homem. É simplesmente sensacional.

Fiz questão de ir em todas as consultas de ultrassom até o dia 25/06/2015 quando a minha princesa Maria Fernanda Braga Mendes nasceu fazendo a vida nos dar uma única prioridade a quem chamamos de filhos."

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Você não vai encontrar a formula do amor!


Não é difícil andar pelas ruas de qualquer cidade e nos deparar com promessas e juras de ciganos,magos,feiticeiras e até amigos mais chegados de trazer a pessoa amada em três dias ou para os mais brincalhões em apenas três drinques.

Assim como não é raro que alguém diga ter a formula exata para trazer a felicidade pelo caminho mais fácil e sem obstáculos complicados. Tem quem acredite que o amor vem em poucos passos,mal sabendo que nem o Léo Jaime o encontrou ou que manter a chama do amor acesa é ainda mais complicado do que desperta-lo em alguém.

Em dias frios ou em dias de perdição, não será incomum que pelo menos uma vez na vida não tenhamos nos pegado lendo ou até procurando entender o que diabos fará uma pessoa acreditar nessas coisas piamente ou de forma que deposite sua fé em um destino em que nem se faz por onde.

É mais ou menos como se caíssemos de amores pela atriz mais linda da novela das oito ou pelo galã que arranca suspiros, mas sem que ele saiba da sua existência planejemos a vida a dois com aquele famoso, casamento, filhos e nossa mansão a beira mar. 

Sonho demais não é?

Junto a geração que evita romances e declarações amorosas temos também a geração que não é desapegada,mas teme a qualquer custo demonstrar o sentimento ou se mostrar apaixonado por qualquer coisa.

Somos a geração que criou as indiretas de MSN, mas se divertia com elas, entretanto passamos a abranger mais redes sociais na chula tentativa de fazer com que as pessoas ignorem que somos alguém a procura do amor.

Suspiramos sozinhos e disfarçamos na multidão.

Estamos todos nessa, no jogo onde começamos em larga desvantagem e sedentos de um sentimento que não sabemos onde ou como obter.

Acumulamos tristezas,quedas,tropeços que nos fazem desabar,mas pensar em como prosseguir novamente. Enquanto isso ignoramos aqueles que tanto querem algo de nós.


Há chance de vitória?
Há algum momento de glória para aqueles que tanto almejam sair amando e sendo amados?

As vezes vai doer,vai sacrificar e ferir na pele toda a dificuldade possível.

Outras vezes vai impressionar e solicitar que façamos aquilo que um dia pensamos jamais fazer.

Mas não busque métodos,formulas ou trejeitos semelhantes que sejam responsáveis por sempre dar certo.

O destino é traiçoeiro demais para que possamos definir estratégias.

terça-feira, 11 de julho de 2017

E até quem me vê lendo o jornal na fila do pão, sabe que eu me encontrei




Por Priscila Gonçalves

"Quem me vê sorrindo os sorrisos mais doces sabe que eu me apaixonei.

E nunca é tarde demais para se apaixonar pelo próprio ser.

Se apaixonar pela vida e pela sua vida.

Se apaixonar pelo seus olhos que acordaram incrivelmente alegres

Pelo rosto lindo que reflete no espelho cheio de brilho

Pela tranquilidade da mente turbulenta. Controverso, mas real.

Apaixonada pelos erros do passado, que me valem lições preciosas, e alguns, gargalhadas escandalosas!

E porque não, começando a gostar dos erros futuros que vão preencher minha lista do que fazer e o que não fazer.

Amo pelo amor, não pelo medo.

Amo pela necessidade de me sentir tomada pelo bem estar que isso provoca.

E há o tolo que nunca amou diz: "Que papo de solitária".

É. Talvez seja solidão. Mas poucas vezes estive em tão boa companha como a minha.
Alegre, divertida, pensativa e cheia de respostas para meus maiores questionamentos.

Quando resolvi buscar por mim, me vi pendurada em um desfiladeiro rochoso sustentada apenas por um fino pedaço de corda prestes a se romper.

Olhei para baixo, e lá estavam meus maiores medos olhando de volta com cara feia.

Caí. E muitos daqueles medos me feriram. Mas, como sou forte e minha capacidade de regeneração é grande, recuperei rápido. 

Não da pra encontrar um tesouro sem um mapa.

Então, funcionamos assim:

Eu e minha diversidade nos entendemos muito bem.

Meus melhores sorrisos são por minha causa.

Meus maiores prantos também.

A dona da minha verdade sou eu e mais ninguém.

O remédio para minhas dores está em mim.

Se meu quebra cabeça ainda não está montado, um papo pessoal aqui e ali resolvem.

Não preciso que ninguém me complete, mas se quiser somar chega aí que podemos conversar."

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Sou responsável por mim e não por aquilo que cativo!



Engraçado pensar que no mundo de hoje vivemos num mundo em que não enxergamos o amor verdadeiro,assim como não acreditamos nele,mas seguimos na busca atrás daquilo que um dia,mesmo que por um breve tempo tenhamos vislumbrado em nossos melhores sonhos.

Aprendemos desde cedo lendo livros clássicos como O pequeno príncipe que "Somos responsáveis por tudo aquilo que cativamos"( derivando obviamente da frase : "Tu te tornas eternamente responsável por tudo aquilo que cativas").

Será mesmo?

É difícil compreender que a necessidade que temos de agradar sempre ou o simples fato de que batalhamos para sermos pessoas boas e fugir de rótulos colocados como antipáticos,arrogantes ou pessoas sem trato social.

Acredite, você tentará ser o mais legal possível, pessoas vão lhe amar pela forma que você é, enquanto outras vão lhe achar a pior das criaturas.

C'est la vie!
Não nascemos para ser unanimidade e nem ninguém conseguiu agradar a todos, portanto não perca seu tempo tentando.

Fossemos mesmo responsáveis pela distribuição de afeto evitaríamos muita gente desinteressante por aí que jura ter o auge da intimidade conosco quando mal sabemos quem é ou por que aquela determinada pessoa se julga tão próxima.

Certas pessoas tem imensa dificuldade em compreender que certas ligações podem ser impessoais ou simples, preferem acreditar que a felicidade plenas de suas vidas está interligada a presença de outra pessoa.

Como diz o ditado, gente feliz não enche o saco, pelo contrário, passa a compreender a vida de uma forma mais simplista e evitar complicações ou loucuras típicas de quem está na busca desenfreada de amor e felicidade em conjunto.

Difícil missão, daquelas que só de falarmos parece complicar e dar um nó de marinheiro em nossas cabeças sem que notemos que essa busca atraí para nós a infelicidade.

Logo, pessoas com a infelicidade estampada na testa tendem a tentar arrastar pessoas bem resolvidas para o mesmo buraco como um imã de grandes proporções,mas sem qualquer estimativa de ajuda. Tudo ocorre pela mera crença de que se ela não pode amar outra pessoa, então devemos encontrar outros iguais que não possam fazer o mesmo.

Tolice incompreendida daquelas em que a pessoa gira,roda,procura dentro de si mesmo,mas não acha o caminho da saída. Se somos responsáveis por nossas cabeças e pensamentos logo não podemos definir o que o outro vai compreender daquilo que transmitimos.

Já ouviu um sonoro "Sou legal,mas não estou te dando mole!", pois é, meio que esse caminho,até por que tem muito ego inflado por aí que acredita que qualquer piscada a mais é uma conquista obtida e mais uma estrelinha de bonificação no quadrinho de anotação do amor, quando na verdade está apenas alimentando o seu ego já inflado e promovendo o seu papel de chato de galocha frente a sociedade.

Se quando somos trouxas somos por nós mesmo, quando amamos também é por nossa conta, da mesma forma que podemos despertar amor em gente fina,elegante e sincera,mas que jamais nos veremos dentro de um romance ou beijando aquela boca.

Friendzone? Talvez, mas talvez o santo apenas não tenha batido, ou seja melhor mesmo que se mantenham como amigos, ganhando mais alguém com quem compartilhar experiências ao invés de uma inimizade disfarçada de falsa simpatia pelo toco não dado a tempo. 

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Tons de Saudade


Muitas vezes acreditamos que a saudade tem como base a dor de uma partida ou a falta daquilo que um dia tivemos em mãos ou ações e que ficou para trás por algum motivo ou simplesmente por que tinha de ser.

Saudade por si tem nome,sobrenome,cor,cheiro é aquela vontadezinha de viver de novo algo que está ausente e que por estar ausente incomoda, dando provas de que mais do que nunca valeu a pena.

Por outro lado temos na saudade aquela dor de imaginar como seria ou o que deveria ser feito para que a tal saudade não existisse.

Se pararmos para perceber sentimos saudade apenas daquilo que foi bom,enquanto aquilo que é ruim tratamos como trauma ou pequenos fatos a serem esquecidos.

Um carinho,um abraço, o calor humano da presença de outra pessoa, coisas a quais queremos lembrar e que nossa mente não nos deixará esquecer.

Inevitavelmente teremos dias onde as lembranças vão brotar em nossa cabeça e a saudade vai deixar claro que ela não é do tipo que morre, mas pelo contrário, ela prefere matar.

Ao ousar não morrer a saudade se agarra aquilo que anteriormente cuidamos para que fosse bonito, louvável e principalmente algo a recordar em nossas cabeças. Contudo,por algum motivo esses fatos acabaram ficando 

Os dias vão passando mais lentos quando temos saudade, quase como se permitisse que nossos olhos vislumbrassem um passado que se aliado ao presente trará lugares e pessoas a status que elas já não tem mais.

Certos lugares vão sentir mais a falta de você do que você dele. O mundo por ali vai parar quando não houver fatos que o alimentem, mas passará a girar mais rápido quando o tempo correr e você notar que a saudade pode ter se transformando em vaga lembrança.

O tempo só corre para frente e esse apego ao passado doí, arde em nosso peito e definha nossas cabeças por sabermos que ficou para trás e que mesmo que desejemos muito ele não vai voltar.

Arrependimentos tardios, nó na garganta, pode ser que isso bata, mas convenhamos que há muito mais a se fazer pelo futuro do que pelo passado,mas se serve de alento o amor que tanto envolve a saudade não acaba.

No máximo ele é partido em pequenos pedaços (não é um pedacinho pra cada esquema, veja bem!),mas pedaços esses que se encaixam aquilo que é incompleto porém é concebido inteiro.

Você amou, foi amado, o amor cessou e deu origem a saudade que fica, perpétua o sentimento, mas não significa que ela exista e se mantenha sobre a forma de amor.

A partir desse momento é unica e exclusivamente saudade!

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Meu Primeiro Bebê.Doc (26)


(Pais de primeira viagem relatam as delicias e as amarguras da presença do primeiro bebê de suas vidas. Na série Meu Primeiro Bebê.Doc veremos relatos feito por pessoas que se despuseram a contar esse marco de suas vidas sem qualquer custo ou a precisão de revelar a identidade. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

Por Úrsula Costa

"Me chamo Úrsula Costa tenho hoje trinta anos e a nove anos atrás conheci o Alex.

Namoramos por dois anos e aos vinte e três anos eu engravidei.

Ao mesmo tempo em que fiquei desesperada também senti uma inexplicável alegria, porém ao contar pro Alex ele me deixou.

Foi onde começou minha luta,afinal ele apenas disse que não estava preparado para ser pai.

Então segui em diante. Eu e minha família com o coração apertado, morando de aluguel e sem trabalho.

Acabei voltando para a casa da minha mãe onde fui acolhida com muito carinho e amor.

Aos dois meses de gravidez tive uma grande perda de sangue e fui correndo pro hospital.

Fizeram todos os exames e ali eu fiz meu primeiro ultrassom e tive a certeza do presente maravilhoso que Deus tinha enviado para mim. Vi meu bebê pela primeira vez e tive a certeza de que ele estava bem.

Desde então comecei a fazer o acompanhamento, mas no terceiro mês comecei também a ter muitos enjoos, do tipo de nada parar no estômago.

Assim como eu tinha desejos comuns como comer pudim ou dobradinha com feijão branco, mas também comia sabonete e o filtro de barro da minha mãe.

Aos três meses e meio acompanhada do tio do bebê eu descobri o sexo, apesar de que eu já sentia o que era.

Mas quando o médico confirmou que vinha um garotão que alegria,que sensação maravilhosa ver um meu filho tão pequenininho era um ser tão amado. Realmente um prazer imensurável  e uma emoção única.

A cada ultrassom, a cada ida ao médico era uma emoção nova, mas o pai ocupado com outras coisas não viu nenhum deles.

Eu passava muito mal, chorava muito e comia feito uma louca, mas enfim o quinto mês e o exame morfológico.

Que grata surpresa, ele estava sorrindo, estava feliz e sentia o quanto era amado e a essa altura fazia jus ao nome que escolhi para ele. Matheus Henrique que havia sido tirado da bíblia e significa Presente de Deus.

Seu corpinho já estava completo, lindo, nem precisava crescer era uma bola o Matheus.

A gestação apesar de tudo foi bem tranquila, eu era vigiada vinte e quatro horas, nada de refrigerantes, nada de fritura, mas tudo que era saudável.

Aos nove meses eu já sentia as dores. O medo bateu nessa hora.

O pensamento elevado a Deus era apenas para que ele trouxesse Matheus perfeito e com saúde e assim foi:

Dia 23/01/2010 um sábado ás oito horas da manhã as dores já eram bem forte e eu sabia que havia chegado o momento. Cheguei ao hospital a uma da tarde e a médica estagiária me mandou voltar pra casa. Bati o pé e disse que meu filho iria nascer naquele dia.

Foi então que ás oito da noite estouraram a minha bolsa o medo e as dores só perdiam para a vontade de vê-lo logo.

Ás dez e dez da noite me levaram para a sala de parto, que assustador!

Mas Deus foi muito bom comigo que não sei dizer qual é a dor do parto e ás dez e dezessete daquele sábado meu bebê nascia de parto normal com seus 3.750 quilos e 52 centímetros.

Ao ouvir seu choro meu coração quase parou de tanta emoção,mais ainda quando eu o peguei pela primeira vez no colo e disse: Mamãe te ama! E ele abriu os olhinhos.

Uma imagem que nunca esquecerei, mesmo que ele tenha cem anos.

Ficamos no hospital por cinco dias. Em nenhum deles eu dormi, só vigiando o Matheus,enquanto ele só chorava, comia,dormia e ria como o bom bebê que sempre foi.

Hoje com ele aos sete anos, vejo que ser mãe foi a minha melhor escolha. 

Aprendi o que é o verdadeiro amor, aprendi o verdadeiro significado da vida, entendendo o que é ser mãe, filha,amiga e mulher.

Por que ser mãe é sim divar! É ser a rainha sem coroa ,ser leoa e aprender a cada dia com ele.

Amo ser mãe e sou grata a Deus por me conceder essa dádiva da vida."

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Trauma Mental


Dia após dia estamos sujeitos a sofrer traumas psicológicos que podem afetar diretamente nosso comportamento diante do convívio em sociedade, seja por um conflito com outras pessoas ou até mesmo por algum fato que fugiu dos nossos controle e que terá efeitos futuros.

Muitas vezes estes traumas fazem parte do passado, algumas vezes até de forma inconsciente, contudo os efeitos são reais e trazem a tona o que está oculto em nossas emoções de forma até certo ponto inexplicáveis.

Mudanças bruscas de humor, em geral voltadas pro lado negativo, explosões emocionais e o isolamento que parece assegurar de forma ilusória aqueles que querem esconder o que sentem devido a fatos que foram obrigados ou não a vivenciar.

Inicialmente é preciso que se compreenda o problema para dar "start" a um processo de cura de si mesmo. Devemos entender que devemos mudar e por que devemos mudar. 

De certa forma é uma maneira de evitar que façamos a coisa errada mesmo que saibamos a coisa certa a se fazer. Ocorre também de nos acharmos incapazes de fazer a coisa certa por ter feito o errado antes e acabamos deixando acontecer ou deixando pra lá. Deixando a vida correr e a maré levar. 

Grande erro. Cientes de um problema temos a faca e o queijo na mão para compreendê-lo e logicamente fazer o certo. Pode dar errado? Claro, mas a nova tentativa está ali próxima e diante dos olhos, mesmo que muitas pessoas tentem dar murro em ponta de faca e acabem uma hora ou outra desistindo.

Bem lá no fundo dos padrões morais que tomamos para nossa vida pensamos que isso ou aquilo nunca muda,até que sofremos algum tipo de dano e a ferida é aberta.

Ao contrário das feridas físicas tal como um ralado ou um corte a ferida psicológica não é exposta de imediato, ela é absorvida. O que obviamente não quer dizer que ela está esquecida, muito pelo contrário, ela fica sujeita a eclodir de forma inesperada a qualquer momento ou diante da miníma pressão.

Entretanto a eclosão de um trauma pode surgir rápida, mas não com quem propriamente o ocasionou, mas sim com outras pessoas do convívio e que não tem qualquer relação com o problema anterior. É a transferência para alguém que acaba tomando de graça.

Nosso ego ao absorver a raiva pelas coisas que ocorreram conosco acaba o incorporando ao nosso comportamento e jogando a culpa de nossas atitudes em outras pessoas pela raiva que nos foi causada.

Logo se tivermos um bode expiatório pra raiva ocasionada pelos outros, logo teremos em quem descontar a raiva e frustração que obtivemos de um trauma bobo que era aprisionado em nossa mente e saí furioso procurando novo "hospedeiro"

Aprendemos com Patch Adams que o amor é contagioso,mas nosso doutor da alegria não nos ensinou que a raiva também é, por isso mesmo que o ambiente conspire a favor de toda a raiva ser solta por aí 

Se recuperando de traumas e aceitando aquilo que as pessoas fazem mesmo que sem intenção para suas vidas que acabam afetando a nossa passamos a entender que não podemos julgar e principalmente culpar as pessoas pelo comportamento arredio vinculado ao silêncio e isolamento.

Por mais próximos que estamos de uma pessoa não somos exatamente a pessoa para analisar a reação dela diante de algo, assim você é apenas um observador da vida alheia, um expectador das emoções que não são suas e das quais você não é responsável.

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Quando eu soube que não era invencível


Ah doce ilusão essa que nos faz pensar por algum breve momento na vida que conseguiremos passar imunes aos problemas que a vida nos sugere.

Que tudo aquilo de ruim que vemos em nossos telejornais não vai chegar até a gente ou como gostamos de dizer: "Isso não vai acontecer comigo"

Aqueles problemas que vemos distantes parecem que nunca chegarão até aqui e ficarão para todo o sempre lá, num país vizinho, com outras pessoas, se muito com um conhecido e daqueles conhecidos ocasionais.

Nos arriscamos a todo momento.

Vai lá enche a cara e pega o volante e acreditando que nada vai acontecer...

Blitz,acidentes,tragédias,lesões sérias, morte.. com a gente? Imagina! Tem gente que acha pior os pontos na carteira do que no meio da das costas suturando a médula espinhal.

Vai transa sem proteção! Tem gente que acredita mesmo que filho é o pior dos caminhos, sem fazer ideia de como uma doença pode mudar a vida de cabeça pra baixo.

Pode encher o corpo de drogas ilícitas afinal só morre de overdose astro de rock, artista prodígio e aqueles noias lá da cracolândia.

Água parada no pneu do fundo do quintal? pra que tirar, o mosquito da dengue não vai com a minha cara e nunca vai me infectar.

Ansiedade, depressão, coisa de gente rica, pobre tem disso não, no máximo vai trabalhar a maior parte da semana por um salário que mal mal vai pagar as contas do mês, preocupar pra que?

Achei que a crise da idade não chegaria..Tolo engano

Temos essa mania de acreditar até os meados dos vinte anos que vamos suportar tudo, resistir a tudo e que não vai acontecer nada ao nosso invencível corpo que nos impeça de estar firmes e fortes no dia seguinte.

A medida que crescemos e para os casos sinceros onde AMADURECEMOS passamos a ver a vida com outros olhos e notamos que já não somos mais tão invencíveis assim.

Se antes um pé na bunda no máximo me empurrava pra frente e encher a cara numa quinta era normal pra pegar serviço na sexta pela manhã era mero costume, pois bem, as coisas mudaram.

As odiosas horas de trabalho e cansaço se compensavam com dinheiro recebido ao fim do mês,até por que mesmo com toda a saudade da comida e do carinho da mamãe valia a pena não ter hora pra voltar pra casa e comer a comida congelada feita no microondas.

Os fins de semana então pareciam festas eternas começadas nas quintas feiras e encerradas ao domingo até por que assistir televisão no domingo era apenas para parar e ver o jogo de futebol no fim de tarde, tudo lindo, tudo maravilhoso e até o amor não parecia ser toda aquela caixa de pandora que diziam por aí.

Não pareciam, mas pois bem, nos aproximamos dos trinta anos e passamos a olhar adiante num futuro já desconhecido e com novas e custosas responsabilidades que arrombam a porta enquanto as oportunidades cada vez mais raras escassas passam na velocidade da luz e a vida já não parece mais tão legal e divertida como nos vinte e poucos anos.

É a época onde passamos a ver o casa e separa de casais em busca da tão procurada alma gêmea, da mesma forma que vem filhos e o mundo parece já não te amparar e gostar de você como antes.

Sim, parece que a cada dia acordamos tomando uma pancada nova,mas com o fio de esperança de que no fim de tudo valerá a pena e teremos muito o que festejar no futuro.

Talvez a essa altura da vida notemos que perdemos alguns pequenos anos de vida e acabamos ou por nos formar em alguma coisa nada a ver com o que queríamos ou até não nos formamos acabando caindo na rotina de escravos assalariados que se levantam cedo diariamente temendo perder o pouco que conquistaram antes de atingir os temidos trinta anos.

Por mais que neguemos a jovialidade tem algo de belo que acaba trazendo um frescor inexplicável independente de chegarmos a uma certa idade atingirmos um lado bom da vida.

Basta dar um giro por fotos antigas, ou até mesmo nos encontrar com amigos que nos conheceram de tempos atrás e verá que não foram apenas as espinhas adolescentes que deixamos para trás, mas toda uma inocência de quem não pretendia fazer nada demais,mas sonhava alto, desejava muito e que por ventura do destino pode não ter conquistado um terço daquilo tudo o que pensava.

O corpo já não tem mais aquele aspecto esbelto, talvez o sorriso tenha se restringido para algumas pessoas, afinal agora nosso sorriso revela um pouco mais da alma e rugas que antes não desejaríamos e sequer tencionávamos ter.

Ao envelhecermos imaginamos que junto vem um botãozinho vermelho que é automaticamente apertado para que também possamos amadurecer, mas veja só que tolice, alguns amadurecem mais cedo, outros nem mesmo amadurecem e fica difícil saber se isso é bom ou ruim.

Amadurecer cedo demais pode nos fazer envelhecer muito cedo. Crianças com pensamentos maduros teriam talvez o pensamento de velhos quando beirassem o medo. E aquele sabor de fruta mordida na juventude, vira uma uva passada, jogada ao tempo e a um sabor de velho, ultrapassado.

Talvez a vontade seja de deitar na cama ao fim do dia em posição fetal e chorar até de manhã. Atitudes não vão voltar, palavras que deveriam ser ditas já não vão ser ditas novamente, ficamos lá pensando no herói que pensamos ser um dia e acabamos descobrindo que talvez o tempo todo nós eramos a mocinha a ser protegida, mas sem qualquer tipo de proteção.

Dá vontade de jogar tudo pro alto, inventar uma máquina do tempo e acordar dez,quinze, vinte anos mais jovem, mas se você realmente amadureceu não vai pensar nisso, vai encarar isso tudo sem choro e nem vela aguardando ora o tiro fatal que mate a crise dessa idade pós adolescência perdida ou algo que faça o sorriso deixar de ser amarelo e que se colora com brilho tal como deve ser.