segunda-feira, 30 de outubro de 2017

O tempo passa? Não passa



Por Carlos Drummond de Andrade

O tempo passa ? Não passa
no abismo do coração.
Lá dentro, perdura a graça
do amor, florindo em canção.

O tempo nos aproxima
cada vez mais, nos reduz
a um só verso e uma rima
de mãos e olhos, na luz.

Não há tempo consumido
nem tempo a economizar.
O tempo é todo vestido
de amor e tempo de amar.

O meu tempo e o teu, amada,
transcendem qualquer medida.
Além do amor, não há nada,
amar é o sumo da vida.

São mitos de calendário
tanto o ontem como o agora,
e o teu aniversário
é um nascer a toda hora.

E nosso amor, que brotou
do tempo, não tem idade,
pois só quem ama escutou
o apelo da eternidade.

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Uma hora a chuva passa



Vai haver um tempo onde por mais que pareça estranho você vai desejar que chova.

Mas vai desejar que chova muito, chuvas daquelas torrenciais lave a alma e leve toda a maldade ou resquício dela que possa restar em nossa vida.

O mundo dá voltas e os antigos não cansavam de afirmar que depois da tempestade vem a bonança ou para alguns o arco íris com o pote de ouro no fim.

As flores precisam de chuva para florescer tal qual nosso corpo precisa da água para se fortalecer e cristalizar a alma de amarguras daquelas que só um tempo ruim pode fazer lembrar.

Ao encarar a chuva passamos a valorizar o tempo bom. O sol quente da manhã e o tempo aberto que faz a luz entrar em nossos quartos e vidas sem qualquer opressão para voltar por onde veio.

Quantos trovões e vendavais são precisos para que uma chuva se torne forte o bastante para varrer nossas impurezas pelo ralo? 

Certas tempestades são mais longas do que as outras e podemos crer que a chuva de sentimentos pode trazer mais devastação do que um furacão nível cinco.

Talvez isso auxilie nosso senso de proteção. Fazer valer o fato de que não devemos e nem precisamos nos proteger daquilo que é tão perigoso para nós.

Tudo bem que mares calmos não fazem grandes marinheiros, mas tem vezes que não é preciso encarar tantos mares revoltos.

Ok! Melhor não deixar de apreciar e participar desse espetáculo que é a chuva,mas por que não apenas esperar que o temporal passe, por que afinal ele vai passar e escolher um bom lugar seguro.

Não é questão de medo da chuva, mas quando elas tem motivo específico,melhor se resguardar,poupar fôlego e aguardar a volta da serenidade. 

Afinal uma hora passa, uma hora tudo passa.

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Meu Primeiro Bebê.Doc (40)


(Pais de primeira viagem relatam as delicias e as amarguras da presença do primeiro bebê de suas vidas. Na série Meu Primeiro Bebê.Doc veremos relatos feito por pessoas que se despuseram a contar esse marco de suas vidas sem qualquer custo ou a precisão de revelar a identidade. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

Por Bárbara Sales

"Conheci meu namorado ainda na adolescência, mas não tivemos muito contato, pra falar a verdade, um não ia com a cara do outro, mas quando é pra ser o destino ajuda né!?

Era 15 de abril de 2016, comemoração do aniversário de uma amiga de serviço. 

Chegando lá já bati o olho num menino de sorriso bonito que conversava com todo mundo.Quando fomos apresentados eu falei que achava que o conhecia de algum lugar e ouvi da minha amiga: Conhece dos seus sonhos!

E foi ela quem passou a noite toda tentando me juntar com ele,sem sucesso, pelo menos naquele dia. Não rolou, não era pra ser ali.

Tive outros relacionamentos bem conturbados, mas com o pai do meu filho foi diferente. Ao começarmos a conversar fui mudando o meu jeito de ver a vida. Logo me apaixonei,assim mesmo,tudo muito rápido, muito intenso, muito verdadeiro.

Eu sempre tive o sonho de ser mãe,sempre amei crianças,mas mesmo assim foi um susto.

Minhas calças não fechavam, meu peito inchado e a menstruação bem atrasada, mesmo assim quando ouvia de alguém que eu podia estar gravida só sabia responder que era apenas gases.

Me convenceram a fazer logo o exame de sangue e acabar com a dúvida,ai veio o positivo. Travei.
Não sabia o que fazer, muito menos o que pensar, estava feliz e desesperada ao mesmo tempo. Não foi planejado,mas foi o presente mais lindo que recebi.

Minha mãe me acompanhou no primeiro ultrassom. Eu não sabia o que ia acontecer ali.

Quando eu escuto a primeira vez o barulho como uma escola de samba e o médico dizendo: Parabéns mãezinha, já conseguimos ouvir o coração do seu bebê.

Tanta felicidade que eu não me aguentava e as lagrimas escorreram ali mesmo. Meu celular sem bateria, eu gravando um pouco do celular dela e enviando pro meu namorado pelo whattsapp e assim decidimos que minha mãe me acompanharia nas consultas e ele nos exames.

Aliás cada exame era uma graça diferente. Tchauzinho,linguinha pra fora, mão na boca, fechar perninha pra não ver o sexo, virar pra não ver a nuca, eu sempre achava tudo, cada pedacinho até mesmo a orelhinha. 

Não era apenas a minha barriga que crescia, mas principalmente o meu amor pelo meu bebê.

Graças a Deus tive o apoio do meu namorado desde a descoberta. Ele me tranquilizou e me deu força em momentos de desespero,não soltou a minha mão. Eu sabia que ele estaria ali durante a gestação, no parto e em todos os momentos do nosso pequeno.

Nunca tivemos preferência pelo sexo, o importante era que viesse com saúde. Minha família e amigos queriam um menino. A família e os amigos dele uma menina, dessa forma os nomes foram surgindo.

Se fosse menina seria Valentina, enquanto se fosse menino já rolava aquela dúvida Davi,Lucca,Enzo e até algumas sugestões engraçadas como Cristal.

No dia de fazer a ultra para saber o sexo comi até um chocolate para ver se ajudava,mas foi pura ilusão, não funcionou. O médico custou, mas conseguiu ver e nos deu a notícia de que era um meninão.

Fui uma grávida boazinha, sem muitos enjoos e desejos. Na metade da gravidez queria uma empada e no finalzinho sonhei com fanta uva,acordei até com água na boca e não sosseguei enquanto não comprei.

Sempre fui muito ansiosa e estava louca pra ver o rostinho do meu bebê e ter ele nos braços. As últimas três semanas fiz o acompanhamento direto na maternidade e caso atingisse as quarenta e uma semanas sem qualquer sinal teria de fazer a indução do parto.

20 de Abril e nenhum sinal, nada. Minha mãe me acompanhou na parte da manhã no hospital e iria trocar com o meu namorado no horário de almoço.

Chegamos na maternidade ás sete da manhã e ás dez horas começamos o procedimento com o primeiro comprimido e o trauma eterno da posição de indiozinho.

Subi e desci escadas, andei por todo o andar e nada. Vamos para o segundo comprimido e logo no começo da noite começaram as temidas contrações.

Eu não aguentava de dor, foi tão intenso que eu vomitei algumas vezes perdendo as forças. 

Fui pra sala de pré parto e me deram plasil na veia por duas vezes, perdi a conta de quantos banhos eu tomei, só sabia chorar e implorar por uma cesárea até que ás três da manhã o médico conversou comigo e me disse que não poderia fazer uma cesárea aquela hora e que ele poderia estourar a minha bolsa para agilizar a minha dilatação.

Fui teimosa no começo,mas logo deixei. Não adiantou muito, segui sentindo dores até ás sete da manhã quando o médico disse que eu estava com oito centímetros de dilatação e ia poder subir pro bloco cirúrgico e ter a tão esperada anestesia.

Meu namorado até assustou quando chegou no bloco e já me viu sentada,conversando,animada.

Achei que tinha chegado o esperado momento de conhecer o meu príncipe, mas nada. Passou o tempo da anestesia e as dores voltaram ainda mais forte a dilatação não progredia e o jeito era partir para a cesárea.

Tiraram meu namorado da sala mais uma vez e aquela correria para ligar os equipamentos,mais anestesia e quando estava quase tudo pronto meu namorado voltou e assistiu o parto sentado para teoricamente não passar mal.

Ás 10:28 do dia 21 de Abril ouvi o chorinho dele. 

Já estava louca para ver o rostinho dele e perguntava a todo momento ao meu namorado o que estava acontecendo. Os celulares aquela altura estavam sem bateria então não teríamos como registrar aquele momento lindo.

Até que um anestesista ofereceu o celular dele para que tivéssemos registros do nosso primeiro contato.

Infelizmente ele ainda teve que ficar um tempinho no banho de luz por estar um pouco amarelinho e eu sofri junto já que queria ficar agarrada a ele e só podia fazer isso na hora de mamar.

Hoje meu príncipe está com cinco meses, super esperto,saudável.

Ele nasceu e eu renasci e aprendo a cada dia mais já que a minha vida passou a ter um sentido diferente e é você. Enzo Gabriel!"

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

O amor acima das coisas


Tem hora que precisamos ter a coragem de arriscar.

Perder o medo de ir em frente e quebrar a cara, se queimar no mundo repleto de regras que apenas nos impedem de caminhar e vetam nosso sonhado progresso.

Tá mais que na hora de deixarmos de ser a vítima de todas as situações e seguirmos sempre com as lagrimas a frente dos sorrisos alimentando o ego alheio e barrando as nossas vontades.

Chega de perdoar o imperdoável. Chega de amar mais os outros do que a nós mesmos a ponto de nos oprimirmos pela confusão dos outros.

Melhor não declarar vingança contra nós mesmos e parar de insistir em algo totalmente sem futuro apenas por que tanta gente disse que vai dar errado e você enfiou na cabeça que pode dar certo.

O amor é enorme, muito maior do que o que nós pensamos e por não saber ao certo o seu tamanho acabamos muitas vezes engolindo aquilo que podia ser dispensado,aceitando pessoas que apenas nos fizeram perder tempo.

Quantos tiros mal dados!

A verdade é que na esmagadora maioria das vezes poderemos contar apenas com nós mesmos. E em todas as vezes deveremos apostar em nós antes de qualquer outra pessoa.

Nosso coração não é lá muito bom com caminhos e trajetos, por isso ele se perde tanto dando a necessidade de ser ajudado ao coração. Daí a todas as possibilidades de caminhos,as dúvidas e indagações capazes de enlouquecer até o mais precavido dos amantes.

Você é feliz assim? 

Nossa liberdade não termina ao começar a liberdade do outro,ela dá seguimento em paralelo e ao interferir e se cruzar com a do outro aí sim entendemos que algo está errado.

Nossas escolhas vão dizer pra onde iremos e por isso é preciso esquecer medos, desconfianças e arriscar. Dessa forma mesmo que estejamos contra a corrente, contra a maré revolta quebraremos a cara de vez ou deixaremos que outra pessoa quebre a cara por nós.

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Amores de um homem


Sempre ouvi falar que coração dos outros é terra que ninguém pisa. Verdade concreta essa exceto pelo fato de que muitas vezes as pessoas tiram seus corações do corpo e o utilizam como tapete para qualquer um deixando que eles sejam pisoteados a reveria como se pouco importasse de onde ele vem e principalmente para onde ele vai voltar.

Se dizemos que as mulheres são difíceis de se compreender devido as suas nuances,mudanças bruscas de humor e vontades aleatórias o que dizer do homem. O ilusório "sexo forte" que nada mais é que o sexo frágil escondido, aquele que se permite apenas pelo dizer ser homem,assim mesmo sem mais delongas.

Não se sabe quantas vezes um homem ama e nem o quanto ele é capaz de amar e transmitir amor por aí. Talvez comece cedo,tarde,talvez ame uma única vez na vida, mas o que sabemos é que quando ama ele é intenso, firme,vigoroso, único.

Amor esse que pode começar na infância, no sorriso da mãe, no afago do pai, quem sabe nos brinquedos que ele tanto ama brincar.

O tempo vai passando e logo ele compreenderá que há todo um mundo para ele amar e se deixar amar. 

Ele viverá por aí amando o mundo, plantas,animais,carros, mulheres e se permitirá receber tudo de volta de uma forma maior ou menos do que aquilo que ele dará.

Covardes não serão aqueles homens que amam e choram por seu amor,mas aqueles que deixam de amar e por isso choram solitários ao relento escondidos aquele amor que ele não se permitiu deixar amar.

As pessoas vão passar pela vida dele. Muitas pessoas. Altas,magras,grandes,gordas,baixas. Talvez ele ame todas elas, talvez encontre apenas uma em todas elas.

Parafraseando Martinho poderão vir mulheres cabeças, desequilibradas, confusas,de guerra e de paz, mas apenas uma, somente uma lhe satisfará com a felicidade que está lhe traz.

O mundo é de amores únicos, muitas vezes monogâmicos,daqueles onde os homens podem prometer o céu, a lua e todas as estrelas mesmo sabendo que não conseguirão tamanho amor, eles sabem que não vão morrer sem tentar.

Ao menos uma vez na vida o homem tentará amar com todas as forças, de forma louca, inconsequente, solta, da maneira dele ele dará amor.

Caso não tenha recebido ainda todo o amor de um homem, aguarde, um dia talvez ele virá, ou talvez não. Talvez você esteja apenas destinada a observar e assim como muitos compartilhar seus milhares de amores dedicando apenas alguns belos e inesquecíveis momentos onde todo o amor de um homem sera seu.

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Senso de gratidão



A gratidão é certamente um dos mais nobres sentimentos que podemos ter. Dotado de uma pureza que faça com que as pessoas que as tem sejam ainda mais felizes tendo em vista que serão gratos pelo básico do que recebem e possuem.

Gratidão é portanto a capacidade de agradecer e reconhecer que alguém,algo e aquilo que fazemos é uma atitude de carinho ou bondade da vida para com a gente.

Ter gratidão é fundamental para que nos tornemos pessoas melhores,mais sensatas e capazes de auto completar a vida sem a ilusão de histórias criadas da própria mente onde temos que se completar, enfrentar ou sempre dar algo em troca pelo que fazemos.

A vida não se faz de barganhas. 

Aquilo que damos muitas vezes não iremos receber,até por que mal sabemos como aquilo será aproveitado. 

Perdemos o muito no futuro, pela pressa de se obter o já, o agora e o imediato.

Imediatismo tolo esse que coloca as pessoas dentro de uma responsabilidade que não lhes cabe. Bastaria agradecer pela presença e tudo seria cada vez melhor.

Dizem por ai que todas as noites ao pedirmos em oração que "Livrai-nos de todo o mal" esquecemos também de agradecer por todo o bem que nos é dado. 

Agrados e elogios são bem vindos, mas de que adianta se eles são falsos e ditos da boca pra fora apenas para agradar e se obter o que se deseja.

Seja grato por aquilo que tem e pela forma que chegou até o seu objetivo. Os fins justificam os meios e acredite mesmo que você agradeça permanentemente por algo que obteve sem méritos o mundo vai girar e logo você terá desagradáveis surpresas.

Caminhos bem obtidos, respostas esclarecedoras e lívidas de questionamentos vagos geram felicidade dentro de um coração que será sempre grato por existir.

É isso!

Ao invés de se prolongar e desejar, deveríamos mais agradecer e ser gratos por ter a chance de ir em busca de um sonho, de conquistar feitos ou claro de bater cabeça sem obter sucesso.

Uma tentativa frustrada pode valer ouro ali adiante e agradecer os fracassos pode muitas vezes nos conduzir ao sucesso numa outra oportunidade.

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Meu Primeiro Bebê.Doc (39)


(Pais de primeira viagem relatam as delicias e as amarguras da presença do primeiro bebê de suas vidas. Na série Meu Primeiro Bebê.Doc veremos relatos feito por pessoas que se despuseram a contar esse marco de suas vidas sem qualquer custo ou a precisão de revelar a identidade. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

Por Roberta Gonçalves

"Me chamo Roberta e conheci o pai do meu filho no bairro onde moro atualmente. 
Eu sempre o via passar com cabelos grandes e por isso,sempre que ele passava eu mexia com ele, no entanto quando ele virava eu o chamava de feio e horroroso.

Isso foi até que ele cortasse o cabelo, por que aí passei a mexer com ele por outros motivos.


Mas a aproximação mesmo se deu por uma amiga nossa que nos apresentou e deu início a nossa história de um namoro que durou sete anos até o casamento.


Logo depois que me casei acabei me descobrindo grávida. Digo descobrindo pois acreditava que estava com uma infecção e não era bem isso.


No começo eu não aceitei muito bem, me achava nova na época com vinte e dois anos e ainda tinha muito pouco tempo de casada, mas isso logo passou dando lugar ao amor e aquelas preocupações que as mães tem.


Eu bem que desejava uma menina, mas quando tive a certeza que era um menino foi só alegria.


Logo pensei no nome dele como Pedro Henrique, mas minha ex cunhada também engravidou na época e disse que colocaria esse nome, então ouvi o nome Caio Henrique no rádio e me decidi.


No geral foi uma gravidez muito tranquila,com o pai sempre por perto acompanhando tudo.


Eu morava no Justinópolis na época da gravidez e trabalhava no Nova Granada então mais que um desejo adquiri o vício de chupar uvas no caminho pra matar o tempo, mas foi tudo muito tranquilo ao ponto de eu ficar trabalhando até o dia vinte e um e ele nascer no dia vinte e três


Um garoto saudável, mas muito chorão a ponto de que eu o levasse ao médico para saber se era normal tanto choro, mas não havia nada de errado."

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

É preciso conhecer a tristeza para se obter felicidade


Já parou pra pensar que cada vez que acordamos e deixamos nossas camas e casas para sair para o nosso dia a dia passamos a encontrar pessoas pré programadas para acreditar única e exclusivamente na ideia de que teremos um fluxo de felicidade pleno sem interrupções e sem um fim abrupto ou mediante avisos.

Passamos a crer também que ao defrontarmos a tristeza ela é algo terrível e capaz de alocar um desespero gigantesco.

Ao contrário do que tanto pensamos, tanto tristeza quanto a alegria tem papeis importantes e de igual valor para as nossas vidas. Ao contrário do que diziam Cássia e Nando o mundo não está ao contrário sem que ninguém reparasse.

Tristeza e alegria são dependentes um do outro e é preciso um sentimento para que se conheça o outro. Afinal se ficássemos alegres todo o tempo como poderíamos compreender o que estar alegre ou simplesmente feliz se não houvesse mais o que sentir.

Logo estaríamos confundindo o sentimento de alegria e felicidade com outros que iriam desde a tristeza,a melancolia e até a depressão. Banalizando o que sentimos tal qual fazemos com o amor que de tanto se descrever acabou por não se permitir ser descrito, explicado e muitas vezes nem compreendido.

É emocionalmente impossível que sejamos cem por cento felizes, plenos e alegres e sorridentes a todo tempo,até mesmo para que não nos tornemos chatos demais ou alvo de uma repulsa de inveja e rancor de pessoas que não compartilhem do mesmo sentimento.

Basta reparar que para alguns a cobiça pelo sentimento alheio não vai necessariamente apenas para bons sentimentos. Há uma necessidade humana quase que fisiológica que faz com que mesmo nos momentos de tristeza exista uma competição, uma corrida para saber quem pode ser mais triste, mais reclamão de uma vida não satisfatória ou basicamente o mais fracassado.

Fosse a alegria um sentimento ininterrupto ela então deveria servir de base para os outros sentimentos,sendo que ao sermos acometidos pela tristeza nosso mundo interno desabasse de uma só vez,sem rodeios,teatros ou pequenos ataques. Um único e mortal golpe.

Ao oscilarmos os sentimentos aprendemos que podemos apreciar ainda mais os bons momentos o que nos levará a valoriza-los mais,assim como teremos mais gana de superar as adversidades e momentos ruins que nos farão crescer mais e mais até que possamos gozar da alegria novamente.

Claro que é muito melhor ser feliz, lutamos mais para isso e convenhamos que nos afogar em lagrimas de tristeza realmente não é nada agradável, mas pense que é exatamente nos momentos de tristeza que passamos a nos conhecer mais,mergulhando em um processo de auto conhecimento onde inconscientemente estamos isolados o suficiente para ajustar pequenas coisas que farão a alegria voltar a nossa vida e o sorriso ao nosso rosto.

É um tanto essencial que se deixemos cair na tristeza algumas vezes para que os significados de nossas vidas se renovem e possamos entender o novo e inesperado adquirindo assim uma maturidade esperada a longo ou curto prazo de acordo com a pancada triste que a nossa vida tem pela frente.Quanto maior a pancada,maior a sua resistência e força para sair da situação em que você se encontra.

Somos movidos a estímulos emocionais e interpretar o mundo a nossa volta faz apenas com que possamos respeitar aquilo que recebemos. Logo se tivermos mais lembranças tristes do que felizes estaremos propensos a termos maior cuidado para que novas situações tristes ocorram ou que as antigas voltem a acontecer. Por outro lado ao termos mais situações em rumo a felicidade caminhamos para um costume de que tudo vai ficar bem sempre tomando rasteiras cada vez maiores da vida já que podemos estar ora desprotegidos, ora muito desprevenidos para a chegada da tristeza.

Sentimentos vem e vão o tempo todo, caminhando quase que de mãos dadas pela vida,com medidas iguais,pesos iguais e sem diferenças e sem a existência de uma hierarquia de sentimentos que promova que a tristeza não possa trazer consigo uma bagagem positiva que nem muitas doses de felicidade seriam capazes de trazer.

Ao fim de tudo lembre-se bem: Aquele que nunca viu a tristeza,nunca reconhecerá a alegria. 

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Saudade de você


É  de repente me bateu uma enorme saudade de você!

Uma saudade do seu beijo

Do seu abraço

Do seu sorriso

Deu saudade da sua voz 

Do seu cheiro de roupa limpa.

Na verdade tem saudade sua espalhada por todo lugar

Pra falar a verdade já não sei se é saudade ou o mero costume de pensar em você, de sentir você,querer você.

Já sinto saudades suas,mas você ainda nem foi embora.

Você está aqui,preso em tudo, em todos os cantos,laços e encantos daqueles que só você pode causar.

Eu não queria pensar nesse saudosa ausência ou tampouco nessa gostosa sensação que o amor deixa pra saudade.

Aquele olhar que não se cruza. A boca que não se encontra e o peito que se enche,infla,grita,mas não preenche.

E aí? Fazemos o que?

Saímos correndo por aí, loucos,desvairados e pensando em quando vamos nos encontrar.

Ou nos agarramos mais um pouco pra perceber que a saudade sempre vai estar.

Pode ser a saudade de um segundo, um minuto, de anos, ou daquelas que eu nem recordo mais.

Muitas vezes temos saudades não sabemos nem de que.

Mas dessa vez pode apostar.

Eu sei bem o que é a minha saudade.

Dessa vez eu sei bem que a minha saudade é você.

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

E a vida?


É fato que por essa vida eu já perdoei erros imperdoáveis,tentei substituir pessoas insubstituíveis e esquecer pessoas inesquecíveis. Da mesma forma que deixei pra lá erros de menor importância e exaltei pessoas que não valiam a pena ou me deixo vir a memória quem não vale a pena ser lembrado.

Já fiz muito por impulso, mas também já me decepcionei muito com isso.

Achei que muitos não me decepcionariam, mas olha só, devo ter decepcionado muita gente por aí.

Já abracei muita gente por proteção, mas também gargalhei fora de hora fazendo assim amigos eternos e outros que vi apenas um breve momento e depois nunca mais vi.

Amei muito e também fui muito amado. Assim como poderia e fui rejeitado e também muito rejeitei 

Já gritei
Já pulei 
Já vivi de amor a ponto de explodir de felicidade e trocar juras de amor

Quantas vezes não quebrei a cara.

A ponto de chorar ouvindo músicas, das mais belas canções até as mais sofridas. Assim como deixei lagrimas amargas correrem pela saudade deixada em fotos do que já se foi.

Já liguei apenas para ouvir uma voz.
Já amei sorrisos e pensei que morreria de tanta saudade, mas passou.

Por outro lado tive muito medo de perder pessoas especiais e infelizmente perdi.

Mas alheio a isso tudo eu vivi.

Vivi e vivo, não apenas passando pela vida como muitos mesmo a contragosto do que eu mesmo recomendo aos outros.

Viva! Como se hoje fosse o primeiro dos seus últimos dias

Indo a luta com toda paixão
Abraçando a vida com toda a determinação
Perdendo com classe,mas vencendo com ousadia

Afinal a vida é daqueles que se atrevem e ela é gigante, colossal demais para sermos insignificantes.

E a vida?

E a vida o que é diga lá meu irmão?

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

A intensidade presente nas pessoas


Dizem por aí que há pessoas sentem muito enquanto outras sentem pouco. Para alguns certos fatos podem ser uma bomba relógio por outro lado outros verão como uma faísca.

Há quem pense que demonstra maior sofrimento ou que de certa forma se sinta mais feliz do que os outros. Péssimo costume esse que temos de perceber somente aquilo que é mostrado de forma evidente, talvez por isso tanta superficialidade no mundo de hoje.

Dentro de nós há sempre um traço oculto. Aquele ponto para mais ou para menos que faz o nosso íntimo aflorar e surgir uma personalidade até então desconhecida até para nós mesmos.

A velocidade com que o mundo gira faz com que cada vez mais tenhamos que correr e nos apressar para realizar nossas atividades diárias e firmar compromissos que nos impedem de dialogar mais demoradamente.

Perde-se a análise daquilo que ocorre dentro de nós devido a toda essa velocidade, imagina então o que internamente ocorre com as pessoas ao nosso redor. 

Deixamos de lado toda a nossa essência correndo para nos abastecer de uma boa aparência externa e bens que enchem os nossos olhos e iludem não só as outras pessoas assim como a você mesmo.

O que ocorre é que cada um tem a sua maneira de ver o mundo e principalmente de senti-lo e retransmitir ao mundo. As reações claro vão depender muito daquilo que já possuímos dentro de nós acumulado por outras situações.

Com isso uma fagulha boba pode ser o estopim,a gota d'água onde deixamos correr tudo aquilo que ficou para trás deixando em evidência novamente. Nem tudo o que é guardado fica acomodado para sempre.

Sendo assim temos a tendência ruim de julgar a forma como as pessoas encaram suas emoções e acabamos cobrando mais ou menos sem notar que as pessoas podem e encaram as situações com intensidades diferentes.

Lagrimas não indicam sofrimento contínuo da mesma forma que gargalhadas estridentes não significam uma vida completamente feliz. Há quem omita suas emoções ou que dê a elas cores mais intensas para só voltar a si após um bom tempo de sentimentos ocultos.

Ao longo da vida devemos aprender e compreender que ora vamos perder,assim como ora vamos ganhar, funciona assim mesmo,tal como uma gangorra de emoções onde o imprevisto é algo que vem ou pra lhe tirar o prumo ou lhe permitir aquietar sem outras saídas mais evidentes.

 Não há julgamentos ou análises a se fazer,apenas o entendimento de que o respeito pelo próximo deve haver e que as emoções e razões vão variar de pessoas a pessoa.

A dor é algo que vai de cada um, empatia não. Essa é uma necessidade para todos, mas infelizmente nem todos a tem.

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Trocando ideia com o amor


Já imaginou que bom seria se pudêssemos conversar com os nossos sentimentos de modo que eles se tornassem compreensíveis com maior facilidade e assim obtivéssemos a oportunidade de expressa-los sem atropelos ou sem vacilos de grandes consequências.

Acredito que o amor seria o grande escolhido pela esmagadora maioria das pessoas. 

O tomaríamos pelo braço seguindo pela cidade contando todos os nossos percalços e o desafiando para tentar entender o por que de tantas aventuras desafortunadas e tanta dificuldade até que ele viesse até nós.

Melindroso como só ele o amor tentaria escapar de ouvir o sermão enquanto atrás dele estaríamos correndo com as fotos dos amores antigos já que os amores atuais estarão presos a nosso peito sem que escapem pelos dedos enquanto corremos atrás do amor.

Não seria utopia ao conseguirmos alcança-lo sentar com ele e explicar detalhadamente todas as lagrimas que correram pelo nosso rosto devido as vezes em que amamos demais e fomos amados de menos.

Apesar de todas as mágoas e ressentimentos é melhor que não se assuma diretamente pro amor que nos entregamos para esses pensamentos ruins e que muitas vezes por mera distração nos confundimos e abraçamos a causa como se não houvesse escolha, livre arbítrio.

Escolhas aliás muitas vezes ficaram por aí. Ou se ama ou se ama, muitas vezes pensamos, mas será mesmo que era assim?

Amor é daqueles que quanto mais se corre atrás dele mais ele foge da gente, porém se viramos as costas e passamos a correr dele parece um perseguidor implacável que marca de forma cerrada sem respiros e que apenas nos sucumbe com sua intensidade.

Mas olha Amor,sem essa de que não podemos viver sem você e seus gracejos. 

Podemos, mas convenhamos a vida seria mais sem graça.

Com eles em nossas mãos poderíamos sacudi-lo de um lado para outro, o revirando de ponta a cabeça até que ele sem jeito confesse seus segredos e ocultismos. Aqueles que ninguém conseguiu compreender, aqueles que não são escritos e tampouco descrito mesmo pelos que amam sem fim e até morrem de amor.

Talvez esse fosse o momento em que entraríamos em conflito com o amor,já que ele é de poucas palavras e mais olhares,mais toque. O amor não é de expressar sons com a boca além de encontro de beijos e gritos de Eu te amo. É bem mais que isso.

Haja tato,haja olhar,calor,suor nas mãos e borboletas no estômago. Palpitação mesmo daqueles que se veem diante de um sentimento que muitas vezes lhe corroeu o peito não dando ressalvas da dor que viria a seguir.

O amor para alguns é tão desconhecido que passa desapercebido, talvez isso explique o por que muitas vezes ao estar cara a cara com ele preferimos dar as costas ou questionar o por que de suas loucuras e escolhas erradas ao invés de o trazermos para junto de nós.

Uma guerra fria sem muitos dizeres e afazeres que abreviaria a busca implacável de tudo o que passamos e deixamos passar.

Será que sem essas tolas brigas já estariam juntos,sentados de mãos dadas e aconchegados com o sentimento colado e com um sorriso franco no rosto.

Quantas vezes será que o amor não chegou de mansinho e nos abraçou,mas assim como que num susto demos de braço e ele se foi para tentar voltar em outra hora enquanto olhávamos para o lado oposto sem acreditar que um dia ele veio ou que um dia viria.

Da próxima vez abra mais os olhos, os braços e principalmente o coração.

Se você não saiba eu vou te contar. É lá que o amor gosta de fazer morada, ali num pequeno espaço do lado esquerdo do peito de onde pouco depois toma todo o corpo e a nossa alma e exala por toda a nossa vida tudo aquilo de melhor que há em dizer e estar preenchido pelo amor.

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Sociedade Formal


Pra início de conversa é bom dizer que para entender aonde vamos chegar com esse texto é preciso que você seja um tanto quanto isento de preconceitos por alguns instantes. Não digo que a ponto de ignorar qualquer coisa que você seja contra ou propriamente deixar pra lá, afinal você não é obrigado a gostar de tudo, determinada coisa ou de algo só por que alguém disse que é bom ou por que a maioria faz assim. Não é isso.

Dizem por aí que a maioria é burra e talvez seja verdade levando em conta que nem tudo se aplica a todas as pessoas. 

Somos diferentes na aparência,nos gostos, vontades e somos julgados demais por isso ou por aquilo quando fazemos algo diferente ou que as pessoas não conheçam ou não esperem.

O mundo realmente anda um pouco chato, mas não é por que as pessoas estão cada vez mais padronizadas,mas sim por que elas se acomodam a essa padronização.

Na verdade nós sempre seguimos regras. 

Acredito até que com um pouco de sorte e coerência seus pais lhe ensinaram que respeito é bom e conserva os dentes,então fazer algo fora de determinadas regras pode acarretar resultados nada agradáveis de se ver.

Mas não é por isso que vamos ter sempre que ir no embalo da manada e fazer o que todo mundo diz que é certo.

Me vejo a anos atrás nos tempos de colégio.

Colégio apesar de reservar boas lembranças para a maioria pode ser um ambiente muito hostil para outros,principalmente se você é a pessoa a ser zombada. 

Hoje temos a casca protetora a qual demos o nome de bullying. Calma lá, não estou aqui pra defender o bullying,racismo,xenofobia ou qualquer tipo de conceito prévio sobre as pessoas, mas devo admitir que se houvesse o bullying com tanto fervor na minha época eu teria sido expulso de "n" colégios sem qualquer recomendação boa a meu respeito e teria "traumatizado" muita gente.

Sim,eu estava do lado oposto. Do lado de quem ataca, mas os tempos eram diferentes. Apesar de ter vivido minha infância e adolescência numa era pré digital e pré globalização mesmo quem recebia o ataque fazia parte do bando, era integrante da turma e acredite vez ou outra era defendido até por mim, mesmo que com apelidos que no auge da minha infância eu não visse como pejorativo.

Fazer a zoação com um colega, zombar do time adversário que perdeu, fazer piadas com o negro ou com o anão. Tínhamos a nosso alcance o politicamente correto totalmente esquecido.

Eu não me achava melhor do que o meu colega,apenas tirava sarro,mas não o isolava. Não era legal o que eu fazia, talvez eu pudesse ter prejudicado o desenvolvimento de alguns,mas havia uma pressão menor para que fossemos crianças programadas para falar corretamente e produzir coisas que já estão fixadas na nossa cabeça e na cabeça dos professores.

Hoje temos um mundo mais fechado para brincadeiras, levamos a sério demais coisas pequenas que caso fossemos parar para pensar atravancariam o progresso de coisas maiores. 

Olhamos para trás e vemos que a nossa infância foi boa até demais, tendo em vista que qualquer vírgula fora do lugar hoje em dia se torna algo destrutivo em massa e que logo seremos julgados pelo passado,futuro e presente do que dissemos ou pensamos.

Imagina como seria um Mamonas Assassinas, ídolos de uma geração de hoje adultos de média de idade entre vinte e cinco e trinta e cinco anos. Com letras politicamente incorretas,sem preocupações com arranjos ou solos vocais incríveis. 

Eles eram fodas pela sua alegria demonstrada, por serem os caras que rasgavam as regras e falavam de homossexualidade com graça, mal de nordestino sem ofensas indiretas. Mas e hoje.

Cada coisa tem a sua hora certa de acontecer, no mundo de hoje um Mussum talvez seria apenas mais um negro metido a engraçado por que jamais teríamos piadas com a sua cor temendo uma chuva de ataques por racismo.

Se falamos algo que seja indiretamente contra a mulher somos fascistas,machistas,opressores letais de um grupo que para muitos foge da alçada do feminismo e se torna algo ainda mais abominável. "Feminazi" 

O pior de toda essa politização e dessa busca por cercear o que as pessoas vão fazer e pensar é o fato de que muitas vezes se faz sem saber o por que daquilo.

Em momento algum você pode dar a sua opinião já que as pessoas preferem criar as próprias e ver você as repetindo aos quatro ventos propagando a opinião deles que provavelmente já vem de outras pessoas.

Se deixamos de ser crianças um pouco mais soltas para brincar com o coleguinha o que dizer quando assumirmos nossos postos de trabalhos, que ao invés de pessoas que buscam melhorar e alcançar seus objetivos profissionais nos tornaremos escravos assalariados e conformados com o que fazemos por toda a vida?

Talvez,infelizmente cada vez mais nos prendemos a inércia que nós mesmos nos permitimos. Difícil dizer se em algum momento as coisas vão melhorar e se vamos ter o divino exercício do livre arbítrio ao invés de permitir que a sociedade nos tome por completo.

Está tudo bem em ser diferente, em se assumir assim, chato mesmo é ser normal, manter o comum e nele ficar para todo o sempre.

Faça diferente!

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Meu Primeiro Bebê.Doc (38)


(Pais de primeira viagem relatam as delicias e as amarguras da presença do primeiro bebê de suas vidas. Na série Meu Primeiro Bebê.Doc veremos relatos feito por pessoas que se despuseram a contar esse marco de suas vidas sem qualquer custo ou a precisão de revelar a identidade. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

Por Thayná Moura

"Conheci o pai do meu bebê no Jequitibar, numa festa chamada "Sábado na Balada" e logo ficamos juntos, mas tivemos muitos términos até que na última vez que voltamos eu engravidei.

Antes de me descobrir grávida minha vida era ir com ele a barzinhos,boates e festas, tanto que só fui descobrir a gravidez com quase dois meses.

A primeira consulta onde escutamos o coraçãozinho foi muito lindo. 

Já o sexo eu descobri no dia do meu aniversário quando completei três meses de gravidez.

O nome no entanto foi uma briga.

O pai dava cada sugestão horrível. Até que entramos num acordo de que se fosse menina chamaria Clara e se fosse menino,como foi Bernardo.

David concordou na hora.

Durante a gravidez me lembro que um dia eu tive muita vontade de comer algodão doce, mas só consegui comer no outro dia, quando eu já não tinha tanta vontade assim, 

Fora isso vinha a vontade de comer caldo da minha mãe, lasanha,sanduche, essas besteiras mesmo.

Antes de ganhar o Bê eu estava muito ansiosa.

Tanto que chegamos a ir duas vezes antes no hospital. 

Um dia antes então nem se fala! Chutei o David a noite inteira, mas juro que estava inconsciente.

Só que dez horas da manhã eu acordei e estava sangrando.

Comecei a gritar e foi o tempo de conferir a bolsa e partir pro hospital.

A vida depois que viramos mãe muda totalmente. No começo eu tinha a ajuda do David pra olhar e dividir as tarefas comigo.

Mas quando o Bê estava fazendo cinco meses a gente se separou. Aí sim a vida mudou de uma vez.

Por que agora é só nos dois morando juntos.

Ele só tem a mim pra fazer papinha,arrumar a casa,brincar, dar banho,colocar pra dormir.

E o tempo que sobra é pra que eu vá trabalhar, não dá tempo de fazer mais nada.

Ah não ser na sexta que é quando eu descanso e o David fica com ele."

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Murro em ponta de faca



Dizem por aí que a serenidade vem quando trocamos expectativas por aceitação. É meio que impensado que mesmo nos ferindo e nos machucando seguidamente vamos seguir ali, socando uma,duas,três vezes a ponta de uma faca para realizar algo que não conseguimos mentalizar que possa dar certo.

Por que fazemos então essa sequência de erros onde o resultado final é claro e tem todos os indícios de algo nocivo para nós,mesmo que nos esforcemos para que tudo se ajeite mesmo com a casa caindo aos pedaços ou em farelos pelo chão.

São muitos tetos de vidro para se estilhaçar,mas as camadas vão se afinando até que como num sopro do lobo mau das historinhas tudo venha ao chão e se perca definitivamente.

Temos uma mania de acreditar que sempre será a última vez,arriscamos,atiramos,apostamos e vamos em frente. Loucos frenéticos,sedentos de respostas ou resultados nunca obtidos através das formulas que sabemos onde podem chegar.

Se misturarmos sal e água só podemos esperar como resultado água salgada, não há como o sal virar açúcar e bebermos um néctar adocicado daqueles que vai amaciar a garganta. 

É fato também que para cada tentativa de nossas vidas haverá pequenos lascados, pequenos ferimentos ocasionados por pequenos aprendizados em meio a tudo que se passa.

E se não houver nada mais para aprender? Nada mais para falar? Vai me dizer que há situações que chegaram num ponto que deveria ser o final,mas que no fim das contas não foi.

Sempre há o que aprender, contudo, nem sempre o aprendizado se dá em conjunto, nem sempre o momento é aquele ou estamos a ponto de obter o conjunto da obra de imediato.

O tempo não é o senhor da razão a toa, muitas vezes o choque de realidade faz com que toda a energia que gastamos tentando fazer funcionar tenha sido em vão quando na verdade não era pra ser. Não iria acontecer de qualquer jeito.

Tem certos quebra cabeças que não deveriam ter sido montados, daqueles onde uma única peça não encaixa,mas toda a montagem se perde pois não deveria estar ali, não se encaixa.

Desistir não deve ser o forte de ninguém,mas se a insistência é inútil, melhor se preservar e recolher as armas. Podemos obter melhores resultados em novas chances,novas oportunidades e o tempo de reflexão para nós mesmos podermos avaliar tudo o que passou e como será o amanhã.

Nós projetamos as coisas ao invés de cravar acontecimentos.

Deixemos mesmo a vida ser guiada por algum plano divino, destino ou qualquer outra coisa que explique nossa persistência em ir adiante e tentar mais uma vez.

Nossas próprias vontades muitas vezes não bastam, mas por falta de tentativas não poderemos ser acusados, omissão muito menos.

Cansaço de tentar e não ver crescimento. 

É por isso, sim talvez valha a pena desistir, mas antes! Que tal a próxima jogada?

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

A grossa visão de inteligência


Há uma teoria que afirma que nós nascemos com metade da nossa inteligência e que ao longo da vida nós a aprimoramos de acordo com o ambiente em que vivemos. 

Por isso desde cedo vemos que nossos pais nos estimularam a pequenas atividades corriqueiras afim de que nós ainda como bebês pudêssemos nos desenvolver e nos tornar alguém melhor frente a sociedade.

Basicamente é como se recebêssemos uma programação para que a nossa inteligência se desenvolva dentro da caixa com os ensinamentos que a sociedade acredita ser o certo e que qualquer ponto fora da curva seja alvo de julgamentos apropriados para aqueles que não conseguem obter o conhecimento.

A sociedade não hesita em consagrar aqueles que temos como super dotados, capazes de realizar qualquer coisas e condenar os menos afortunados de inteligência sem talvez imaginar que eles possam apenas não ter recebido tanta instrução que os levasse a um patamar melhor.

Pessoas como Einstein,Newton ou Stephen Hawking não surgem todos os dias. Eles foram estimulados a gostarem daquilo que hoje são mais do que capazes de realizar. Da mesma forma que pessoas como Hitler,Napoleão ou até mesmo Osama Bin Laden também foram.

Não há como duvidar da inteligência dessas pessoas, mas sim tentar compreender que infelizmente em alguns casos essas inteligências foram mal utilizadas e que acabaram trabalhando contra o avanço da humanidade.

Peguemos por exemplo a sociedade "avançada" que Hitler queria tanto construir, exceto pela louca xenofobia alienada que o ditador propunha temos um claro caso de alguém com capacidade alta para controlar pessoas em grande quantidade para que as mesmas propagassem suas ideias e as desenvolvessem por mais estapafúrdias que elas pareçam hoje em dia.

O desenvolvimento do mundo faz com que ideias que antes pareciam perfeitas a visão de um todo se tornem obsoletas e que sejam então esquecidas. Ao propor que a terra era redonda Galileu Galilei foi execrado e massacrado.

Hoje no entanto ao ouvirmos boatos de que a terra seria plana rimos solenemente como se tal devaneio fosse algo tão absurdo quanto o proposto por Galileu.

A comparação histórica de ideias faz com a aplicação da teoria seja um conflito enfrentado por quem deseja mudar parâmetros e revolucionar seja lá o que for.

Mergulhar no desconhecido e apostar em algo que ninguém nunca viu parece demais se pensarmos na grande massa que apoia as ideias atuais para se manter agarrada na inércia.

São poucos aqueles que chegam sempre para pensar em inovações e quando chegam ou são podados ou alçados ao posto de supremos detentores de uma filosofia.

Inove, seja e aconteça, não permita que suas idéias se percam somente por que alguém achou ruim ou por que você falhou miseravelmente na primeira vez.

Tente uma, duas, três vezes, a persistência é um dom para poucos e muitas vezes vai valer a pena todo o esforço de permanecer tentando.