sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Qual o próximo espetáculo que queremos assistir



Abram as cortinas pois aqui está o maior espetáculo da terra,corra até a bilheteria mais próxima e pegue o seu ingresso levando o canhoto até o bilheteiro mais próximo,se acomode em nossas cadeiras,pois o espetáculo é logo ali,bem próximo,diante dos teus olhos.

Dúvida?

Quantos shows você vê por dia? 
Quantas vezes por dia você abre os olhos e se vê diante de algo único e muitas vezes inexplicável para quem vê de fora.

O melhor disso tudo é dizer que não se paga qualquer tipo de ingresso,não se faz qualquer troca de alimento não perecível em busca de ver aquilo que você quer ver.

Quando pago,há o grande risco de se sentar na poltrona do espetáculo e tudo aquilo não lhe agradar,o filme no cinema pode ser ruim,o seu time pode perder o clássico e você sair decepcionado,mas é aí?

O mundo não está disposto a te agradar. Pra falar a verdade você é quem tem de se convencer de que algo pode ser bom ou benéfico para você e note que há diferença entre esses conceitos.

Posso abrir os olhos agora e me ver diante da mais dantesca das cenas,algo tão bestial que vou querer apenas fechar os olhos e sair batido daquele lugar.

Por outro lado posso ficar ali admirando e aprendendo com algo que me reconforte os olhos e me faça,rir,chorar ou ter qualquer impressão que me satisfaça.

As cortinas se abrem todos os dias.

Cada momento é um ato diante desse espetáculo imenso que chamamos de vida e que acredite não terão tantos aplausos quanto gostaríamos e trarão vaiais que não serão ouvidas da platéia,mas nos corredores daqueles que entram e saem da sua casa de shows.

Ninguém quer pagar ingresso para ver espetáculo ruim
Da mesma forma que poucos vão deixar de aplaudir se for algo que lhes agrade.

Dosar, temperar o ânimo daquele que assiste,dar opção tal qual o gigantesco catálogo de uma rede de streaming

São muitas as opções a serem vistas
Tomara que sejam ainda maiores os dias disponíveis para que as pessoas possam assistir mais e mais cenas dignas de se dizer satisfeitos por estarem ali.

Feche as cortinas apenas quando o espetáculo acabar,mas tenha fé e acredite que mesmo após o fim deste as pessoas vão se lembrar ativamente das cenas jamais vistas.

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Meu "querido" Ex.Doc (35)


(Todo mundo já teve um ex não é? Sendo assim,boas e más lembranças dos relacionamentos passados serão contados aqui no Meu "querido" ex, afim de relembrar, rir e chorar de boas histórias relatadas por pessoas que de forma anônima ou não se despuseram a contar suas vidas sem qualquer custo. A todos o meu MUITO OBRIGADO)

"Conheci a garota em meados de Agosto, aniversário de um colega meu e que por coincidência dava quase na mesma semana do aniversário dela e gerava todo o aproveitamento de entradas grátis para as boates na época.

Logo iniciamos um namoro que durou por volta de seis meses, assim,sem muitas complicações,mas que iniciou um término meio iô-iô, com a gente se vendo algumas vezes,estando bem em outras,mas com muitas mentiras ruindo tudo.

Até que chegou num ponto em que eu resolvi sair fora, se não me engano mais ou menos na época do meu aniversário em Abril e ela então passou meio que a correr atrás, mas só quem sem muito efeito.

Com o tempo passando obviamente conheci outras mulheres e com isso toquei a vida.

O que eu não sabia é que nessa tentativa louca de volta ela mantinha conversas com meus amigos pra sondar aonde eu ia e saber o que eu estava fazendo ou com quem eu estava.

Lembro que era comum também que ao ir para uma boate se colocasse o nome nas listas divulgadas via Facebook, até por que na época o whattsapp ainda não era tão usual quanto hoje.

Eu e meu colega de tanto ir numa determinada boate já nem precisávamos mais colocar nome na lista, era chegar dentro do horário e entrar após o promoter principal da casa nos ver.

Só que era tipo meio de semana, logo eu estava em casa com a garota que eu ficava na época e nem cogitando ir em boate nenhuma, por que tanto eu quanto a garota estávamos um tanto quanto ocupados e trabalharíamos cedo no outro dia.

As coisas esquentando entre nós e começa o meu colega a ligar feito um louco no telefone e sendo prontamente recusado nas ligações.

Ele ainda insistiu bastante pelo telefone até que começou a me chamar gritando na frente da minha casa.

Após algum tempo e eu e garota já estávamos desocupados e então atendemos o meu colega da janela da minha casa.

Ele desesperado pra ir na boate, talvez um pouco embriagado e eu sem a miníma noção e vontade de ir, mas depois de tanta insistência a própria garota disse para que eu fosse com ele já que ela estava cansada e iria para casa.

Como não tínhamos nenhum relacionamento sério não foi difícil que ela aceitasse a ideia de eu indo a uma boate sem ela, mas no auge do meu cavalheirismo eu convidei e insisti para que ela fosse também, afinal tínhamos meio que um lema de que quem tinha limite era município.

Ela aceitou, mas só aí de forma bem direta percebi que meu colega fazia de tudo um pouco para que ela fosse para casa dela. Dizendo inicialmente ser por causa do horário já que ela ainda passaria em casa para se arrumar e outras vezes sendo cordial dizendo que ela trabalharia no dia seguinte.

Assim que ela entrou na casa dela, ele apenas seguiu no telefone enquanto eu conversava com o garoto que nos dava carona sem se importar com a demora da garota para se arrumar.

Chegamos na boate e como de costume logo entramos no mesmo esquema de sempre e decidimos então ficar mais próximos do bar já que tanto para mim quanto para a garota o Open Bar importava até mais do que a música em si.

Meu colega no entanto foi logo para a área de fumante e para o banheiro sumindo de nossas vistas pouco após entrar na boate.

Lembro que peguei um copo pra mim e um pra garota e nos viramos para ficar na lateral do palco. Pouco após esse momento passa por mim um cara que eu não reconheci e me cumprimenta me chamando pelo nome e rindo.

Eu sou péssimo de fisionomia, mas tinha quase certeza que conhecia aquele cara, mas logo atrás dele vinha meu colega e uma garota muito amiga da minha ex.

O click veio na minha cabeça na hora, ela estava na boate.

Lembro que apenas me virei para a garota que já conhecia a história e disse: Fulana está aqui.

Ela apesar de conhecer a história não conhecia a garota, logo seria eu o responsável por identificar as parte.

Não demorou muito para que a garota surgisse e estacionasse bem do meu lado. Claro, tudo isso em colaboração ao meu colega que vislumbrando ficar com a amiga dela armou tudo sem me contar pois tinha plena ciência que se eu soubesse da presença dela não sairia de casa.

Logo ficaram da parede para o meio do salão, eu, a garota que estava comigo, a amiga da ex atrelada ao meu colega, o primo dessa amiga que me cumprimentou e aquela altura eu já reconhecia e a ex na outra ponta.

Enquanto ela esteve sã, ela tinha certeza que eu não me aproximaria, muito pelo contrário, ela sabia que eu não olharia na cara dela e aproveitaria a noite com a minha companhia sem maiores problemas.

Mas sendo a festa Open Bar era óbvio que ela caçaria problemas.

Em dado momento meu colega me chamou para ir ao banheiro. Era a oportunidade que eu tinha para dar aquele esporro nele pela armação toda sem parecer irritado na frente da ex. Até por que se ela me visse puto com a aparição "surpresa" dela seria motivo para falação de mais de uma semana.

Fomos ao banheiro,xinguei meu colega e logo na saída do banheiro eis que estão na espera na fila a minha ex com a amiga.

Meu colega ainda quis ir para a área de fumante com a colega se atrelando a ela enquanto eu apenas segui em frente para voltar até onde eu estava.

Minha ex já embriagada se pôs na minha frente tentando impedir minha passagem.

Naquele momento eu que sempre fui fã de futebol arte, mas nunca fui do tipo driblador aproveitei do fato de que a garota estava lá com umas na cabeça e balancei pra um lado e saí pro outro passando debaixo do braço dela que ainda resmungou alguma coisa pra amiga enquanto eu chamava o meu colega.

Veio o ponto de azar.

Ser muito conhecido em boate tem disso, enquanto as duas garotas atravessavam um punhado de gente em linha reta pela frente do palco chegando rápido aonde estávamos eu e meu colega resolvemos dar a volta e acabamos sendo vistos e cumprimentados por muita gente fazendo com que demorássemos um tempo bem maior para voltar até onde estávamos.

Logo que voltei vi que o sorriso da garota que estava comigo havia sumido,cara fechada, bastante emburrada e eu sem a miníma ideia do que havia ocorrido só dei por mim ao olhar para o lado e ver que minha ex e a amiga riam nos encarando.

Ela havia feito o ponto no ar, jogado como se a nossa demora fosse por que rolou algo a mais na ida pelo banheiro, ela jamais falaria do drible de corpo que levou enquanto abraçava o ar não conseguindo impedir a minha passagem.

Acho que meu sangue ferveu um pouco ao ver a cara emburrada da menina que eu a chamei e ela então contou tudo que as outras aprontaram e que detestava ser feita de trouxa.

Falei alto então, eu queria ser ouvido.

"Ahh não, você tá de brincadeira! Escolhe uma, qualquer uma, escolhe qualquer uma das mulheres aqui, feia,bonita,tia da faxina,a dançarina no palco,quem você quiser e aí tenha ciúmes delas,por que dessa mulher aqui, não precisa nem cogitar"

Fez efeito, a garota sorriu e entendeu de primeira que havia caído num golpe, minha ex no entanto ficou furiosa o suficiente agarrar o primeiro que passasse na frente e tentasse num ato tolo e por muito ridículo dançar como uma louca se esfregando no cara enquanto o beijava como se não houvesse amanhã.

A garota que estava comigo foi a responsável por me mostrar toda aquela cena que admito nos arrancou muitos risos.

Veio então a amiga da minha ex com o meu colega querendo enturmar, tentaram tirar fotos, tentou trocar algumas palavras, mas logo que ela voltou minha ex embriagada e aquela altura abandonada pelo cara que ela beijou e que se assustou com tamanha volúpia disse algo que a fez mudar da água pro vinho.

A garota voltou ameaçando,dizendo que estávamos olhando demais e foi contida pelo primo e pelo meu colega, enquanto foi apenas encarada pela garota que estava comigo que disse baixinho: "Imagina eu chegar nesse nível"

Minha ex passou e deve ter ouvido o que ela queria ouvir, ela foi até o balcão e pegou dois copos de cerveja. Era costume fazermos isso em um open bar, mas eu conhecia a minha ex e conhecia também a garota que estava comigo.

Minha ex quando queria fazer raiva em uma mulher sempre atacava o cabelo e a garota que estava comigo podia xingar até a mãe dela, mas não toque no cabelo que o buraco era mais embaixo.

Copo de cerveja na mão e cabelo do lado, era pedra cantada né, troquei de lado com a garota e enquanto ela tentava entender eu via o copo cair justamente na direção onde estava o cabelo dela. Numa fração de segundos impedi uma briga generalizada, ou até a terceira guerra mundial, vai saber.

Novas ameaças da amiga, mas já era o bastante pra uma noite, era melhor tirar a garota daquele lugar antes que alguma confusão não fosse evitada.

Minha ex ainda tentou ligar pra mim algumas vezes aquela noite, meu colega foi quem manteve o contato enquanto eu decretava ainda mais que aquela já não era mais alguém para estar no meu convívio.

Nunca mais a vi, sei que teve um segundo filho,está casada, engordou diante do peso da idade e responsabilidades, mas felizmente nunca mais conversei com ela. 

A garota com quem estava naquela noite é uma colega, mas como eu previa ela também sabia que seria atacada e realmente me disse que apesar de nunca chegar aquele nível ela perderia a linha se algo tivesse acontecido com o cabelo dela."


quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Depois da última vez



As coisas mudam de lugar.
De dentro pra fora então nem se fala.

Muitas vezes nem saberemos de onde paramos desde a última vez em que olhamos para nós mesmos e para os outros.

Se reconhecer é algo difícil,imagina então para você me reconhecer após tanto tempo.

As pessoas mais do que nunca se reconstroem dia após dia. 
Quantos pedaços ficam para trás,quantos pedaços espalhados ficam pelo caminho sem jamais serem reencontrados.

Somos como um grande cristal,quebrar é possível,reconstruir também, mas inteiro,jamais.

Quando eu embarquei nessa história eu estava lá por inteiro. Ali era completamente eu imerso em tudo aquilo que podia ser proporcionado a nós.

As certezas estavam mais que presentes,dúvidas não existiam,mas lá estava eu pronto para seguir,assim como estarei logo mais,mesmo diante de tantos por quês vazios e desconfianças de todas as partes.

As borboletas no estômago estavam lá,eram elas a me relembrar todo o verde esperança que eu queria ver e foram elas que caíram uma a uma sem retornar ao seu lugar de origem que me tiraram o ideal que eu planejava.

Aquele bom ideal de início
Toda aquela felicidade irrádiavel
Pra onde vai todo o bom sentimento quando não conseguímos vê-lo?

Que fenômeno estranho é esse que nos aproxima de um lado e ao mesmo tempo nos toma pela mão levando para longe

Eu já não sou capaz de acreditar em tudo aquilo que um dia eu quis acreditar e acreditei.
Nesse processo de descobrimento daquilo que me tapava os olhos fui criando dentro de mim uma pessoa descrente,incapaz de crer naquilo que muitas vezes estava estampada na minha cara,mas em outros preferia se esconder.

Passei a desconfiar de tudo,dos outros e não só de mim
Parei de acreditar

A história feliz parou de fazer sentido
A felicidade constante passou a não se fazer presente,parou de ter motivo.

Talvez não sejamos mais preparados para saltitar por aí feito criança após o primeiro beijo,tampouco quando conseguiremos restituir aquilo que era o nosso sonho dourado.

Depois da chuva,quem sabe um dia venha realmente o arco íris,mas se não vier... tudo bem,a chuva também tem o seu lado bom.


segunda-feira, 24 de setembro de 2018

De geração em geração



Há um um interminável debate que consiste sobre a forma que as pessoas vão mudando o mundo ou o vendo de forma diferente ao passar dos anos.

Não será raro alguém relembrar que nos tempos dos nossos avós era diferente do tempo dos nossos pais,que assim será diferente do nosso tempo e bem provavelmente muito diferente do que verão nossos filhos e netos.

O mundo foi se encorpando,se adaptando ao novo e claro que nem todo mundo conseguiu se adaptar.

Talvez Darwin classificaria como seleção natural,outros apenas identificariam como comodismo,zona de conforto,mas o que não há como discordar é que o mundo mudou muito e que continuará mudando.

Nossos avós se acostumaram com uma geração com maior comoção pelo trabalho braçal,pela vida no campo,pelo hábito de se comer muito e sem medida e até por hábitos que hoje pode-se não ver tanto,como fumar por exemplo.

Nossos pais tiveram ali um início da globalização,claro que não foram todos que seguiram essa ideia,mas uma grande maioria acabou por digitalizar a vida.

Os grandes centros cresceram,os hábitos mudaram,tal qual o vestuário e os costumes.

Há quem ainda se apegue aos costumes antigos,ao cabresto de dizer que a liberdade de opinião e de vida deve ser igual aos tempos de nossos avós,mas como dizer isso se poderemos cair num contexto machista,onde a mulher não tinha tanto valor na sociedade.

Os antigos tem a sua parcela de culpa,mas ela não é totalitária. Já passamos pela escravidão,pela falta de direitos a todos e tudo bem,até hoje regressamos a alguns pontos base,mas felizmente já melhoramos algumas coisas,não tudo,mas estamos em uma constante evolução de crescimento.

As décadas vão moldando as pessoas,os hábitos e tudo aquilo que a vida vai trazendo no período pré revolucionário para o que quer que seja.

Conceitos caem, a terra por algum tempo não foi redonda,negro já foi classe inferior,mulher não podia mostrar mais do que a canela sem ser taxada de mundana,perdida e sabe-se lá mais o que.

Como eu disse não foram todos que mudaram. Ainda tem aqueles que caem na teoria da terra plana, o racismo,assim como diversas formas antigas e até novas de preconceito surgem estampadas em nossa cara todo dia. 

Ainda tem quem inferiorize a mulher,mas há também aquelas que se aproveitem dos homens. Surgiram o bullying e tantas outras crises psicológicas que vem da nossa geração e que vão ser consumidas com o tempo ou não.

Se nossos pais viveram a era dos cigarros e das drogas pesadas, passamos então a conviver com as guerras psicológicas ou com as bebedeiras desenfreadas tentando conter o que a nossa mente rumina.

Há muita informação e se por um lado isso é bom para que as pessoas procurem e se informem,por outro lado é ruim,já que nem toda informação procede,nem tudo é verídico e mesmo com tanta evolução e tantos casos disso ou daquilo ainda vejamos quem deboche de um mal tão comum como a depressão.

Passamos a ser pressionados pela velocidade do nosso tempo, nossos filhos sofrerão ainda mais essas consequências,se antes o mundo precisava de dez,quinze anos para promover mudanças pequenas, hoje em dia em uma semana o jogo vira como se nunca tivesse cogitado pender para o outro lado.

O jovem de hoje luta contra si mesmo,seja para ter a cabeça fria contra as pressões do dia a dia,seja para conter aqueles que dizem que ele está magro demais a ponto de estar doente, ou doente por estar gordo demais, há quem afirme que ele está apenas gordo,que para muitos se adjetiva como o feio,bonito,preto,branco,não importa.

Se nossos avós e pais viram a guerra física,com armas,canhões e a temida ditadura,nós e nossos descendentes temos agora o enfrentamento invisível,aquele que não está diante dos olhos,mas quem nem por isso deixa de existir.

É uma batalha interminável contra o novo, batalha essa que pode ser piorada quando nós que deveríamos promover o futuro passamos a conflitar por termos antigos,por um passado resolvido. Maldita hora em que nos demos a voz até demais, tem gente que projeta o futuro,tem gente que ambiciona o passado se esquecendo que já foi,passou,já era.

Quem vence? Eu,você,meu filho daqui alguns anos pensando em quanto um bisavô dele era vintage por pitar seu paiol na varanda,por saber que sua avó e avô gostavam da natureza e cozinhavam maravilhosamente bem ou quando ele souber que seus pais são da era digital,mas que amam mesmo é comer miojo e ver Netflix.

Como será a nossa geração no futuro eu não sei,não dá pra prever se eles darão passos para trás ou caminharão para algo melhor ou mais revolucionário que nos faça parecer arcaicos.


sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Sintonia



Um olhar basta
Um toque é mais do que suficiente.

Já se viu diante de alguém,onde as palavras pouco se fazem necessárias para que as pessoas possam compreender o que a outra está prestes a dizer ou sentir.

Chamamos de sintonia tudo aquilo que faz com que as pessoas se entendam de maneira simples e as torne próximas de maneira natural.

Fato esse inclusive muito importante para que um relacionamento possa ir a frente,mesmo que digam que os opostos se atraem.

A maturidade vai te fazer chegar a uma compreensão que vai além de simplesmente gostar de uma pessoa.

Claro que gostar é importante,mas com o tempo passamos a perceber que há mais do que apenas isso. É preciso que as pessoas atinjam o mesmo compasso aos poucos,mesmo que seja para um completar o outro aqui ou ali e no futuro eles se transbordem dentro de suas próprias expectativas.

Queremos sempre mais e aos poucos,por mais belo que seja o amor notamos que apenas o sentimento mais puro já percebido é pouco para que duas pessoas estejam juntas. Será necessário uma junção de fatores para que eles se acertem e possam prosseguir.

Passa-se a dar valor nas coisas simples e básicas,mesmo que essas sejam repetidas e sem valor financeiro.

O leve torna-se pesado.
O pesado torna-se leve 
É preciso equilíbrio para que a balança não penda para um lado e as coisas desandem.

Para que um relacionamento dure é necessário uma intensa troca de energias,claro que elas não serão iguais,mas é necessário que elas sejam ao menos parecidas ou caminhando para o mesmo lado.

Afinal de contas,você pode até querer um amor arrebatador daqueles de novela,mas é pouco provável que queira aqueles altos e baixos presentes nos folhetins ou aquele amor acomodado e que não pretende se desenvolver junto a você.

Quanto mais nos tornamos donos de nossa própria mente,mais estaremos nos libertando daquilo que as pessoas esperam que sejamos e com isso passamos a ter uma liberdade muito maior para fazer o que queremos fazer.

Você pode e deve amar a quem bem entender,mas a partir do momento em que você se sente livre para amar quem você quer,você passa a perceber que já não pode mais amar qualquer um ou quem seja contrário a sua energia.

O que antes poderia ser satisfatório torna-se fora do eixo,aquilo que antes não cabia passa a se encaixar. Se antes o amor bastava passa a necessitar de algo a mais,passa a precisar de mais sintonia.

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Meu "querido" Ex.Doc (34)


(Todo mundo já teve um ex não é? Sendo assim,boas e más lembranças dos relacionamentos passados serão contados aqui no Meu "querido" ex, afim de relembrar, rir e chorar de boas histórias relatadas por pessoas que de forma anônima ou não se despuseram a contar suas vidas sem qualquer custo. A todos o meu MUITO OBRIGADO)

"Eu não me lembro como nos conhecemos,mas é meio que desde sempre ela esteve ali.
Seja por morar perto,seja por que a família dela convive com a minha família a muito tempo,ou seja não temos um motivo específico para ter nos conhecido,poderia ser como qualquer criança que se conhece através do bairro onde mora.

A primeira lembrança que tenho é de ser do especial da mãe dela,naquele tempo o encantado por ela era eu,via ela entrar e mesmo sem que ela pronunciasse uma palavra eu via nela a garota dos sonhos em meio a meu amor platônico infantil.

Criança não pensa muito em amor,um garoto se distrai muito mais com uma bola de futebol e um campinho do que propriamente por observar uma garota,além de tudo ela não ia diretamente de especial comigo,eu voltava no horário de almoço e lá estava ela,quase sempre sentada na parte da frente pronta para ir pro colégio.

Nosso primeiro contato direto veio através de amigos. A idade pouco importa,faz muito tempo e provavelmente nem eu e nem ela nos lembraremos desse tipo de coisa,mas lembro que um garoto que morava em frente a minha casa queria se aproximar de uma amiga dela e queria me envolver na tramoia,já que as duas voltavam juntas do colégio.

Eu nem mesmo sabia da história e logo estava ali, no finado MSN conversando com uma amiga dela,enquanto um amigo meu conversava por mim e fazia o intercâmbio.

Se as intenções do meu colega falharam não posso dizer o mesmo dos seus planos. Lá estava eu conversando com a teórica garota dos sonhos quando encontrava com ela e a amiga voltando.

Eramos muito crianças,tímidos,ela meio aquelas garotas contidas,retraídas e eu sem muita experiência do que falar ou fazer com uma garota,mas mesmo assim acabou acontecendo. Ficamos,mas era algo sem muita relevância,embora que para duas "crianças" acabamos nos levando muito a sério.

Não me lembro os motivos que nos levaram a nos afastar naquela época,tampouco o que nos fez voltar a conversar,mas se não me engano foi decorrente de um dos meus álbuns do orkut na época.

Sempre tive mais amigas mulheres do que amigos homens,então fiz uma coleção de fotos,primeiro com doze fotos como o Orkut determinava e depois com mais,onde eu colocava as "musas da minha vida",apesar do nome não significava que eu tinha algo com todas,mas eu ali homenageava em cada foto uma garota que tivesse alguma importância para mim.

E acabou que vi uma foto dela e fiz um texto ressaltando a importância dela na época o que vivemos,sem obviamente dar detalhes. Ela voltou a conversar comigo ali e acabamos engatando um namoro certinho,daqueles onde nos víamos quando dava e as famílias sabendo que estávamos juntos.

Já nessa época me percebi um tanto quanto diferente dela quanto a objetivos de vida,não só pelo ritmo,mas talvez até sentimentos. Ela fazia as coisas certas enquanto eu meio que ignorava as coisas certas a fazer e paralelamente me interessava por outras pessoas. 

Ela sempre foi mais certinha do que eu pra vida,digamos que ela busca um pouco mais a tranquilidade da vida enquanto eu gostava de viver a adrenalina,então após cerca de seis meses de namoro tivemos meio que um desentendimento e lá se foi o nosso namoro tranquilo e calmo.

Logo em seguida eu voltei a me relacionar com uma mulher com quem já havia me envolvido antes e com quem namorei por muito tempo,mas com quem tinha diversas brigas e com isso muitas traições acabaram por acontecer.

Dentre essas traições acabou por eu voltar a me encontrar com essa garota,mas na época os dois evitavam a todo custo,ela por eu ter uma namorada e eu por achar na época que a gente não tinha futuro,mas jovens,ela solteira,eu com um relacionamento falido,cabeça fraca,tínhamos até uma trilha sonora que era uma música do Nosso Sentimento: Fora da Lei.

Pra quem não conhece o refrão canta: "Me diz, quem nunca traiu por atração,quem nunca dividiu pra dois um coração,quem nunca viveu um relacionamento a três. Não existe ninguém pra atirar a primeira pedra. Eu aceito ser o seu ficante,você aceita o seu lugar de amante.E assim a gente vai vivendo esse amor fora da lei,cheio de segredo e perigoso,esse nosso amor bandido é tão gostoso."

Não havia amor,ou pelo menos a gente fingia que não, não existia a vontade dela em ser amante e nem eu achava justo isso com ela. Resolvemos em comum acordo que não estaríamos juntos mais de forma escondida. Acho que fora a parte da paixão platônica de infância,foi ali a época que mais acreditei que poderíamos dar certo.

Ledo engano,o jogo virou,ela passou a ser cobiçada por um tipo que me desagradava e a quem ela se negava veementemente a ficar. 

Atitudes minhas colaboraram bastante para que ela cometesse talvez o maior desatino amoroso de sua vida,mesmo que de uma forma bem torta eu tentasse evitar.

Faltou um pouco de pulso meu para que ficássemos juntos,mas para mim naquela época não daria certo e para ela,envolvida numa loucura sem fim e numa guerra de egos que até hoje não entendemos foi ainda pior.

Foi a nossa maior briga.
Ficamos muitas vezes sem nos falar,anos passando um pelo outro e nos cumprimentando de forma fria o que convenhamos para quem tem uma história como a nossa é bem estranho,mas assim foi.

Foi uma chuva de troca de acusações,brigas homéricas pela internet,dois gladiadores por motivos bem específicos. Viramos pernonas não gratas aos dois lados,daqueles que não se falavam,não se possuíam em redes sociais e se pudessem falavam mal um do outro devido as alternativas.

Primos,irmãos,vizinhos,quantos inimigos ganhei,quantas pessoas não ridicularizaram ela namorando um cara que não tinha nada a ver com ela.

Foram meses dela envolvida com esse cara,meses depois não lembro o que nos trouxe a conversar de novo. Foi algo gradual,eu já não namorava mais,ela também não,mas e toda aquela guerra? E toda aquela inimizade?

Não éramos estranhos,não éramos mais crianças, voltamos a andar juntos, eu indo trabalhar e ela indo pra faculdade,pegávamos ônibus juntos novamente,conversávamos entre nós,sem intermediários,nos resolvemos aos poucos, rimos de toda aquela confusão e ficamos um pouco aqui e um pouco ali.

Acho que foi a vez definitiva,a derradeira chance que nos demos para que aquele amor infantil pudesse dar certo,mas não deu.

Não brigamos, até a decepcionei, uma ou duas vezes,mas foi uma decepção em meio a prova de que não era pra ser.

Aos poucos fomos tomando rumos diferentes, um namoro aqui,outro acolá, nos vendo cada vez mais, mas sem se tornar inimigos,embora muitos dos inimigos que eu tenha ganho naquela época de guerra ainda permaneçam,assim como os inimigos dela também persistem.

Viramos colegas,amigos ocasionais,mas sem qualquer necessidade de algo colorido ou de ficar se vendo todo dia pra saber da vida,ou como anda.

Sei que ela namora,mas não procuro saber a quantas anda o namoro dela, eu também namoro e nem por isso ela quer saber da minha namorada ou do meu filho

Seguimos morando perto,as vezes esbarro nela pelo bairro e nos cumprimentamos a ponto de pessoas que não conhecem a nossa história achar que somos apenas bons vizinhos que se conhecem desde a infância."

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Você prefere ser herói ou cavalheiro?



Foi num fim de tarde desses por aí que vi um cerimonialista questionar a um noivo em pleno altar a seguinte pergunta: E aí, você vai querer ser herói ou cavalheiro?

De bate pronto o jovem noivo respondeu que preferia ser o herói,dando a entender que ele seria o primeiro a expressar seus votos diante de sua bela noiva.

A pergunta ora simbólica e ora muito representativa não só para uma cerimônia de casamento como para a vida de um modo geral nos coloca em cheque sobre aquilo que queremos ser para nossas vidas.

Embora dirigida ao noivo e por isso perguntada no masculino,a pergunta cabe para todos de uma maneira geral,sem distinção de gênero,cor,classe social ou qualquer outra convenção que você decida ter em sua vida para se distinguir das pessoas.

Quando pequenos acreditamos muito num mundo fantasioso onde super heróis poderiam vestir suas roupas e sair por aí salvando as pessoas de seus problemas superficiais e que com tudo resolvido não haveriam problemas na humanidade perfeita.

Quantas meninas não quiseram crer que sua vida teria um príncipe encantado tal como aqueles de conto de fada,que viriam ou não montados em um cavalo branco e seriam responsáveis pelo afamado felizes para sempre.

Nesse último confesso,ainda quero acreditar para ter um rumo feliz a tomar a vida pelo fim e poder olhar para trás tendo a certeza de que cheguei lá.

Eu não deixei de crer nos heróis atoa,digamos apenas que preferi crer que os cavalheiros estariam mais palpáveis a nós seres humanos cheios de defeitos dos quais muitas vezes não queremos nos livrar.

Talvez um dia eu perceba também que os heróis trajados em suas roupas de justiceiros deixaram muito de existir por se confundir aos vilões, ou melhor dizendo no clichê do anti herói que faz um ponto fora da curva aqui e outro ali para no fim de tudo consertar suas atitudes e fazer valer a pena.

Ao contrário do que pensamos na infância, há sim muitos heróis por aí sem capas,mas ainda mais controverso pensar que esses heróis não desejam ser reconhecidos como tal,mas preferem assegurar que a sua vida será neutra e pautada entre uma ou outra atitude heroica.

Ninguém quer ser vilão é claro,apontado na rua como aquele que faz um conjunto de maldades que extrapola as telas de cinema e as histórias em quadrinhos,mas todos queremos ser alguém.

Verdadeiros heróis se fazem de dentro para fora,na constante luta da alma pela verdade presente lá fora para que nós possamos existir dentro de nós. O grande herói batalha primeiro consigo mesmo,para que suas ações espetaculares sejam ressaltadas. Para isso é necessário que seus dogmas sejam ultrapassados e suas virtudes sejam postas em evidência para resolver esses e outros problemas internos.

É o preço a se pagar para ser grande.

Os heróis não são aqueles que realizam certas coisas,mas sim os que reparam nas certas coisas, heróis não nascem,se fazem.

Mas e aí,você prefere ser o herói ou cavalheiro?

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

A vida de verdade


Eu bem que poderia chegar aqui e fazer um bom e velho texto açucarado,digamos até que eles são mais fáceis de se fazer,atingem mais o coração das pessoas e geram um burburinho maior para se retirar pequenas frases e as tornarem legendas nas redes sociais.

A realidade contudo é daquelas que a gente não escancara totalmente,mesmo que muitos façam da sua vida um espetáculo e exponham cada segundo presente como se fosse algo inovador,mesmo que saibamos que não é.

A teórica chave da felicidade atraí mais as pessoas. 
Todo mundo gosta de um bom e velho final feliz daqueles bem clichês, com pessoas de sorriso largo e muito arroz para celebrar tudo de bom que está por vir.

O engano vem daí.
A vida é um tanto quanto traiçoeira e por mais bela que aparente ser,ela se nega a ser aprazível e muitas vezes mais se torna um azedume daqueles bem fortes onde é impossível não fazer careta e rejeitar o que se come.

"Vai dar tudo certo, se acalma!",dizem aqueles mais otimistas,tomados por uma euforia presa no último fio de esperança que a vida melhore como num passe de mágicas.

Nem tudo dá certo
Nem sempre as coisas vão correrem bem

Lamento te informar,mas você não vai realizar todos os seus sonhos,não vai viajar para  todos os lugares que gostaria,se tiver sorte vai encontrar alguém que lhe faça feliz,mas não significa que esse alguém é mesmo o amor da sua vida.

A probabilidade de dar errado é sempre maior do que a probabilidade de dar certo,por mais que suemos a camisa para que aconteça o contrário,são muitos fatores envolvidos e com sorte teremos que nos contentar com um todo satisfatório ao invés de ser plenamente perfeito.

Não estou sendo do contra aqui,pessimista ou algo assim.
Assim como você que está lendo eu também procuro a felicidade pela vida,mas não sei exatamente se a encontrarei todos os dias,me contento com pequenas felicidades que torço para se multiplicarem ou se estenderem pelo maior tempo possível.

Tenho preferido ser honesto,realista com a vida dura que encaramos todos os dias e que em momento algum me prometeu ser doce e fácil de se viver.

Preciso me preparar para as adversidades,me preparar pelo inesperado que pode sim ser muito ruim.

Fato é que não receberei o que é ruim de braços abertos,mas sim de punhos cerrados para que as dificuldades não me vençam e eu possa seguir aqui na ilusória cantiga que tudo será um conto de fadas.

Eu não sou herói,ninguém aqui é,mas lá no fundinho,bem escondido atrás de vários dias de vilania consigo mesmo,se esconde uma justa porção de heroísmo que nos faz crer que podemos salvar o nosso mundo e torna-lo um lugar melhor.

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Textos ruins,leitores bons



As vezes me pergunto de onde vem a inspiração,melhor ainda talvez,seja perguntar aonde ela se esconde quando tentamos de alguma maneira encontra-la para resolver não só os nossos problemas mais simples até resolver questões importantes e que lhe aliviem a alma.

Não querendo advogar em causa própria,mas escrever quase que diariamente deveria ser um exercício comum a todos,seja para aqueles que querem melhorar a sua escrita ou apenas para colocar de algum modo as suas idéias em algum lugar.

Sem essa de organização,passa longe disso,vemos muitas vezes coisas horrendas escritas por aí das quais as pessoas se orgulham sem que saibam nem mesmo o que tanto quiseram dizer naquele amontoado de palavras vagas.

Também admito que não gosto sempre do que escrevo,mas a vida é assim. 
Você não vai gostar de tudo o que faz diariamente,feliz de quem é iludidamente satisfeito com tudo,afinal o mundo é sim uma eterna indignação onde deveremos querer sempre mais daquilo que fazemos e daquilo que não temos.

Felizmente mesmo aquele texto ruim,mal feito,mal redigido,terá o alento de alguém que olhe e fale: "Olha,não tá tão ruim assim,consigo me identificar com isso aqui" ou para aqueles ainda mais gentis: "Texto maravilhoso,discurso incrível" 

Não estar plenamente satisfeito faz parte de nós, ou pelo menos deveria. Afinal se nos acomodarmos dentro da ideia de que sempre escrevemos ou fazemos algo com perfeição paramos de buscar nos aperfeiçoar em algo,paramos de buscar melhorias que sempre serão possíveis para quem faz o que quer que seja.

Não se acomode,não se satisfaça,se esforce sempre para que o melhor venha e para que você faça sempre mais em qualquer área de sua vida.

Eu prometo que seguirei aqui escrevendo mais e mais para que um dia eu olhe e quem sabe me agrade deste ou daquele texto,para que me agrade daquilo que fiz e até do que eu não fiz.

O importante é não parar,não estacionar sua mente de modo que a sua produção própria de vida seja emperrada na ideia que você não pode mais.

O mundo está em constante movimento,logo cremos que não é para justamente você ficar parado.

O mundo é daqueles que não param.


quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Meu "querido" Ex.Doc (33)


(Todo mundo já teve um ex não é? Sendo assim,boas e más lembranças dos relacionamentos passados serão contados aqui no Meu "querido" ex, afim de relembrar, rir e chorar de boas histórias relatadas por pessoas que de forma anônima ou não se despuseram a contar suas vidas sem qualquer custo. A todos o meu MUITO OBRIGADO)

"Lembro de tê-lo conhecido no IEMG (Instituto de Educação) enquanto ele trabalhava no Santa Efigênia, eu novinha com meus quatorze anos logo fiquei impressionada daquele jovem de dezoito que se mostrava brincalhão e fazia todo mundo a sua volta rir.

Começamos nosso namoro escondido, isso até eu resolver contar para minha mãe que logo pediu que eu contasse ao meu pai sobre o namoro para poder namorar dentro de casa.

No meu aniversário de quinze anos então, tínhamos apenas membros da família e três desconhecidos.Ele,meu futuro namorado, a irmã dele e um amigo deles que foi de companhia.

Com o namoro já firmado para meus pais começamos a namorar após essa data. Foram ao todo dez anos entre idas e vindas.

Naqueles tempos eu tinha um diário onde todo santo dia eu escrevia tudo o que me acontecia.Entre as coisas que eu escrevia estava o fato de que eu não amava o meu namorado e sim um garoto com quem eu ficava em Capitólio.

Certa vez fui emprestar uma mochila para ele e justamente nessa mochila estava escondido o bendito diário. No calor discussão onde ele buscava saber o que havia ali e eu obviamente negando e dizendo que não tinha nada até que ele se trancou no carro e leu página por página do diário.

Ali o jogo passou a virar. Se antes eu não era apaixonada, fiquei louca por ele enquanto ele começou o meu calvário. Ele passou a dar perdidos,me trair e terminar seguidas vezes comigo e eu sempre correndo atrás.

Eu sempre incentivei ele a estudar, então ele retomou os estudos e acabou conhecendo uma garota que na época estava grávida de sete meses sem nem ao menos saber quem era o pai da criança e mantendo a dúvida entre cinco possíveis pais.

Mesmo assim ele passou a oscilar do namoro comigo para o namoro com ela, terminava comigo, voltava com ela, terminava com ela, voltava comigo, isso quando não se envolvia com as duas ao mesmo tempo.

Durante esse tempo uma vez eu estava no ônibus e encontrei uma garota com um bebê. Mexi com a criança e percebi que a garota jogava indiretas para mim até que finalmente ela se revelou a grávida que se envolvia com o meu então namorado.

Tivemos uma breve discussão e lembro me de que quando desci cheguei a desafiar a garota dizendo que ele não ia largar um namoro longo como tinha comigo para ficar com uma garota grávida e que nem sabia ao certo quem era o pai do filho dela.

Virou meio que caso pessoal,acredito que o problema não era nem me separar dele, mas ele ficar com ela.

A família dele me adorava, algo que não acontecia com ela.

Uma vez eu estava na casa dele e ela também estava por lá. Fiquei sitiada para não ser provocada ou agredida por ela como ocorreu uma vez que ela estava lá embriagada e eu resolvi sair para ir a padaria.

Houve uma discussão eu com uma blusa branca, até que tive um copo de vinho atirado nas costas até que as irmãs e tias dele vieram pra me defender enquanto eu entrava na casa dele chorando.

Fui posta como vilã por ele e ele me levou embora comigo sendo provocada no dia seguinte com ela mostrando que tinha ficado lá.

Terminamos e fui passar carnaval em Capitólio pra esquecer ele de vez enquanto ele ainda ficava com a outra que tempos depois largou ele também"

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Planos que fazem por nós


Há muito o que se fazer da vida,mais ainda a se pensar sobre ela.

Talvez pensar nela demais fará com que as pessoas pensem que as perguntas são maiores do que as respostas,mas o que dizer então das pessoas que teimam em pensar e dizer que tem a resposta por nós.

Acredito que cada pessoa tenha o seu próprio ritmo,a sua coleção de vantagens e desvantagens diante de uma situação, onde ela e somente ela poderá colocar na balança o que vale e o que não vale a pena.

Claro que inicialmente devemos crer que as pessoas que nos amam de verdade e estão ao nosso redor querem o melhor para nós, afinal,se não querem o nosso bem não deveriam nem mesmo estar em nosso convívio.

Mas já parou pra pensar que nem mesmo essas pessoas que tanto opinam e tentar avaliar o que fazemos cometem os mesmos erros antes e agora seguem uma sequência de novos erros.

Pois bem,não há um caminho das pedras. 
Não há script ou roteiro que indique o caminho da felicidade para qual essa ou aquela pessoa deva seguir de modo que erros e acertos vão aparecer pelo caminho.

É assim que a vida se constrói,dessa forma poderemos compreender que o que devemos ou não fazer.

Claro que uma hora ou outra poderemos ouvir conselhos,toma-los como importante para vida,mas não seguir fielmente tudo que as pessoas falam como se não houvesse uma opinião própria ou um desejo pessoal de se formar algo com a sua identidade.

Planejamento é necessário,mas o improviso as vezes é algo que precisa surgir para que se surpreenda e se crie algo novo.

Mesmo para a vida a dois devemos concluir que os planos tem um tempo certo para acontecer. Adiantar,acelerar o passo pode azedar algo bom que está se construindo numa base sólida ou melhor dizendo, pode transformar o certo em errado mesmo que não exista o dois lados no momento.

Muita opinião pode fazer com que coisas simples de serem resolvidas acabem se tornando complexas demais, ganhando variáveis e contornos que se bobear nem deveriam aparecer.

Faça planos sim
Trace metas e crie os seus próprios roteiros
Decida aquilo que serve ou não para você,mas lembre-se que jamais outra pessoa saberá de você mais do que você mesmo, logo a sua vida, única,pessoal e intransferível será sempre uma prioridade.

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

A experiência as avessas



Dizem por aí que os anos trazem para qualquer pessoa um pico de experiência que faz com que nós seres humanos,mortais e passíveis de erros possamos nos orgulhar de falar para as pessoas.

Uma lástima no entanto afirmar que assim como o sol que não nasce para todos a vida não condecora a todos com a experiência positiva,muitos dão lugar a uma carranca encruada,presa aos seus cabelos brancos e que repelem toda e qualquer atitude que apresente jovialidade.

O fim dos dias se aproxima e a cada segundo a mais toma-se de um manto negro sobre aquele que teima em ver o lado ruim da vida,se esquecendo que as pessoas tomam caminhos e escolhas distintas 

Bendito aquele enganado pela sua idade avançada que crê estar acima do bem e do mal apenas por ter vivido mais,por ter visto mais coisa. 

O livre arbítrio,direito consentido e colocado a todos aqueles que caminham pela face da terra permite que façamos uma vida em regime solo,dotada de ações e reações que serão postas a prova e se der certo serão aplaudidas da mesma forma que erros serão corrigidos.

Ninguém acerta o tempo todo
Ninguém erra o tempo todo

São dois pontos, uma hora se acerta,outra se erra a vida é bem assim,pessoas fazem planos e jogam com seus planos de vida o tempo todo até que uma hora se revoltam contra tudo e todos e os trocam por planos novos.

Uma pena no entanto que muitos prefiram estagnar os seus planos e de quebra boicotar os planos alheios,fechar as portas antes abertas para tudo que cheira a frescor.

Repudio,revolta,rancor,palavras fortes que vão sendo enfileiradas por aqueles que pensam que a sua vida não tem mais o mesmo tom de alegria.

Há muito o que se fazer e cada minuto de vida deve ser aproveitado da melhor forma.

Muito melhor viver do que deixar a toada passar,mesmo que se escolha um ritmo e outras pessoas escolham outro ritmo.

Temos uma única chance de viver.
Uma única vida onde seremos responsáveis por todos aqueles atos loucos e insanos que na verdade não tem aparentemente nada de muito fora do eixo.

Um passeio aqui,um beijo solto na estrada, uma risada fora do contexto,fora dos padrões.

Pobres daqueles velhos e cansados cabelos brancos que pensam ter esquecido que a vida é muito mais do que falar e reclamar do alheio. Aponta com um dedo e não se percebe todos os outros dedos voltados para si.

Os minutos passam, os dias terminam e as cortinas se fecham. Ao invés de bons momentos,ficam o cansaço daqueles que tanto foram criticados e que preferem dar a vida aquilo que ela mais precisa.

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Meu "querido" Ex.Doc (32)


(Todo mundo já teve um ex não é? Sendo assim,boas e más lembranças dos relacionamentos passados serão contados aqui no Meu "querido" ex, afim de relembrar, rir e chorar de boas histórias relatadas por pessoas que de forma anônima ou não se despuseram a contar suas vidas sem qualquer custo. A todos o meu MUITO OBRIGADO)

"Lembro que foi aquelas fases em que o homem saí a caça,então comecei a instalar muitos aplicativos de relacionamento,conhecia quase todos e dava muita sorte na maioria.

Um dia vi um perfil de uma garota no Facebook e ela tinha uma infinidade de amigos em comum comigo,logo adicionei e comecei a puxar papo pelo messenger.

Estranhei um pouco quando ela rendeu conversa rápido,até por que de foto ela parecia ser daquelas que atraí um caminhão de homens para ela.

O perfil dela se assemelhava muito com daquelas mulheres blogueiras, restaurantes caros,looks do dia e de quebra uma irmã gêmea.

Era uma aposta alta que deu certo,marquei dela vir a minha casa participar de um churrasco com mais alguns amigos meus.

Ela me disse que trabalhava até mais ou menos até uma oito da noite e que depois viria pra cá.

Acabou que comecei o churrasco com meus colegas antes e quando deu oito da noite ela me perguntou se a irmã dela podia deixar ela aqui. Tudo certo,a irmã veio e deixou ela aqui.

Assim que ela desceu do carro da irmã,vi que o photoshop agia muito bem com ela nas redes sociais.

Não sei até hoje como ela faz para comprar roupas caras e ir em restaurantes chiques,mas a aparência de blogueira era mais pras redes,pessoalmente ela não era isso tudo,não chegava a ser horrível,mas bem abaixo das fotos,enfim,mantivemos os planos.

Naquele dia após algumas conversas na primeira vez que ficamos sozinhos conversando acabamos ficando e ela dormiu na minha casa de boa,mas ainda sem qualquer conversa de namoro ou ficarmos juntos,algo assim.

No dia seguinte,conversamos um pouco e de boa,ela não me cobrou nada,eu muito menos cobrei ela,ficar com ela tinha sido legalzinho e o sexo bom,mas não marcamos nada de primeira.

Durante a semana,combinamos outra resenha na minha casa e ela veio e perguntou se podia chamar a irmã dela.

Logo tentei arranjar a irmã dela pra um colega meu,mas ela foi logo me avisando que a irmã dela era exigente e colocou mil empecilhos,tudo bem,vamos arriscar e ver no que dá.

Churrasco rolando normal e a irmã dela apesar de conversar com meu amigo,só dava corte nele,enquanto eu pagava de namoradinho.

Assim foi a noite toda até que meu colega desistiu e a irmã dela se fez meio que de alcoolizada para dormir na minha casa,tudo bem,fui respeitoso por que as duas queriam dormir juntas,ou seja,eu dormia na minha cama com a gêmea que eu já pegava e a outra num colchão que ainda tive a bondade de preparar.

Durante a noite no entanto eu compreendi o por quê da irmã sempre cortar o meu colega,na verdade ela curtia a mesma fruta que ele,só que ela na também tem forte tendência a novas experiências,tanto que quando assustei já estavam as duas em cima de mim e se beijando loucas e se pegando e eu decidi,claro,aproveitar a brincadeira.

Só que enquanto eu pegava a irmã que teoricamente era lésbica,ela do nada resolveu me pedir pra que eu a enforcasse.

Na hora eu travei. E olha que já fiz muita coisa maluca durante o sexo,mas aquilo,pelo menos para mim era novidade.

Mas tudo bem,eu peguei e comecei meio que a enforcar ela,mas totalmente sem jeito e num puta medo dela sufocar sei lá,mas a irmã dela ali olhando tudo aquilo como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Isso quando as duas não trocavam e faziam esse tipo de coisa uma nas outras enquanto me tocavam,tipo enforca,pega,agarra pescoço,me ataca,logo a noite terminou com as duas na minha cama depois de toda aquela loucura.

De manhã as duas na maior animação e eu naquele misto de ressaca e medo,por que as duas eram completamente malucas e meus colegas meio que me zoando pelo whatts quando eu comentei a situação.

Mas por temor e segurança ainda me encontrei somente com uma das irmãs e mesmo assim fora da minha casa,por quê elas ainda meio que sempre voltavam naquela ideia de repetir a noite maluca e fora a gêmea hétero cismando de apaixonada e querendo namorar.

Hoje em dia,sei delas pelas redes onde elas seguem no mesmo ritmo e vez ou outra sei de novas loucuras delas como sumir de casa três dias e serem dadas como desaparecidas,entre outras loucuras.

Eu delas tô fora"

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Já deu tempo ao tempo?



Vez ou outra vamos precisar parar um pouco. Mas não digo estacionar na vida de não fazer mais nada e interromper qualquer plano que seja efetivamente concreto.

Parar eu diria do tipo colocar o pé no freio, dessa forma podemos ganhar mais tempo para refletir sobre o que sentimos ou lembrar daquilo que poderíamos sentir.

É preciso criar um vigília. Orai e vigiai,diriam alguns, mas a vigília é mental, para cercear nossos próprios pensamentos de modo que a ilusão não ganhe frente a realidade. 

É melhor nos policiar quanto a isso,até para que possamos nos perdoar.

Mas pera aí! Me perdoar de que?

Fato justo que possamos nos perdoar daquilo que fazemos e teoricamente nos arrependemos amargamente,ou apenas uma leve ponta de arrependimento, mais ainda daquilo que não fizemos e que nesse fazer ou não fazer entendamos que é preciso renovar e principalmente recomeçar se preciso.

Mas engana-se aquele que vincula renovação apenas ao novo. Podemos e devemos muitas vezes renovar aqueles planos antigos, aqueles esquecidos entre as gavetas de nossos pensamentos e sem lugar de imediato,mas cientes que um dia voltaram a tona para que possamos concretiza-los e fazer de nossos planos a realidade.

Novos tempos, velhos tempos, pouco importa se é mais do mesmo ou um mero ajuste que traz frescor,importante mesmo que se siga em frente para replanejar o tempo,organizar, fazer render.

Calados,quase mudos,em silêncio quando não poderíamos falar sofremos diante do momento em que abrimos a boca na hora errada e soltamos tudo aquilo que será capaz de nos envergonhar mais a frente.

Precisamos dar tempo ao tempo, logo ele tão escasso,tão curto,agitado,revolto e que se comprime a cada dia mais para que possamos respirar pensando estar indo me frente ao mesmo tempo que vamos na contramão de tudo aquilo que desejamos.

Cada minuto de vida é mais um minuto rumo ao braços da morte. Inevitável é verdade,adiável talvez,há aqueles que vivem demais em pouco tempo,enquanto outros vivem de menos perdurando décadas.

Assopre as velinhas,mais um ano se passou e ainda estamos aqui a avaliar quanto tempo o tempo tem. Quanto tempo mais será necessário para nos reabastecer.

Precisamos esquecer o passado, reescrever o presente e projetar o futuro, mas como fazer isso se sabemos apenas que o tempo passa,mas jamais definimos a velocidade e intensidade com que ele passará.

Oh Tempo,maldito tempo,tão ingrato quanto benevolente,quanto tempo ainda teremos? Quanto de você ainda perderemos tentando apenas consertar aquilo que deixamos para trás em meio ao nosso tempo perdido que tanto achamos ter ganho.

Aproveite o tempo
Ganhe,perca,lute contra e não impeça que ele escape.

terça-feira, 4 de setembro de 2018

É a sua história que está queimando


Por Filipe Figueiredo (Xadrez Verbal)

Não tem jeito, é pra desistir. “Incêndio atinge prédio do Museu Nacional” é a manchete, mas poderia ser fogo destrói parte inestimável da História brasileira e mundial, incêndio destrói patrimônio cultural único, descaso acaba com a sua História, uma série de opções.

Museu é visto como um luxo, um passeio exótico, um lazer privilegiado. Não é. Não deveria ser. Museus estão nos pilares de sustentação de qualquer sociedade, fios importantes no tecido social. Onde se encontram muitas perguntas e se buscam as respostas: Quem somos? Da onde eu vim, qual a origem do meu nome? Onde estou, o que é esse lugar, o que explica ele estar assim?

E você já foi em um museu? No Brasil, na sua cidade. Imersos em um debate engessado e paranoico direto da Guerra Fria, em que as agendas secretas comunistas, gays, satanistas, o que for, espreitam cada esquina, a História, com H maiúsculo, se torna mais um alvo.

História é doutrinação, Humanas não serve pra nada, professor de História é tudo vagabundo. Corta verba, tem prioridades. Gastar dinheiro com museu em um país em que (cite outra mazela social aqui)? Ao mesmo tempo, reclama-se de que o brasileiro não conhece sua História, não sabe o significado de uma determinada data, não sabe votar, não prestigia seus antepassados, não adquire cultura. Uma coisa, ou outra.

Qualquer destruição de patrimônio histórico é inaceitável, não apenas quando cometida pelo Estado Islâmico contra algo “pagão”. Esse patrimônio pertence a todos, e são os pedaços de quem somos, um a um, sendo arrancados. O Brasil renega sua História, não encara suas cicatrizes, se recusa a reconhecer seu passado, repete erros já cometidos, travestidos de soluções inéditas. Enquanto isso, as possíveis respostas são apagadas, destruídas pelo fogo.

Museu Nacional, Instituto Butantan, Museu de Ciências Naturais, Museu da Língua Portuguesa, dentre outros, são consumidos pelas chamas. O Museu Paulista, da Independência, está fechado tem cinco anos, por risco de desabamento, e assim ficará por ao menos mais quatro. Para ficarmos nos exemplos mais recentes, sem esquecer de que o próprio Estado brasileiro destruiu muitos de seus arquivos.

E, o pior, dirão que esse desabafo é exagerado. Ficarão chateados, mas ninguém liga, a vida segue. Temos outros problemas, mais graves. Que não se negue a existência de uma miríade de outros problemas,  não se iluda achando que é o que acontece hoje na Quinta da Boa Vista é algo menor. Para uma sociedade sair do buraco, ela precisa, primeiro, saber que é uma sociedade.