quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

PV Pergunta.Doc (Carol Montenegro)


















(Dizem por aí que não existem perguntas totalmente certas ou tampouco respostas totalmente erradas,pensando nisso decidi sair perguntando por aí para conhecer boas histórias através de boas e más respostas.O Pv Pergunta vai buscar diferentes pessoas que se dispuseram a falar com o blog e contar as suas histórias sem qualquer custo. A todos o meu MUITO OBRIGADO)


Quem é : Carol Montenegro

Carol é a brand manager da Intuite.se, responsável por construir e gerir marcas conectadas com a intuição do empreendedor,com propósitos e essências verdadeiros que tenham impacto positivo na vida das pessoas. 


Além disso ela é a fotografa e idealizadora do projeto Sensualidade da Confiança que visa explorar a sensualidade e potencializar a confiança de cada um.





Carol,podemos dizer de uma forma mais simplista que o empreendedor é aquele que inicia algo novo,vendo aquilo que ninguém viu antes,fazendo do sonho e do desejo a realidade através de ações. A Intuite.se faz isso agindo através do branding de buscar o positivo da marca para mostrar as pessoas. Vivendo em uma sociedade como a nossa de hoje que por muitas vezes julga as coisas sem conhecer, esse trabalho de "positivar" uma marca acaba se tornando mais difícil?

Eu acho que em primeiro lugar, eu não concordo com essa visão de que a nossa sociedade hoje julga as coisas sem conhecer, na verdade a gente sempre fez isso. Eu acho que a diferença agora é que com todo o poder das redes sociais e o fato de todo mundo ter voz nas redes sociais, isso ganhou mais visibilidade,isso ganhou mais espaço. Então antes a gente julgava sem conhecer também,mas a gente não tinha espaço pra projetar a nossa voz e aí isso dependia mais dos profissionais que detinham esse poder, a mídia,os jornalistas,a publicidade,etc,que detinham poder e ao mesmo tempo tinham uma responsabilidade um pouco maior pelo que falavam, por que precisariam responder por aquilo. Com as redes sociais isso muda um pouco de figura e as pessoas passam a poder colocar a sua voz de qualquer forma e muitas vezes essa forma é sem critério e aí vem todos aqueles momentos de fake news,por aí. Bom,entendendo um pouco essa mudança, eu acho que toda e qualquer mudança vai sempre trazer prós e contras. Por um lado essa questão que você colocou das pessoas julgarem sem conhecer pode sim trazer questões complicadas na hora de você construir uma marca. Por que quando você coloca o seu conceito muitas as vezes as pessoas,se elas são contra aquilo por qualquer motivo, elas encontram formas desse grito contra ganhar visibilidade e aí a gente tem diversas ações acontecendo,de revanche e enfim, o consumidor colocando a sua voz né, seja lá qual ela for,mas isso também não é ruim, esse mesmo movimento que pode acontecer de forma negativa ele também acontece de forma positiva e aí você permite que várias pequenas marcas que nascem consigam encontrar seu público que realmente se identifica com aquela marca e aquele público consiga colocar de forma positiva a sua voz e levar o boca a boca da marca num lugar muito maior e mais distante do que antes das redes sociais. Então eu acho que essa mudança na sociedade ela traz questões negativas,mas o lado positivo é bem forte,interessante e ajuda muitas marcas, o próprio Sensualidade da Confiança é um projeto que não existiria se não tivesse a força das pessoas que acreditam nisso se conectando,falando sobre isso e vivendo esse processo e se engajando,então esse é um lado bom disso tudo. 

Empreender seja lá em qualquer situação é uma tarefa árdua. Qual o maior desafio encontrado hoje pelos empreendedores? E tem alguém que seja a sua inspiração no mundo do empreendedorismo?

Olha empreender é sempre desafio do início ao fim, em todas as etapas do processo,por quê parece que simplesmente que tudo aquilo que a gente já tava acostumado a fazer antes de empreender tudo passa a ser novo e você precisa aprender tanta coisa sobre você mesmo,sobre a sociedade,sobre administração,enfim um infinito de conceitos e aprendizados que você precisa desenvolver,mas eu acredito que o maior desafio tá sempre dentro da gente, tá sempre dentro de você mesmo. Você é ao mesmo tempo a sua maior potência e a sua maior barreira e eu acho que a partir do momento que você consegue vencer a si mesmo as coisas que tão dentro de você e que te travam,todos os outros desafios externos,eles se tornam muito mais fáceis, por que são as nossas angústias,nossos medos,as nossas ansiedades que eu acredito que seja o maior desafio, por que fora você vai encontrar solução pra tudo o que você precisar,se você estiver com você mesmo,bem resolvida, se você estiver com você mesmo,clara, daquilo que você precisar,daonde você quer chegar,qual é o seu objetivo e preparada pra ir até o final. Então assim, o desafio,ele é diário, todo dia você precisa se vencer pra conseguir fazer o que é preciso. É claro que quando a gente fala isso sem o contexto de uma marca ou de uma pessoa específica, pode parecer um pouco aberto, um pouco abstrato. Mas acho que o principal desafio tá sempre dentro de você. E é por isso na verdade,que a Intuite.se existe com essa visão do: "Siga a sua intuição", por quê, muitas vezes a gente tem muito medo,de tudo que tá fora, ah como as pessoas vão reagir,como o mercado vai reagir,se vai dar dinheiro, num vai dar dinheiro e por aí vai. E eu acredito de verdade que a nossa intuição tá o tempo todo mostrando pra gente o caminho certo a seguir, com todas as ferramentas do marketing que a gente trabalha, o principal objetivo é que essas ferramentas possam dar confiança para que o empreendedor possa seguir a sua própria intuição e ir adiante, por quê o empreendedorismo é um caminho não desbravado. Não adianta você seguir um modelo que já exista ou que outras pessoas estejam já seguindo, por que você vai ser mais uma no mercado,você sempre vai ser mais um se seguir fórmulas prontas que já foram postas no mercado,então se você não vai seguir fórmulas prontas, você mesmo vai ter que criar as suas próprias fórmulas e pra isso é necessário muita confiança e confiança em si mesmo,daquilo que você acredita e na sua intuição. 

Inovar ainda hoje é um termo e uma ação um tanto quanto distante do cotidiano de muitos pequenos empresários. Como é possível inovar sem recorrer a grandes parcerias? E qual a sua recomendação ao pequeno empresário que hoje quer empreender,mas que ainda não associou a opção de inovar no mercado?

A palavra inovação,ela ganhou um significado muito amplo e que muitas vezes vem conectado com tecnologia e com grandes revoluções que ão deixam obviamente de serem inovações,mas eu acho que a gente precisa trazer a inovação pro nosso contexto, pra nossa realidade , pra realidade de cada uma das marcas. Inovação pode ser feita na verdade em qualquer esfera,em qualquer dimensão, pra você inovar,você tem que criar algo que seja viável, tecnicamente falando,que seja diferente do que já é feito,mas que principalmente seja relevante pra vida das pessoas,essa é a grande diferença entre inovar e inventar. Você pode inventar um monte de coisa que não é relevante pra ninguém e é só uma invenção,mas quando essa invenção se torna relevante na vida das pessoas,faz a diferença na vida das pessoas isso se torna uma inovação.Então a inovação ela pode ser em conceito,ela pode ser em metodologia,pode ser em discurso,pode ser em tecnologia,pode ser na comunicação,no serviço,enfim existem milhares de maneiras de você inovar. Pra você que é pequeno empresário e precisa inovar,porque todo mundo precisa inovar,todo mundo precisa se diferenciar pra poder ganhar força e visibilidade,se você não tem acesso a grandes parcerias,não pense nelas,pense no contexto que você tem,em qual é o seu verdadeiro objetivo?Qual o seu propósito?Por quê que você existe?O que você tá fazendo?Como você faz diferença na vida das pessoas?E pessoas podem ser seus clientes,seus empregados,a sociedade em geral,todo mundo que de alguma forma se relaciona com você e com a sua marca. Então como você faz diferença na vida dessas pessoas?Como você gera valor pra essas pessoas? E ao gerar valor o que você pode fazer de mais? O que você pode fazer de diferencial,através das técnicas,através das tecnologias,que estão disponíveis pra você,então é muito importante você pensar no seu contexto e na sua realidade,sem se comparar com os outros.

Atualmente temos um cenário declarado de crise financeira assolando o país cada vez mais. Como convencer as pessoas de que empreender pode ser fruto mais de boas idéias e de inovação do que do alto investimento de capital?

Bom,eu acredito que não adianta tentar convencer ninguém a nada,as pessoas fazem aquilo que elas acreditam.Então quem tá empreendendo,mesmo nesse cenário,acredita em alguma coisa muito forte e vai seguir essa crença, independente do cenário financeiro. A gente tem aquela máxima que é na crise que existe a oportunidade e isso acontece, por que na verdade quando a gente tá num cenário de crise a realidade é que a maioria das pessoas que não tem uma crença muito forte acaba desistindo,quem tá só atrás de lucro,sem querer de maneira nenhuma demonizar o lucro,o lucro é fundamental, o lucro é pra empresa como o oxigênio é pra gente. A empresa precisa respirar,ela precisa juntar dinheiro,totalmente importante e necessário,mas quando a empresa ela existe só pra respirar,quando ela existe só pra gerar lucro,ela dificilmente consegue resistir a esse tipo de cenário,então, o que empreendedores e pessoas precisam ver em relação a crise financeira é que o que sustenta qualquer empresa,de qualquer tamanho é o propósito que ela tem,que é além do lucro. E que em momentos mais difíceis,você precisa encontrar formas de se sustentar para além do lucro,mas pra você estar forte e resiliente o suficiente pra momentos melhores de bonança,momentos em que o país anda melhor você também tenha a força da sua marca e do seu propósito ali pra aí sim conseguir gerar mais e mais lucro.

Na Intuite.se há um mote de que as marcas são feitas de pessoas e que pessoas ao seguirem a sua própria intuição potencializam o desenvolvimento de pessoas e também das marcas. Há por outro lado o conceito de que a união faz a força. Podemos concluir que a Intuite.se vem para guiar a ideia que já existe na cabeça do empreendedor de forma que ela ganhe forma e cor, isto é, transformando sonhos em realidade?

A Intuite.se ela vem pra facilitar o empreendedor nesse caminho, de dar confiança pra ele,de mostrar que as idéias dele não são malucas,que elas fazem sentido,claro,procurando o sentido, em comparação com o mercado e com a sociedade,com os comportamentos e as mudanças de comportamento,tendências que a gente tem na sociedade,mostrando assim as buscas que existem nas pessoas e como que essas ideias podem gerar valor pra essas pessoas,mas de fato a gente tá aqui pra pegar isso que já existe e tangibilizar,como você disse, dar forma,dar cor,formatar melhor o discurso,preparar ele pra que ele ganhe força e valor no mundo, então transformar esses sonhos em realidade sim! Então pessoas,constroem marcas e potencializam outras pessoas e você entendendo que a marca ela é no final das contas sobre pessoas,ela é um veículo,uma forma das pessoas se comunicarem com outras pessoas e mostrarem a visão dela de mundo,aquilo que elas acreditam,que tipo de mundo que elas querem construir. E é isso que gera o engajamento e a força da marca. 

O mundo da moda e a industria fotográfica após alguns anos admirando apenas as modelos magérrimas e corpos esculturais passaram a voltar os seus olhos para modelos de diversas formas,corpos e cores,como você avalia essa mudança de comportamento da indústria?

As mudanças da industria da moda e da fotografia na verdade são reflexo de mudanças que estão acontecendo na própria sociedade. A medida que as pessoas mudam,as pessoas transformam seus comportamentos,a moda,a fotografia,a publicidade ela precisa acompanhar isso,senão ela vai perdendo relevância e ela não vai conseguindo dialogar com essa nova sociedade que vai surgindo. Então a forma como eu vejo esse comportamento,além de muito benéfica e muito natural e tá acompanhando os movimentos que acontecem na sociedade,nessa troca de comportamento da sociedade.

Vi que você ao se tornar fotografa tinha como ideia inicial para isso fazer um workshop de fotografia e também um ensaio sensual até para que você tivesse mais uma parte do processo de auto aceitação do corpo e também para que você se expusesse ali e pudesse abrir o caminho para que futuros modelos também se expusessem para você. Para quem trabalha com fotografia ou se apaixona pelo ramo o auto retrato faz parte do processo desse processo ou isso era mais algo que motivava a Carol a seguir na profissão?

Olha na verdade eu acho que não.Não acho que o auto retrato faça parte desse processo necessariamente não. Eu acho que pra cada um é de uma forma diferente,mas é muito comum a gente encontrar fotógrafos que não conseguem se colocar na frente das lentes,muita gente se torna fotografo por que é completamente desconfortável na frente da lente e prefere estar atrás da lente e encontra um espaço ali de conforto e desenvolvimento de potencial,que não tem nada de errado nisso,mas pessoalmente eu acredito que é muito importante você também se colocar na frente da lente. Não só por uma questão de atrair outras pessoas,claro que isso ai atraí também,você coloca,ali a pessoa te vê e ela acaba se sentindo mais confortável pra se colocar também,faz parte. Mas eu acredito que quando você se coloca na frente da lente você aprende muita coisa sobre você mesmo e sobre o tipo de sensação que você pode causar numa outra pessoa quando você tá fotografando ela,então você passa a ter mais empatia com aquele lugar,com aquela experiência.E aos poucos vai conseguindo conduzir ,direcionar,dirigir melhor as pessoas que estão sendo fotografadas por você,por conta dessa sensibilidade desenvolvida.Então assim o meu processo ele nasceu através do auto retrato,eu não imaginava me tornar fotógrafa,não tinha essa busca e a medida que eu fui brincando e brincando com luz,com sombra e fui me interessando e gostando cada vez mais disso eu percebi que eu queria dar um salto e me tornar fotografa,mas não necessariamente isso é um processo de todos,acho que cada um tem um processo próprio. O auto retrato não veio pra me motivar a seguir nenhuma profissão,na verdade isso foi uma consequência. O auto retrato sempre esteve presente na minha vida, por que eu já cresci com câmera digital,sempre brinquei muito,sempre gostei muito,mas eu entendia como uma coisa normal como todo mundo tira selfie e não via nenhum diferencial nisso,nem sonhava que algum dia,de alguma forma pudesse se tornar profissão. No momento em que eu vivia um processo de transformação muito forte,que eu já vou contar,comecei a fazer mais e mais e mais auto retratos,pra me ver mesmo,pra me enxergar,pra me reconhecer,pra me reconectar comigo mesma e aí eu comecei a ver que eu tava gostando das fotos e começando a fazer coisas diferentes,coisas mais interessantes,tava ganhando mais controle,tava aprendendo a observar melhor a luz,tanto em mim quanto nos outros,fui brincando com isso,até que eu vi que ali existia uma coisa de muito valor,tanto pra mim,quanto pros outros e que aos poucos foi se tornando uma profissão,então pra mim foi um processo muito orgânico

Um dos pontos que você falou foi exatamente essa parte de já ter crescido com a câmera digital. Esse comportamento hoje tido como comum das pessoas terem a mão o celular e poderem tirar fotos a todo momento atrapalha aquela pessoa que é fotógrafa profissional e trabalha com aquilo ou é apenas mais um estilo de foto a ser explorado pelos profissionais?

Essa pergunta por ser muito comum de ser feita ela quase que não faz sentido. Por quê que ela quase que não faz sentido. Por quê o mundo mudou. Então não adianta a gente ficar pensando se era melhor ser fotografo a trinta anos atrás ou se era melhor ser fotografo agora. Se você quiser ser fotografo vai ser agora.E agora o mundo é assim, as pessoas tem acesso a fotografia,elas tem acesso a câmera,elas fazem e retratam aquilo que elas querem. Eu acho que o fato das pessoas terem câmera na mão e retratarem tudo que elas querem tem prós e tem contras,assim como o fato delas não terem acesso como não tinham antes,tem prós e contras,coisas que vão facilitar o fotografo,coisas que vão atrapalhar e faz parte lidar com isso. Então pra mim não faz sentido pensar sobre isso. Você tem de pensar a partir disso.O mundo é assim. Como é que eu existo nesse mundo? Como é que eu me expresso nesse mundo?Como é que eu gero valor pras pessoas nesse mundo do jeito que ele é ,pra essas pessoas do jeito que elas são? Entende? Ao invés de pensar, passado,presente e futuro,eu prefiro pensar no contexto realidade atual e como existir e fazer a diferença no contexto na realidade atual.

No básico a fotografia é você ver o que tá no externo,mostrar o olhar daquela pessoa sobre a foto.O fotografo vê uma determinada situação da pessoa ou do modelo ali em si na situação em que esteja e retrata aquilo com a visão dele. Por exemplo,ele pega uma criança brincando,então ele quer pegar um determinado momento da criança brincando.Se ele fotografa o nu,ele quer pegar um determinado ângulo desse nu para que ele se torne uma coisa bacana de ser vista.A especialização do fotografo em uma determinada área ou tipo de foto como um Sebastião Salgado que retrata o real e coloca ali um olhar dele mais sombrio,mais "triste",quase sempre em preto e branco,essa especialização é necessária, ou é melhor que o fotografo retrate de tudo um pouco de uma forma geral?

Olha eu acho que cada um vai encontrar o seu caminho e o que faz sentido pra si. Não faz muito sentido pra mim querer definir uma forma,uma regra,uma melhor forma de você construir a sua carreira como fotografo,por que eu acho que isso é muito pessoal. A especialização ela te ajuda a se especializar,quanto mais você faz uma coisa,melhor você fica naquela coisa,isso é um fato,independente do que for. Agora você ter múltiplas possibilidades também te ajuda a aumentar a sua visão de mundo. Eu não acho que existe certo e errado nesse sentido. Com uma visão de marketing se você se posicionar muito bem,você vai ser mais reconhecido por aquilo.E posicionar-se muitas vezes significa abrir mão de coisas. Então se você escolhe só um tipo de fotografia e segue nesse tipo de fotografia a sua chance de ser reconhecido nessa fotografia é muito maior do que se você fizesse um monte de coisas diferentes,mas enfim, eu não consigo responder a essa pergunta com: "A fórmula é essa" "A melhor fórmula é essa",por que eu não vejo dessa forma. Acho que depende da pessoa,depende da busca e de "n" fatores.

No Sensualidade e Confiança você tem em mãos diferentes vertentes que para muitos podem ser tabus que são os ensaios sensuais ou nu artísticos para pessoas comuns.Como surgiu esse projeto?

O projeto surgiu da forma mais orgânica possível,vou te contar a história. Eu tava na verdade conectando antes com a coisa do empreendedorismo,eu já tava empreendendo ao um bom tempo,uns quatro anos e nos meus dois primeiros anos empreendendo eu vivi um quadro de ansiedade, de uma forma que eu nunca tinha visto antes,que eu não conhecia e que eu nem entendia e nem percebia o que tava acontecendo. Então em dois anos, eu engordei vinte quilos e nesses vinte quilos que eu engordei o que aconteceu de ruim na verdade não era a quantidade de quilos que eu tinha,mas comecei aos poucos a me desconectar de mim mesma,por que eu nunca fui magrinha,sempre fui um corpo diferente das minhas amigas,sempre fui mais gorda do que elas,mas eu me identificava com aquele corpo,eu tava acostumada com ele,eu me via,então tinha características que eram importantes pra mim e que eu me reconhecia e quando eu engordei esses vinte quilos,eu comecei a perder algumas dessas características e me senti cada vez menos eu mesma,entende? E aí eu encarei um processo de emagrecimento no qual eu perdi quinze quilos.E quando eu comecei esse processo eu comecei a me questionar o que eu tava buscando?Por que eu tava emagrecendo pra entrar num padrão? Que padrão era esse?Até quantos quilos eu queria emagrecer?Então assim,vieram milhares de questionamentos na minha cabeça,um processo bastante intenso, no qual eu percebi que eu estava em busca de mim mesma e não de ter "x" quilos,sejam lá quantos fossem "x". E que essa eu mesma,também não era a mesma de antes já que tinha crescido,mudado,tinha novas experiências,novas visões e tudo mais e também não sabia quem era ainda,então eu teria que descobrir,eu queria me abrir a esse processo pra me descobrir. E aí pra descobrir eu comecei a ficar muito atenta a mim,por que eu tinha que tá atenta ao que eu tava comendo,por que eu tinha que tá atenta ao que eu tava fazendo,como eu tava me comportando,o que eu precisava cuidar na minha ansiedade e reduzi-la e automaticamente isso trazia toda uma atenção pro meu corpo. Como que ele tava se transformando,enfim. E essa atenção pro meu corpo eu reverti em fotografia,por que eu queria ver,eu queria entender o que tava acontecendo e comecei a explorar novos ângulos e brincar com isso,assim começou o auto retrato pra mim. A medida que eu comecei a fazer fotos mais interessantes me veio uma vontade muito grande de postar essas fotos e não só de deixar elas no celular. E aí aos poucos eu fui entendendo que esse postar era como existir pra mim. Se eu sou aquilo eu quero ter direito de mostrar como eu sou,isso é uma relação muito pessoal que eu tenho,num era pra ninguém,num era pra provocar ninguém, nem negativamente,nem positivamente,mas eu precisava me sentir livre pra eu me mostrar como eu era. E aí eu fui tomando coragem,postando uma foto ali,aquela coisa posta e saí correndo (risos),vivi ambos processos até tomar coragem e aí fui tomando coragem,tomando coragem e postando até que se tornou uma coisa natural. Quando se tornou uma coisa natural, eu pensei: "Puxa,gosto disso,gosto de fotografia,quero me envolver mais com isso",por que na verdade aconteceu uma coisa muito interessante,que o meu processo,quando eu comecei a postar,ele influenciou as pessoas que estavam no meu círculo de uma forma que eu não pensei que pudesse acontecer,as pessoas passaram a se inspirar em mim e falar: "Nossa é muito legal!" "Eu transformei isso em mim, por que eu vi você falando aquilo" e isso mexeu muito comigo. Era uma coisa que eu não imaginava e que foi muito legal. E aí eu percebi que eu pudesse inspirar mais pessoas,com outros processos também que não só o meu. Aí eu criei o Instagram no mesmo momento em que eu fui fazer workshop de fotografia,mas assim sem ter a menor ideia do que, que eu tava fazendo,sem ter um objetivo claro,sem saber aonde que esse projeto queria chegar,eu nem via como um projeto na verdade. Só que rapidamente muita coisa aconteceu. O Instagram começou a crescer,as pessoas passaram a ver valor naquilo e eu fui ganhando mais e mais incentivo pra me mostrar,pra mostrar minhas fotos,pra mostrar minha forma de ver o mundo,o que eu acredito e por aí vai. E aos poucos as coisas foram se desenvolvendo, eu fui entendendo a relevância,o valor disso,eu quis desenvolver mais o projeto e seguir adiante.

Deixa eu ver se consegui pegar bem o que você falou. Você já era mais gordinha que as suas amigas e tal e devido a uma crise de ansiedade teve o aumento de peso e passou a não se reconhecer mais naquela pessoa. Aí vem o processo de emagrecimento que vem do cuidado com o corpo, de uma dieta menos maluca e feita com mais cuidado,até que você passa a não se reconhecer também naquela pessoa que emagrecia demais e para pra se projetar de uma forma geral. A fotografia nesse ponto foi de início uma válvula de escape onde você podia pegar seus auto retratos e as fotos sensuais e falar: Olha essa aqui sou eu, tem uma gordurinha aqui tem outra ali,tem essa marca,não tem, mas é a Carol aqui, ou até pra virar e falar, olha esse ponto eu posso melhorar,quero ficar melhor aqui, me ver melhor aqui?

Não,não, você não entendeu direito não. Eu não cheguei a emagrecer demais e não me reconhecer magra. Eu não passei por esse processo não. Eu engordei demais e aí eu comecei a não me reconhecer no peso que eu tava e aí quando eu comecei a emagrecer, eu comecei a voltar o meu corpo e a me entender. Só que quando você emagrece tem toda uma pressão de que peso você vai ter? Até aonde você vai? E aí eu comecei a me questionar isso. Até onde que vai esse processo? Que na verdade no início foi muito rápido, eu perdi dez quilos em um mês e aí isso me assustou,na verdade isso era bom e ruim,sabe?Era bom, por que emagrecer pra mim era bom,estar voltando ao meu corpo e tudo mais,mas ao mesmo tempo eu ia emagrecer quantos quilos? Qual era a busca? Isso não me gerou uma não identificação, isso me gerou um monte de questionamentos pra eu pensar e eu entender o que eu efetivamente queria. E eu entendi que a minha busca não era por número de quilos. A minha busca era por mim mesma. Quem ia ter que me dizer quantos quilos eu deveria ter era o meu corpo. Eu ia ter que encontrar esse estilo de vida que eu queria e o meu corpo ia falar:"Oh nesse estilo de vida que você quer que é você, você tem "x" quilos".  E na verdade eu vou ter eternamente uma variação de peso muito alta, por que eu já engordei de novo e agora tô começando a me esforçar pra retomar o meu processo de auto cuidado e tudo mais, essa é a história da minha vida,sempre nisso.Eu tenho uma variação de peso aí e tudo bem,tá tudo bem com isso, aceito. Sou feliz. Eu não cheguei a não me reconhecer super magra,não cheguei a ficar super magra,só pra deixar bem claro assim em quilos. Eu antes tinha setenta,depois setenta e quatro,setenta e seis,era mais ou menos por aí quando eu engordei eu cheguei a noventa e seis quilos.Com noventa e seis eu não me sentia bem.Não me sentia bem por outras coisas,não me sentia bem pelo desenvolvimento profissional que eu tava tendo,pelas conquistas,por várias coisas desconectadas no meu corpo. Eu tava numa fase feliz por vários motivos também,mas super desconectada do meu corpo e daí é importante eu me reconectar com o meu corpo, também,que isso era importante pra mim e pra minha vida, aí eu primeiro emagreci dez quilos,fui pra oitenta seis,aí depois eu consegui emagrecer mais uns cinco,seis e cheguei a oitenta. Meu objetivo era emagrecer um pouco mais,chegar até setenta quatro,setenta e seis de novo e ficar por aí meio que como uma margem de segurança sabendo que eu sempre vou ter essa variação,mas eu não consegui eu fui só até oitenta. E na verdade eu sofri um outro processo de ansiedade e eu já engordei uns sete quilos de novo, devo tá com oitenta e sete agora,então gostaria de novo de retomar e voltar a oitenta,setenta e pouco, por aí,mas não sei, eu vivo dia por dia e o que mais importa pra mim mesmo com o peso que eu tô agora eu tô bem conectada com o meu corpo e eu me reconheço. 

Como foi o processo para atrair pessoas para se juntar ao projeto?

As pessoas se juntam a ele, por que elas acreditam nas mesmas coisas que eu acredito. É basicamente isso. O que eu fiz no início foi abrir um formulário pras pessoas se inscreverem,quando eu ainda tava fazendo ensaios totalmente gratuitos,enquanto eu tava nesse meu processo de aprendizado. E muita gente começou a se inscrever nesses formulários e a coisa foi ganhando dimensão. Claro que eu usei ao longo do caminho algumas ferramentas de marketing pra trazer mais visibilidade,mais engajamento,mas pessoas,tanto as que eram do meu círculo,quanto amigos de amigos e a coisa vai se expandindo dessa forma. O Instagram também ajuda bastante a trazer essa visibilidade,mas todo mundo que acreditava na mesma coisa que eu,acreditava que via valor nisso começa a se juntar e começa a querer fazer parte. E aí fazer parte de várias formas. Tem gente que quer fazer ensaio,tem gente que não quer fazer ensaio,tem gente que quer só tá ali acompanhando,vendo,comentando,curtindo. Hoje agora foi criado o grupo de whattsapp que é uma outra forma das pessoas fazerem parte,enfim. Aí junto com as pessoas eu vou criando,vou tendo idéias e vou pensando em como abrir mais espaço pra que as pessoas possam se juntar e fazer parte.

Com tanta gente linda e com tanta diversidade que surge para ser fotografada daonde vem tanta inspiração para a criação de ensaios e quem são as suas maiores inspirações no mundo fotográfico?

A inspiração pra fotografar vem cem por cento das pessoas e dos seus sentimentos. Eu passei um longo processo até entender meu próprio processo fotográfico, eu não sou uma pessoa que gosto de ver referências de outros fotógrafos e me inspirar nessas referências,não é querer nada contra isso,mas que pra mim não funciona, isso mais me trava do que de fato me potencializa. Eu também entendi recentemente que eu não tenho uma busca por fotografar lugares completamente diversos,praia,cachoeira e etc, nada contra também,amo as fotografias,acho completamente lindas e até tenho vontade de fazer,mas não é a busca do projeto. O projeto ele tá ali pra mergulhar profundamente nas pessoas,na sua forma de ver,nos seus sentimentos e como que elas expressam isso. Então eu prefiro gastar o meu tempo conversando com as pessoas, ouvindo elas,entendendo as suas questões, o quanto que for necessário. Então antes de todo ensaio,eu abro um longo espaço pra gente conversar,em geral mais de uma hora do ensaio a gente tá só conversando,só sentindo,só se colocando,compartilhando ideias e etc,por que é daí que vem a inspiração e eu vejo o meu ensaio na verdade não como a Carol artista vai fotografar alguém modelo. Não! Pra mim existe o encontro e uma co-criação,então eu tô criando,assim como a pessoa que tá ali junto comigo,tá criando também. E é desse encontro que vai surgir a foto,de como a pessoa se mostra pra mim e de como eu vejo ela,de que formas que eu consigo expressar o que ela mostra pra mim. Pra mim é esse encontro que é tanto a inspiração,quanto a criação por si só. Então,assim,eu tenho vários fotógrafos que eu acompanho pelo Instagram,que eu acho o trabalho lindo,que eu admiro muito,mas não é no trabalho deles que eu me inspiro,eu me inspiro nas pessoas.  

Na sua opinião o que se caracteriza melhor como uma boa foto. Aquela que você pega, olha e já pensa: "Uau!Que fotão!" ou aquela foto que você teve um trabalho maior sobre ela para capturar o momento certo e que pode fazer com que quem veja a foto consiga refletir sobre toda a situação que a foto expressa?

Pra mim,a boa foto,considerando todo o meu processo com a foto é aquela foto que a pessoa se entrega,que ela se solta,que ela se livra de todas as amarras e que você consegue ver ela ali inteira,plena,sabe,essa é aquela foto que eu falo: "Putz,que fotão!Que incrível" Como eu consigo ver as pessoas se transformarem do início do ensaio até o final e é lindo demais ver isso. É lindo demais tanto ver fotos como ver como que as pessoas se sentem,as vezes até antes de ver a foto elas já sabem que tá lindo e que tá incrível, por quê ela se sentiram lindas e incríveis. Então isso pra mim é a boa foto, é o incrível,é o do caralho,sabe? E eu tenho certeza que quem vê essas fotos sente esse sentimento e isso é muito foda. 

Quando se trabalha com nu artístico há uma preocupação grande para que a foto não se torne vulgar aos olhos do publico. Qual é a linha tênue entre a vulgaridade e a foto artística do nu?

Olha,eu pessoalmente não tenho exatamente essa preocupação entre separar o que é vulgar do que é artístico. A minha preocupação tá muito mais conectada com o sentimento da pessoa. E eu acho até que existe arte e sensualidade na vulgaridade também. Então assim, com um pouco de esforço de quebrar todos os tabus e preconceitos.Então assim,pra mim a busca não é por separar o vulgar do artístico, pra mim a busca é por representar o que existe de genuíno naquela pessoa que eu tô fotografando. Como que ela quer se mostrar. E se ela quiser se mostrar vulgar, isso é uma escolha dela . Não é uma busca minha,mas é uma escolha dela. Eu não tenho medo do vulgar,não tenho medo do tímido,eu não tenho medo do travado,não tenho medo de nada,mas pra mim o mais importante é o processo que existe ali com aquela pessoa e tudo que ela quer mostrar e que ela quer fazer,tô ali pra entrar junto e criar junto e tangibilizar aquele sentimento que existe. Eu nem diria pra você que a minha fotografia é uma fotografia de nu artístico ou é uma fotografia de sensual. Na verdade pra mim a minha fotografia é uma fotografia de pessoas. Se essas pessoas estiverem confortáveis com roupa e não quiserem tirar a roupa delas, tá lindo e elas vão se expressar como elas querem. Se elas quiserem tirar elas vão tirar,elas vão se mostrar da forma como elas são e é isso que eu quero retratar. 

O projeto Sensualidade e Confiança tem um grupo de pessoas no whattsapp que se interessam pelo projeto e que discutem e trocam nudes de qualidade avaliando diferentes poses,ângulos e diversos outros fatores que são cabíveis de se conversar dentro de uma civilidade impressionante. Qual é o segredo que você como administradora tem para gerir um grupo com mais de cem pessoas,que trocam nudes e sem perder a classe ou virar uma baderna?

(Risos) Como administrar um grupo de whattsapp? (Risos) Olha  (Risos) Mais uma vez eu sempre vou ser a chata que vai falar que não existem regras. Pra mim eu acho que a gente precisa de bom senso e de consenso. Eu não gosto, nunca gostei da experiência de nenhum grupo que existem um milhão de regras a serem seguidas. Fica uma briga dentro do grupo se as regras estão sendo seguidas ou não. Tive essas experiências várias vezes e nunca gostei desse tipo de ambiente. Então pra mim qualquer tipo de regra existe pra ser quebrada e não sou eu que vou ficar criando regras e sendo a gestora das regras do grupo (risos) não é o meu perfil. O que eu acho importante é a gente entender que tudo aquilo que a gente expressa de alguma forma pelo outro e esse outro pode sentir isso de várias formas e a gente precisa aprender e entender e a respeitar isso e principalmente aprender a dialogar. Então pra mim o foco tá cem por cento no diálogo. O que eu tento trazer pro grupo é esse entendimento de que todos precisam se sentir livres pra dialogar,todos são livres pra entrar e sair do grupo a hora que quiser,então não vai ter ninguém, nem eu, dizendo quem deve ficar ou quem não deve ficar. que comportamento é aceito ou não. A gente tá ali justamente pra explorar as nossas diversidades e nossas complexidades e se tivesse um ponto central que definisse o que é certo e o que é errado a gente teria essas diversidades e complexidades oprimidas,então não tenho essa função.Mas entender que o conflito,ele faz parte,ele é necessário. É no conflito que a gente evolui e a gente aprende.O que eu me esforço também é pra não evitar o conflito,mas lidar com o conflito de frente, de forma clara,esclarecedora, permitindo que as pessoas coloquem as suas visões  e entendendo que a gente vai discordar muitas vezes e que tá tudo bem discordar. Desde que ninguém se sinta oprimido de sentir coisas e não poder colocar aquilo que sente. Então o meu trabalho como administradora (Muitos risos) Título administradora de whattsapp (Risos) Que loucura! Mas o meu trabalho ali é trazer um pouco dessa visão e em alguns momentos gerenciar conflitos,mas não gerenciar querendo dizendo quem que vai prevalecer sobre quem,qual ideia certa,qual é a visão certa,mas gerenciar dando espaço pra que todo mundo possa se colocar e tomar as próprias decisões. Esse espaço é confortável pra mim, não é, quero sair,quero ficar,eu quero voltar. O que eu quero falar, o que eu não quero,então eu me esforço pra criar um espaço de liberdade e diálogo.   

Em seus dois trabalhos atuais você trabalha muito com a confiança, seja na confiança pra empreender em um negócio e confiar que vai dar certo e no outro para ter bons ensaios que passam muito pelo fato de se confiar no fotografo e abraçar a câmera de modo que as fotos fiquem naturais e belas ao mesmo tempo. Quais as semelhanças e diferenças que você vê entre o trabalho na Intuite.se e no Sensualidade e Confiança?

Ah essa pergunta final foi assim presentinho pra mim. Os dois trabalhos eles são muito alinhados por que eles partem do mesmo propósito. Eu tenho o propósito que eu chamo de desconstruir para construir com confiança. Eu acredito muito nesse propósito,então qualquer coisa que eu fizer vai tá alinhada com esse propósito.A empresa ,a Intuite.se, ela trabalha desconstruindo paradigmas,conceitos,regras pré formuladas e etc, para construir a confiança na intuição,construir a confiança daquilo que você acredita,daquilo que você é,pra que você possa seguir adiante,pra mim esse é o meu trabalho. E aí no meu trabalho eu uso as ferramentas de branding,de marketing,da arte,digitais,enfim,diversas ferramentas pra poder tangibilizar esse trabalho, tangibilizar os conceitos e permitir que os potenciais se desenvolvam.Na fotografia é a mesma coisa,então a fotografia pra mim é um dos pilares da arte,que pra mim fez muito sentido eu me envolver pessoalmente. Eu tô dentro da fotografia para desconstruir para construir confiança.Eu acho que desconstrói aquilo que foi entregue pronto pra gente,as formulas prontas,sejam elas quais forem a gente abre espaço dentro da gente de criação,de desenvolvimento,de empoderamento,de potencialidade,de ser quem a gente realmente é,sejam marcas,sejam pessoas. Pra isso que eu trabalho,tanto com o branding,quanto a fotografia,quanto com qualquer outra coisa com que eu possa vir a trabalhar,então esse alinhamento existe por que o propósito é o mesmo.



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quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Choro de Lama



A lama segue seu curso,debaixo dela várias histórias vão sendo destruídas pela ganância e a ambição desmedida de empresas que tanto visaram os lucros e mais uma vez se esqueceram das vidas em jogo.

Há três anos foi em Mariana. Pessoas mortas,famílias devastadas e a certeza de que suas vidas não valiam de nada frente ao descaso das empresas e autoridades envolvidas.

A certeza se dá por apenas três anos após a tragédia de Mariana a história se repetir. Outra vez em Minas,dessa vez Brumadinho.

Debaixo da lama de rejeitos de Brumadinho agora a cada dia mais aumentam as vidas perdidas e ignoradas pelo descaso de resolução, na torta e irascível opinião deles as pessoas são menos importantes que o dinheiro e dessa forma se tornam descartáveis,se perdem em meio a mais um "acidente".

O solo brasileiro é mais uma vez a vítima desse descaso. Penaliza-se uma cidade de forma cruel,atravessam vidas de toda uma sociedade sem pensar no amanhã e em minutos,escasso tempo as vidas se perdem destruindo tudo o que se tem pela frente.

Quantas vezes não nos calamos e quantas vezes mais protestaremos por um breve período de tempo até que outra tragédia nos tome a frente das mídias sociais e nos traga nova indignação e tristes lembranças.

Simbolicamente não é somente a Vale a responsável por ter lá a sua barragem de dejetos,somos todos nós responsáveis por uma coleção de rejeitos que vamos cerceando e adicionando ao cruel e caótico mundo em que vivemos e que deixaremos aos nossos filhos.

Muitas vezes fechamos os olhos,deixamos passar adiante toda a luta do outro por um palmo de sobrevivência que só é revelado em meio a tamanha tragédia. 

Somos cegos seletivos. Cegos emocionais de algo que estava ali,escrito,pronto para acontecer,mas que só foi de certa forma revelado em meio a lama. Pouco a pouco lentamente escorria por entre nossos muros protegidos,pelas nossas mãos ávidas com a nossa atribulada e problemática vida,mas e aí? Adiantou de que?

Fomos enganados, não pela Vale,não pela Samarco,não pela crença triste,mas real de que as coisas vão mudar e que logo não teremos crimes contra a população como o ocorrido em Brumadinho,mas por nós mesmos, pelos nossos olhos que insistem em ver uma realidade totalmente oposta a que vivemos e pouco a pouco se curva a si mesmo para viver em torno do próprio umbigo.

Doí é fato,mas é fato de que é nessa hora de dor que crescem os discursos de respeito,de boa vontade,empatia,de solidariedade,por que não antes? Por que não fizeram o que tinha de ser feito?

Estamos sim tentando fazer a nossa parte,ajudar é preciso e necessário,contudo não é só agora,não é só nesse momento. Mariana não se esqueceu daquilo que viveu há três anos atrás,Brumadinho também não se esquecerá,mas e nós? Daqui a uma semana,um mês,vamos estar debatendo em nosso cotidiano que os animais estão sendo sacrificados a tiros por não conseguirem sair da lama? Estaremos falando que muitos corpos ainda estão sendo escondidos em meio aos rejeitos e que as famílias não terão nem mesmo o respeitoso direito de enterrar seus entes queridos?

Nos esqueceremos. Não por mal, é claro que não,talvez isso volte a tona com tragédias de igual proporção,piores,maiores e mais terríveis, uma lástima,uma droga letal que nos encaminha para um novo redemoinho de ideias e discursos sobre o que aconteceu,quando e onde.

Esquecemos como sermos solidários a dor do outro quando ela não nos convém,quando ela não mais se faz presente. 

A lama de Mariana revelou muita coisa em meio aos seus rejeitos. A de Brumadinho também certamente revelará a nossa covardia em não ter reclamado antes, em não ter ajudado antes,estava tudo lá,todo mundo sabia,mas fomos omissos e nos calamos por que haveriam outros pontos trágicos para se revelar ao mundo com a nossa indignação de momento.

O nosso choro atual é esse, infeliz,triste,indignado. A lama nos trouxe toda essa revolta mais uma vez,vamos esperar mais três anos para que a lama nos mostre o que somos ou os rejeitos de Brumadinho serão o suficiente?

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Ponto de vista



Impressiona como somos suscetíveis a pender para apenas um lado da história. Acreditamos fielmente naquilo que nos é contado e levamos a tiracolo como se aquilo fosse uma verdade imutável e única sobre algo ou alguém.

Acaba que nos tornamos superficiais. Críticos a mais de uma versão daquilo que já ouvimos e logo pomos como a única face, a única versão a ser dita e ouvida. Quando na verdade podemos analisar de diversos ângulos.

É muito necessário ter certezas em nossas vidas, isso é fato e eu não nego,mas certas certezas representam um perigo que não imaginamos ter. 

Ao termos certeza de algo previamente,acabamos por ter uma certa arrogância contra a falta de ciência alheia e principalmente com a possibilidade de não sermos realmente os certos sobre o que foi ocorrido.

Ficamos cegos diante das possibilidade e só vemos o certo com base naquilo que previamente e de forma inconsciente decidimos que seria o correto a ser apresentado para os demais,afinal é o que achamos certo,não há margem para dúvidas não é mesmo.

Claro que não!

Mas vai entender o quanto e os por quês de irmos tanto na contra mão da ideia de que as coisas não precisam e não são do jeito que tanto queríamos. Ao dar de cara com mais pontos de vista de uma determinada história abre-se para nós um novo e temido mundo onde não somos mais controladores da única verdade.

Verdade seja dita que nem sempre esse comportamento é feito de forma voluntária,mas sim levado pelo adiantamento do que pode ser. Logo corremos o risco de tomar atitudes que muitas vezes são contrárias aos nossos reais pensamentos e ideais.

Imagine por exemplo,quantas vezes não acusamos as pessoas sem conhecer de fato o lado dela da história. Isso também explica o fato de que podemos criar muitas expectativas sobre a nossa relação com as pessoas quando na verdade não vemos o mundo com a sua métrica,com a sua ótica.

Sendo assim, não seria nada honesto cobrar de uma pessoa que ela tenha a mesma opinião ou ponto de vista do que você já que ele vê de forma diferente as coisas. Além disso a outra pessoa pode ter uma vivência diferente sobre aquilo que lhe é delegado,logo não podemos exigir o mesmo comportamento de pessoas distintas sobre um mesmo fato.

A partir daí entra o fato de que temos de aprender a viver com as diferenças e compreender que pontos de vista diferentes podem estar igualmente corretos,assim como podem estar igualmente errados. Não sendo necessariamente um a contra ponto do outro ou um certo e outro errado em totalidade também, com sorte haverão pontos certos e errados nas duas versões sem que seja necessário criar uma terceira versão unindo esses pontos para que tudo esteja dentro dos conformes.

Ao entender que podemos estar vendo as coisas de uma forma diferente passamos então a compreender também que nem sempre vamos estar certos e com sorte aprender para na próxima vez estar mais perto do que achamos correto. 

Um dia contudo,entenderemos de vez que não é possível estar certo de tudo e que não há absolutismos sobre nada,nem mesmo sobre as nossas vidas.

As portas da alma de cada indivíduo está quase sempre exposta apenas para ele e não nos cabe procurar saber o que cada uma dessas portas oculta,mas sim compreender que as informações existem,estão lá e não pertencem a mais ninguém.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Para não silenciar as emoções



Faz mal ao coração represar seus sentimentos. Acho que alguém me disse isso lá na infância quando tentava me explicar que ter uma paixão platônica por alguém poderia me fazer mal.

O coração é órgão responsável por bombear sangue, logo cremos que ele é também o responsável por nos manter vivos enquanto ele bater. Dessa forma sua aceleração ou desaceleração condiz de forma direta naquilo que sentimos e expressamos ao mundo.

Freud dizia que quando silenciamos os sentimentos as emoções deixam de morrer,contudo elas são sim enterradas e uma hora ou outra acabam retornando a luz porém da pior maneira.

Fisicamente também não podemos omitir nossos sentimentos. Corremos o risco de nos anular e pouco a pouco irmos minando tudo aquilo que o nosso coração recepta. Logo deixaremos de acreditar nos bons sentimentos por estar com todos os maus sentimentos acumulados em nosso peito.

Muitas vezes as pessoas nos machucarão sem qualquer intenção disso. Por óbvio ao nos expressar contra as chagas que nos são impostas acabamos por dar mostras claras que de a outra pessoas ultrapassou o ponto. Exagerou a nossa resistência ao que pode e ao que não pode dentro da nossa concepção.

Quem está a nossa volta não possuí bola de cristal ou tampouco é obrigado a saber que estão a embarreirar as nossas vidas com suas palavras ou atitudes, por isso cabe a nós definir esses limites e informar a eles quando a situação deixa de ser agradável para se tornar uma experiência de relacionamento e convivência desagradável.

Apesar de não parecer estamos com mente e corpo ligados a um únicos ser. Devido a isso a cada desagrado que a vida e as pessoas nos proporcionam estamos logo vinculados a possíveis problemas agravados ao nosso corpo físico.

Por muito tempo era mal visto expressar seus sentimentos ao léu,quando crianças então pode parecer uma pirraça,uma birra mal sucedida,mas tal repreensão na infância faz com que cada vez mais tenhamos adultos com dificuldades para administrar a melhor forma de lidar com os seus sentimentos e por isso basicamente os reprimem.

Falar sobre os nossos sentimentos traz um alívio sentimental gigantesco e fundamental para as nossas vidas. É como descarregar os velhos e mal sucedidos sentimentos para trazer a tona novos sentimentos a serem expostos em relações mais maduras e com maiores chances de obterem um limite saudável de aceitação própria.

Esteja sempre ciente de suas emoções. Saber exatamente aonde pode pisar e até onde você suporta. Se a pessoa sempre omitiu as suas emoções as conservando em uma caixinha oculta dentro de si é bem provável que seja mais difícil para ela se abrir e permitir que não só ela,mas também outras pessoas sejam notificadas daquilo que se passa.

É preciso também aprender a identificar aquilo que sentimos,algo que mesmo que pareça não tem nada de fácil,muito pelo contrário. Somos tomados muitas vezes pelo ressentimento crendo estar diante de um acesso de raiva e por quantas vezes você não confundiu euforia e paixão com o mais nobre dos sentimentos?

É preciso auto conhecimento para se identificar aquilo que se sente e acredite esse processo não costuma ser rápido. Através de processos como esses é que poderemos detectar os nossos limites e os limites alheios.

Apesar de parecer um fato negativo é justamente os limites que impossibilitam que as pessoas cientes ou não desses limites se aproveitem de uma certa ingenuidade ou até mesmo bondade de sua parte. Dizer aquilo que se pensa e principalmente aquilo que se sente é absolutamente necessário e não deve ser tido como um módulo de ataque,mas sim um módulo de defesa justa.

Ser constantemente atacado e criticado seja lá pelo que for acaba por minar as forças de reação das pessoas,logo um pouco de firmeza para mostrar a sua opinião e aquilo que incomoda ou beneficia é algo bem recomendável.

É uma via de duas mãos. Não devemos nos calar,mas também não podemos abrindo a boca e desabafando a cada pessoa que surja em nossa frente até por quê nem todas as pessoas tem boas intenções em nos ouvir. A paciência é um exercício que adentra esses quesitos,mas saber se portar e saber se mostrar firme e principalmente se expressar é essencial.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Pv.Pergunta.Doc (Octávio Cardozzo)












(Dizem por aí que não existem perguntas totalmente certas ou tampouco respostas totalmente erradas,pensando nisso decidi sair perguntando por aí para conhecer boas histórias através de boas e más respostas.O Pv Pergunta vai buscar diferentes pessoas que se dispuseram a falar com o blog e contar as suas histórias sem qualquer custo. A todos o meu MUITO OBRIGADO)


Quem é : Octávio Cardozzo

Octávio é um cantor e compositor mineiro que ganhou notoriedade ao participar do programa ídolos em 2009.

Tem junto ao Projeto Alpercata o disco "Vela aberta" lançado em 2016 e o seu disco solo "Âmago" lançado em 2017 e tido por muitos críticos musicais como o melhor disco daquele ano.


Octávio,você surge para a música nacionalmente através do programa ídolos da TV Record em 2009 e hoje tem uma boa gama de apresentações em festivais,programas de TV,turnê fora do país, que diferenças você vê daquele Octávio que era um calouro de um reality pra hoje o Octávio que canta profissionalmente e que cresce a cada dia mais na carreira?

A grande diferença é que na época eu ainda tinha na cabeça a ideia de mercado musical das décadas de 70/80, de que alguém iria me “descobrir” e teria tranquilidade dali pra frente. Essa é a ideia de reality shows inclusive. Mas o mercado fonográfico mudou. Hoje eu entendo (e prefiro) que não existe mais a figura da gravadora, não somos mais dependentes dela. Tudo relativo ao meu trabalho passa por mim, e eu tenho consciência e conhecimento sobre todo o meu processo artístico. Dou pitaco em tudo (risos) e dessa forma cria uma estabilidade, né? 

Em algumas de suas entrevistas você afirmou que a experiência em programas como o Ídolos foi bacana para ganhar notoriedade, para atrair público,mas que hoje você não iria a programas do tipo. Muitos dos cantores que hoje se apresentam em barzinhos compartilham dessa sua opinião apesar de não terem ainda deslanchado na carreira como você, por quê essa relutância em deixar de lado um programa de âmbito nacional como é por exemplo hoje um The Voice Brasil?

No meu caso, é uma questão mais estética. O meu trabalho, a minha forma de cantar, de compor, enfim, não cabe mais nesse tipo de programa. Meu trabalho tem raízes na música brasileira, na forma de cantar tradicional do nosso país. Geralmente nesses programas, a maior influência é o canto norte-americano, que não é ruim, mas não é a minha onda. Outra coisa que eu digo é que esses programas tem uma visibilidade e uma base de fãs enormes. Vale a pena já ter um trabalho estruturado, um planejamento de carreira antes de ir, pois consegue aproveitar mais dessa visibilidade.

Temos em aqui em Belo Horizonte e em Minas Gerais um celeiro de artistas fantásticos que vão desde o clube da esquina até o pop do Skank,Jota Quest e tantos outros que atingiram um status nacional na música aos olhos do grande público.Há uma turma nova e talentosa em BH e em Minas Gerais  de uma forma geral, que tem feito trabalhos autorais belíssimos,mas que infelizmente nem sempre chega ao grande público,como fazer com que esses trabalhos tão bons e que talentos tão puros sejam reconhecidos?

Acredito que ainda falte um trabalho coletivo de nos reconhecermos como uma cena. Que os trabalhos são de qualidade não há dúvidas. Muitos dos nossos artistas, e eu também, fazem mais shows fora do Brasil, ou em outros estados do país, mas sempre num roteiro mais alternativo. Temos artistas independentes em BH que são famosos em Portugal, no Japão, fazendo shows em nível rock in rio. Incrível. Mas aqui não nos reconhecemos como cena e, consequentemente, o público também não reconhece, vão sempre nos mesmos shows, dos mesmos artistas.

No auge de seus vinte e sete para vinte e oito anos você é tido como um jovem cantor do cenário mineiro e belo horizontino,mas em seus discos vemos uma grande influência nas canções de cantores tidos como medalhões como Maria Bethânia,Ney,Elis e Milton Nascimento, até seu vestuário apresenta uma cultura hoje tida como mais clássica e poética,de onde vem essa influência para em tempos da música dominada por outros tipos de música e cantores você consiga se destacar com a sua musicalidade?

Eu sou formado em letras, né? Sempre me fascinou a forma de dizer as coisas. Na música não foi diferente. Todos os artistas que você citou tem esse cuidado, então fica clara a minha influência neste campo. Acredito que o brasileiro ainda possui sensibilidade para o tipo de música que eu faço. 

Seu último disco Âmago lançado em 2017 tem muito do cotidiano da nossa sociedade fazendo inclusive uma leve crítica a sexualização e objetificação do corpo feminino através da música "Anatomia" que fala justamente do corpo masculino em ritmo de jazz que é no Brasil um dos meios musicais mais machistas. A música cabe justamente para divertir fazendo pequenas ressalvas a reflexão daquilo que ela se refere ou é basicamente para ouvir e aproveitar a melodia?

Tem a reflexão sim. Inclusive, a escolha pelo arranjo jazzistico tem também esse objetivo. Essa música é uma grande chacota ao mundo machista. E ainda convidei um grande amigo, querido, gay, grande cantor, Marcelo Veronez, pra cantar uma música que fala do corpo masculino, com arranjo de Big Band, e duas mulheres na banda tocando jazz. Isso é muito massa! 

Seu disco foi lançado através do financiamento coletivo,que para alguns é o crowdfounding ou a chamada vaquinha. Dava pra imaginar que tanta gente ia te ajudar com um projeto solo seu,para estar lá ouvindo a sua música e qual a satisfação que você tira do sucesso desse financiamento?

Foi incrível. Claro, tive várias críticas de pessoas que não entendem ainda o quanto a cultura é necessária. Algumas pessoas falando que eu tava pedindo dinheiro, etc. Mas o resultado foi tão positivo, tantas pessoas envolvidas, que no fim isso é o que vale. A generosidade das pessoas e o entendimento de que aquilo que eu faço é importante na vida delas, e que eu poderia retribuir de alguma forma para suas vidas. E o disco nasceu. Acredito que a maioria tem muito orgulho de ter feito parte disso.

No Brasil atual muito se crítica as canções sem letra e que caminham mais pelo lado da sexualidade ou apenas da batida. Suas canções tem muito do Octávio cantor que vive na atual sociedade,mas ao mesmo tempo tem a pegada do intérprete que dá a sua cara a música. Existe diferença entre o cantor e o interprete ou dá pra fazer música das duas formas sem diferenciar?

O intérprete também é um cantor, né? Acho que a grande diferença é o cuidado que se tem com a canção: tudo tem uma intenção... como você respira, se canta mais sussurrado ou mais empostado, se coloca uma pausa aqui ou ali. Nós intérpretes temos essa preocupação em comunicar, em fazer com que o público entenda o que queremos dizer e como queremos dizer

Seu disco teve uma grande aceitação em países como Estados Unidos,Japão e Portugal,esse último inclusive com uma pequena turnê de onze shows com previsão de volta para 2019. Apesar de ser um cantor que tradicionalmente tem muitas raízes com a música nacional, há pretensões de gravar em outras línguas até como uma forma de se aproximar do seu público nesses países e há diferença dos shows no Brasil para um show em Portugal por exemplo? 

Nos EUA e Japão eu tive a surpresa de serem os países que mais consomem a minha música, compram mesmo, no iTunes ou no disco físico. Vou lançar uma tiragem do “Âmago” exclusiva para o Japão. Mas os países europeus têm mais essa coisa de fã, de acompanhar, de querer conhecer mais da minha vida. E por isso pude ir pra lá, e foi incrível! Uma alegria enorme ver que o meu trabalho é tão bem aceito por lá. A grande diferença é que lá eles têm um interesse maior. Claro, somos estrangeiros lá, é natural. São carinhos diferentes (Risos), mas pretendo gravar um disco em Italiano um dia. Nesse ano irei pela primeira vez tocar na Itália. Vai ser o meu primeiro contato com esse sonho de gravar em italiano.

A definição de âmago diz que é o componente ou a parte mais particular e íntima de um individuo. No seu disco temos a junção da canção de diversos artistas que acabaram por formar junto a sua interpretação cantando as canções,mas com uma roupagem sua e com toda uma história por trás dessas canções. (Sim,eu li todo o release e ouvi o disco algumas para não dizer muitas vezes), podemos dizer que o âmago do Octávio foi todo extraído ali nesse disco interpretando essas canções ou isso ocorre a cada show quando você se entrega as canções as interpretando com a sua visão delas?

O disco é o que existe, ou existia, de mais íntimo em mim naquele momento. Fala de coisas que nunca falei, que sempre quis falar, e que era preciso falar naquele momento em que foi feito. São as coisas que eu estava vivendo e observando naquele momento, mesmo sendo músicas de outros compositores. Algumas músicas foram feitas exclusivamente pro disco, e pro que eu queria/precisava dizer

Falando em situações de palco,muitos cantores passam por situações constrangedoras ou gafes magistrais, você já passou por algo assim?

Todo show! (Risos) Na gravação do meu DVD, por exemplo, comecei a contar um caso da minha vida e, quando dei por mim, tava contando da minha vida sexual pro público (Risos) eles adoraram, mas foi inusitado. Mas sempre acontecem tombos... eu tenho mania de cantar enrolando o cabo do microfone no pescoço e no meio do show eu já tô todo enrolado, tropeço nos fios (Risos),quem conhece já fica esperando as gafes.

Ah e conta desse DVD por que em toda a minha pesquisa da sua carreira nesses dias eu não estava sabendo dessa parte

É que não foi lançado ainda (Risos) em outubro (de 2018) eu gravei no Teatro Bradesco o DVD do meu novo show, “Sertão elétrico”, onde eu canto canções de Maria Bethânia. O amor e o sertão na obra de Bethânia. Tá ficando bem bonito e lançamos em fevereiro (2019)


quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

A beleza da maturidade



Cada vez mais procuramos as raridades impressas nas particularidades de cada indivíduo.
Cada vez mais vemos que as belezas de cada um são postas de frente como se apenas um rostinho bonito ou um corpo bem tratado fosse o suficiente para que a felicidade se adentrasse para nossa alma e fossemos felizes para sempre.

Não é isso que queremos. A beleza pode até ser importante para alguns,mas essa importância ainda se dá somente para aqueles que não identificaram a beleza presente na maturidade e na responsabilidade.

Para muitos a vida de solteiro é um eterno fast food de emoções onde as pessoas vão experimentando umas as outras e algumas vezes repetem o cardápio como nosso paladar não precisasse ser apurado a ponto de escolhermos as coisas boas da vida.

Para quem vê de fora muitas vezes pode se pensar que se escolhe demais,que se seleciona além do aceitável,exigências em demasia para algo que em teoria seria definido pela simplicidade,pautado pela facilidade e excesso de opções. Contudo seriam mesmo boas opções?

Acredito que muitos permitiram se atrelar a um relacionamento presos a crença de que não poderiam conseguir nada a mais do que talvez merecessem. Ledo engano.

Foram muitas pessoas fragmentadas vistas por aí. Muitas pessoas em pedaços e que aqui vinham buscando se completar com nossos pedaços e nos deixar cada vez mais vazios, incompletos.

Ser o preenchimento de qualquer pessoa pesa, sufoca a ponto de não sabermos bem o que fazer para prosseguir e aí pecamos com nós mesmos.

A beleza pouco importa,são muitos rostinhos bonitos por aí, daqueles onde nasceram daquela forma ou apenas daqueles que acreditaram tanto no culto a beleza que preferiram gastar tubos de dinheiro com o seu externo sendo que o essencial é de graça,vem de dentro.

É muito fácil pra achar gente que anda junto na melhor. Pra farrear e sorrir tem gente de monte, daquelas onde a noite vira,mas que o cair da manhã permite apenas ter a certeza de que não se deveria estar lá. Dias, noite e tempo perdido.

Pense no entanto em quantos são aqueles que possuem papo interessante o suficiente para lhe manter ali,diante dele apenas trocando idéias e conversando sobre o que vier. É cada vez mais difícil achar aquela pessoa que possa ser boa de prosa a ponto de termos o prazer de ouvir e conversar em contra ponto.

Estamos cada vez mais doentes pela ambição de que ter um relacionamento nos fará mais completos e mais prontos para a vida. Ajuda sim é obvio,mas é nem de longe a solução para todos os seus problemas e se não avaliar com clareza perceberá até que ele lhe trará mais problemas.

São muitos aqueles que correm de problemas e acabam os empurrando para frente e para os outros. Pessoas assim acabam se tornando tóxicas sem perceber,se tornam presença não grata na vida de quem quer ter a vida límpida e produtiva.

A beleza vem de todos os lugares e repousa em apenas um porto e isso é cada vez mais difícil de se ver e praticar. Somos dotados de uma necessidade árdua de ter alguém belo do lado e acabamos nos esquecendo daqueles que podem nos fazer sorrir com um afago ou com uma palavra bem colocada.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

O poder da leitura infantil




Eu me lembro bem de como era. Meu pai e eu indo as compras nas manhãs de um dos dias do fim de semana e eu estacionado ao lado da banca de revista aguardando ele comprar tudo aquilo que tinha de comprar para só depois vir até a mim e literalmente pagar as infinitas revistas da turma da Mônica que eu havia ou lido enquanto aguardava ou me segurado de forma ardente para ter o que ler no caminho de volta para a casa.

Eu tive centenas de revistas daquelas,especiais como deveriam ser a toda criança que aprecia a leitura e boas histórias da turminha do Maurício de Souza. 

A turma da Mônica cheira a infância,traz o frescor de um tempo onde as crianças podiam brincar mais soltas pela rua e sem tamanha preocupação com relação a segurança conforme temos hoje.

Os anos foram passando e apesar de ainda manter o hábito pelas revistinhas fui ganhando novos ares,outros conhecimentos e interesses de leituras.

Perdi as contas de quantos guias do brasileirão da revista Placar eu tinha,quantos álbuns de figurinhas relacionados a futebol e quantos jornais eu lia por dia muitas vezes tendo as mesmas notícias com uma,duas ou até três versões diferentes.

Claro que eu também me interessava pelos livros,não me lembro ao certo o primeiro livro que li ou que gostei tanto de ler. Que sorte a minha, mostra que foram tantos livros de qualidade (alguns ruins também é verdade)que fica difícil escolher um,mas garanto que passei desde a coleção Vagalume até a literatura francesa com diversos autores magníficos até chegar a livros de diferentes meios sejam eles espiritas,ficção e tantos outros que minha mãe me passava para ler ou até que eu acabei escolhendo por escolha própria.

A medida que eu fui crescendo as mídias digitais foram ganhando cada vez mais espaço no mundo. Se antes tínhamos dificuldade para se obter livros agora eles nos chegam a mão através das telas dos computadores,celulares,tablets e tantos outros meios criados para que a nossa geração e as gerações futuras leiam de forma mais "pratica",mas acessível,mais conectada.

Meu filho provavelmente vai ler, por influência minha,da mãe,das avós maternas e de quem vier lhe dando coisas que possam estimular a sua imaginação e a sua vontade de ter em mãos um livro.

Infelizmente essa prática não se aplica a todos e para muitas crianças o livro é um bicho de sete cabeças que vez ou outra algum maluco cismado a hipster transforma em filme para que se torne legal.

O hábito de ler constrói nas pessoas um hábito igualmente bacana que é o hábito de escrever. Seja anotando as coisas em um bloquinho,uma agenda não digital do dia ou até mesmo um diário antes tão utilizado pelos jovens para contar as "aventuras" pelas quais passaram.

Certamente se tenho um blog hoje foi muito do fato de que a minha mãe me encheu de livros juvenis e meu pai fazia o seu esforço para que eu tivesse coleções completas de O mundo de Wally e as minhas preciosas revistas especiais da Turma da Mônica.

Ele mesmo não lia com tamanha frequência, talvez ali a parte de esportes e as manchetes criminais de algum jornal,mas que facilmente foi substituído pelo jornal televisivo,com suas cores e imagens em vídeo.

Não digo que não é legal que uma criança tenha para si um celular ou o computador a mão, obvio que não. O mundo mudou,não posso impedir que meu filho e meus netos quem sabe, acompanhem o movimento do mundo. Mas por quê não fazer diferente? Por quê não os colocar diante de uma nova visão de mundo através da leitura e do conhecimento.

Que o mundo leia mais,que percorra pela importância da leitura a educação que nossos políticos tanto prometem em tempos de eleição até mesmo para que no nosso futuro não tenhamos uma geração tão alienada.

Está tudo ali,está tudo a mão em diversas páginas,leituras e as mais belas histórias.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

É que me corroí a ansiedade



O mal do século,aterrorizador,catastrófico,alarmante e incontrolável compulsão de sensações que tanto nos colocam em cheque.

Combustível da vida moderna,alimento da corrida vida que imperfeita por si tanto nos cobra a perfeição,jovialidade e prazer em tê-la apenas pelo simples e único fato de existirmos.

Tudo assim,rápido,fútil,para ontem,instantâneo tal qual um miojo,baseado no que diz o outro,naquilo que exigem,naquilo que o consumismo tanto prega como necessário,como único,como essencial para que tenhamos o bom,o melhor,o feliz.

A ansiedade anda de mãos dadas ao medo,de dedos entrelaçados de modo que pareçam estar intimamente ligados,quase que dentro de um,preso ao outro de forma que não se soltem.

Fisicamente ela muda comportamentos,transforma vidas,infelizmente na esmagadora maioria das vezes para pior.

A boca seca,o estômago rodopia e u turbilhão de sentimentos transformam em uma loucura chocante toda a vida.

Planeja-se fugir 
Planeja-se correr sem destino,sem volta
Mas como fugir de si mesmo
Como correr de dentro da sua alma para fora.
Como regurgitar toda a vontade de fazer e ser
Viver e morrer

A sociedade muito nos corrompe através disso,perdemos a cabeça muito mais por eles do que por nós. Afinal por eles perdemos a conjuntura a todo tempo,por nós,ela apenas se vai.

É preciso reconhecer os nossos problemas,nossas dificuldades,aquilo que nos trava antes de dar o primeiro passo.

Precisamos dosar o ritmo, botar o pé no freio para poder analisar o todo mais friamente,de modo que nosso corpo e mente não se perca e acabe se batendo de frente. É preciso se conectar a si mesmo,se reconhecer e reconhecer o seu íntimo,seus sintomas e limites.

Traga a leveza,faça da vida leve,modere e se acalme.

Não tem um manual para se controlar,não tem mágica que faça tudo desaparecer da mente,faça de tudo um pouco e dentro do possível para que o relaxamento venha de dentro de você, pare de se culpar,de culpar os outros e de culpar até o mesmo o destino.

O caminho está traçado,siga em frente e o viva intensamente,as coisas vão acontecer naturalmente. 

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Pv Pergunta.Doc (Sara Santos)


















(Dizem por aí que não existem perguntas totalmente certas ou tampouco respostas totalmente erradas,pensando nisso decidi sair perguntando por aí para conhecer boas histórias através de boas e más respostas.O Pv Pergunta vai buscar diferentes pessoas que se dispuseram a falar com o blog e contar as suas histórias sem qualquer custo. A todos o meu MUITO OBRIGADO)



Quem é : Sara Santos



Idealizadora do projeto Sou Plus Oficial que visa resgatar a auto estima de homens e mulheres,valorizando a sua beleza dentro de toda a sua diversidade.


Atualmente são 38 mulheres no grupo de whattsapp do projeto se encontrando e participando ativamente.







Como começou o projeto Sou Plus Oficial? Como surgiu a ideia e quantos são os integrantes do projeto hoje?

O Sou plus começou com um convite de um fotografo chamado Jhonatan que estava fazendo um ensaio fotográfico meu. E com a gente conversando ele veio e me falou: "Sara,vamos fazer um grupo só de mulheres Plus Size para fazer um ensaio fotográfico." Ai chamei as Plus de BH no meu Facebook. Somos hoje trinta e oito mulheres no grupo de whattsapp que se encontram com frequência.

As meninas passaram a fazer parte do grupo inicialmente por convite como você me disse,mas hoje em dia como é o processo para entrar no grupo? E além do grupo do whattsapp que tipos de ações o grupo promove?

Para entrar no grupo geralmente se entra pelo link da nossa página e de lá me procurar para saber mais sobre o projeto. Aí conversamos e falo do grupo de whattsapp onde as meninas se conhecem mais de perto e depois pessoalmente. Geralmente fazemos o encontro uma vez ao mês na casa de alguma das integrantes que pedem para fazermos o encontro ou em parques realizamos rodas de conversas e ensaios fotográficos coletivos para ajudar as meninas com a sua auto estima baixa.


Hoje em dia infelizmente ainda vemos muitos casos de preconceito com quem é Plus Size,como é a abordagem da roda de conversa de vocês para que as meninas se aceitem de forma feliz com o próprio corpo?


Primeiro a gente escuta os depoimentos de cada uma e vamos mostrando para elas que elas podem ser quem elas quiserem.No momento que elas passam a se aceitar como Plus Size elas começam a se vestir bem,andar bem e de cabeça erguida. Eu mostro pra elas que se eu posso,por que elas não podem. Se eu sou,por que elas também não podem ser? Deixamos elas a vontade e mostramos pra elas que mesmo sendo gordinhas,elas podem ser felizes,podem ser simpáticas,podem ser sexys com o corpo que tem e juntas uma vai ajudando a outra na aceitação. 

Diga se de passagem, pelos ensaios que vi de vocês, são muitos ensaios maravilhosos.

Obrigado,vamos fazer um ensaio fotográfico coletivo,urbano na praça 7, pegar os pontos principais do centro de BH.

Eu vi o seu ensaio do Jhonatan,alguns de outras integrantes do grupo,além de vídeos do desfile que vocês fizeram no Parque Lagoa do Nado.

Sim,agora vamos para um evento de um projeto chamado Kizomba Cultura,com quem temos parceria.

O kizomba é mais voltado pra diversidade cultural? Como é esse projeto parceiro?

É diferente do Sou Plus,mais cultura afro. Nos do Sou Plus nos voltamos mais para a auto estima da mulher Plus Size,mas estamos levando as Plus para mostrar que não podemos ser excluídas.

Teve um dos ensaios do Sou Plus que uniu os dois projetos não é? Se não me engano eu vi umas fotos assim?

No outubro rosa fizemos um convite para as meninas do Kizomba onde algumas participaram,assim como teve um evento do Kizomba onde algumas meninas do Sou Plus participaram.

Eu vi que vocês tem um engajamento ótimo com os meses coloridos como o setembro amarelo e o outubro rosa

Sim,gosto de pegar as datas comemorativas, pois mostra para as meninas do Sou Plus que podemos fazer. De alguma forma isso vem ajudando e tocando o coração de muitas que ainda se sentem presas ao seu próprio corpo.

Dentre as adolescentes há uma boa gama de histórias onde os gordinhos sofrem com bullying,piadinhas de mal gosto apenas por serem gordinhos. Na fase adulta aquele preconceito direto ou até velado onde muitos dizem que a pessoa tem o rosto bonito,mas o corpo não. Tendo em vista que o projeto hoje tem meninas de várias idades, tem alguma idade  onde a aceitação da pessoa com o corpo é mais difícil?

Sim,na fase adulta agora muitas não estão se aceitando, inclusive as que perderam o seu relacionamento devido ao seu corpo e acaba perdendo também a auto estima. Acompanhando muitas mulheres pelo Sou Plus vejo que as mais adultas tem uma dificuldade grande de aceitação do que uma mais jovem. Com isso perdem a vontade de se arrumar,de se vestir melhor, por não aceitar o corpo que está tendo, pois no Sou Plus tem mais jovem que consegue,se aceita e se une para levantar a auto estima das outras.

A união das meninas é fundamental pra que elas consigam realizar o ideal do projeto que é levantar a auto estima?

Sim. A união faz uma grande diferença entre nós, por quê quando estamos unidas nós já sabemos quando uma está triste,quando uma precisa de um abraço,quando precisa sorrir bem alto,então unidas,juntas,vão vencendo as barreiras que temos em frente.

Anteriormente existia meio que um padrão onde as modelos deveriam ser sempre magérrimas, aos poucos no entanto as modelos Plus Size foram tomando a cena e até mesmo grandes marcas passaram a chamar modelos Plus pra estampar suas roupas e mostrar que tem lugar pra todo mundo. Como você vê essa mudança de postura?


Vejo que o mundo da moda está começando a acordar e ver que uma modelo Plus também tem todo o direito que uma magrinha pode ter ou até mais além,que tem espaço para todas. Está mudança nos mostra que podemos acreditar que um corpo gordinho também pode fazer o sucesso que a magrinha faz,essa mudança está fazendo grandes mudanças no mundo e no dia a dia das Plus.

Falando nas mulheres em especial é comum que elas tenham neuras com o próprio corpo aquele coisa de querer emagrecer dois quilinhos aqui,mexer no corpo acolá,você hoje que é uma mulher com uma bela auto estima com uma aceitação super bacana com o corpo já teve esse momento de neura de pensar: Vou jogar tudo pro alto, preciso emagrecer de qualquer jeito?


Já tive sim. Na minha adolescência e um pouco mais acima dos vinte anos,depois foi passando. Fui vendo que eu estava ficando mais bonita sendo gordinha e minha neura foi passando e foi onde fui me aceitando. Antes eu não gostava de me olhar no espelho e agora só falta ter espelho no teto para admirar a mulher linda com quilinhos a mais que eu me tornei.

Muitas das meninas do projeto tem filhos ou claro pretendem ter,como instruir essas crianças a aceitar o próprio corpo da forma que ele é e como de certa forma blinda-las contra o preconceito de ter uma mãe Plus Size?


Sou mãe e sempre converso com o meu filho sobre a minha aceitação e ele me ter sempre gordinha. E falo com ele que mesmo gordinha a gente sofre,mas não podemos ligar com a sociedade do jeito que ela quer. Temos que aceitar a forma que a gente procura ser,mesmo tendo um corpo gordinho.

Que tipos de preconceitos você sofreu diretamente por ser uma mulher Plus Size?

Já sofri em ônibus e ainda sofro, a ponto de uma pessoa não sentar perto de mim. Já sofri em loja também, da vendedora falar que a roupa não me serve, Já sofri com cadeira de plástico, mas agora eu tiro de letra.

Mas antes você reagia de forma nervosa ou tentava relevar pra não criar confusão ou pra não sofrer mais ataques?

Sempre calada. Sou uma mulher tranquila, por que se eu reagisse a altura iria sofrer mais ainda, então manter a calma e a elegância diante da situação e a melhor forma ao invés de ir para o ataque."

Sara pra encerrar,que conselho você deixa para quem ainda vê o mundo através de tantos rótulos preconceituosos de quem é magro,gordo,feio,bonito e também para as meninas de fora do projeto e que ainda tem dificuldade em se aceitar com o seu corpo?


Meu conselho em primeiro lugar é: Mulheres se amem,tenham amor próprio,se olhem no espelho e vejam a mulher maravilhosa que você é. Você não precisa viver em um mundo se escondendo das pessoas e pensando no que podem estar pensando de você. Viva seu amor intenso,viva por você,alegre-se por você. O mundo é cheio de preconceito,você só é vítima se aceitar ser,senão você vai lá e luta pelos seus ideais,pelas suas conquistas,pois você pode, pois você merece ser o que você sempre sonhou ser,sendo da forma que Deus lhe fez,não deixe a sociedade colocar você para baixo,levante a cabeça e diga: "Se eu posso,você também pode,eu sou por que somos, nunca se esqueça da sua felicidade,depende somente de você, sendo magra,sendo gorda , linda ou feia. Seus limites é você quem coloca, suas escolhas é você quem escolhe, ou você vai viver para a sociedade ou você vai viver por você.




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