sexta-feira, 30 de junho de 2017

Mundo alheio



Olhe por essa janela...
Abre as cortinas e deixa que o mundo saiba que você está lá.

Não adianta chegar metendo o pé na porta, pois o máximo que você conseguirá é pegar o outro alguém desprevenido, nu, com pernas abertas ou em posição fetal e pronto para se defender eternamente.

Bate com jeitinho, espere abrir. 
Limpe a alma e os pés, afinal nunca se sabe o que trazemos com a gente antes de adentrar o mundo alheio.

Melhor ainda será aguardar o momento certo, aquela fresta deixada propositalmente e a pessoa de mão espalmada lhe convidando a adentrar seu mundo.

Uma vez convidado e dentro preste atenção aos sinais.
Olhe bem onde pisa, analise cheiros, cores e sons, note a diferença clássica na entonação de voz quando seu nome for chamado.

Cuide para que tudo esteja no lugar da mesma maneira que você encontrou.

É bobagem chegar "chegando", procurando formas de deixar as marcas profundas e importantes, não sei se sabe,mas as boas marcas e aquelas a quais nos lembraremos são deixadas devagar, sem pressa.

Um perfume deixado no travesseiro, uma atitude que parece boba em prol do outro e as palavras, ahhh as palavras.

Forte feito uma patada de rinoceronte elas podem dilacerar corações da mesma forma que poderão enaltecer e coloca-los em um pedestal.

Elas adentram a alma e se atrelam a tudo, se vinculando a cada milimetro dentro da gente e sem qualquer estimativa de saída eminente ou futura.

Melhor então não abrir a alma e dizer a ela coisas sem pensar. Deixa que elas se virem por meio de intuição e que se permitam que mesmo nos momentos de silêncio elas falem o que devem ser dito por nós.

Quando a alma explana o que queremos conseguimos ser nós mesmos.
Nos sentimos a vontade para agir e pensar da melhor forma, para pensar em como seremos naturais.

Portanto, se adentrar um mundo novo, desconhecido e que não é seu, mas onde você se sinta a vontade como se estivesse em casa, procure regar esse mundo com vinho.

Agarre-se a ele o abraçando e se atrelando a ele com vontade de ficar mais um pouco e de ser lembrado por lá.

Quanto ao tempo, nem mais nem menos, um minuto aqui, outro acolá, nada mais do que a vida desejar e permitir.

Afinal a vida sabe sobre nós muito mais do que nós mesmos.

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Meu Primeiro Bebê.Doc (25)


(Pais de primeira viagem relatam as delicias e as amarguras da presença do primeiro bebê de suas vidas. Na série Meu Primeiro Bebê.Doc veremos relatos feito por pessoas que se despuseram a contar esse marco de suas vidas sem qualquer custo ou a precisão de revelar a identidade. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

Por Raphaela Ribeiro

"Eu conheci o pai do meu filho nas redes sociais e ficamos apenas conversando por cerca de dois meses até que após esse tempo marcamos de sair.

Durante uma semana fomos saindo, mas nesse período brigamos e ficamos sem contato um com o outro.

Após um tempo comecei a passar muito mal,mas nunca ia imaginar que eu ia engravidar.

Fui até a médica, ela fez uma série de exames e perguntou algumas coisas, o que eu estava sentido, mas ao contrário do que qualquer pessoa podia pensar eu na minha cabeça não conseguia pensar nisso.

Fiz o teste, deu positivo e eu fiquei desesperada.

De início tive o pensamento de tirar,por que eu não estava com o pai do meu filho, pela reação do pessoal na minha,sou a caçula, moro com meus pais ainda.

Cheguei em casa e já falei para os meus pais: Estou grávida!

Meu pai simplesmente olhou na minha cara e falou pra que eu procurasse o pai do meu filho e minha mãe como toda mãe deu um sermão,chorou e tudo.

Meu pai ficou sem falar comigo, mas eu fui atrás do pai do meu filho que na época não quis saber, disse apenas que eu procurasse o pai do meu filho e que ele estava com consciência limpa o que me deixou mais desesperada ainda.

Mesmo ele sem querer saber eu fui mandando notícias pra ele, procurando ele até mais ou menos uns sete meses.

Enquanto isso eu tendo altos desejos que iam desde comer macarrão,canjiquinha,bolo e tomar coca cola e comer peixe,mas muito peixe.

Fiquei sozinha e sem dar notícias pra ele na reta final da gravidez e o Tiago nasceu.

Até que quando o Tiago estava com cerca de cinco meses uma amiga minha ficou muito revoltada e procurou o pai do meu filho.

Com isso fomos fazer o teste de DNA e após a confirmação de que ele era o pai ele passou a me ajudar.

Mas não foi nada fácil, durante a gestação eu tive muitas complicações, pressão alta,sobre peso, tive que me afastar do trabalho, um monte de coisas.

Só que hoje o Tiago é tudo pra mim.

Eu trabalho pensando nele, tenho a ajuda do pai, mas tudo que faço hoje é pensando nele"

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Pro dia nascer feliz


Acorde cedo, coloque logo uma roupa leve e saía por aí para aproveitar o dia.

Logo você vai sentir o calor na sua pele e ver toda a beleza do dia que está ali diante dos seus olhos.

É bem sabido que passamos por dificuldades na vida, uma hora ou outra as frustrações vão bater a sua porta e as coisas vão mesmo ficar difíceis.

Afinal a gente as vezes tira um tempo pra amar sem pensar nas consequências,sem pensar no fim e de repente tudo muda, sim,as coisas mudam e a nós cabe aceitar, permitir para nós mesmos que as mudanças ocorram.

Faça o que tem de fazer, aproveite como tem de aproveitar e esqueça o medo de arriscar, perder ou não conseguir superar. Esqueça aquilo que faz mal e saía da zona de conforto.

Sabe esse sol radiante que te iluminou pela manhã, pois é, preste atenção nele, pois amanhã você novamente vai vê-lo por lá, mas de uma forma diferente.

A cada dia temos nosso fôlego renovado para encarar aquilo que diariamente nos testa. 

Sabe os problemas de ontem? Ele já não são tão grandes assim
Sabe aquela dor profunda que doía sem cessar antes? Ela foi aplacada
E as saudades daquilo que não se têm mais ou daquilo que já passou? Foi ficando para trás.

Nós somos a constante de nossas vidas.

Então é melhor que a gente se cuide, com afinco, com amor, com afeto, de uma forma que a gente saiba o que é melhor para gente e se ame com intensidade, independente do que estar por vir, independente de quem vai nos apoiar ou denegrir e claro independe dos tropeços que teremos.

Você é um pedaço do universo, mas é o todo do seu universo.

Saía por aí, sorria e aproveite.

segunda-feira, 26 de junho de 2017

AMARmentar


Como um segredo oculto que vem de dentro
Em silêncio lentamente, logo, logo o mundo todo vai conhecer.

A mama prepara, guarda, oferece, não só o leite, mas todo o carinho que a mãe deseja ter.

Vai com o leite o amor, a vida, a saúde que logo todo bebê precisa ter.

Amor esse presente nas coisas simples como o desabrochar de uma flor, no sol que ilumina as manhãs de sol e está presente no amor eterno feito de mãe para filho.

Vão vir as dores, as cicatrizes, o choro incompreensível para muitos que veem em uma mãe apenas uma fonte de alimentação para o seu recém adquirido bem precioso, mas não pare.


Há um momento onde as dores cessam.
Há um momento onde o seu corpo agradece de forma prazerosa (e perdendo peso) esse momento
Único como só ele
Prazeroso como só ele.

Ali é você e ele, não barreiras além do corpo de seu bebê colado ao seu.

Ali existe a paz, ali existe o conforto, o alento, existe você e ele.

Lembre ali o início de todo o voluntarioso amor que você cede ao seu filho e que ele de forma silenciosa agradecerá crescendo, se desenvolvendo, forte,firme, saudável.

Eis o auge de sua feminilidade. 
Após gerar e parir o seu bebê, ali disposto a sua frente está toda o necessário para que ele continue disposto e presente.

Gesto de amor incomparável, como tantos outros gestos dignos e fiéis ao sentimento serão colocados ao seu dispor durante toda uma vida.

Em breve tudo irá cicatrizar, vão se as dores, vem outros meios de alimentação, outras ligações talvez até mais evidentes, talvez até mais diretas,mas aquele elo, aquela ligação iniciada ao tomar ciência de se gerar outra vida e ser um só está ali, fica ali.

Ama(r)mentar enfim é bem mais que um ato de amor, definido, descrito e tido como caracterização. É divino.

Quando duvidares disso encare o bebê e veja  os olhos dele dizerem: "O leite da minha mãe me dá tudo o que eu preciso, principalmente o colo dela"

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Medo do Fim


"O caminho da luz, é a minha primeira escolha, as alternativas algumas vezes me confundem, mas é da luz que eu gosto;sou a projeção da primeira faísca"

A vida nos reserva surpresas que nem sempre vão nos agradar a primeira vista ou daquelas as quais recordaremos para todo o sempre sem que nossa mente se esqueça de onde tiramos a dolorosa lição que fomos obrigados a aceitar e compreender.

Somos seres nascidos e criados para que exista troca, de uma forma ou de outras não nascemos para nos isolarmos e sermos donos de uma vida monogâmica.

Talvez por isso exista tanto o medo dos finais. De quando tudo termina, mesmo que o fim não seja exatamente nosso.

Ao perdemos algo ou alguém muito próximo ou até mesmo alguém a quem admirávamos de alguma forma pode parecer que a vida está andando mais depressa ou que logo seremos nós a ter que tomar a frente e ganhar a admiração de pessoas que vão ficar por aqui relembrando quem fomos ou deixamos de ser.

A convivência com outras pessoas faz com que nossa vida aconteça, seja para amizades,paixões ou mesmo apenas para fazer raiva e nos ensinar quem nem sempre a vida é algo tão legal assim.

Eis que entra nossa busca desenfreada por alguém que faça parte de nossa vida quando a ordem natural de todas as coisas agir e perdemos pai,mãe, tios, avós. 

Da mesma forma que procuramos e encontramos temos medo de perder essas pessoas a quem buscamos para agitar a vida. Com isso notamos também que o medo está sempre a nos rondar de uma forma ou de outra, pronto para tentar nos paralisar.

De certa forma o medo é bom, afinal nos deixa mais alerta para que não ignoremos as possibilidades adversas e não fiquemos estagnados a espera de uma situação ruim que vá botar nosso mundo de cabeça para baixo.

A dor e a tristeza são pontos que ampliam o medo, trazem com ele a ansiedade de sair logo de uma profunda perca mesmo que se saiba que os sinais estarão lá para todo o sempre.

Logo se deixarmos que a felicidade esvaia dos dedos estaremos imersos em meio a escuridão e as trevas de uma saudade ruim, saudade de algo que não volta e faz com que tenhamos medo de um novo fim.

As pessoas nos deixam após cumprir a sua missão, isso faz com que sejam lembradas e tão bem recordadas por nós.

Tratamos o medo de perder como um medo do escuro, o medo de ficarmos sozinhos relegados a melancolia de não termos a quem recorrer para sorrir e estar juntos, Não se trata de relacionamentos amorosos,mas da vida de uma maneira geral, de toda a trágica perca que nos assola e que deixamos tomar conta de nossas vidas.

Boas pessoas não gostariam de te ver em eterno pranto por elas. Elas gostariam de ver que a estrela que ela se tornou brilha cada vez mais forte a iluminar você e quem você ama para que você tenha cada vez mais a sua luz própria.

Não reclame das sombras, apenas faça luz!

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Meu Primeiro Bebê.Doc (24)


(Pais de primeira viagem relatam as delicias e as amarguras da presença do primeiro bebê de suas vidas. Na série Meu Primeiro Bebê.Doc veremos relatos feito por pessoas que se despuseram a contar esse marco de suas vidas sem qualquer custo ou a precisão de revelar a identidade. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

"Eu tinha trinta anos quando a conheci, engenheiro civil formado e ela contadora, um ano mais nova do que eu,com pouco tempo de formação,mas com um bom emprego e família estruturada morando em Curvelo.

Foi um achado aquela moça,amiga de um amigo que nos apresentou meio que sabendo que seríamos o par perfeito. E fomos.


Namoro tranquilo,de muita cordialidade,muita segurança, famílias que mesmo com a distância da capital para Curvelo se entenderam bem e aos poucos íamos alçando voos, fazendo planos e adquirindo sonhos cada vez maiores.


Veio o namoro por dois anos e meio e a proposta de casamento em um restaurante que gostávamos, me lembro que pedi ao garçom uma mesa longe para que não houvesse muitos curiosos,sempre fomos muito discretos com tudo o que fazíamos.


Casamos no fim de janeiro de 2009, um cerimônia simples, mas muito feliz pela nova vida em família que estávamos formando.


Moramos de aluguel em duas casas diferentes até que resolvemos comprar o nosso apartamento próprio e ter o nosso cantinho de verdade, com o aconchego e as necessidades que queríamos para manter uma vida tranquila já visando filhos.


Foram seis anos de luta até que compramos nosso apartamento, logo após a Copa no Brasil. Enquanto o país reclamava do sete a um da Alemanha nós soltávamos fogos pela realização de nosso primeiro sonho.


Devido a luta pela casa própria, ou melhor pelo apartamento próprio acabou que deixamos um pouco de lado a gana de ter filhos,mas começamos a tentar sem pretensões reais, na verdade não nos preocupamos ou preservamos com aquela questão pensando que eu um cara de quarenta anos e ela beirando os trinta e nove não teríamos mais esse risco.


Nossos belos descuidos foram tanto que não percebemos que a menstruação havia atrasado ou qualquer outro sintoma, a descoberta foi dela,um grande susto que depois veio até a mim com o resultado do exame vindo no dia das crianças.


Assustados, mas felizes, talvez isso fosse nossa melhor descrição, após tanto tempo vendo passar sobrinhos,afilhados,filhos de amigos enfim teríamos a realização de um outro sonho que deixamos para lá, deixamos pra mais tarde como realmente ocorreu.


Pela idade fomos avisados que a gravidez era de risco, ela beirava os quarenta completou a idade durante a gestação,mas todo cuidado foi apenas precaução, assim como não vieram desejos, não veio qualquer indisposição,qualquer passar mal durante nove longos meses.


A descoberta do sexo veio através dela. Fui impedido de ir até o médico no dia da consulta para ver o sexo do meu bebê e olha que foram duas vezes de neném de perninha cruzada sem permitir que a mamãe e a titia (minha cunhada) vissem o que viria por aí. 


O dia em que eu soube foi especial por demais, eu já não tinha preferência, a criança estava com tanta saúde que era o que importava para mim, ouvia aquele bater forte e ágil do coração como um mantra e então recebi uma caixinha de onde vieram duas pequenas sapatilhas cor de rosa, eu vou ter uma menina.


A felicidade tomou conta, foram compras de vestidinhos,roupinhas,decoração de quarto, meu vizinho de porta se impressionava a cada vez que via eu e minha esposa sorridentes chegarem com sacolas e sacolas para nossa princesa.


Ele e a esposa também beirando os quarenta também desejavam muito um filho, como ele diz: Fiquei para trás entre os amigos,mas já tem a entrada para a adoção, não quis arriscar a gravidez de risco, mesmo assistindo a nossa de forma tão tranquila e sem qualquer susto.


Minha esposa trabalhou até o começo do oitavo, eu já estava no aguardo a tempos, trabalhava pensando em que roupinha comprar, em fraldas e tudo aquilo que um pai babão pensa e espera, foi um susto inicial, mas um bebê extremamente planejado dali em diante.


Eis que finalmente chega o dia do parto. Estávamos em casa nos preparando para tomar café, quando ela foi ao banheiro e me chamou dizendo que não acreditava ter feito xixi na calça, eu ri e a alertei.


"Amor,sua bolsa estourou, bora pro hospital"


A malinha já estava pronta, tudo certo para sairmos e lá fomos nós mudar nossa vida, felizes ainda lembro que no caminho ela relatou uma pequena dor de cabeça,mas a felicidade estampada no rosto dela era digno de se ignorar qualquer coisa, as contrações estavam ali.


Começava ali um calvário, a dilatação dela subia e a pressão subia junto, ia nas alturas, minha esposa com as contrações foi enfraquecendo e os médicos de prontidão e a examinando quase que de meia em meia hora.


Foi com oito centímetros de dilatação que chegou a bomba, ela entrou para a sala de anestesia e o médico me chamou com más notícias.


A pressão da minha esposa chegou a um nível acima do aceitável, meu bebê tinha pequenas complicações,o tempo era curto e o médico apenas disse para mim: É a sua esposa ou o bebê!


Entrei em choque, paralisado, não sabia pensar, como ou que, era uma filha amada e desejada ou a minha companheira de vida e eu tinha pouco tempo.


A mãe e a irmã dela foram chamadas até o hospital,já estavam instaladas na cidade devido a proximidade com o parto, eu ainda paralisado sem dar qualquer resposta e sem ter ideia do que fazer,como fazer até que foi contado a ela a situação.


Ela estava anestesiada,a dilatação ainda em oito centímetros, eu paralisado e ela não pestanejou: 


"Salve o bebê!"


Acredito que foi o momento de maior alternação de humor em minha vida, eu perderia minha esposa, poderia também perder minha filha, a família dela chegando em meio a todo o desespero da notícia e da situação como um todo e ela se despedindo.


Um a um ela deu sua despedida e recebeu a promessa de que cuidaríamos de nossa filha com todo o amor do mundo, tudo isso em pouquíssimo tempo, tudo muito rápido, mas parecia uma eternidade.


Os médicos iniciaram o delicado procedimento, eu assisti aquilo, adrenalina, tensão, eu já não sabia mais o que sentir, o que fazer, desde a escolha que acabei não fazendo.


Eu segurava a mão da minha esposa que deixava escorrer as lágrimas e ao mesmo tempo apertava a minha mão com um leve sorriso, ela estava segura,foi assim até a primeira parada cardíaca onde me pediram para sair.


Eu no bloco cirúrgico, minha esposa e filha lá dentro,a família lá embaixo querendo notícias e eu paralisado sem qualquer reação possível a não ser rezar e aguardar.

Soube que logo após a primeira parada cardíaca minha filha nasceu através de uma cesariana, mas infelizmente minha esposa não a viu, logo que eu saí ainda sem ver a minha filha ela apagou, apagou e não voltou mais.


Foram paradas cardíacas em simultâneo,hemorragia cerebral e ela veio a óbito, conforme o dito elo médico, conforme ela havia decidido com a coragem que sempre lhe coube.


Fui informado do nascimento da minha filha junto ao nascimento de minha esposa, pude entrar e ser o primeiro familiar a ver as duas.


Enfermeiras tentavam me dizer procedimentos padrão, falavam comigo, mas eu não sabia o que dizer pensar, nada,absolutamente nada, apenas fui com a minha filha nos braços até perto do corpo da minha esposa, de lhe um beijo na testa e loo pediram para que eu saísse 


Minha filha foi encaminhada para novos procedimentos, chegou a receber oxigenação enquanto eu descia e dava junto ao médico a notícia a família.


O abraço da minha sogra foi algo que me doía como nunca, uma senhora gigante que em meio ao choro tentava me consolar e saber da neta.


Foram algumas semanas difíceis a seguir. Velório, enterro, aprender a ser pai e mãe, recebendo ajuda para tudo e tendo na minha filha o amparo necessário para não deixar desabar tudo aquilo que eu havia prometido a minha esposa em sua despedida e com a minha filha nos braços diante de seu corpo.


Hoje minha filha tem pouco mais de dois anos, vivemos juntos no mesmo apartamento onde ela foi aguardada com muito amor, ela hoje vê a mãe por fotos e ainda não sabe bem quem é aquela mulher presente em muitos dos porta retratos com fotos dela pela casa.


Tenho a ajuda de babás, meus irmãos, vez ou outra minha sogra e minha cunhada estão aqui com ela, assim como ela também já foi até Curvelo, mas ainda falta ela por aqui ,falta a presença dela vendo a nossa filha sorrir,brincar,crescer tão linda e forte como ela tanto desejou até o último instante de sua vida.


Onde ela estiver está olhando por nós e nos protegendo, acompanhando tudo o que fazemos com o seu companheirismo de esposa e amor de mãe e minha filha um dia saberá de toda a história que a fez vir ao mundo e o motivo de multiplicar ainda mais todo o meu amor por ela."

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Tragédia Alheia


É fato que o ser humano em sua essência pode ter doses cavalares de um ser crível de uma morbidez capaz de realizar atos diversos que vão desde uma sordidez inexplicável até atos de bondade infundada recheadas de segundas intenções vindas de dentro para fora dos confins humanos.

Parece triste, parece fora da realidade,mas lá está o ser humano se entretendo e principalmente se divertindo com a tragédia ou com o sofrimento alheio seja lá quais níveis ele possa atingir.

Nossos pais deveriam reforçar a ideia de que quando não há a se dizer ou declarar é melhor que se cale, assim o silêncio se encarregará de preservar a imagem que temos de você ou quem quer que seja o orador.

O que dizer então da internet e do nosso globalizado mundo de onde as informações do outro lado do globo pipocam a nossa frente segundos após ocorrerem, sem filtros,sem cortes,sem qualquer senso do que pode ou não pode sem se criar uma discussão interminável e desnecessária sobre culpado ou inocente.

A falta de humanidade e um tanto de amor no coração faz com que a tragédia alheia seja disseminada aos montes,através de cliques rápidos que impulsionam ainda mais a compulsão por sangue de outras pessoas as quais tecnicamente não temos ligação parental ou de afeto.

Meio que deixamos de lado o fato de que uma hora ou outra podemos ser nós as vítimas da disseminação de uma tragédia da qual acabamos inseridos de forma involuntária, mas quase obrigatória.

O ser humano tende a isso, tende a aceitar a tragédia como uma forma de seu cotidiano, como de fato ela é,mas acabamos por nos tornar tão adaptados a esses fatos que agora procuramos tragédias novas ou mais premeditadas. Isso quando não reciclamos tragédias antigas com um toque a mais de dor e sofrimento ou um fato que antes havia sido deixado de lado ganhando frente.

São guerras em vão, discussões acaloradas daquelas que sabemos que não vão levar a qualquer lugar, mas que não adiamos, não deixamos para trás em hora nenhuma, por orgulho, por sede de combater ou por mera vontade de criticar mesmo.

O pensamento acompanha nosso psicológico e temos o psicológico totalmente adaptado para que vejamos o sofrimento alheio e disparemos opiniões a torto e a direito como se fossemos experts no assunto ou doutores em soluções aleatórias.

Já reparou quantos detetives temos para casos de assassinatos de repercussão? Quantas cientistas políticos para crises em meio a nosso congresso com opiniões difusas,mas com a clara certeza de que estamos certos acima de tudo.

Agimos com sadismo, sorrindo de forma cínica e acintosa para aqueles que nos desafiam e no interno, apenas nos ofendemos quando a tragédia alheia ultrapassa os limites do bom senso.

O problema é que sempre passa, mas cada um tem o seu limite e está sempre pronto para criar um ponto a mais afim de sair por cima de algo que não nos pertence. A tragédia é do outro, não é sua.

Claro, que seria excelente haver um consenso, uma união maior que impeça humanos de criar conflitos desnecessários e tragédias alheias para eles, mas vivas para nós, mas quem disse que a nossa natureza permite?

Ou criamos caso ou ignoramos. Ou abraçamos a causa ou fechamos os olhos e deixamos para lá.

A realidade é que não dá pra fugir.
Quem dera fosse possível apenas abrir um portal, estalar os dedos e viver em um mundo paralelo sem problemas e sem confusão. Seria ótimo, seria lindo, utópico talvez e certamente bem sem graça.

Corremos de confusão, mas se elas não existissem certamente arranjaríamos confusões e problemas novos. O drama vai existir sempre, até pra contrapor a felicidade. 

Resta a nós moldá-lo de uma forma que possamos exercer a compaixão com a tragédia alheia .

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Aquém de amigos


O mundo é bem grande mesmo, são milhares e bilhares de quilômetros de terra para lá e para cá onde você pode ir aos poucos conhecer um quinhão de pessoas.

Umas mais outras menos, aos poucos você amadurece primeiro os coleguinhas de escola, começa a contar nos dedos os mais chegados,os mais próximos, amigos de etapa a qual você os terá dentro de seu círculo pessoal e que depois acabam indo por aí conhecer mais gente, ver novos amigos.

Infelizmente tem uma hora que você se afasta.

Dos grandes amigos, dos bons amigos dos que nem eram tão seus amigos assim.

Mas você já parou pra analisar o que fez esse afastamento acontecer?

Brigas? Intrigas? Situações mal resolvidas ou um puro e simples relacionamento novo que fechou o resto do mundo.

Você teve mesmo que procurar alternativas, precisava respirar novos ares, mas melhor você explicar o por que desses novos ares serem respirados numa bolha que você mesmo criou e só faz diminuir o ar. Sufoca

Não sei se lhe contaram, mas quem não tem namorados ou namorada pra chamar de seu é solteiro, mas quem não tem amigos é sozinho.

A família vai te ligar vez ou outra, contar planos, sorrir para fotos em seus dias de folga e até naqueles onde você organizará pequenas confraternizações para o seu filho e para algum parente mais velho, mas coleguinhas também fizeram isso não é?

É bem fácil sorrir para fotos e dizer: "Tamo junto, conta sempre!", mas essa relação de amigos que dizem Eu te amo como se o repetissem para um espelho é muito simples, é bem descartável diria.

Falta a você a conciliação de sua vida com a vida além do seu relacionamento, além da sua família.

Ninguém prende suas pernas ao chão pra que você não voe por aí crescendo e amadurecendo como deve ser, na verdade as pessoas somente pretendem crescer também e para isso contam com as pessoas ao redor.

Claro que se recolher um pouco é bom, plausível para uma vez ou outra você repouse a sua cabeça e imagem diante de todos.

Contudo fazer disso uma rotina trará esquecimento, trará a posição de que você prefere se recolher a dar as caras. Vale lembrar que quem não é visto não é lembrado.

Tão logo será esquecido...

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Valoriza


Ei cara!

Quando você ler isso espero que já tenha aprendido que essa moça ao seu lado não está competindo com você.

Pra que isso? Pra que tanto interesse em ser o maioral dentro desse casal, aquele que ganha mais, aquele que se veste melhor e apenas olhe para o lado e vê essa garota aí deitada no seu ombro.

Não existe competição, não existe pódio, mas se seguir assim, pode ter certeza que haverá linha de chegada e ela não será boa pra você.

Espero que já tenha compreendido que da mesma forma que você tem seus amigos, ela tem os dela e pouco adianta espernear, gritar, fazer pirraça, vale até rolar no chão, mas não vai adiantar. É a vida, e se você tinha a sua antes dela, adivinha? Ela também tinha vida antes de você.

Encare o fato de que ela quer você, ela escolheu ficar com você, aproveita. Apresenta ela aos amigos mais chegados, aos colegas, aqueles que olham torto pra você seja lá qual for o motivo, leva ela na sua família, se abre e deixa ela chegar até aonde nenhuma outra jamais chegou.

Se abre com ela pra falar dos seus problemas, mas tenha a complacência e os ouvidos para ouvir os problemas dela também. Admita que você também vai ter momentos de sensibilidade, fragilidade e que se precisar de ajuda vai pedir assim como estará lá para estender a mão a ela nos momentos ruins.

Não é pra ser machão o tempo todo mesmo, não precisa disso.

Tente ser engraçado as vezes, mas espere um pouco para não ser o grande palhação de toda a vida. Há momentos em que se deve falar sério, ser os ouvidos que ela tanto quer e anseia para logo depois dizer o quanto ela é linda, mas não somente isso.

Descreve, dedique, identifique pontos em que você possa trazer de fora pra dentro, das suas entranhas e confins da alma para fora, para o tête a tête.

A envolva no frio e deixe a saudade pra lá, pare de controlar a dieta da menina, deixa ela comer o chocolate só por hoje e sair dessa rotina repetitiva de vida fitness que ela entrou apenas por você.

Por fim a ame, mas ame muito, ame mesmo,de todo o coração, não é pra ficar iludindo a coitada e tantas outras ao mesmo tempo.

Não estrague tudo mais uma vez...

Por que se for assim ela vai embora e vai se bom que ela vá embora.

Afinal você nunca a mereceu.

quarta-feira, 14 de junho de 2017

A despedida


Penso comigo que a vida é uma oportunidade.
Um tiro único que temos para realizar aquilo que queremos dentro de um prazo de tempo definido sem a nossa consulta.

Para uns tempo demais, para outros nem tanto tempo assim.
Triste lamento para algo que por incrível que pareça já nascemos predestinados a saber que vai acontecer.

Não pensamos em como evitar a morte afinal é ela a única situação irremediável da qual temos plena certeza que fatalmente ocorrerá uma hora ou outra. Contudo tentamos a todo custo nos preparar, criar algo que prolongue a vida e evite todas as consequências de uma despedida eterna.

Seria então a vida o grande problema de tudo?
Afinal, morrer não parece ser tão difícil para quem se vai, pelo contrário, padece de um descanso eterno em berço esplêndido onde conseguirá cuidar daqueles que ficaram para trás.

Dura a relação de quem fica, recheado de dor pela partida, ressecado pela saudade dos bons e até dos maus momentos em que o convívio com quem se vai é recordado e lembrado com um leve sorriso.

Não há conforto, realmente não há explicação para o fim. 
Vira-se uma estrela, tende a repouso, mas nosso coração preferia tê-lo aqui, conosco, rindo, feliz, nas horas boas e ruins onde tudo que precisaríamos era ir ao seu encontro ou buscar saber como vai a sua vida.

A ordem natural das coisas não é assim...

A morte surda caminha a nosso lado dia após dia e infelizmente não sabemos em que esquina seus lábios tocarão nosso rosto e iremos com ela rumo a eternidade.

Erramos em tratar a morte como um evento futuro, algo a acontecer sendo que ela toma conta de cada hora do nosso passado, nos trazendo para junto dela a cada segundo que vamos adiante.

Fica o legado, fica o sentimento de que poderia ter feito mais aqui, menos acolá, mas feito o que exatamente? Como?

Não sabemos ao certo nem mesmo como é a vida,então como saberíamos o que é a morte

Orem por nós, oremos por eles
Agradeçam por vós e agradeceremos por eles!

segunda-feira, 12 de junho de 2017

12 de Junho!


Ah que magnífica oportunidade para se celebrar a união, estreitar ainda mais os laços amorosos e expor o amor que une você ao seu namorado ou namorada. Parece ser uma data comum para alguns, daquelas onde os solteiros mesmo que neguem com veemência sentem uma pequena pontinha de vontade de abandonar a vida de livre,leve e solto para se amarrar a alguém.

Dia dos casais agradecerem ao companheirismo entre ambos durante todo o ano, mesmo que alguns ainda insistam que vale mais pelo comércio de presentes e para imitar a comemoração americana do dia de São Valentim.

E não pense que a data evita a todo custo a santidade, pelo contrário, ela existe exatamente por que no dia 12 é a véspera do dia de Santo Antônio famoso por ser um santo casamenteiro.

Projeção feliz para quem visa o namoro sério e recheado com a doçura do sentimento que tanto aclamamos como amor.

Penso que o dia dos namorados na verdade é todo dia, afinal não há dia certo para se declarar a quem se ama.

Afinal, há algo tão gostoso quanto namorar alguém que também deseja namorar você?

Não digo apenas por beijos,abraços, uma dose boa de sexo bom, mas sim de toda a cumplicidade e o relacionamento afetivo que invade a sua vida com uma multidão de sentimentos que por muitas vezes vão confundir, assustar, mas que calma lá, sem medo, vamos!

12 de junho vem com a missão de sacramentar a importância de outra pessoa em sua vida, não apenas para que você escolha um presente de valor baixo ou exorbitante e dê nas mãos daquele que ostenta o status de acompanhado na vida.

É mais do que isso.
É estar junto
É ser junto de outra pessoa

É amar,sim amar de um jeito que você pensa que vai explodir com as borboletas no estômago,mas que ainda se segura, mantém firme, impede de sair voando por aí.

Bem dizer que tem briga, tem vezes que se quebra a cara, tem muitas vezes em que se quebra a cara, mas é a vida. É assim mesmo.

Aproveite o seu dia 12, acompanhado,amarrado,enrolado,junto,perto,longe,separado,o que importa é aproveitar, se puder amar que ame, mas ame muito, afinal não é todo dia que é dia 12.

Feliz dia dos namorados!

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Inspiração


De onde vem a sua inspiração? 

De onde surge a chama que faz com que você tenha desde idéias mirabolantes que acabam dando certo até aquelas idéias rápidas e certeiras que acabam fugindo pelo ralo sem qualquer estimativa de funcionar.

Aquela motivação interior que parte de nós mesmos provenientes de fatores externos de nosso dia a dia, trabalho,família, possíveis conquistas profissionais e até mesmo um grande amor que motive e traga a precisão necessária para sua cabeça fervilhar.

A inspiração por de certo não vem todos os dias como uma fada após clamarmos que nos traga ideias e conceitos que adulem nossa confiança e trazendo cada vez mais gana de fazer escolhas concretas rumo aos nossos sonhos.

Entretanto um dia ela vem, num único golpe nos toma e faz com que levemente tudo a nossa volta ganhe contornos certos, perfeitos para a realização daquilo que queremos, desejamos e ambicionamos pela vida.

Os exemplos são grandes meios de inspiração. 
Desde os nossos pais que aos poucos fomentam nossa criação, fazendo com que tomemos pequenas formas de aprendizado e crenças que carregaremos para toda vida. Até o nosso trabalho onde um líder inspirador pode fazer com que busquemos alçar voos maiores e a evolução profissional.

Pessoas que enfrentam grandes desafios diários ou que passaram por experiências dignas de se recordar aos netos são fonte de uma rica inspiração para pessoas com problemas semelhantes ou com problemas aparentemente sem solução.

Ao acreditar passamos a ver que somos capazes e inspirados chegamos longe, talvez até onde o limite não seja mais capaz de nos segurar.

É bom frisar que a todo tempo estaremos sendo observados, seguidos de perto por todos os olhares possíveis independente do âmbito em que estamos. Profissional,pessoal, não importa, fato é que devemos estar sempre atentos e prontos para ser o exemplo daqueles que veem em nós um exemplo a ser seguido, uma inspiração.

Filhos,alunos, colegas de trabalho, amigos, pessoas que veem aquilo que produzimos em vida e que é perpetuado por nossas histórias de vida, temos de estar prontos para observar e sermos observados.

Prontos para aprender e ensinar todo o nosso aprendizado. Mesmo que de maneira involuntária ao próximo ou até mesmo aquele que nem nos conhece.

A cada atitude, boa ou ruim que realizamos estamos ali construindo e edificando a herança daquilo que será visto como nossa imagem, pode ser algo grandioso, heroico para ser lembrado e glorificado ou pode ser algo pequeno, bem pequenininho mesmo que gera toda uma corrente de admiração de outros pequenos gestos admiráveis e que transpiram e exalam toda a inspiração capaz de existir.

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Meu Primeiro Bebê.Doc (23)


(Pais de primeira viagem relatam as delicias e as amarguras da presença do primeiro bebê de suas vidas. Na série Meu Primeiro Bebê.Doc veremos relatos feito por pessoas que se despuseram a contar esse marco de suas vidas sem qualquer custo ou a precisão de revelar a identidade. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

Por Tayanne Mayara

"Eu e o marido nos conhecemos no ônibus,mais ou menos maio de 2009, sendo que era um ônibus que eu nunca pegava.

Peguei esse ônibus apenas um dia para ir a escola e ele era o cobrador. Conversei com ele um pouco, achei ele legal e quando eu ia descer ele me pediu meu telefone, dei por que realmente achei ele legal.

Ficamos mais um mês conversando e aos poucos ele foi me conquistando até que ficamos juntos pela primeira vez e estamos juntos até hoje.

Começamos a namorar pouco depois que ficamos pela primeira vez,isso era 02/06 do mesmo ano.

Em fevereiro de 2011 por algumas razões familiares ele foi morar comigo e com a minha mãe até que em 9 de janeiro de 2014 nos casamos de papel passado.

Ainda moramos com a minha mãe por três anos até que nosso apartamento ficou pronto e nos mudamos.

Sempre tive o sonho de ser mãe e as vezes falávamos de ter um filho quando tivéssemos vinte e cinco anos. Já tínhamos o nosso apê, então por que não?

Mas conversamos muito até ter certeza do que queríamos, fui ao médico, vi se estava tudo certo comigo, parei de tomar o AC e passados quatro meses veio o sonhado positivo.

Antes do positivo eu apenas desconfiei que estava grávida, mas não falei nada pro meu marido pois queria ter certeza.

Comecei a cair de sono no trabalho até que resolvi fazer primeiro um teste de farmácia no dia 27/08/2015. A noite sozinha em casa,cheguei, fui lá e fiz o teste,mas apareceu apenas uma listrinha muito clara que mal dava pra ver.

No fim de semana íamos a um casamento em Nova Serrana, no sábado então fiz um novo teste de farmácia e esse sim deu pra ver o positivo.

Na verdade os dois testes deram positivo, só que no primeiro ficou muito claro e o segundo ficou bem mais visível.

No casamento em Nova Serrana eu comecei a passar muito mal, até então apenas quatro pessoas sabiam do meu teste,mas eu ainda não tinha contado nada a meu marido.

Voltamos no mesmo dia do casamento e passamos o domingo passeando com a família no parque dos mangabeiras.

Era 31/08 quando saí de madrugada pra ir no Hermes Pardini pra fazer o exame, sendo que o resultado só iria sair ás quatro e meia da tarde.

Quase morri de ansiedade nesse dia.
Já com o resultado em mãos liguei pra minha mãe e confirmei pra ela que ela ia ser vovó.

Não dá pra ter uma ideia de como foi difícil ficar calada durante todos esses dias,sendo que agora tinha de pensar em uma maneira de contar pra ele.

Eu não queria contar pra ele e pronto.Queria fazer algo pra ele especial.

Com o resultado impresso, liguei pra minha amiga e pedi ajuda na surpresa pro Diogo a noite e que eu ia chegar antes dele.

Liguei também pra minha mãe e pedi uma caixa. Tipo essas caixas da natura. Ela tinha uma caixa vermelhinha que ela me entregou no meu serviço antes de eu ir pra casa.

Na minha casa eu tinha duas roupinhas de bebê que eram de crianças que a minha olhava e que ela ia desfazer,mas eu guardei pensando: Quando eu tiver um filho ou filha vai ser dele, isso por que tinha uma verdinha claro e uma rosinha.

Fui pra casa e coloquei as roupinhas na caixa, o teste de gravidez e fiz uma cartinha pra ele. Bati na casa da Renata a amiga pra quem eu tinha ligado e que é minha vizinha de frente e tem uma filha chamada Mariana que é muito apegada a mim e a ao Diogo nos chamando de tio.

Falei com ela que depois que o Diogo chegasse, tomasse um banho eu mandaria uma mensagem pra ela no whattsapp e que ela deveria bater na minha casa.

Conforme o combinado, depois que ele chegou,tomou banho e vestiu roupa elas bateram na minha casa e a Mariana que na época devia ter um aninho e pouco veio com a caixinha na mão e o Diogo não entendeu nada.

Ela deu a caixa pra ele e disse: Titio pra você!
E ele: Mas nem é meu aniversário.

Ele sentou conversando com a Renata e com a Mariana e abriu a caixa. Mas seguiu não entendendo nada, até ver as roupinhas e o exame de sangue impresso e virou pra mim e disse: Sério!? Você está grávida mesmo?

Ele ficou incrédulo, olhava pra mim, olhava pro papel, até que finalmente me abraçou e disse pra Mariana: Mariana, vamos ter um amiguinho ou amiguinha pra você!

Em seguida o marido da Renata que é pastor e que também é pastor ficou sabendo e orou pela nossa vida e pelo nosso bebê.

A descoberta da gravidez foi com cerca de quatro a cinco semanas e comecei a fazer o pré natal, mas tava tão pequenininho ainda que não consegui ouvir o coração, apenas vi que tava tudo certinho, tudo no lugar,mas o coração mesmo não deu pra ouvir.

Com o começo da gravidez veio também os enjoos. Eu passei mal a gravidez inteira.Tive enjoos excessivos, cheguei a vomitar sangue, fui pro hospital várias vezes por que eu ficava desidratada, então definitivamente não foi uma uma gravidez fácil, especialmente no começo onde eu perdi cerca de seis quilo e me sentia fraca,vomitava até mesmo bebendo água.

Nesse período meu marido me ajudava muito fazendo as tarefas de casa, por que tinha dias que eu não conseguia ir embora pra casa.

Eu pego dois ônibus para ir pra casa, mas tinha dia que eu não conseguia fazer isso e ficava na casa da minha mãe, mas só chegava e deitava. 

Vir trabalhar era no dia que dava por que tinha dia que eu ficava muito fraca e tinha de ir pro hospital, ficar no soro. 

Eu vomitei tanto durante a gravidez que tomei pavor de vômito, tenho até medo de engravidar de novo  e passar por essa parte toda de novo, mas nas outras questões a minha gravidez foi muito tranquila.

Nesse tempo eu quis muito comer jabuticaba e uma vez dobradinha, mas era comer e passar mal.

Começamos a sequência de ultrassons, fizemos o trans nucal e tudo certinho, mas não dava pra ver o sexo por que a Alice na época não colaborou, tivemos que fazer três ultrassons pra descobrir que era menina. Ela sempre fechava as perninhas e virava, sempre ficava quietinha, pra ter uma ideia fui descobrir o sexo estava quase fazendo cinco meses.

Mais pro meio da gravidez eu parei de vomitar com mais frequência e foi a época que ganhei um pouco de peso, comia muito açaí puro, mas não chegava a ser parte dos desejos por que eu perdia a fome sabendo que ia comer e passar mal de vomitar ou o estômago ia ficar doendo.

Aí passei a tomar o uvonal que conseguia com que eu tomasse ele e eu segurasse um pouco a comida, mas passava o efeito e voltava tudo, eu chorava e falava pra minha mãe que só queria tomar um copo de água sem vomitar.

Não queríamos cobranças então muitos amigos ,parte da família e até a minha sogra não sabiam que estávamos tentando engravidar, então fora no meu serviço que tive de contar rápido já que passava muito mal a maioria das pessoas só souberam quando eu já tinha três meses.

O nome Alice veio pelo nome da minha avó, já era uma ideia que eu tinha caso tivesse uma filha e meu marido tinha preferência por uma menina, eu apenas tive a confirmação de Deus quando um dia antes da ultra eu sonhei com uma menina no meu colo, passamos então a organizar o quarto dela e aguardar a sua chegada.

Depois que eu decidi ficar grávida, ter um filho, eu li muito, pesquisei muito o que era bom pra mim, o que era bom pro meu filho, tudo foi bem pesquisado. A cesariana é boa sim,mas quando você realmente precisa dela, então eu vi uma amiga que havia tido o Isaac no Sofia com um parto humanizado.

O marido dela ficou presente o tempo todo, além do médico ela teve uma doula. Então como eu não tinha plano de saúde e tinha de escolher um lugar do SUS, eu queria um lugar onde eu me sentia segura.

Comecei o pré natal no posto de saúde perto da minha casa e depois passei a fazer o acompanhamento no Sofia Feldman que na verdade sempre foi a minha primeira opção.

Lá eu tive a opção de fazer uma visita com a assistente social que te leva pra conhecer o hospital e meu marido sempre comigo o que me fez ir convencendo ele já que antes todo mundo falava mal do Sofia.

Então no pré natal de lá eles perguntam como queremos o nosso parto, quais as nossas expectativas,então você pode ter um plano de parto que eu acabei não fazendo, mas tive o acompanhamento de uma doula que apesar de não ser do hospital era alguém que estava sempre lá.

Até que me decidi totalmente pelo parto humanizado, já que eu queria um parto humanizado,era o meu corpo a minha opinião e eu queria que ele fosse respeitado,que a Alice fosse respeitada.

Eis que chega o dia vinte e oito de abril de 2016, eu já havia saído de licença a uma semana, eu saí numa quinta e a Alice nasceu na outra quinta, cheguei a sair com a minha vizinha pra ir ao mercado e a noite íamos ver um filme, mas eu me sentia um pouco cansada.

No dia vinte e oito por volta de uma da manhã, quase duas o meu marido estava na escala noturna e chegou mais tarde no dia, ele chegou mais ou menos uma meia noite, tomou um banho,comeu e deitou pra dormir.

Fui no banheiro, fiz xixi normal, levantei e vesti a roupa,só que aí desceu uma água e eu pensei: Nossa,será que eu fiz xixi na roupa?

Só que a minha bolsa rompeu, mas eu não perdi o líquido todo, eu perdi aos poucos o que me gerou um pouco de dúvida se a bolsa tinha rompido ou não.

Mandei uma mensagem pra minha doula perguntando se a bolsa tinha rompido ou não e ela me perguntou se eu estava sentindo alguma coisa, dor? contração? Mas eu não estava sentindo nada.

Ela me disse assim: Deita do lado esquerdo e observa se vai ter contração ou não.

Já estava tudo pronto, então voltei pra minha cama e bati no meu marido pra ver se ele acordava, por que quando ele dorme parece que está morto e falei: Amor, acho que a minha bolsa rompeu.

Como ele estava caindo de sono do jeito que ele estava ele ficou.Ele não levou fé.

Pensei: Vou deixar ele dormindo e vou me observando. E perguntei a Doula se eu já deveria ir pro hospital. Por ela já ter trabalhado lá ela me informou sobre o procedimento do Sofia que era de chegar lá e aguardar cinco horas pra ver se seria necessário induzir meu parto.

Eu tinha consulta ás seis e meia da manhã por que já estava fazendo um acompanhamento semanal no hospital.Então eu ia lá ás quintas feiras. 

Acabei de olhar tudo na bolsa, conferi documentos e passei a me observar, tomei um banho, não tive nenhuma contração, mas resolvei chamar o meu marido de novo e perguntei olha como a gente vai fazer, até por que na época não tínhamos carro, hoje temos, mas a Renata que sempre ficava com a gente no final da gravidez não estava com a gente no dia por que ela ia precisar dele. Então ele sugeriu deixar a moto com o cunhado dele e eu pegar o carro,mas que ela não avisasse ninguém até ter realmente certeza se eu estava entrando em trabalho de parto ou não.

A irmã dele concordou, meu marido foi lá buscou o carro e eu lá com trinta e nove semanas e quatro dias indo pra consulta, mas super tranquila, meu marido que ainda não tinha caído a ficha de que ia nascer.

Falei com ele: Coloca as bolsas no carro! Mas ele ainda não tava levando fé que eu só ia sair de lá com a Alice.

Passamos na consulta,me examinaram e perceberam que a bolsa tinha rompido, mas eu não tinha entrado em trabalho de parto, estava com o colo fechado e sem dilatação.

Já havia passado as cinco horas protocolares,mas eu não tinha entrado em trabalho de parto o que eles chamam de bolsa rota, mas no primeiro exame de toque que fizeram eu não tinha absolutamente nada de dilatação então eu internei pra induzir o parto.

A enfermeira obstetra então passa a te explicar tudo o que vai acontecer. Fui internada ás dez horas e colocaram então o primeiro comprimido para afinar o colo, algo que vai se repetir de quatro em quatro horas eu seria examinada para observar o progresso. Se o colo afinou? Se houve dilatação? São no máximo cinco desses no período de quatro em quatro horas.

Acontece que no período de dez da manhã até ás seis da noite eu já estava no meu terceiro comprimido, com o colo afinado, mas apenas com dois centímetros de dilatação,mas com o colo afinado eu já podia ser colocada no soro.

Ás nove da noite eles iam me examinar novamente, mas enquanto isso eu fazia caminhada,eu ficava na bola embaixo do chuveiro fazendo exercícios para a dilatação ,ganhei massagens da minha doula,ajuda do meu marido até que mais ou menos umas nove e vinte eu fui chamada a sair do chuveiro e eu já estava com dez centímetros de dilatação aí saí do pré parto pra ir pra sala de parto.

O meu parto não saiu como eu esperei, eu aguardei o tempo necessário para ver se o trabalho de parto começava sozinho, mas precisei de ajuda.

No parto humanizado você tem as suas vontades respeitadas ,escolhe coisas como se você quer comer ou não, se quer anestesia ou não, se quer o corte para ajudar a nascer, a posição mais confortável para o parto, como se fosse um parto normal, mas onde posso dar a minha opinião,mas dentro do possível.

Foi somente quando cheguei a sala de pré parto que avisamos a família que o parto seria induzido. Mas ás nove e trinta e cinco eu estava indo pra suite de parto com hidromassagem,banqueta, ferro pra segurar entre outras coisas que te ajudem a achar a melhor posição para que você tenha o seu filho e acompanhada da doula,do meu marido e da enfermeira obstetra.

As contrações passaram a vir bem forte, comecei a sentir vontade de fazer força, procurei uma posição melhor e ela nasceu ás dez da noite.

Veio direto pro meu colo e mamou no primeiro minuto.
Meu marido a abençoou e cortou o cordão e então foram cuidar dela e a médica de mim.

Viram a questão da placenta, tomei quatro pontos e depois a enfermeira me ajuda no banho e dá um lanche até levarem pro quarto junto com a Alice.

Ela nasceu com 47 centímetros e 2,750kg e no dia seguinte me ajudaram a como dar a pega correta e dei o primeiro banho nela. No dia anterior tinha chovido então não deram o banho,apenas a limparam e colocaram uma roupinha.

Fizeram alguns testes, ela tomou a primeira vacina ainda no hospital e no sábado tivemos alta.

O começo é de muitas descobertas e muitas fraldas. Há toda uma mistura de medo com felicidade, um verdadeiro turbilhão de emoções e noites e mais noites sem dormir com o peito machucado, mas ali parada admirando o seu filho dormir e percebendo o quanto Deus é perfeito.

O período de adaptação não é fácil, depois ainda vem as cólicas, mas não trocamos por nada nesse mundo. Ela foi a nossa melhor escolha, nosso maior presente de Deus.

Pense num amor que só cresce, o primeiro toque que nunca mais esqueceremos, pois é. Quando nasce um filho, nasce também um pai e uma mãe, cheios de medo e insegurança,mas com um coração que transborda amor."

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Maturidade e Experiência


Temos a grossa mania de confundir experiência com a maturidade, talvez por ignorar que devemos passar pela experiência,adquiri-la e trazê-la até nós e que mesmo que elas estejam diretamente relacionadas á maneira como vivemos a nossa vida é preciso diferencia-las.

Uma é mais ligada a nosso emocional, a intensidade daqueles momentos em que vivemos a outra com a sabedoria que vamos adquirindo a medida que existimos, a medida em que vivemos a vida.

Logo,aquele bom conceito de viver dez anos a mil, vivendo a vida com intensidade e pulando de ponta a cada plano que surgir pode gerar uma experiência vasta cheia de nuances interessantes, mas sem qualquer maturidade precoce.

Problemas e dificuldades na vida por outro lado podem trazer a responsabilidade ao peito, fazendo com que tenhamos um crescimento mais rápido daqueles que são obrigados pela vida a crescer.

Generalizar pode ser algo que banalize, meio que virar pra alguém e o apontar como velho por gostar de coisas que nem todo jovem comum gosta.

Se eu prefiro ficar mais recluso e jogar damas ou qualquer outra coisa que envolva meus pensamentos em calma e reflexão não quer dizer que sou velho ou tampouco maduro, apenas que ou sou mais adepto de não me exercitar tal como um jovem entregue aos salgadinhos e o vídeo game ou que apenas tenho preguiça mesmo.

Por outro lado há quem goste de movimento, balada, de ver gente e aglomera-las para sentir as coisas acontecerem, mas que concilia bem essa vida cheia de movimento com responsabilidades que muito pai de família deixou pra lá antes e depois de ter os filhos.

Saber conciliar, esse é o ponto, saber a hora de falar sério, saber a hora de rir e se divertir, relaxar um pouco e esfriar a cabeça e até mesmo a hora de saber falar propriamente.

A data de nascimento na carteira de identidade não forma a cabeça de quem quer ser responsável, as vezes se adquire isso, as vezes se nasce com a responsabilidade pronta. Até por que nossas crianças hoje já saem quase falando, nossos jovens se engajam por muitas coisas sérias e precisam se envolver cada vez mais. 

E nosso velhinhos...

Próprios de uma vontade cada vez maior de viver e com a jovialidade que impressiona qualquer menininho por aí e até mesmo os marmanjos que beirando os seus quarenta não saíram da barra da saia da mamãe.

Há quem regrida, aprendeu muito, apanhou muito, cresceu e amadureceu como deve ser, mas repassa mal aquilo que sabe, muitas vezes fazendo o oposto daquilo que deveria e entregue a própria sorte de criticar o amadurecimento de quem é diferente, de quem adquiriu experiências e maturidade de outra forma.

Crescer e amadurecer essa é a questão que envolve como fazer e como conciliar. 

O que importa é que você mesmo esteja satisfeito hoje e esteja ainda mais satisfeito amanhã com aquilo que você se tornou, o problema pros outros é observar demais, deixar de crescer a si próprio para podar o crescimento alheio.

A grama do vizinho não é mais verde por que ele tem sorte ou por que foi plantada e colhida com mais afinco. Ela é assim por que enquanto a grama crescia do lado de lá, você observava e deixava de regar o seu crescimento e a sua vontade de amadurecer.


segunda-feira, 5 de junho de 2017

Nosso mundo invejoso


Apesar de as vezes não parecer o mundo é algo bem grande, daqueles onde podemos abrigar milhões,bilhões de pessoas sem que perca o espaço.

Por incrível que pareça não é bem assim. 
Temos a infelicidade de ter pessoas vazias demais.
A ponto de ocupar o espaço de outra e acabamos parados na tola lógica do "mundo cheio de pessoas vazias"

Cada vez mais a rotina e o medo conduz as pessoas num caminho cômodo onde tudo acaba se tornando cada vez mais automático. Acontece que não se vive por completo quando se tem medo.

Levantamos de manhã, tomamos nosso café apressados para logo sair e enfrentar uma boa dose de trânsito e em seguida nosso trabalho com o qual muitas vezes não estamos satisfeitos, para voltar pra casa, tomar um banho e ou dormir ou forçar uma breve diversão que provavelmente não chegará.

As pendências ficam pelo caminho, sexo,amor, felicidade, pra que isso?
No máximo reunimos força e coragem para dormir e tentar entre os intervalos dar uma olhada resvalada em nossas redes sociais afim de arranjar uma breve distração para o fim de semana.

Se envolver?
Pra que!? Em um mundo egocentrista como o nosso se envolver é cada vez mais raro.

A insegurança de ir e honrar aquilo que diz e pensa acaba ruindo. E se você não sabe nós atraímos pessoas que se parecem mesmo que de forma inconsciente.

Seja então aquilo de melhor que você puder ser, caso contrário você sabe o que voltará para você

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Por mais intimidade entre nós



Vivemos um tempo de superficialidade,tanto como vivemos de aparências infelizmente,tanto que acabou por ser difícil surgir quem aprecie a companhia das outras pessoas nos mínimos detalhes.

Encontrar pessoas, o ao vivo, cara a cara, ou o olho no olho como preferir acaba por se tornar menos atrativo do que realmente encontrar as pessoas. 

Damos preferência a conversas secas, as selfies promovendo os encontros que podem nem ter sido tão bons assim,sem intimidade,sem profundidade, sem a proximidade de quem realmente deseja se encontrar.

Já viu aquela lógica de que o lugar onde estamos pouco importa desde que estejamos com boas pessoas, pois é a mais pura verdade.

Não adianta irmos a um lugar sensacional se nele estarão apenas pessoas que pouco se importam por estar ali.

De que adianta ir a praia se vestirmos casacos em pleno dia de sol? 
De que adianta ir a Disneylândia se não for pra bater foto com o Mickey?

É preciso que as almas estejam dispostas
É preciso que as pessoas desejem estar aonde devem estar e olhem nos olhos de outras pessoas para fazer e dizer coisas que independem de dinheiro,hora ou lugar.

A comunicação deve ser estreita entre as pessoas, seja ela expressa em palavras ou nos melhores silêncios, afinal o silêncio é uma expressão imensa.

Dentro do silêncio é que ouvimos mais, vemos as entrelinhas daquilo que nem foi dito, prestamos atenção a melodia daquilo que nos é dito seja ela uma boa melodia ou algo com a entonação ruim,acolhe-se ao coração e vibra-se os olhos.

E isso pode ocorrer em qualquer lugar, seja na esquina se deliciando com um "podrão" ou dentro do melhor e mais caro iate que se possa imaginar. Em dado momento perceberemos coisas obvias que antes não eram tão perceptíveis assim.

Desde o ir e vir das pessoas até a inexplicável beleza da vida que é o fato de acordarmos todos os dias e sairmos por aí devemos fazer do simples o nosso lema para nos encontrar.

Assim um dia concluiremos que não importa o lugar,mas sim a companhia e que logo mais poderemos perceber que nossa existência vai muito além de um simples existir.

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Meu Primeiro Bebê.Doc (22)


Por Danielle Cristina dona do Instagram @mundorosadabianca

"Conheci o pai da minha filha quando eu tinha apenas treze anos. Demos uns beijos, mas ficou nisso, sendo que só fui reencontra-lo três anos depois já com dezesseis na rua da minha casa quando ele sem qualquer planejamento foi encontrar o pai dele. Na mesma noite ele pediu para namorar comigo.

Minha vida que antes era só de casa para a lanchonete onde eu trabalhava havia ganhado algo totalmente inexplicável.

Com um ano e pouquinho de namoro eu estava com dezoito anos e estudava no terceiro ano do ensino médio quando descobri que estava grávida. 

Eu não tinha vontade de engravidar na época e já tinha decidido estudar.

Foi ele quem pegou o resultado para mim. Minha menstruação estava atrasada e isso já era algo comum, pedi apenas que ele pegasse o resultado na médica a quem eu havia pedido um remédio anticoncepcional.

Mas ela não poderia me passar remédio algum sem saber se eu estava grávida, fato que na minha eu tinha certeza que não estava.

Por ser comum a minha menstruação atrasar eu nem esquentei até que ele me ligou e disse: "Amor! É um menino

Eu sabendo que ele é brincalhão duvidei e falei que era mentira e que ele me entregasse o resultado quando eu fosse descer para a escola,mas quando eu fui abrir o resultado e vi realmente o positivo logo esquentei a cabeça e pensei que a minha avó ia me matar.

Na época eu ainda morava com ela, cursava o terceiro ano e ele lá todo feliz da vida dizendo: " Calma amor! A gente dá um jeito.

Ele foi até a casa da minha avó, contou pra ela que disse logo que já sabia, que eu estava dormindo muito. Afirmou apenas que não queria que a minha barriga crescesse comigo na casa dela.

Sendo assim meu marido começou a construir nossa casa e eu continuei na escola até concluir o meu ensino médio.

As primeiras consultas foram bem tranquilas, eu adorava, por que ali via o carinho e o cuidado que eles tem com a gente enquanto estamos gestantes. Engravidar tem toda aquela tensão de todo mundo saber, mas depois que todo mundo sabe é muito gostoso, eu pelo menos amei.

Fora que eu podia comer todas as coisas simples e gostosas que eu desejava, salgados fritos,assados,melancia,feijoada, feijão tropeiro ,churrasco.

Eu falava que queria um menino, já meu marido não tinha preferência e dizia que vindo com saúde era o que importava,mas só fomos ter certeza no sétimo mês de gravidez, pois em toda ultra ela ficava com perninha de índio na minha barriga.

Meu marido ficou super alegre,eu também e acredito que mesmo que a gente tenha uma preferência ela deixa de existir quando a gente vê que tá lá na barriga da gente, independente do que seja já tem um amor com certeza.

Ele não queria que eu escolhesse o nome, por que eu ia colocar Ana Laura, mas minha avó também não gostou e então coloquei Bianca Fernandes Pereira.

Antes da descoberta do sexo aos cinco meses tivemos um grande susto ao fazer o ultrassom morfológico. A moça da ultrassonografia não conseguia ver os dois rins da menina, via apenas um e marcou uma revisão onde também não conseguiram ver.

Fiquei desesperada, mas felizmente era apenas pela posição que a bebê estava, até que no sétimo mês junto ao sexo conseguimos ver tudo direitinho.

Quando cheguei a trinta e seis semanas de gravidez eu não sentia nada, dores,cólicas, no máximo muitas dores nas costas. Ao chegar a trinta e oito semanas eu passei a sentir pequenas dorzinhas só que eu ia até o hospital e viam que tinha apenas um centímetro de dilatação e eu voltava pra casa.

Até que com quarenta semanas eu cheguei ao Márcio Cunha que é o hospital de Ipatinga e a minha barriga contraiu na mão da enfermeira que me mandou para outro médico para me avaliar, mas não me internaram por que eu ainda tinha de um para dois centímetros.

Ele então me pediu uma ultrassonografia e eu acabei ficando lá até o outro dia pela manhã para fazer a ultra. Quando o rapaz disse que o meu líquido estava baixo o médico disse que iria induzir o meu parto por eu já ter quarenta semanas.

Fui para a sala de pré parto, coloquei o primeiro comprimido e nada.
Coloquei outro e nada de novo.

Cheguei no hospital dia vinte e oito de fevereiro e ganhei a Bianca no dia dois de março.

Eu sentia as cólicas para ganhar a menina, mas não ganhava. Aí me colocaram no soro e aí sim começou a dilatar e eu sofri, de tomar trauma de ter parto normal.

O parto aliás foi tranquilo, o dolorido é a dor de cólica, depois que nasce é tudo maravilha.

Fiquei super feliz que o meu parto foi normal, fim das dores e aquela menininha, minha filha,a maior alegria da minha vida.

Hoje ela é o xodó do pai dela que brinca,abraça todos os dias e enquanto ela dorme fica lá igual bobo beijando ela.

Hoje sou ainda mais feliz, por que tenho ela e mesmo que qualquer problema apareça, tenho o abraço dela e parece que tudo melhora por que filho é filho o maior presente que Deus pode dar a uma mulher.