sexta-feira, 14 de julho de 2017

Reféns


A nação brasileira parou.

Estamos chocados,mas ao mesmo tempo habituados a todo o processo de degradação que o mundo e de hoje e o nosso país permite que a cada dia piore um pouco mais.

Que caos!

Abrimos os olhos e observamos impassíveis as tragédias de nosso cotidiano que a cada dia parecem sobrepor outras e já não nos impressionam mais.

Conseguimos ver fatos que antes poderiam chocar a todos como se fossem programas matinais e analisar com a frieza necessária a peritos sabendo que aquilo que ocorre diante de nossos olhos é cada vez mais parte da gente.

Reféns do medo, da omissão,da  falta de organização populacional, da ambição desmedida e de nós mesmos. Passamos a nos tornar quase como dotados de uma síndrome de Estolcomo, onde passamos a mão na cabeça de bandidos e apenas oramos para que nossos "defensores" voltem para casa seguros.

Acreditar, parece algo cada vez mais distante.
Perdemos o direito de ir e vir, a liberdade de saber se sairemos de casa hoje para trabalhar,estudar ou viver nosso dia a dia e chegaremos sãos e salvos ao conforto de nosso lar.

Conforto esse que é questionável, afinal a qualquer momento podemos ter a nossa casa invadida, depredada, invadida e termos nosso direito de defesa e tranquilidade ceifados de nossa existência.

Somos demagogos para proteger quem não devíamos, lutamos com unhas e dentes por coisas que não entendemos bem para que são, mas por que não confiar se meu amigo que entende acabou ciente de tudo por que outro alguém contou pra ele,ou por que ele teve a destreza de saltar menos parágrafos do que eu.
Deixamos de procurar
Deixamos de tentar entender.

Gostamos mais ainda de solucionar com as próprias mãos, atingir manchetes, ganhar fama de justiceiros de "porra alguma",mas esquecemos a notoriedade de ajudar ao próximo.

Até por que é difícil ajudar quem não quer ser ajudado.

Somos reféns, mesmo que não acreditemos que somos.

Daqueles pássaros que cantam felizes dentro da gaiola, acreditando que a vida é aquilo mesmo, que não há nada de melhor do que receber um punhado de migalhas diretamente na boca com a dosagem de quem quer iludir nossa consciência tão frágil.

Que a violência um dia nos permita amadurecer a ideia de que não precisamos dela para reaver a ordem e a justiça.

Que a ambição solta de nossos governantes permita o crescimento de pessoas que realmente desejem o bem comum ao invés do bem ilícito de suas contas bancárias.

Fazer o bem deve ser muito difícil, afinal tão pouco os fazem de tal forma que o caminho do mal parece cada vez mais belo e colorido a ponto de muitos irem e não desejarem voltar.

Muitos se perdem, se emaranham num mundo obscuro e acreditam que assim se libertam, assim são mais fortes.

Ilusão frustrada, não há libertação nesses caminhos.
Estamos presos, enclausurados e pouco sabemos 

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