quarta-feira, 31 de maio de 2017

Amizade


Funciona mais como um elo sentimental do que qualquer outra coisa, não há encantamento sentimental, as pessoas apenas se aproximam, gostar do jeito de agir,pensar e ser um do outro e se aproximam assim como ocorre no amor, mas é diferente.

A medida que o relacionamento se afina as intimidades vem a tona caracterizando um encontro de sentimentos com menos fervor contudo dotado de maior maturidade por quem está envolvido. Realmente um lástima que não seja assim na maioria dos relacionamentos amorosos.

Nessa verdadeira amizade pesam-se as palavras duras ditas com a intenção forte e coerente de alertar, auxiliar e trazer para o bem aquele a quem desejamos de forma igual a nossa vida.

Há o respeito pelas diferenças, um ganho de confiança inexplicável e que fortalece o laço entre quem assim decide ser nada mais que amigo.

A relação de amizade acaba também por prover de uma pequena dose de ciúme, sim pequena pois não é o foco, mas sim um zelo daquele que intimamente preserva o outro que com todo o direito também tem outros amigos e esses também podem ser bons amigos, por que não!?

O surgimento de novos e bons amigos não impede ou trava a amizade que já existe. O bom e atado laço daquele que tem entre si confiança mútua. 

No relacionamento amoroso o tal ciúme e o relacionamento com outras partes acarretam em algumas vezes problemas, rusgas que vão ficando mais claras e acabam por revelar outras e evidenciam o afastamento que acaba ocorrendo por força maior, por um desejo obvio de se ver longe daquilo que nos prende ao invés de nos dar liberdade.

Amigos não cobram, tem ali no máximo um pedido velado para que a amizade seja mantida próxima, com encontros e boas conversas para manter as ideias em dia, os problemas dentro de conhecimento de ambos e claro as risadas soltas por aí acima de qualquer coisa.

O afastamento entre amigos pode existir,afinal a vida algumas vezes acabam por nos conduzir a caminhos distintos e que podem vez ou outra afastar por um tempo aqueles que gostamos,mas convenhamos que não há sensação tão gostosa como reencontrar essa pessoa e pensar mesmo que por um instante que não houve nem mesmo cinco minutos separados.

Amores!? Esses vão existir aos montes.

Ficantes, peguetes, casos, rolinhos, tico tico no fubá, namorado, marido, há uma separação respeitosa,quase que hierárquica onde o amigo percebe que há outra pessoa ocupando um espaço diferente na vida de quem é detentor de nossa amizade. Na vida e no coração.

Com bons amigos não se está sozinho, mas também há o por que de fazer do seu melhor amigo o seu amor. Confiança, amor devem e podem andar juntos, lado a lado para que possam coexistir de uma maneira mais pacífica, tornando assim a vida que já é tão difícil um tanto quanto mais fácil.

Há também a tristeza daqueles amigos que traem, iludem, dissimulam como verdadeiros atores, canastrões ou não de modo que ficam em nossa vida sugando nosso desejo de amizade e de alguém pra contar o que infelizmente culmina em raiva, rancor e desconfiança futura.

Não se espante, tal como ying e yang para todo mal existem o bem e para todo bem, infelizmente existe um pouco de mal, mas isso se negocia, se supera, se prepara e principalmente: Se confia.

terça-feira, 30 de maio de 2017

Erros e Acertos


Existe um provérbio chinês que diz: "Há três coisas que nunca voltam atrás,a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida."

Estamos fadados a isso.
Fadados a errar e acertar o tempo todo.

Errar está preso ao ser humano, atrelado a nossa essência. E mesmo que persistir no erro seja burrice não temos a opção ou alguma chavinha que nos faça ligar ou desligar as consequências de nossos erros.

A oscilação de um movimento,um passo mal dado, uma palavra dita fora de hora, basta um leve deslize e tudo vira. Tudo muda.

Uma hora ou outra teremos de tomar posições, sair da zona de conforto, de cima do muro e encarar aquilo que muitas vezes preferimos não tomar frente.

Por algumas vezes a vida será piedosa e deixará que tenhamos uma resposta positiva de nossos erros, mas outras vezes não, muitas vezes na verdade.

Por mais escaldados que estejamos de certas situações o elemento surpresa existe e pode nos deixar incrédulos quanto a muitas coisas que acreditamos piamente não acontecer.

Mas e aí!?
Vamos ficar paralisados pelo medo?
Catatônicos diante do anseio tenebroso de tentar e não conseguir.

Obvio que não.

Apesar de sempre haver um ar imprevisível em tudo, há vida além dos erros. 
E prazer, esses são os acertos.

A roda gigante da vida uma hora acaba te apresentando eles. Pode ser bom, pode ser ruim, mas vai acontecer, isso é fato!

A certeza apesar de tão abstrata é razão de apego para muitos, talvez por isso seja tão fácil se estagnar nas próprias certezas e deixar de lado coisas que possam virar o jogo.

A vida exige mais
A vida exige que cheguemos ao conhecimento de como é, de por que é.

O risco a gente assume, quebra a cara, volta atrás, recomeça e assim vai. Entre erros,acertos, erros com meio acertos, depende de quem vê,de quem está envolvido, de que vai em busca do que tem de ser.

Tem obstáculos, tem buracos mais fundos que se possa imaginar e sim. Vai dar medo, muito medo, mas ele não leva ninguém a lugar algum.

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Meu Primeiro Bebê.Doc (21)


(Pais de primeira viagem relatam as delicias e as amarguras da presença do primeiro bebê de suas vidas. Na série Meu Primeiro Bebê.Doc veremos relatos feito por pessoas que se despuseram a contar esse marco de suas vidas sem qualquer custo ou a precisão de revelar a identidade. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

Por Amandha Amaral

"Eu conheci o pai da minha filha em um bar. Namoramos e logo fomos morar juntos.

Antes disso minha vida era muito louca. Saía,bebia, usava "dorgas", mas logo que descobri a gravidez  minha vida mudou pra melhor.

Eu descobri a gravidez logo no início com cerca de três semanas.

As primeiras consultas foram ótimas, incluindo a primeira em que eu escutei o coração pela primeira vez.

Até os três meses de gestação o pai dela estava amando a ideia de ter um outro bebê, já que ele já tinha filhos, mas brigamos, as coisas mudaram e após o término cada um foi pra um lado.

No fundo no fundo eu já sabia que era uma menina quando descobri o sexo, mas eu queria um menino, mas quando veio menina resolvi escolher Adalgisa Júlia como forma de herdar o nome da minha avó e da minha irmã juntas na minha pequena.

Também por que já havíamos decidido que caso fosse menina eu escolheria o nome e se fosse menino o pai escolheria.

Durante a gravidez tive pequenos medos e ansiedade que toda mulher tem, mas no geral foi tudo bem tranquilo, bem diferente dos meus desejos que iam de doce de leite com ovo cozido até melancia com manteiga.

Meu único problema foi o parto!

Foi um parto difícil, muito difícil.

Eu tinha tudo para ter um parto normal, menos passagem.Acabei sofrendo muito com a indução do parto e não recomendo a ninguém o Odilon Behrens.

Cheguei no hospital no dia trinta e um de outubro ás quatro e vinte e sete da manhã. Já com a bolsa rompida, mas sem dilatação.

Depois de doze horas induziram o primeiro comprimido de seis.

Cada comprimido tem o tamanho da tampa de uma garrafa pet, sendo induzido de seis em seis horas e somente ao dia,além do exame de toque de meia em meia hora o que torna tudo muito sofrido e doloroso.

Fizeram a indução dos seis comprimidos,mas não tive nem um centímetro de dilatação.Quase perdi minha bebê.

Não tinha um único médico responsável,apenas estudantes fazendo o atendimento que como pode-se imaginar foi horrível.

Por fim no dia quatro de novembro ás oito da manhã me levaram para a sala de parto para realizar uma cesária de alto risco.

Por fim ás nove e quarenta e cinco nasceu Adalgisa Julia com quarenta e três centímetros e dois quilos e oitocentos trazendo minha paz novamente e uma novidade a cada dia."

terça-feira, 23 de maio de 2017

Nosso Brasil das crises


Não é nossa culpa...

Na verdade apenas em partes é nossa culpa sim.

Somos nós quem os colocamos lá.
Somos nós que escolhemos nossos "representantes" e acabamos por acatar a duras penas aquilo que a maioria determinou.

Mas por que diabos eles tem de ser tão filhos da puta ao invés de filhos da pátria?
Mas por que diabos não paramos para perceber que a maioria é burra e acaba por se auto prejudicar?

Todos eles.
Desde o relés vereador passando por deputados,governadores,senadores,ministros,presidentes e olha só até ex presidentes conseguímos exportar para a máquina de corrupção que não para de trabalhar.

A quantidade assoladora de fatos novos que a cada dia parece nos assombrar não para.
Para eles milhões são migalhas daquelas que se pedem a "amigos" para resolver problemas que deveriam nem mesmo existir por que já são fruto de um outro caso de corrupção passada.

Sequência, rotatividade colossal de pessoas que deveriam batalhar para ganhar o seu salário de muitos dígitos fazendo aquilo que tanto alardeiam em suas sórdidas propagandas eleitorais pagas,veja só com o dinheiro do nosso bolso.

Não há nenhum mártir que vá entrar para história como o herói, muito menos salvadores da pátria, nós brasileiros já descobrimos que os heróis se restringem aos desenhos animados e histórias em quadrinhos.

Felizmente não há unanimidade, mas seria muito bom se houvesse consenso.

Na verdade até há um consenso.
Percebemos que há corrupção, percebemos que ela nos atinge,que ela nos inflama por um patriotismo ilusório que colocamos em nossa personalidade,mas que sabemos não existir por completo.

Mas o que fazemos com esse senso comum?
Atiramos para todos os lados.

A turma do A detesta a turma do B
A turma do C detesta a a turma do A e também a do B

E quem aproveita? Certamente não é o trabalhador, não é o proletariado que sofre de desigualdade.
É o todo

Todo mundo afunda junto. Da forma que deveria ser a nossa opinião, vamos todos afundando até que alguém mais emponderado de valores em sua conta bancária sobressaía e vá viver em outro país com a corrupção menos escancarada enquanto pode.

O hino diz: "Verás que um filho teu não foge a luta",mas está cada vez mais difícil lutar contra todo um rebanho, todo um apanhado de alienação que ao invés de se concentrar em resolver e ver que juntos somos mais fortes dá a mão para quem antes enganou, fraudou e roubou.

As malas não vão para nossos bolsos.
O rombo vai ficar para nossos filhos, netos,bisnetos e sei que não queremos isso.

Protestar, mas pelo que mesmo estamos protestando? Qual a crise da vez? Há mesmo uma crise?

O governo diz que estamos num país de todos, não há dúvidas.

TODOS emergidos na mesma lama, até o pescoço.

"Oh pátria amada,idolatrada. SALVE,SALVE"

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Tempo acelerado


Estamos andando cada vez mais depressa.
Cada vez mais acelerados nos passos e desenvolvimentos que antes levaríamos décadas para obter.

Por outro lado cada vez mais nos fixamos as telas, registrando tudo por nossas câmeras modernas, celulares de última geração e até esquecemos de permitir que nossos olhos presenciem experiências únicas.

O dinamismo do mundo nos faz crescer rápido demais a ter responsabilidades cada vez mais cedo.

Quase tudo se atualiza em segundos, num corrido tempo que faz com que tenhamos de estar sempre em busca de se atualizar e nos equalizar aquilo que o tempo está impondo a todos nós.

Crescemos no entanto convivendo com a insatisfação daqueles que por perceber mais cedo essa aceleração desenfreada do mundo sonham cada vez mais em se mudar para cidades interioranas,pacatas e sem tanta agitação onde poderiam aproveitar mais o tempo.

Se a nossa adolescência acabou por chegar mais cedo vejo cada vez mais crianças espichando como num passe de mágica e bebês de dias que parecem ter anos de mundo e um experiência que não cabe dentro deles.

O mundo nos acrescenta um salto a mais todos os dias, crise financeira,emprego bom,aluguel,casa própria, relacionamentos enrolados,sérios e até estagnados. Vivemos numa panela de pressão prestes a explodir, no intervalo de tempo entre dormir tarde e mal e acordar cedo e aflito para voltar a dormir e sonhar.

Nesse mundo louco são poucas as vezes em que nos permitimos errar,se arrepender e até mesmo voltar atrás. O tempo já não permite que façamos isso e nos joga pra frente como uma onda a nos dar um caldo daqueles bem dado.

Falta para nós acelerados em meio a todo esse tempo,um breve lampejo de coragem que nos permita recomeçar quando houver dúvidas e parar de buscar a perfeição que nunca vem.

Cobranças frequentes de um mundo que acredite só vai girar com você nele, devemos então permitir que encontremos nosso próprio tempo, mesmo que não seja todo o tempo do mundo como diria Renato Russo, mas o nosso tempo, a nossa velocidade de ser e estar nesse mundo.

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Meu Primeiro Bebê.Doc (20)


(Pais de primeira viagem relatam as delicias e as amarguras da presença do primeiro bebê de suas vidas. Na série Meu Primeiro Bebê.Doc veremos relatos feito por pessoas que se despuseram a contar esse marco de suas vidas sem qualquer custo ou a precisão de revelar a identidade. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

Por Stephanie Franckevicius

"Conheci o pai da Melissa a seis anos atrás, mas eramos apenas conhecidos sem qualquer tipo de relacionamento, até por que na época eu namorava e ele também.

Depois disso ele sumiu e eu só fui revê-lo em 2014 e em pouco tempo ficamos noivos,mas em apenas três meses terminamos,só reatando novamente em janeiro de 2016 e em abril eu engravidei.

Antes de engravidar eu sempre saí muito e viajava bastante, algo que não parei de fazer, tanto que apesar de muitos considerarem loucura eu cheguei a ir a praia grávida de nove meses.

Quando engravidei eu pesava sessenta e três quilos. Devido ao fato de praticar Muay Thai e malhar, mas foram tanto enjôos, mas tantos enjoos até o sétimo mês que cheguei a pesar cinquenta e quatro quilos que foi quando consegui ganhar um pouco de peso e a barriga apareceu.

Na gravidez como disse tive fortes enjoos até o sexto mês quando cessaram um pouco dando espaço para que eu pudesse satisfazer desejos como angu e arroz com tomate, sendo que os refrigerantes eu só tomava de laranja.

Por outro lado tomei trauma de marmitas de isopor como as que eram servidos os almoços que pedíamos no meu serviço,assim como uma loja de empadas no Minas Shopping,bastava passar perto dela pra me sentir enjoada.

Alias durante a gravidez tive tudo que uma grávida pode ter.

Desde enjoos e dores nas pernas e nas costas até uma bactéria chamada Steptococos B que deveria ter sido tratada com antibióticos pelo médico,mas não foi.

Então com sete meses fui até o Sofia Feldman para acompanhar o parto de uma amiga e me decidi pelo parto natural.

No dia 10/02/2017 fui até o Sofia sentindo dores e me disseram que eu tinha até o dia dezessete para entrar em trabalho de parto ou voltaria para induzir o parto.

Ansiosa que só lá estava eu no dia dezesseis, mas a avaliação da médica viu que meu útero estava alto,grosso e sem dilatação.

Fui mandada então para a casa do Sofia que fica ao lado do hospital onde me deram vários chás de flores de algodão para ajudar a entrar em trabalho de parto, escalda pés e acupuntura com sementes de mostarda.

Aí então no dia seguinte eu voltei ao hospital para a indução. Cheguei lá ás oito da manhã, mas me avaliaram e o útero continuava grosso porém dilatado em dois centímetros.

Fui para a sala de pré parto onde me introduziram o famoso comprimido de citoteque,embora coloquem outro nome no papel, me deixaram de repouso uma hora e depois passei a andar para ajudar na dilatação.

Ás nove da manhã começou a indução e as onze horas me deram novo comprimido.

Fiquei na área de fora do hospital andando de onze da manhã até ás quinze horas até voltar para voltar para dentro, tomar o remédio para a bactéria e ser constatado que eu estava com quatro centímetros.

Começava ali meu sofrimento já que me colocaram no soro com ocitocina e as contrações vinham cada vez mais e mais fortes.

Dos quatro centímetros eu evolui pra seis ás vinte horas, mas dos seis não saí mais.

Tomei banhos com mais de uma hora pra ver e nada de aliviar. 

Todo mundo chegava na sala de pré parto, gritava e saiam com seus bebês, mas eu continuava ali.

Falavam que iam me colocar na sala de parto, mas era pura enrolação e eu frustrada já que meu parto não estava sendo nada como eu queria.

Estouraram minha bolsa com a agulha enorme e passaram a ministrar o remédio de quatro em quatro horas para a bacteria não passar pra minha filha.

Enfim, ás dez da noite trocaram o plantão e chegou um enfermeiro super atencioso que fazia de tudo para me acalmar.

Nesse estágio eu já gritava muito, chorava muito e ele enfim me transferiu para a sala de parto após eu tanto gritar.

Era um quarto enorme com hidromassagem e banheiro somente para mim, um sonho,mas não para aquele momento.

Eu já tinha pretensões de pular a janela do hospital, gritava muito e fazia um show implorando a anestesia que finalmente resolveram me dar.

E lá vai eu!

Três agulhadas, uma maior que a outra nas costas.

Uma anestesiou a pele, outra o músculo e a última o osso.

Eu a tomei a uma da manhã e falaram que durava de duas a três horas e como eu aproveitei isso.

Fiquei nos primeiros trinta minutos deitada com uma enfermeira ouvindo o meu coração e o coração da Mel, dormi outros trinta minutos e a outra uma hora que restou fiquei agachando o tempo toda acompanhada de uma doula.

Até que finalmente chegou uma obstetra que tanto me ouviu gritar e graças a ela a Mel veio ao mundo já que eu já estava tendo uma hemorragia e encheu de médicos para ajuda-la a controlar o sangramento.

O momento do nascimento é mágico. Eu já nem me lembrava da hemorragia.

No plantão das sete arrumaram a Melissa, me deram um banho rápido e enfim subi com ela pro quarto.

Na maternidade ela era a maior bebê com 4,025 e 53 centímetros, mas ás quatro e cinquenta e quatro da madrugada.

O começo tem sido um pouco difícil, já que detectaram um refluxo bem maior,mas que estão tentando controlar com medicamento.

E claro seguimos com nossas viagens.

Já passeamos pra todos os lugares e com um mês já fomos até a uma pousada."

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Sendo trouxa


Uma hora ou outra você vai ser,algo meio que inevitável em meio a nossa vida,mas que por mais que seja tão normal demoramos a aceitar e associar que sim, nós somos ou já fomos bem mais trouxa do que poderíamos ser.

Ao termos sentimentos por alguém é meio complicado se virar e aceitar que não teremos aquele sentimento de volta daquela pessoa. Como? Por que? (Enquanto isso nosso "trouxa paper" vai sendo desenrolado com precisão cirúrgica)

A sensação de impotência diante de um quadro que parece irreversível,saídas que deixam de existir e há até mesmo aqueles que procurem mais porquês do que a Hanna Baker pra tentar compreender algo simples.

É culpá da nossa falta de exigência com nós mesmos, inocência talvez, mas jogar a culpa em outra pessoa saí bem menos dolorido do que assumir que estamos sendo bobos diante da multidão.

Encarar a vida como ela é, a verdade nua e crua e momentaneamente se lembrar de resquícios de dignidade que ainda possa haver na nossa cara antes que uma nova mata atlântica seja desmatada apenas com o nosso papel de trouxa.

Passamos a nos humilhar, perdemos a compreensão de amigos menos chegados e ganhamos a zombaria daqueles que já acreditam que assumimos um título eterno. É difícil não ter tal estigma.

Não há ponto final que deve ser posto a prova, finalizações daquelas novelísticas onde tudo dá certo pra todas partes sempre e todos saem felizes e acompanhados dos amores de suas vidas.

Pare de se enganar, pessoas até pensam em fazer mudanças na vida,mas não é nada repentino.

Aquele cara que te esnoba hoje por que quer sair pra festinhas no fim de semana,provavelmente fará isso por um bom tempo, a garota que prefere a balada com as amigas ao invés de ver Netflix com você,lamento ela vai seguir fazendo isso.

Aceitação ao invés de insistência.

Básico para sobreviver no mundo moderno onde nem todas as pessoas te dão respostas para as perguntas que você tanto faz. Ao invés de repetir as perguntas, faça novas questões e para novas pessoas,abra o leque ao invés de dobra-lo e estender seu lado "trouxiane"

O silêncio não é necessariamente o consentimento de outra pessoa ou o empecilho para que na sua vida mudanças possam ocorrer. 

Se a pessoa não demonstra, não faz por onde, pra que ficar lá meses a fio dando murro na ponta de faca acreditando nessa ilusão de um mundo dourado?

A carência muitas vezes nos atola num pote gigantesco de merda que não veremos saída. Pra piorar acreditamos que o desapego dessas pessoas que nos colocaram dentro do pote de merda nos fará afundar cada vez mais,sem notar que é essa pessoa que faz de forma voluntária ou até involuntária com que tenhamos mãos e pés atados para afundar de maneira uniforme.

O nosso papel de trouxa só aumenta por que nós deixamos que ele seja desenrolado. Ao nos omitirmos,iludirmos e humilharmos por alguém que faz o que deve ser feito, vive a vida.

Papéis foram feitos para que nossa história sejam descritas páginas após páginas e não enroladas ao nosso redor para que estagnemos num único ponto com um sorriso melancólico e a falsa e ilusória sensação de: "Opa! Aqui tá tudo tranquilo, segue aí."

TROUXA! Não está!

Saiba o momento certo de estabelecer limites para a sua vida e rasgar todo esse bloco incômodo que faz de você a chacota própria. Pare de alimentar o erro em sua sanidade mental para que outras pessoas se satisfaçam e você fique aí como o seu papel de trouxa permitir,

O amor é algo que devemos compartilhar num cabo de guerra onde as forças se dividem e não há apenas um lado puxando enquanto o outro aplaude,assim perde a graça.

Curiosamente quem define a força ou o quanto puxar somos nós e não há nada tão libertador do que definir limites e no futuro parar e olhar para trás pensando: Eu rasguei o meu papel de trouxa bem ali!

Faça!

terça-feira, 16 de maio de 2017

Dois Caminhos




Por Priscila Gonçalves

"Crescemos ouvindo que sempre temos duas ou mais escolhas, dois ou mais camimhos a seguir.

Shakespeare eternizou esse dilema da humanidade: " Ser ou não ser, eis a questão."

Nos últimos tempos, avançamos tanto que estamos na necessidade de retroceder em alguns pontos de vista para tentar, ao menos, alcançar o tão sonhado equilíbrio.

Mas, ao passo que temos em nossas mãos duas ou mais opções, equilibrar caminhos e mundos diferentes, que nem de longe se encaixam ou combinam entre si, faz-nos estender o tapete vermelho para a loucura. Ou que chega perto dela.

Pessoalmente falando, de um lado tenho um caminho que alguns chamam de missão de alma, do outro lado, todo o oposto que não chega nem na ponta desta missão, a qual descobri recente depois daqueles perrengues e cansaço necessários para nossa evolução.

E o que chamo de intuição, divide-se em quatro partes:

Do lado bonzinho:
( ) Vai!
( ) Mexe com isso não! É bobeira e perda de tempo

Do lado "mau":
( ) Se joga!
( ) Você sabe que corre o risco de se ferrar de novo né? Então deixa de ser uma mula!

Uma prova inteira de múltipla escolha, sem o direito de uma questão aberta para eu dissertar à minha vontade.

E mais uma vez, quem já passou por situações semelhantes, sabe como é complicado atravessar a ponte em cima do ego e tomar a decisão certa e tentar equilibrar dois caminhos, ponte esta, cheia de falhas, com cordas bambas, bem em cima de uma correnteza brutal, cheia de rochas mortais no caminho.

Algumas escolhas podem modificar uma vida inteira, para melhor ou pior.
E sem a garantia do resultado final, nos arriscamos dando um tiro no breu, sem saber quem ou que vamos acertar, quando, na melhor das hipóteses, não damos um tiro no próprio pé.
Pagar para ver?"

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Livrai-nos


Impressiona como a cada dia você tem que se desvencilhar de todo o mal e negatividade que cerca sua vida.

Não que tudo a sua volta seja de todo o ruim ou que todas as pessoas sejam tomadas pelo poder de lhe botar abaixo de suas normalidades, mas muitos fazem isso sem perceber ou por mero fato de olhar para você com um jeito diferente.

Não precisa ser a todo instante, mas uma mera fração de segundos e está exposta a negatividade atraída por uma palavra solta ou um pensamento mal colocado em meio a tantos outros em nossa cabeça.

Talvez ao colocar a cabeça no travesseiro deixemos de lado todo pedido pre existente na oração que diz: "Livrai nos de todo o mal"

Cabe aos religiosos, cabe aos não religiosos, cabe aqueles que desejam o bem para o dia desde o momento em que ele começa até o dado momento em que ele termina.

Que toda negatividade lançada a nós seja transformada em amor sem que o olho gordo alheio, seja ele direto ou involuntário fique do lado de fora de nossas vidas.

Que deixemos de nos preocupar com tolices e encaixemos a boa presença de nossas almas.

Estamos vulneráveis, suscetíveis a permitir que a negatividade e a maldade entre porta a dentro quando na verdade podemos deixa-la para trás e nos proteger.

Que criemos nossa felicidade a descobrindo dia após dia nas coisas simples, belas e nas mais corriqueiras afastando de nós aquilo que não nos faz bem.

Aceitemos erros, fracassos e frustrações do dia a dia, elas só existem para que as glórias sejam exaltadas e nos tragam maior satisfação frente a tudo aquilo que está por vir.

Errar é humano e é sábio dizer que devemos sempre estar prontos para corrigir nossos erros por que sim, eles vão acontecer e vão se revelar um após o outro.

Enfim, relaxe, a vida é muito bonita para nos ocuparmos de preocupações e tristezas que não os cabem,

A vida com todos os seus pormenores e problemas é única.

Por que não ser feliz com essa única chance.

domingo, 14 de maio de 2017

Mãe


Impressionante como em apenas três letras pode-se caber tanto significado, tanto sentimento envolvido desde aquele momento em que somos um pequeno grãozinho e aos poucos vamos ganhando ali tamanho,cor,afeto e principalmente amor.

Uma ligação única constituída bem antes das dores do parto

Daquelas que ultrapassa barreiras e descrições e apenas expõe o desejo de que seja eterna.

Respeito,carinho, compreensão e todas aquelas broncas que ganhamos de forma tenra e generosa de forma gratuita para que dia após dia a vida nos ganhe e sejamos nós a zelar por ela.

Fortes,destemidas,capazes de ler e compreender o silencioso olhar de seus filhos que clama pelo seu amor infinito e incondicional colocado ali para fora do corpo.

Bendito coração esse que somos nós ali correndo soltos, expostos a perigos que as asas maternas já não podem evitar, mas que tentam e como tentam.

O parabéns não é de hoje, não é para a minha mãe somente, para a sua, para a mãe de seus filhos, mas sim as felicitações a esses serem tomados e dotados de amor,tanto amor que coube a nós apenas agradecer e admirar.

Um feliz dia das mães!

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Meu Primeiro Bebê.Doc (19)


(Pais de primeira viagem relatam as delicias e as amarguras da presença do primeiro bebê de suas vidas. Na série Meu Primeiro Bebê.Doc veremos relatos feito por pessoas que se despuseram a contar esse marco de suas vidas sem qualquer custo ou a precisão de revelar a identidade. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

"Eu levava a vida com simplicidade, na época trabalhava numa montadora de automóveis, tinha ótimo salário até que em tempos de crise como essa em que vivemos agora eu e muitos outros nos vimos em apuros pós uma greve trabalhista na fábrica e ficamos desempregados.

Sempre muito decidida e me achando em uma situação contraditória fiz mudanças radicais para sobreviver. Nada era como antes.


Dois meses após a demissão em massa consegui um novo emprego em uma indústria de relógios e jóias. O salário era trinta por cento menor, mas suficiente para que eu em companhia de uma colega de trabalho também em apuros alugasse um apartamento e dividíssemos as despesas. Uma solução para ambas.


Foi uma decisão acertada por um bom tempo. Meu novo trabalho deu-me condições de continuar tendo minha independência financeira sendo ainda arrimo de família para mães e irmãos mesmo em uma época muito difícil e com greves por todo o país.


Conheci meu companheiro por intermédio de uma amiga que era conterrânea dele e nos apresentou durante a comemoração do aniversário dele. 


Ele havia nos convidado para comer um quibe cru a moda síria com todos os acompanhamentos no bar em que ele ainda é proprietário e personalizou a iguaria para a confraternização.


Aqueles tempos eu já era uma curiosa dos truques de cozinha e sempre gostei de cozinhar. Ele se aproveitou desse pormenor e se convidou para almoçar uma galinha ao molho pardo, uma comida tipicamente mineira e que sem falsa modéstia eu sou expert.


Além disso ele queria se redimir de um pequeno incidente acontecido no seu bar onde eu fui protagonista. Meus cabelos compridos na altura da cintura esvoaçaram e se agarraram a hélice de um ventilador atrás de uma cadeira a qual eu havia sentado. 


Ele se desculpou muito e se comprometeu a visita para se certificar que eu ficaria bem.Uniu a preocupação momentânea ao convite oportuno.


Após o almoço ele passou a nos fazer visitas esporádicas. Levava quitutes e petiscos feitos por ele no bar e acabei me encantando pelo seu jeito bem mineiro de falar baixo e pausado.


Começamos a namorar, mas éramos muito tímidos.


Ele estava se separando da mulher e tive muito medo de problemas com a ex mulher e com os três filhos pré adolescentes. 

Eu era solteira e sempre dei atenção aos conselhos da minha mãe, mas era solteira e não tinha anda que me impedisse de gostar de um homem como ele. 


Nos entendíamos com o olhar. Sabíamos o que um e o outro queriam e decidimos enfrentar juntos todas as situações.


Nesse meio tempo minha colega de casa que já namorava a algum tempo se casou e voltou a morar com o marido em sua cidade de origem me deixando só com as despesas do apartamento.


Ela fez pequenas dividas que acabaram por me comprometer e não pensou em mim ao seguir a vida com seu esposo. Uma beira de irresponsabilidades que foi muito bem aproveitada pelo meu companheiro.


Ele fez a proposta de me amparar financeiramente,quitando os débitos do apartamento e me convidou para morarmos juntos, já que não conseguíamos ficar separados.


Em seis meses de relacionamento unimos nossas vidas. Ganhei um marido e três crianças, uma família completa. 


Segui trabalhando e cuidando da minha nova família e assim assumimos para nossos amigos e família.


Dois anos depois senti vontade de ter um filho. Meu companheiro já não pensava em ter mais,até por que já tinha três meninos e caso eu engravidasse agora ele gostaria de ter uma menina. Era seu sonho de pai.


Quando me descobri grávida eu já estava entrando no terceiro mês. Sempre tive um ciclo menstrual irregular e não tive nenhum sintoma que me prevenisse para tal, mas a descoberta foi simplesmente linda para mim, inesperada.


A descoberta se deu quando sonhei que perdia a hora para ir ao trabalho por que dormira demais ao lado de um bebê dourado de bochechas coradas. Acordei lentamente ao sentir sobre meu rosto suas mãozinhas quentinhas e macias e ao abrir os olhos seu rostinho virado para mim com um sorriso banguelo.


Era domingo muito cedo e eu fiquei ali na cama,em silêncio, pensando no sonho que eu tivera. 


Meu companheiro estava no banho se arrumando para sair e ir realizar seus afazeres no bar. 


Fiquei ali na cama de olhos fechados,meu companheiro olhou-me e decidiu ir embora pé anti pé para não me acordar. Ele se foi e eu me levantei indo até o espelho e me apalpando.


Antes eu pesava quarenta e nove quilos, era magra e estava sentindo minhas roupas de dormir ajustadas ao corpo.


Alguém havia percebido e me dissera: Você engordou! Está mais bonita.


Eu me lembrei disso e vi meus mamilos endurecidos, pontudos, minha pele estava mais lisa, brilhante, me senti diferente, maior,a barriga também estava dura. Comecei a pensar a quanto tempo não menstruava.


Tenho até hoje o hábito de anotar tudo.

Tirei da minha gaveta uma caderneta com várias anotações e fui ver se tinha anotado a última vez que ela tinha descido. Fiz as contas e eram setenta e seis dias. Incrédula eu ri sozinha me olhei no espelho e disse: Vou ser mãe!

Durante todo o domingo fiquei radiante, cantarolei, fiz um almoço simples e cheiroso e fiquei a espera do meu companheiro para lhe dar a notícia.


Almoçamos e ele foi para a sala de televisão aonde eu o acompanhei. Me pus a olha-lo e disse: Tenho uma coisa para te contar.


Ele perguntou o que era e eu disse


Ela que havia se deitado no sofá se levantou assustado e perguntou: E agora o que nós vamos fazer? Em seguida começou a rir e eu respondi: Esperar!


Se para mim havia muita expectativa para ele pai de três meninos não. Era mais um. Mais uma boquinha,mas senti que ele estava feliz.


Ele se envaidecia da sua performance masculina e a todos se vangloriava alegremente enquanto eu continuei exercendo duas funções a de dona de casa e a de secretária executiva no trabalho.


Meu companheiro trabalhava muito e após dois anos de relacionamento ele ainda estava as voltas com os problemas com a ex mulher e os filhos que andavam numa idade crítica e exigiam atenções com a adolescência chegando rápido além de se sentirem um tanto enciumados pelo novo irmãozinho que estava por vir.


Incentivados pela ex mulher dele, os garotos se tornaram um pouco rebeldes. Não foi fácil, mas conseguímos resolver todos os contratempos que apareceram.


As primeiras consultas médicas foram comuns a todas as grávidas. Instruções para ter cuidados, exames necessários, vitaminas, vacinas, cuidados alimentares. 


Nas duas primeiras consultas eu fui sozinha. Na terceira ida o médico pediu que o pai me acompanhasse. Abordamos vários assuntos e ao final da consulta fomos informados que minha gravidez era de risco devido a minha idade na época.


Eu estava com trinta e cinco anos e era meu primeiro bebê. Foi marcada a minha primeira ultrassonografia e eu deveria seguir todos os procedimentos necessários, mas eu me sentia tão bem, tão feliz.


Fomos a praia em uma semana de férias. Eu estava caminhando para o sexto mês, ao chegar ao local do passeio me senti cansada. O ritmo do meu corpo havia mudado. Meus pés e pernas estavam mais inchados, muito ressecados e as dores nas costas também apareceram. O pai do meu filho cuidou muito bem de mim. No dia seguinte já me sentia bem e nos divertimos muito.


Quando voltamos das férias fomos a consulta médica e contamos o ocorrido ,ele me consultou e constatou que estava tudo bem com os BEBÊS!


Emudeci, foi um susto! Eu não sabia que estava grávida de gêmeos.


O médico colocou o aparelho para que eu escutasse o coração em meu ouvido e ouvi o coração dos meus bebês. A emoção me dominou, chorei muito.A partir dali todo cuidado era pouco.


Após as férias e a consulta médica houve muitos transtornos em meu organismo que não me fizeram bem, até que em uma tarde do trabalho senti uma fisgada abaixo do umbigo e imediatamente uma água amarelada e grossa me escorreu pela pernas.


Fui as pressas para o consultório médico e tive o que chama de bolsa estourada. O médico pediu que parasse de trabalhar e que me afastasse do trabalho. Eu tinha férias vencidas e antecipei minha licença maternidade .


Eu já não tinha a mesma destreza, caminhava lentamente, sentia dores abaixo do umbigo e me impressionava muito com a cor da minha urina.


Do sétimo até a entrada do oitavo mês eu ficava horas deitada ou sentada. Evitava movimentos mais bruscos, pois a cada movimentada mais rápida minha roupa logo se molhava inteira com a água amarelada e grossa. Como minha gravidez era de risco fiz tudo que era pra fazer.


Meu único filho nasceu com oito meses e três dias de gestação, ás quatro e quarenta e seis da tarde de uma quarta feira. Eu havia ido a uma consulta médica pela manhã e já saímos de lá com a guia de internação para fazer o parto de cesariana.


O outro bebê sofreu um teratoma neonatal que se calcificou dentro do ovário. Foi preciso seccionar o ovário direito e enviar para a biopsia. Sofri muito, mas a felicidade por reconhecer o bebê que antes me acordava nos sonhos foi uma alegria incontida.


O meu bebê de mãos quentinhas,macias, lindo de cabelinhos vermelhos, coradinho e esfomeado. Uma sensação maravilhosa e inesquecível.


O pai deixou a meu critério escolher o nome, por isso escolhi o nome sozinha. Comprei uma revista de nomes, mas acabei fazendo a escolha numa revista que eu havia comprado para o filho mais novo do meu companheiro.


Um álbum de figurinhas de futebol com todos os jogadores do ano vigente. Comprávamos sempre figurinhas para colar nesse álbum e achei interessante a figura de um goleiro e acabei por copiar esse nome.


Ser mãe para mim até hoje foi e é o maior presente que Deus me deu. Uma experiência indescritível que só quem é mãe e sentiu essa força sabe dizer.

Sinto saudade até hoje dos momentos da amamentação ,dos primeiros trejeitos, o primeiro sorriso, o vermelho da primeira picada de pernilongo. Guardo na memória as gracinhas e até o som da primeira palavra que ele pronunciou brincando com o pai.

Como esquecer a descoberta do primeiro dentinho e de como ele se soltou de minhas mãos e correu atravessando a sala de uma parede a outra, no aprendizado antes mesmo de saber andar distinguindo as cores no sinal, lendo nomes nos objetos e nos refrigerantes são muitas lembranças.

Ao ver meu filho hoje sinto que fui de alguma utilidade nessa vida. Tenho guardado comigo muito dessa dádiva divina que é ser mãe."

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Desdém



Se você mesmo que por apenas um dia não cuidar de algo que você entende que não vale a pena, saiba que alguém vai fazê-lo por você.

Se por apenas algum segundo você não der valor para algo que lhe é necessário e você acredita que não, acredite lá na frente alguém irá fazê-lo por você.

Todos os dias um leque de opções é aberto diante de nós para que façamos aquilo que temos vontade tanto quando abrirá para que outras pessoas façam aquilo que não desejamos fazer.

Esse leque de opções infelizmente nos leva muitas vezes a caminhos errados, a escolhas que naquele momento não são tão adequadas e claro, nos levará aos arrependimentos.

A ambição e a cobiça também faz com que muitas vezes vislumbremos o adiante, aquilo que não está ao nosso alcance e que faz com que ignoremos solenemente aquilo que está ao nosso alcance diário, enriquecendo e escorando o nosso bem estar cotidiano.

Por mais que se queira chega um momento em que a pessoa que tanto zela por nós de perto e ao nosso alcance se cansa de tanto desdém e tanta indiferença e se afasta.

Pouco a pouco perde-se o carinho de quem está ali para todas as horas por um simples descuido de achar que devemos agregar mais e mais ao invés de se satisfazer com o que se tem e o que foi conquistado ao longo do tempo.

Para aqueles que insistem e se desgastam resta o lento suicídio social que lentamente percorre as entranhas da alma desolada e sem qualquer retribuição de uma das partes. Dar sem receber. Ignorar por completo o amor próprio que está ali a nossa espera para alguém que ao invés de minimamente se dedicar a nós prefere se dedicar ao longe, ao distante e desconhecido.

Sempre há um recomeço, sempre há novas possibilidades de se obter novos rumos que acabem por se tornar vitais.

O que antes era fundamental, indispensável e insubstituível dá lugar a vontade maior de sobreviver longe de toda o sufocante "não vale a pena" 

Temos todo o direito de achar que devemos ser amados na mesma medida.
Que a felicidade existe para todos e que deve ser compartilhada e refletida  emocionalmente da forma que emanamos até que ela retorne.

Contudo tal retorno só vale a pena quando junto a nós temos pessoas que mesmo que em doses menores ocupem-se um pouco em compartilhar. Em trazer a realidade para dentro dos sonhos utópicos assim despertaremos aquilo que mais especial vivemos dentro de nós.

Nosso amor próprio.

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Meu Primeiro Bebê.Doc (18)

(Pais de primeira viagem relatam as delicias e as amarguras da presença do primeiro bebê de suas vidas. Na série Meu Primeiro Bebê.Doc veremos relatos feito por pessoas que se despuseram a contar esse marco de suas vidas sem qualquer custo ou a precisão de revelar a identidade. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

Por Adelina Reis

"Conheci meu namorado e futuro marido e pai de meus filhos numa troca de carros com o meu irmão.

Ele ia muito a minha casa na época e era muito amigo dos meus irmãos, além de ser muito bonito.

Acabei me encantando com ele e seus olhos pretos e cílios muito grandes.

Até então por meus pais serem muito severos eu e minhas amigas ficávamos apenas de olho nele. Até que resolvi fazer uma brincadeira com elas que era assim: 

O dia que ele aparecesse uma das minhas amigas falaria que era dia do meu aniversário. Quando ele viesse me cumprimentar eu daria um roubaria um beijo dele e assim aconteceu.

Do beijo pro namoro foi um pulo então em setembro de 1987 noivamos.

No decorrer do tempo, suspeitei que estava grávida do meu primeiro bebê. Fizemos o exame as escondidas, só ele e eu.

Lembro que saímos a noite pra fazer o exame,ele me acompanhando e dois dias depois ele foi buscar o exame. Ainda lembro que era uma e vinte da tarde e eu lá a postos esperando ele me ligar pra falar o resultado.

PIREI!
Deu positivo. 

Eu não conseguia assimilar meus pensamentos, morrendo de medo da família.

Pra ninguém perceber,marcamos casamento rápido e até lá tudo perfeito.

Após o casório viajamos para a cidade de Ouro Preto pra passar uns dias, mas quando voltamos de viagem a barriga cresceu feito uma bola de pilates.

A família pirou! 
Vieram vários questionamentos, mas com amor e muito orgulho superei todos eles.

Após a descoberta fui uma grávida muito querida, desde os incontroláveis desejos por mortadela frita com limão até o pai colocando a mão na minha barriga e o bebê fazendo várias e várias ondas.

Eu via aqueles movimentos e pensava: Como Deus podia ser tão perfeito e divino de colocar um ser humaninho, dentro de outro ser humano.

Era dia 30/08/1988 quando comecei a passar mal.

As dores se iniciaram e eu comecei a entrar em trabalho de parto.

Assim como colhi informações de outras grávidas já mais experientes eu fiquei até aguentar, mas deu ás quatorze horas e a dor apertava cada vez mais.

O hospital era perto de casa, mas corri pra casa da minha mãe, nessas horas é pra lá que a gente vai.

Ela sábia e dedicada como era correu comigo pra maternidade.

Chegando lá o médico examinou e eu já estava com quinze centímetros de dilatação. 

Minha mãe telefonou para o meu marido, mas quando ele chegou lá eu já tinha ganhado uma linda menininha e eu estava lá anestesiada saindo da sala de parto.Ele ainda ajudou as enfermeiras a me colocar na cama, mas não pode ver o bebê,pois já era tarde da noite.

Confesso que foi o dia mais feliz do mundo.

Uma menina linda, que só me deu alegria e que hoje aos vinte e oito anos faz mestrado de Biologia na UFMG."

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Desapegando das Expectativas



Por Priscila Gonçalves


" Ah, mais uma vez me decepcionei." Você se permitiu ser decepcionado. “Uma importante chave para a sustentação do êxtase, da alegria sem causa, é desapegar das expectativas. Isso significa abrir mão dos desfechos que você imagina para as situações. Você não espera nada, apenas fica atento aos sinais do universo, que se manifestam através da sincronicidade.” Sri Prem Baba Eu gosto muito desse cara da citação acima. Ele é um mestre espiritual muito respeitado, e não menos importante, iluminado. Possui o dom de dizer as coisas não que queremos ouvir, mas as que precisamos. E se, por algum momento vocês fizerem uma rápida busca, encontrarão dezenas de citações que com certeza os farão pensar e refletir sobre as várias circunstâncias em que precisaram de palavras, mas poucos conseguiram explicitar algo que desse algum conforto. Voltando ao assunto do desapego e das expectativas, tenho vivenciado em meu cotidiano as tantas experiências que a vida me proporciona, colocando e retirando pessoas de meu convívio, a fim de me ensinar alguma lição. Todas elas eu diria, de valores incalculáveis. Algumas mais, outras menos dolorosas, mas todas, de indiscutível importância. Uma delas recente, me fez enxergar, quase como na cena do filme Laranja Mecânica, onde Alex é obrigado a permanecer de olhos abertos assistindo cenas de violência, sendo que, para o feito, é colocado um aparato bizarro na sua cabeça que mantém suas pálpebras esticadas. Não foi necessário que me colocassem nenhum aparelho para enxergar, bastou que eu me calasse por uns instantes, e ouvisse os sinais que a vida me mostrava, mas que, por alimentar em demasia meu ego, e por esperar uma resposta positiva, permaneci cega pela claridade da expectativa. O que me veio, foi uma escuridão de realidade. Imaginar como seria, pode até estragar a surpresa do momento esperado, mas nem de longe facilita quando se vê a verdade que tira a venda dos olhos. Uma sincronia dificil. Muito mais fácil harmonizar uma orquestra de iniciantes, do que entrar em contato com as respostas certas, fazendo as perguntas certas. Enfim, depois de ouvir o que eu precisava e não o que eu queria, e levar mais um tapa, eis minha lição preciosa. Gostaria até de compartilhar mais detalhes desta experiência, mas creio não ser necessário, uma vez que, estas palavras redigidas em um dos poucos momentos de lucidez, perante à loucura que se impõe, são mais que suficientes. Em resumo: deixe vir, sem esperar, sem imaginar.

Finais ruins para bons começos!


Quantas vezes em determinados momentos da vida olharemos a ermo e pensaremos que está tudo perdido,que estamos em uma encruzilhada sem saída daquelas que não há o que fazer para solucionar o caos que se encontra a nossa vida.

A falta de esperança toma conta, impera em meio a uma vida que parece já não ter mais o minimo sentido e o destino tão cobiçado para o bem parece jogar contra com todas as forças.

É preciso começar do zero, recomeçar em meio a todo o labirinto que parece tão difícil de sair.

Esse é o momento que dá mais medo, aquele "start" antes de iniciar tudo.

Se botarmos a cabeça no lugar e pensarmos racionalmente veremos que começar do início, do zero é praticamente impossível.O que não impede que novos rumos sejam tomados e que deixemos para trás os caminhos tortos para mudar totalmente o que somos hoje visando o que seremos no futuro.

Viver é uma arte complicada, daquelas que implica escolhas, consequências, tomar decisões e ativar soluções para tudo a todo momento. Preço alto, mas se pensarmos que basta isso para que possamos viver e respirar ar puro todos os dias é pouco.

Quando é que viramos o jogo e começamos a mudar os rumos do barco de nossas vidas.

Quando o saldo for negativo para nós é obvio!

Se não há estabilidade. Se não há uma visão positiva de momento e a negatividade tomou conta de nós. Então é a hora de mudar. É a hora de deixar a acomodação daquilo que rodeia a nossa vida.

É possível alcançar a felicidade assim? 

Sim! É possível, mas claro que haverá sacrifícios, haverá um pouco ou muita dor pelo caminho, nada vem fácil e simples.

Existem adversidades que colocarão uma luta frequente contra a busca de estabilidade positiva, mas que com um pouco de perseverança e tempo irá passar.

Sempre haverá riscos.Sempre haverá o desconforto de se tomar decisões que possam mudar nossas vidas e gerar consequências que nos impliquem rumo a felicidade.

É bom que saibamos que não se esquece o passado, não se esquece aquilo que passamos, mas que aprendemos com todas as coisas, sejam elas boas ou ruins.

O futuro é feito e construído com base na bagagem que adquirimos após tudo o que vivemos até o ponto da vida em que chegamos.

Mudar de parceiro,de trabalho,de casa, mudar de vida e seus valores morais. 

Não temos que romper com nosso passado, mas dar a ele o entendimento de que ele ficou para trás e que chegou a hora do novo.

Cada dia em que abrimos os olhos e recomeçamos um novo dia e uma nova jornada é uma nova oportunidade que nós é dada de sermos quem queremos ser e seguirmos o que nosso coração mandar e o cérebro coordenar.

Para se obter bons começos é preciso que findemos as partes ruins e recomecemos.