quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Meu "querido" Ex.Doc (34)


(Todo mundo já teve um ex não é? Sendo assim,boas e más lembranças dos relacionamentos passados serão contados aqui no Meu "querido" ex, afim de relembrar, rir e chorar de boas histórias relatadas por pessoas que de forma anônima ou não se despuseram a contar suas vidas sem qualquer custo. A todos o meu MUITO OBRIGADO)

"Eu não me lembro como nos conhecemos,mas é meio que desde sempre ela esteve ali.
Seja por morar perto,seja por que a família dela convive com a minha família a muito tempo,ou seja não temos um motivo específico para ter nos conhecido,poderia ser como qualquer criança que se conhece através do bairro onde mora.

A primeira lembrança que tenho é de ser do especial da mãe dela,naquele tempo o encantado por ela era eu,via ela entrar e mesmo sem que ela pronunciasse uma palavra eu via nela a garota dos sonhos em meio a meu amor platônico infantil.

Criança não pensa muito em amor,um garoto se distrai muito mais com uma bola de futebol e um campinho do que propriamente por observar uma garota,além de tudo ela não ia diretamente de especial comigo,eu voltava no horário de almoço e lá estava ela,quase sempre sentada na parte da frente pronta para ir pro colégio.

Nosso primeiro contato direto veio através de amigos. A idade pouco importa,faz muito tempo e provavelmente nem eu e nem ela nos lembraremos desse tipo de coisa,mas lembro que um garoto que morava em frente a minha casa queria se aproximar de uma amiga dela e queria me envolver na tramoia,já que as duas voltavam juntas do colégio.

Eu nem mesmo sabia da história e logo estava ali, no finado MSN conversando com uma amiga dela,enquanto um amigo meu conversava por mim e fazia o intercâmbio.

Se as intenções do meu colega falharam não posso dizer o mesmo dos seus planos. Lá estava eu conversando com a teórica garota dos sonhos quando encontrava com ela e a amiga voltando.

Eramos muito crianças,tímidos,ela meio aquelas garotas contidas,retraídas e eu sem muita experiência do que falar ou fazer com uma garota,mas mesmo assim acabou acontecendo. Ficamos,mas era algo sem muita relevância,embora que para duas "crianças" acabamos nos levando muito a sério.

Não me lembro os motivos que nos levaram a nos afastar naquela época,tampouco o que nos fez voltar a conversar,mas se não me engano foi decorrente de um dos meus álbuns do orkut na época.

Sempre tive mais amigas mulheres do que amigos homens,então fiz uma coleção de fotos,primeiro com doze fotos como o Orkut determinava e depois com mais,onde eu colocava as "musas da minha vida",apesar do nome não significava que eu tinha algo com todas,mas eu ali homenageava em cada foto uma garota que tivesse alguma importância para mim.

E acabou que vi uma foto dela e fiz um texto ressaltando a importância dela na época o que vivemos,sem obviamente dar detalhes. Ela voltou a conversar comigo ali e acabamos engatando um namoro certinho,daqueles onde nos víamos quando dava e as famílias sabendo que estávamos juntos.

Já nessa época me percebi um tanto quanto diferente dela quanto a objetivos de vida,não só pelo ritmo,mas talvez até sentimentos. Ela fazia as coisas certas enquanto eu meio que ignorava as coisas certas a fazer e paralelamente me interessava por outras pessoas. 

Ela sempre foi mais certinha do que eu pra vida,digamos que ela busca um pouco mais a tranquilidade da vida enquanto eu gostava de viver a adrenalina,então após cerca de seis meses de namoro tivemos meio que um desentendimento e lá se foi o nosso namoro tranquilo e calmo.

Logo em seguida eu voltei a me relacionar com uma mulher com quem já havia me envolvido antes e com quem namorei por muito tempo,mas com quem tinha diversas brigas e com isso muitas traições acabaram por acontecer.

Dentre essas traições acabou por eu voltar a me encontrar com essa garota,mas na época os dois evitavam a todo custo,ela por eu ter uma namorada e eu por achar na época que a gente não tinha futuro,mas jovens,ela solteira,eu com um relacionamento falido,cabeça fraca,tínhamos até uma trilha sonora que era uma música do Nosso Sentimento: Fora da Lei.

Pra quem não conhece o refrão canta: "Me diz, quem nunca traiu por atração,quem nunca dividiu pra dois um coração,quem nunca viveu um relacionamento a três. Não existe ninguém pra atirar a primeira pedra. Eu aceito ser o seu ficante,você aceita o seu lugar de amante.E assim a gente vai vivendo esse amor fora da lei,cheio de segredo e perigoso,esse nosso amor bandido é tão gostoso."

Não havia amor,ou pelo menos a gente fingia que não, não existia a vontade dela em ser amante e nem eu achava justo isso com ela. Resolvemos em comum acordo que não estaríamos juntos mais de forma escondida. Acho que fora a parte da paixão platônica de infância,foi ali a época que mais acreditei que poderíamos dar certo.

Ledo engano,o jogo virou,ela passou a ser cobiçada por um tipo que me desagradava e a quem ela se negava veementemente a ficar. 

Atitudes minhas colaboraram bastante para que ela cometesse talvez o maior desatino amoroso de sua vida,mesmo que de uma forma bem torta eu tentasse evitar.

Faltou um pouco de pulso meu para que ficássemos juntos,mas para mim naquela época não daria certo e para ela,envolvida numa loucura sem fim e numa guerra de egos que até hoje não entendemos foi ainda pior.

Foi a nossa maior briga.
Ficamos muitas vezes sem nos falar,anos passando um pelo outro e nos cumprimentando de forma fria o que convenhamos para quem tem uma história como a nossa é bem estranho,mas assim foi.

Foi uma chuva de troca de acusações,brigas homéricas pela internet,dois gladiadores por motivos bem específicos. Viramos pernonas não gratas aos dois lados,daqueles que não se falavam,não se possuíam em redes sociais e se pudessem falavam mal um do outro devido as alternativas.

Primos,irmãos,vizinhos,quantos inimigos ganhei,quantas pessoas não ridicularizaram ela namorando um cara que não tinha nada a ver com ela.

Foram meses dela envolvida com esse cara,meses depois não lembro o que nos trouxe a conversar de novo. Foi algo gradual,eu já não namorava mais,ela também não,mas e toda aquela guerra? E toda aquela inimizade?

Não éramos estranhos,não éramos mais crianças, voltamos a andar juntos, eu indo trabalhar e ela indo pra faculdade,pegávamos ônibus juntos novamente,conversávamos entre nós,sem intermediários,nos resolvemos aos poucos, rimos de toda aquela confusão e ficamos um pouco aqui e um pouco ali.

Acho que foi a vez definitiva,a derradeira chance que nos demos para que aquele amor infantil pudesse dar certo,mas não deu.

Não brigamos, até a decepcionei, uma ou duas vezes,mas foi uma decepção em meio a prova de que não era pra ser.

Aos poucos fomos tomando rumos diferentes, um namoro aqui,outro acolá, nos vendo cada vez mais, mas sem se tornar inimigos,embora muitos dos inimigos que eu tenha ganho naquela época de guerra ainda permaneçam,assim como os inimigos dela também persistem.

Viramos colegas,amigos ocasionais,mas sem qualquer necessidade de algo colorido ou de ficar se vendo todo dia pra saber da vida,ou como anda.

Sei que ela namora,mas não procuro saber a quantas anda o namoro dela, eu também namoro e nem por isso ela quer saber da minha namorada ou do meu filho

Seguimos morando perto,as vezes esbarro nela pelo bairro e nos cumprimentamos a ponto de pessoas que não conhecem a nossa história achar que somos apenas bons vizinhos que se conhecem desde a infância."

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