sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Siga o caminho



Ao longo da vida todas as pessoas trilham um caminho por onde tentam alcançar seus objetivos, sejam eles pequenos, médios ou grandes.

Estrada essa nada tranquila recheada de curvas fechadas, altos, baixo, ora com asfalto estilo tapete em alguns trechos esburacados isso para não falar nos pontos de terra pura ou lamaçal digno de atolar um carro de grande porte.

Não são poucos os obstáculos que vão tentar tornar a caminhada cada vez mais difícil e por muitas vezes desanimadora.

O trilho de cada pessoa é diferente e cada qual precisa seguir o seu caminho, sendo assim temos uma estrada para todos mas com trajetórias únicas e sem qualquer tipo de transferência.

Existe sim a possibilidade de se pegar atalhos, caronas para se chegar mais rápido, para andar mais depressa. Porém também há aqueles que desistem em meio ao caminho ou que se revoltem ao primeiro encontrão e decidam não andar mais.

Há também que acredite que só chegará ao final da sua caminhada interferindo na caminhada alheia, se metendo naquilo que como eu disse não pode e nem deve ser transferido a outra pessoa.

Como em qualquer trajeto vão ter aqueles que erram o caminho, há quem precise andar menos enquanto outros vão ter de andar até sangrar os pés e mesmo assim não chegar. Correndo ou rastejando sempre haverão pessoas no caminho assim como todo o tempo haverá você.

O caminho é longo eu sei.
Assusta a primeira vista e se bobear você vai sentir medo durante toda a estadia na estrada.

Vão ter dias onde a escuridão vai tomar tudo e esconder a rota,mas haverão outros dias no entanto onde a luminosidade será tanta que poderão te cegar.

Mas há algo que se aprende com a vida. Tudo tem um fim e assim será com esse longo caminho.

Por mais que pareça que nunca vai terminar um dia se encontra o final
Pode parecer que você não chegará lá, mas vai chegar
E mesmo que você tenha vontade e motivos para desistir não desista.
Prossiga, insista e siga em frente.

Apesar de obstáculos, curvas e todas as vertentes inovadoras pelo caminho ele assim como a vida é contínuo. 

Logo pausar as coisas e tomar um refresco não é opção, seguir é o ideal, seguir é o que deve ser feito.

Em caso de quedas, LEVANTE-SE
Em caso de obstáculos, LIVRE-SE DELES
E caso se canse, não se preocupe, haverá muito o que descansar no fim do caminho.

Todo esse caminho é mão única, não dá pra voltar para trás e pegar um novo retorno, cada passo novo é um passo que não teremos como voltar atrás e os caminhos embora parecidos para as pessoas nunca serão iguais.

Sendo assim locais passados ficam para trás e menos caminho a ser percorrido em busca de todo um objetivo final.

Por fim se quiser um segredo lhe afirmo que para atravessar toda essa estrada não será necessário nenhuma ajuda, nenhum guia, GPS ou incentivo alheio.

Não vai ser necessário que te acompanhem, que acreditem em você para seguir em frente ou que te empurrem para seguir caminho.

Você precisa apenas caminhar.
Ou seja você precisa de você e de seus pés para prosseguir a caminhada e chegar até o fim da linha.

O caminho pode ser longo, mas não é eterno haverá sempre um lugar onde ele termina.
Se perguntarmos quando será o fim a qualquer pessoa não teremos resposta, quanto tempo até lá menos ainda a diferença é entre quem para no caminho e quem chega até lá.

Fato é

Não pare de caminhar
Não desista até chegar lá
O caminho é longo, mas você mais dia ou menos dia conseguirá alcançar.

Boas Festas!




quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Meu Primeiro Bebê.Doc (48)


(Pais de primeira viagem relatam as delicias e as amarguras da presença do primeiro bebê de suas vidas. Na série Meu Primeiro Bebê.Doc veremos relatos feito por pessoas que se despuseram a contar esse marco de suas vidas sem qualquer custo ou a precisão de revelar a identidade. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

Por Raquel Fialho Cougo ao blog Despertar do parto

"Eu vim de uma família onde as mulheres têm a cesárea como forma de trazer seus filhos ao mundo. Minha mãe teve quatro filhos, todos de cesárea eletiva. Um deles o mais velho quase morreu por ter nascido prematuro. Ainda assim parto normal na minha família era coisa de índio, de bicho, mas era isso que eu queria de todo o coração.

Minha gravidez foi super desejada, nem precisei esperar o atraso da menstruação para fazer o exame de gravidez. Eu já sabia.


Sempre fui muito ativa então busquei o ioga como atividade física para os próximos nove meses que viriam.Nessa procura por ioga para gestantes em Ribeirão Preto,encontrei o Despertar do parto onde as aulas de ioga eram precedidas de uma roda de conversa onde compartilhávamos angústias, tristezas e sonhávamos com o parto e a chegada do bebê.


Lá me dei conta que em nosso país a tendência do sistema de saúde é conduzir a gestante para a cesárea,mesmo que isso não seja necessário ou não seja o desejo da mulher. Fiquei mal. Então quer dizer que mesmo que esteja tudo bem, que eu não queira e não precise de uma cirurgia, isso vai ser imposto a nós isso vai ser imposto a nós?


Li sobre os riscos da cirurgia pra mim, pro bebê, para uma futura gestação e tive muito medo. Mas decidi transformar o medo em força propulsora para batalhar pelo parto mais seguro para mim e minha filha.


Decidi contratar um doula a Helena Junqueira e escolhi o GO com o maior índice de parto normal da cidade e fui deixando claro pra ele as informações que eu vinha colhendo e as minhas informações e minhas escolhas a partir das informações. Estava preparada racionalmente e emocionalmente para o parto, mas quem disse que é só isso?


No fim da gestação voltei a ter medo. Medo da dor, medo da morte, do desconhecido. E se eu não der conta? E se eu precisar de anestesia? E se algo der errado? Minha resposta ao medo foi me afastar de tudo que pudesse alimentá-lo e me cercar daquilo que só me fazia bem.


Quando ficávamos só eu, minha filha e o Pedro bem juntos, isolados até, o medo fugia de nós. Fui me isolando, me fechando em nós três.


No dia dos namorados eu saí com o Pedro. Meu namorado, marido, pai da minha filha. Eu completava quarenta semanas nesse dia.Durante o jantar meio que inconscientemente convidamos nossa filha pra vir ao mundo. Falamos dela, do quanto queríamos que ela nascesse e do quanto estávamos felizes pela proximidade da sua chegada. Cecília gostou da nossa prosa e quatro horas após o jantar, as contrações começaram.


Primeiro achei que eram apenas "coliquinhas" que não me deixavam dormir. Levantei da cama e fui começar o dia ás quatro da manhã. Essas cólicas me acompanharam o dia inteiro e eu resolvi ligar pra minha doula e para o meu médico. 


Ela me tranquilizou, disse para eu tentar relaxar e se colocou a disposição para o caso do quadro evoluir. Ele pediu que eu fosse ao consultório.


Um centímetro de dilatação ele me mandou pra casa pra relaxar e voltar a falar com ele caso algo mudasse.


Fui pra casa, tomei banho de banheira, chá de camomila, mas quanto mais eu relaxava, mais as contrações vinham. Nada daquela dor horrorosa que a gente vê nos filmes ou nas novelas, uma cólica  que me fazia parar, respirar e continuar o que eu estava fazendo antes.


Meu marido chegou do trabalho, depois de um longo plantão e fomos dormir. Vira pra lá, vira cá e a coliquinha não deixa dormir.


Fui ver televisão, por que televisão dá sono. Jogo de futebol, primeiro tempo,segundo tempo, filme na sequência,seriado, coliquinha danada. 


Resolvi olhar no relógio e ver a duração e o intervalo das contrações. Percebi que elas estavam ritmadas e com pouco intervalo entre elas. "É acho que você está em trabalho de parto" disse a minha anjo doula Helena. 


Isso fez a maré mudar, enfim o parto chegou, chegando.


Helena levou cerca de vinte minutos para chegar a minha casa. A dor chegou antes dela. Acordei meu marido e falei que estava em trabalho de parto,mas disse que ele devia ir dormir de novo por que estava cansado e sabe como é parto normal, demora.


Era meia noite e segundo meus cálculos eu só ia parir lá pela hora do almoço. Nunca fui muito boa em matemática.


Daqui pra frente é aquela hora que a parida já não consegue mais relatar com precisão. A cabeça já não funciona por que o corpo, ou a nossa parte bicho está no comando.


Sentia uma dor imensa nas costas,junto com uma gigante cólica abdominal, bem semelhante a cólica menstrual. E a dor vinha em ondas, começava pequena e ia aumentando,aumentando e diminuía devagarinho.


Helena me levou pro chuveiro e me ofereceu uma bola pra eu sentar em cima. A água morna,a posição confortável e o olhar seguro da minha doula fizeram com que as dores não diminuíssem, mas tornassem absolutamente suportáveis.


No intervalo das contrações, o corpo volta a ficar em silêncio, eu recobrava a consciência e falava.


Falei sobre a vida, sobre o tempo, fofoquei. Foi então que mais uma contração se aproximou e eu disse: "Ai meu Deus! Não! Não!" 


Helena segurou a minha mão e disse mais alto que eu: "Sim!Sim!Sim!" Foi crucial


Dali em diante cada contração foi recebida com um sim meu. Vem,vem sim,pode vir! Vem Cecília. 


Nem sei por quantas horas fiquei no chuveiro sentada na bola. Só me lembro que em algum momento eu me senti encharcada e querendo ir pra minha cama. Deitei e as contrações vinham com força, querendo me fazer arrancar cada pedaço da parede com as minhas mãos.


Entre as contrações eu já não falava mais. Estava cansada, com sono, com dor e comecei a reclamar disso. Eram mais de três horas da manhã e a Helena sugeriu que eu dormisse um pouco. 


Achei que seria impossível eu dormir naquela situação, mas, não sei como,entre uma contração e outra eu dormia.


Até que meu sono foi interrompido por um estalo dentro de mim. Era como se um osso muito fino tivesse se quebrado dentro de mim chegando a fazer um barulhinho. O estalo veio acompanhado de uma enxurrada que molhou minhas roupas, minha cama e meu corpo. A bolsa rompeu! E a maré mudou novamente.


Dali em diante virei bicho ferido, estava absolutamente entregue, sem o menor poder de me opor a quem quer que fosse. Por isso a escolha de quem vai acompanhar o parto é fundamental. Nessa hora você pode não estar apta para brigar,discutir e se impor.


Eu,sempre tão firme e determinada, fiquei querendo ser conduzida, pequena e frágil.


Helena olhou o aspecto líquido que saiu da bolsa. Tudo ok!  Mas após o rompimento da bolsa, a dor ficou beirando o insuportável. Nada aliviava. Quer dizer! Quase nada, só um abraço aliviava a minha dor. 


Eu precisava de um forte abraço durante a contração. Precisava de apertar alguém contra o meu corpo para suportar a dor.


Acorda o marido, liga pro GO, prepara pra ir pro hospital.


Eu já disse que me preparei pro parto, faltava preparar a bolsa maternidade.


Helena saiu catando algumas coisas pra mim e para a Cecília e eu fiquei abraçando o Pedro. Pedro foi trocar de roupa e eu fiquei abraçando a Helena.


Fomos para o hospital comigo gemendo no banco de trás do carro. Chegamos umas quatro da manhã no hospital eu em franco trabalho de parto a recepcionista olha pra mim e diz: "Alguém prepara o centro cirúrgico por que tem um cesárea não agendada.


Que triste a situação do nosso país que olha para uma gestante e logo supõe que se trata de uma cirurgia, rosnei entre dentes que era um parto normal.


Meu GO chegou, fomos para o quarto. Exame de toque nove centímetros, fiquei feliz em saber que toda aquela dor não era em vão, que meu trabalho de parto estava em pleno vapor e que logo minha filha estaria em meus braços.


Mas,nenhuma contração, nada no parto doeu mais do que o exame de toque, nota mental para o próximo parto que quem vier me dar o toque  vai levar chute. Gritei que nem um bicho ferido para que o GO tirasse a mão de mim.


Fui encaminhada para o centro cirúrgico,não me pergunte o por quê. Já no elevador meu corpo me mandou me fazer força. Era como se um balão de gás estivesse cheio dentro da minha barriga e a única coisa a ser feita era empurra-lo um pouco mais para baixo. É irresistível, não tem como não fazer força durante o expulsivo. E não tem, nem metáfora, nem comparação que possa explicar para uma mulher o jeito que ela deve fazer força durante o expulsivo.


É o corpo quem dá as coordenadas certinhas. E eu estava no elevador quando meu corpo mandou que eu fizesse força. Corre-Corre no centro cirúrgico, essa mulher vai parir pra fora da maca.


O Pedro foi vestir a roupa e touca do centro cirúrgico e depois a Helena eu fiquei talvez trinta segundos sem nenhum acompanhante no centro cirúrgico, só com a equipe de médicos e enfermagem. 


Experiência estranha. Entendo totalmente as mulheres cujo o parto trava,não evolui quando chegam ao hospital e se vêem privadas do que lhes é caro, do que lhes tras conforto e aconchego. Veio uma contração e eu sozinha.


E agora?


Uma técnica de enfermagem arrumava a maca para que eu deitasse. Olhei pra ela e meio que suplicando, meio que avisando falei: "Vou te abraçar" E abracei essa mulher que eu nunca tinha visto na vida. 30 segundos sozinha e foi um bálsamo ver a Helena e o Pedro de volta.


"Vou parir na posição que eu quiser" eu disse durante a gravidez inteira.


Mas não achei posição que me desse conforto. Tentei me deitar de lado e não me fez bem. Justo a posição que eu tinha lido que era a mais contra-indicada para o parto foi a que me pareceu melhor, vai entender.


Lá estava eu como litotomia, com a barriga para cima.


De tempo em tempo vinha o imperativo do meu corpo para que eu fizesse força, Meu marido me abraçava, a Helena segurava a minha mão. O GO e o pediatra tentaram me explicar ,que eu deveria fazer força, que assim o bebê sairia mais rápido.Eu estava ocupado demais para ouvi-los.


Uma técnica de enfermagem coitada tentou empurrar a minha barriga. Rosnei para ela : "Não empurra a minha barriga" e ela virou pó, nunca mais foi vista naquele centro cirúrgico.


Quarenta e cinco minutos de expulsivo e eu estava cansada. Olhei para a Helena e disse que não aguentaria mais. Ela saiu do meu lado, foi espiar entre as minhas pernas e voltou com a frase que me deu mais gás para quatrocentos expulsivos. "Eu vi uma cabeça loirinha, loirinha. Tá acabando,você consegue.


Cecília fingiu que ia sair, mas decidiu ficar mais um pouquinho dentro de mim. Não senti coroar, não senti o tal círculo de fogo, só senti quando ela veio totalmente decidida a nascer. 


Eram seis e dezessete da manhã. Pra essa hora faltam palavras. É como ter um milagre acontecendo dentro de você,Inominável.

Cecília veio pro meu colo, fez uma pausa no choro para me olhar bem fundo nos meus olhos. Tão pequenininha, tão forte a minha menina. Apresentei-me a ela. Ficamos ali, não sei por quanto tempo. Só sei que por menos que gostaríamos. O sistema tem pressa.

Ela foi pesada, medida e voltou pro meu colo pra mamar em paz. Parto sem indução,sem episiotomia, sem laceração, sem intervenção alguma. Cecília plenamente saudável, nenhum gemido de dor foi em vão. 

O assombro da equipe de enfermagem ao me ver sentar, me ajeitar na maca normalmente e amamentar minha filha ali no centro cirúrgico denuncia o quanto essa prática é rara nos nossos hospitais e o quanto a cesárea pode inviabilizar tudo isso.

Mudei de maca sem ajuda e seguimos os três para o nosso quarto sob o comentário das enfermeiras de que: "Nossa, parto normal é outra coisa"

Sim, parto normal é outra coisa. 

É coisa de bicho. Eu sou bicho. Você que leu esse relato também é bicho.

Toda mulher é bicho."     

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Lamento


As vezes é bem complicado saber o que se passa dentro da cabeça das pessoas, afinal são muitos pensamentos diários e boa parte deles não são aproveitáveis.

É preciso um bocado de calma e muita paciência para compreender as pessoas.

Muitas vezes achamos que tudo tem de ser uma maravilha e que sempre encontraremos as pessoas a se favor ou de comum acordo com as suas ideias,mas na maioria das vezes não será assim.

Andamos permanentemente em cascas de ovos onde o menor movimento brusco poderá quebrar todas as cascas o seu redor.

Mas sabe, a cada dia que nos sentimos livre vem algo e tenta nos esmagar mesmo que apenas um pouquinho, mesmo em dificuldade aprendi que independente da forma em que seremos aprisionados uma hora seremos libertados.

Será que enquanto eu me liberto das minhas amarras você vai aguardar?

Será que você vai aguardar enquanto eu me liberto sentadinha assistindo ou vai dar uma mãozinha para quebrar as correntes.

Te juro que se você estivesse em meu lugar eu poderia até demorar para ajudar,mas é por cansaço, logo eu lhe estenderia a mão para sair dessa, para evitar que você jogasse tudo pro alto.

Sei bem que ninguém é obrigado a ficar.
Ninguém é obrigado a entender a minha louca consciência, tampouco a limpar toda a bagunça que se forma depois das minhas crises.

Prometo que o mal causado por mim será reparado, não pretendo e não quero deixar arestas soltas, pontas que desfiem o novelo todo que consegui reunir.

Vai ser rápido garanto, logo vou estar de volta mesmo que me canse de insistir para você andar junto, para você me acompanhar.

Dizem por aí que duas cabeças pensam melhor do que uma, o que dizer então de dois corações curando a dor de uma única alma ferida. Eu te ajudo, você me ajuda.

Olhando para mim nesse jeito vou parecer frágil não é!? Talvez bobo,inseguro,solitário e insano, mas passa, uma hora a maré vira e o carinho será em dobro a gratidão será ampliada e o mal que antes eu tanto penei para passar terá sido dissipado e posto para fora

Melhor não prolongar ou se me faço entender não temos tempo a perder, as amarras estão aqui, estão nos seus braços também e cada instante perdido são mais e mais momentos presos a laços que já não são mais nossos.

Passa tão rápido que eu talvez entenda a sua falta de vontade em parar no meu problema afinal você tem os seus problemas. Questão lógica, prática,antipática.

Confesso apenas que se assim for eu lamento.

Lamento pela sua pele em combinação com a minha.
Lamento pelo seu cheiro que fica grudado em minhas roupas e em meu travesseiro.
Lamento pelo seu sorriso largo que se abre quando a felicidade invade sua alma.
Lamento por não conseguir traduzir tudo aquilo que gostaria de lhe dizer.

Lamento tanto pelo que sinto, lamento tanto por tanto lamentar que prefiro não lamentar mais nada, não sentir mais nada e mais nada aguardar!

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Foi se o tempo que eu gostava de natal


Hoje em dia já não é difícil quem por diversos motivos afirme sem qualquer dúvida que não é fã de natal e que prefere o réveillon ou que se bobear prefere dormir nas duas festas.

Fato é que com o passar do anos a sociedade como um todo perdeu o brilho com relação a noite do dia vinte e quatro de dezembro e o dia vinte e cinco tido como o natal para muitos.

Já não há expectativa pela data, já não há luzes pela cidade buscando iluminar o espírito natalino no coração das pessoas ou tampouco a lembrança pelo real significado da data que é o nascimento de Jesus.

Exceto pelos nossos pequenos e futuro do mundo talvez a data só não passasse batido pois é algo adorado por boa parte da população o chamado feriado. 

Não fosse isso corria o risco do natal cair verdadeiramente no esquecimento até por aqueles que mais nutrem a proximidade com a família e se aproximam de seus "entes queridos" afim de criar uma ilusória atmosfera natalina.

Verdade é que a tal magia do natal é excelente para quem acredita e melhor ainda para aqueles que tentam acreditar num "happy end" fraternal para famílias.

Por outro lado há quem acredita nas compras e no exercício do consumismo que passa bem longe do conceito religioso ao redor do natal seguindo assim uma romaria em busca de presente ou as chamadas lembrancinhas para presentear pessoas próximas.

Infelizmente nos tempos de hoje o natal se tornou um dia a mais para pessoas conversarem sobre a vida alheia e propagar aquilo que de bom ou ruim fizeram durante o ano sem a distinção de ser uma data especial ou não.

De bons momentos restam as comidas deliciosas que na manhã do dia vinte e seis você desejará não ter comido já que em janeiro você terá como ideal o corpo perfeito para curtir o verão de calor ou claro dentro de um plano mais curto a virada do ano que diga-se de passagem ainda tem todo um glamour de pessoas com suas crenças de que a mudança de ano pode fazer sua vida ser melhor.

Se o natal é para ser vivido plenamente com a família e o reveillon deve ser a festa de encher a cara como dizem é melhor se preparar, já estamos as portas das comemorações natalinas.

Se você ainda acredita. Feliz Natal
Se você deixou de crer. Feliz Natal também.

Apesar de não gostar ou até de não acreditar é melhor felicitar do que ignorar completamente uma data que com todos os seus adventos ainda assim pode ser comemorada nos dias de hoje.

Então já que é natal.

Feliz Natal então! 

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Meu Primeiro Bebê.Doc (47)



(Pais de primeira viagem relatam as delicias e as amarguras da presença do primeiro bebê de suas vidas. Na série Meu Primeiro Bebê.Doc veremos relatos feito por pessoas que se despuseram a contar esse marco de suas vidas sem qualquer custo ou a precisão de revelar a identidade. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

Por Giselle

"Eu era livre, fazia de tudo o que eu tinha vontade,saía sem dia ou hora pra chegar,amava minha vida de altas baladas e rolês diferentes.

Um dia eu não me lembro bem a data mais ou menos no mês de Abril eu conheci o pai da minha filha.

Ele precisava de uma amiga pra ir na casa de swing, ele fez o convite por uma página e eu fui com ele, chegamos lá, ficamos e transamos loucamente.

A descoberta foi um grande baque na minha vida, primeiro por que eu fiquei confusa e achei que era de outra pessoa, chorei horrores até uma grande amiga comprar o teste pra mim.

Na hora que fiz o teste e deu positivo eu estava dentro do banheiro e chorei horrores, desesperada e a primeira a saber foi justamente essa minha amiga e depois para umas amigas que eu tinha de um grupo de whattapp que prontamente focaram em me acalmar e disseram que eu poderia contar para o que precisar como tem sido até hoje.

As consultas foram sempre bem tranquilas, mas eu estava sozinha em todas elas até na primeira vez que ouvi o coração dela, meu Deus, que delícia, achei que eu iria morrer de emoção,chorei.

Na hora de descobrir o sexo eu não aceitei.

Eu queria e estava convicta que teria um menino que se chamaria Antony, mas na hora que a moça fez o ultrassom e disse que era menina eu falei: "Porra, não acredito, você tá brincando? Tem certeza? Tem certeza de que é uma menina? Ela confirmou e eu mais uma vez chorei.

Durante a gravidez eu não tive desejos, exceto transar com meu ex namorado o que não aconteceu até hoje. O pai da Laura alias nunca teve contato com ela, nem comigo, conversamos apenas por whattsapp, acho que se ele não quer ter contato é melhor assim, não vou forçar ninguém a nada.

Escolher o nome foi algo bem difícil, por que ninguém queria deixar eu escolher.

Eu queria Kyara, mas me xingaram e falaram que era nome de cachorro, fui pesquisar o nome e realmente o significado é muito feio. Significa Obscuros, negro, aquele que vem das trevas e aí desisti.

Ai falei vou colocar Laura e logo em seguida veio o Beatriz,pensei vou colocar Laura Beatriz e se quem não gostou azar, mas todo mundo gostou.

Antes do parto a ansiedade era imensa, por que eu queria que nascesse logo,queria logo ela nos meus braços mas também tinha muito medo de sentir dor e do parto em si.

Eu comecei a sentir contrações no dia quatro de maio de 2017 por volta das cinco da tarde, comecei a sentir uma dor muito forte, mas que até então eu nem sabia que era contração.

Sentindo muita dor, peguei e falei com a minha mãe: "Mãe acho que a Laura vai nascer hoje" E ela então me disse pra que eu arrumasse as minhas coisas, tomasse um banho e fizesse alguma coisa.

Logo depois que terminei de tomar banho eu deitei na cama e gritei minha mãe perguntando se ela ia demorar muito já que ela estava pintando a copa aqui de casa. Nisso as dores só aumentando e eu comecei a gritar desesperadamente apressando a minha mãe e quando as dores de contração vinham eu começava a andar e quando era ainda mais fortes eu agachava de tanta dor.

Nisso a minha irmã que tava aqui falou: "Calma, não vai pro hospital ainda não, espera as dores aumentarem" E eu chorando de dor e pensando que se aquela dor aumentasse eu ia morrer.

Resolvi então ligar pra minha tia e pedir pra ela me levar pra maternidade a espera por ela no sofá foi de muito grito e dores absurdas, eu mal conseguia respirar e nem chance de andar.

No caminho pra maternidade quando você vai chegando ali no bairro Ribeiro de Abreu, tem uma lombada que meu tio passou rápido demais e eu já gritei que a menina ia nascer no carro. Alias como eu gritava.

Chegamos na maternidade umas dez e meia da noite e ela foi fazer minha ficha, sentei num daqueles banquinhos que tem lá pra esperar e o enfermeiro me perguntando se eu estava em trabalho de parto, falei logo que estava pra ele me levar pra sala do pré parto.

Lá dentro fizeram o bendito do exame de toque que doí para um caralho e viram que eu estava com seis centímetros de dilatação. Eu só perguntei se ia nascer hoje e recebi a confirmação.

Depois eles vieram tirar sangue, furaram meu braço e eu chorei e resolvi colocar a mão lá né. Pra ver como é que tava.

O tampão mucoso estava saindo com aquela gosma e eu gritei de dor, de nojo e o pessoal ria de mim, mas decidiram me levar pra sala de parto.

Sei que do corredor da sala de pré parto até a sala de parto eu tive mais ou menos umas quatro contrações, na sala a doula chegou pra mim e falou: Tira a sua roupa que eu vou te por debaixo do chuveiro que vai te ajudar, vai aliviar a dor e agilizar o parto.

Tirei a roupa correndo e que delícia que estava a água daquele chuveiro, aquela água morninha e eu lá igual um bicho dançando embaixo da água e a doula assim: "Mexe,agacha, rebola que ajuda no parto" E eu lá igual uma louca desesperada fazendo tudo que ela tava mandando.

Era onze horas eu chamei ela por que tava saindo um negócio branco e eu lá desesperada, mas era a bolsa que tava aparecendo, ela me tirou do chuveiro e me deitou na cama.

Ela chamou a obstetra e falou: "Então, você já está em trabalho de parto, então relaxa, acalma"

Nisso ela pegou um banquinho e sentou na frente das minhas pernas abertas e ficou lá olhando pras minhas coisas e eu pensando: Meu Deus do céu o que essa mulher tá fazendo.

E ela lá na maior calma do mundo: "Olha que bonitinho vai nascer" E eu desesperada, louca e ela "Não faz força, espera" 

Respondi que não era eu que estava fazendo força, mas o corpo que tá jogando pra fora mesmo.

Resolveram me colocar no arco pra ficar subindo e descendo pra fazer agachamento. Fazer força que aí ajudava o parto.

Na hora que deu onze e meia ela disse que ia estourar minha bolsa e eu falei que podia, já que não tava aguentando mais.

Foi bom por que a bolsa não ia estourar, ela ia nascer inteira (empilicada), então ela estourou saiu aquela aguaceira e ela falou que agora ia.

Mas quando deu meia noite ela falou que ia me colocar na banheira por que eu já não estava mais aguentando ficar no arco, já não tinha mais força.

Ali na banheira vinha as contrações e eu quase morria. Na sala tinha a minha mãe, a doula, duas residentes e mais a médica obstetra, cheio de mulher lá me olhando e eu lá cheia de medo, cheia de dor.

As dores só aumentando, aumentando até que eu perguntei a alguém se não iam me dar anestesia e aí me falaram que ia ser o parto natural.

Eu comecei a chorar, achar que ia morrer, falei que não ia aguentar e então me responderam que se eu tinha chegado até ali, agora ia até o final,que o restante é fácil.

Eu ainda na banheira e a cabecinha da Laura começou a aparecer, começou a sair e eu gritando que tava saindo e aí falaram que iam me ajudar. Quando a cabeça dela saiu eu dei um pulo, tipo aranha que saí do lugar e aquele monte de mulher me segurando e eu chorando e gritando e aquele trem me queimando e me rasgando.

Ai ela mandou eu relaxar,me acalmar e que quando viesse a próxima contração eu prendesse a respiração e fizesse força que ela ia sair.

A contração veio, eu prendi a respiração, fiz aquela força e ela puxou. Já comecei a agradecer a Deus ali mesmo, comecei a perguntar se era menina mesmo.e eles me confirmaram.

Colocaram ela em cima de mim, primeiro contato com a mãe e eu chorando e agradecendo tanto e as mulheres me dando os parabéns.

Me tiraram da banheira com ela, fizeram lá os procedimentos e foram me falaram pra tomar banho até me levarem pro quarto.

Laura nasceu uma hora da manhã do dia cinco de maio com a minha mãe ali, filmando tudo.

Após o nascimento dela foi tudo bem tranquilo, por que eu já tive sobrinhas que eu ajudei a cuidar tudo acabou sendo bem fácil,tranquilo,não teve nada de anormal. 

Eu que dei o primeiro banho, curei umbigo, pra amamentar foi tranquilo não teve nada de anormal.

Após o parto até procurei o pai e tudo mais uma vez,mas ele não veio, então eu não insisto, caso ele queira vir bem, se não quiser amém.

Ela tá muito bem sozinha comigo."


quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Precisamos falar sobre Vai Malandra e o bumbum da Anitta



Acredito que poucas vezes expressei aqui algo sobre os meus conceitos musicais ou que gosto e não gosto de ouvir, mas entendo que independente de gosto ou não devemos ouvir algo que esteja tocando na atualidade até como forma de conhecimento sobre aquilo que ocorre no mundo por aí.

Larissa de Macedo Machado, a Anitta é sim a atualidade do país, mais do que isso é alguém a quem a mídia vai ouvir falar muito ao contrário do que se pensava a cerca de cinco anos atrás quando ela explodiu com o seu show das poderosas.

Obviamente que Anitta não é a melhor interprete cantora do país na história ou até mesmo na atualidade, nesse ponto o Brasil apresenta uma qualidade e distinção de talentos fantástica,mas o impacto que ela causa, o frisson em torno do que é a Anitta hoje certamente será dificilmente alcançado por outras cantoras do país.

Anitta em um audacioso projeto lançou quatro músicas em quatro meses com respectivamente quatro clipes distintos,nascia o projeto "Check Mate".

A estratégia era quase um plano de xadrez mesmo, variar estilos, conceitos, músicas e encerrar da forma mais raiz possível, no batidão, daonde a menina que nasceu para a mídia MC surgiu e agora desponta como a cara da diva POP.

Anitta conseguiu se recriar na música latina,passear pelo inglês melódico, pela eletrônica, mostrando talento,desenvoltura e uma gama que explode de vez na música Vai Malandra seu mais recente clipe.

É sim uma surra de bunda, com celulite, grande,pequena, com muita fita isolante mas que possuí uma brasilidade genial e que certamente vai grudar na mente de muita gente. 

Anitta subiu o nível,se alçou ao degrau de estrela da música nacional amparada por um conjunto de fãs aficionados que esqueceram o complexo de patinho feio de que só estrelas americanas faziam bons clipes e boa música.

Musicalmente falando Anitta é sim a personalidade do ano, musicalmente claro, já que num país tão vasto como Brasil não faltaram bons e maus exemplos a serem citados por todo o 2017 que apareceram nas redes sociais, nas capas de jornais e óbvio na boca do povo e que seriam dignos de ser citados como a "personalidade do ano" 

É ela quem hoje dita a moda, assim como foram diversos outros cantores e cantoras 

Anitta não reinventou a roda, mas deu belos contornos novos para quem explora a música nesse país e fora dele. Anitta revolucionou ao mostrar a diversidade do Vidigal, ao mostrar suas origens e não por mostrar as suas tão faladas celulites num close de seu belíssimo derriére.

Vai malandra exibe aquilo que muitas vezes o brasileiro tende a querer esconder, suas vielas, mazelas, gente gorda,magra,andrógena, gente brasileira o povo brasileiro de uma maneira geral.

Enquanto nossa politica oculta seus males em malas e exibe para seu turismo mares,praias e o povo em corpos esculturais Anitta preferiu ser "malandra" preferiu mostrar sua dança e belo corpo em meio ao que o Brasil faz de melhor. FESTA!

Mais do que nunca ela colherá os frutos de tamanha ousadia e tamanha exposição. Sua vida será mais falada, ela será agora a cantora a ser seguida por um momento onde seu clipe causa mais polêmica pelo que apresenta do que pela qualidade da música.

O Brasil está mudado amigos, se antes tínhamos divas como Elis Regina que nos encantava com sua voz fenomenal, fomos migrando com Alcione,Cassia Eller,Ivete, Pablo Vittar (Sim,ela também ousa e faz acontecer apesar da pouca voz) e sim ela:

Larissa de Macedo Machado, a Anitta.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Que fechem as cortinas!


Eu torci algumas vezes para você.

Pra falar a verdade acho até que torci mais do que deveria.

Pedi que você ficasse, que aguardasse as coisas se acalmarem, mas não.

Você saiu porta afora,desabalado como uma manada em fúria.

Não havia o que eu pudesse fazer, mas mesmo assim eu fui atrás.

Fiz de tudo, houve sim muito esforço para que as pessoas ruins não atravessassem o caminho.

Para que as boas não dessem conselhos a mais do que lhe cabiam 

Mas pouco importa, quando não se quer não vê, não se ouve e quando muito fala pelos cotovelos.

Fala-se muito e palavras sem qualquer sentido.

Quando todos resolveram lhe virar as costas e te deixar para trás, era eu quem estava lá pronto para estender a mão, crer em você e procurar alguma forma de entender as suas razões.

Enquanto todos corriam para chegar a sua frente eu estava lá de mãos dadas a você e me atrasando apenas para que você não ficasse para trás.

Eu esqueci de mim.
Fui viver de você, pra você e por você.

Resolvi te jogar lá em cima

Criar para você um pedestal, um altar que lhe colocasse onde eu achava que você deveria estar.

Achei que teria tudo de volta,afinal fazia e acontecia por você independente de qualquer coisa.

Mas meu mundo caiu.

Você não era essa brastemp toda.

Você precisava de estabilidade e precisava de alguém para isso.

Esse alguém era eu.

No momento em que você precisava lhe dei a confiança que você tinha dentro de você e criei confiança a mais quando você nem mesmo sabia que existia.

Criei um monstro.

Um monstro incapaz de preservar o que quer que seja.
Um monstro que destrói tudo o que toca, tudo o que vê pela frente.

Nesse momento eu me culpei, mesmo que soubesse que não havia culpa nas minhas costas.
Mesmo que lá no fundo eu soubesse que era melhor assim.

Não houve arrependimentos, houveram escolhas, eu sabia o que fazia, sabia que cometia erros, sabia que pagaria por eles no futuro, mas achei que os pagaria com você.

Eu sentia tudo aquilo
Era algo intenso, algo único

Infelizmente não era recíproco.

Foi amor sim, daqueles de novela onde a mocinha se doa por inteiro e mergulha de cabeça.
Porém do outro lado não estava o mocinho, mas o vilão e o chão duro ao invés das águas calmas.

Não há nem mesmo o remorso por ter percebido tudo aquilo que você era e seguir dando murro em ponta de faca.

Fechem as cortinas,apaguem as luzes e façam como quando você decidiu seguir por aí rumo ao desconhecido.

Foi fácil ir não é, acho que o caminho de volta é longo, longo até demais para você.

Passado o tempo fique sabendo que eu ainda torço para você.

Torço para que um dia você note que o mundo dá voltas e quem está por cima hoje um dia estará por baixo.

Um dia você se lembrará de mim.

Seja olhando para trás em busca de sua antiga estabilidade e conforto ou apenas quando tentar novamente voltar e encontrar portas trancadas,luzes apagadas e as cortinas totalmente fechadas sem nenhum aplauso para o fim do seu espetáculo. 

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Meu Primeiro Bebê.Doc (46)


(Pais de primeira viagem relatam as delicias e as amarguras da presença do primeiro bebê de suas vidas. Na série Meu Primeiro Bebê.Doc veremos relatos feito por pessoas que se despuseram a contar esse marco de suas vidas sem qualquer custo ou a precisão de revelar a identidade. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

Por Alayde Sena

" Conheci o Victor em um jogo do Cruzeiro no Mineirão, antes de engravidar eu tinha um vida "maravilhosa",saía sempre,tinha disposição pra tudo e claro, dinheiro!

Descobri a gravidez dois meses depois de tomar a pílula do dia seguinte,achei que não era normal a menstruação demorar tanto e comprei quatro testes esperando que o resultado fosse negativo e mesmo depois de quatro resultados positivos eu não podia acreditar que aquilo estava acontecendo comigo.

Foi o pior dia da minha vida.

A primeira consulta em especial foi bem difícil, minha pressão estava muito alta e eu não conseguia parar de chorar,as outras em compensação foram mais tranquilas.

De começo o pai da Lara também ficou preocupado, por que ele já tem uma filha,mas mesmo assim me deu todo o suporte e não me deixou sozinha nenhum minuto me dando força o tempo todo, por que eu quase tive uma depressão.

Confesso que queria uma menino, ele tinha certeza de que seria uma menina e admito que até a hora do parto fiquei um pouco chateada achando que podia nascer um menino. 

Isso por que no momento em que descobri a gravidez me veio o nome Lara e Emanuel na cabeça que permaneceram até o final.

Me lembro também de ter tido desejo de comer couve e alface durante a gravidez, dá raiva só de lembrar.

Na minhas últimas semanas de gestação eu caí e escorreguei, mas não cheguei a bater de bunda. Só que a minha mãe deu um grito tão alto que eu quase morri, mais pelo grito do que pelo tombo.

Depois da trigésima sétima semana eu estava muito ansiosa e querendo ir pro hospital o tempo todo. Se antes da gestação eu já era ansiosa, durante a gestação as coisas pioraram muito e a Lara fez uma hora com a minha cara por que não queria sair de jeito nenhum.

Com quarenta semanas e seis dias eu fui pra maternidade por que estava com dor, fizeram o toque e nada de dilatação.

Fique no hospital de duas até as seis da tarde, caminhando de um lado para o outro na esperança de dilatar,mas não deu em nada.

Me mandaram de volta pra casa e que eu voltasse depois da meia noite.

Deu duas horas da manhã e eu louca pra ser internada, pois com quarenta e uma semanas o parto poderia ser induzido.

Finalmente me internaram e me mandaram caminhar pelo hospital até conseguir um leito pra mim. Foi assim até ás onze horas da manhã quando finalmente conseguiram uma cama para mim. Logo em seguida a enfermeira estourou a minha bolsa.

Eu achava que seria suave, afinal sempre fui muito resistente a dor. 
Tanto que quando via as mulheres que estavam no soro gritando e chorando eu as chamava de frescas.

Isso claro, até eu ser colocada no soro. Pois ali começavam as dores de verdade e todo o meu sofrimento. Morri de dor.

Eram duas da tarde quando me levaram para a sala de parto e eu me achando forte pedi parto natural.

Foram três horas comigo fazendo força e nada e nisso eu comecei a pedir a cesariana,anestesia ou qualquer coisa que parasse aquela dor.

Foi um total de cinco horas fazendo força, sofrendo e literalmente morrendo de dor até que ás sete e quatro da noite ela chegou. 

Tive algumas complicações, minha pressão subiu, tive hemorragia e só fui pegar ela no colo já passava das dez horas da noite.

Não senti a magia ali.
Me senti horrível por que achei que não amava ela.
Fiquei horas olhando ela e não consegui sentir aquele amor que falaram que eu sentiria.
Me senti um lixo.

Mas com o passar dos dias eu fui sentindo um amor inexplicável e hoje vejo que tudo o que passei durante o parto e a gestação valeu a pena.

Hoje tenho uma motivação a mais e mesmo sem querer ela foi a melhor coisa que me aconteceu." 

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Nem de exatas, nem de humanas, sou de emoções!



As vezes me pergunto como pode caber tanta coisa num coração com o tamanho de aproximadamente um punho fechado. O que são afinal as emoções que tanto nos preenchem enquanto buscamos de uma forma incessante saber o que realmente somos.

O que é aquela matéria invisível porém tão intensa que é capaz de colar as partes de nossa vida e conectar as pessoas ás inserindo na realidade,rindo dela,admirando-a,nos surpreendendo diante de suas maravilhas e nos entristecendo também com seus dissabores.

Nossas emoções nos preparam para um mistério daqueles onde tentamos muito, mas pouco conseguimos solucionar e onde mesmo tudo que nos envolve esteja ali próximo ou referente a nossa vida acabamos por conhecer pouco daquilo que nasce com a gente e se desenvolve ao longo da vida.

Temos desde o útero materno a necessidade de ganhar emoções e assim expressa-las assim que chegamos ao mundo. O sorriso passa a demonstrar nosso bem estar e satisfação enquanto o choro funciona inicialmente como um sistema de alarme sobre o qual expressaremos nossas necessidades mais básicas.

As emoções são aquilo que nos permite ter o que chamamos de humanidade, dessa forma vamos crescendo, amadurecendo e aprendendo que mesmo quando choramos também estamos felizes e que muitas vezes iremos sorrir sem ter um pingo de alegria em nós.

Vamos assim nos adaptando as nossas emoções e acompanhando aquilo que nos rodeia de modo que possamos literalmente sobreviver,parece Darwin que dizia que nos adaptávamos para sobreviver tal como na seleção natural, mas é mais do que isso.

Na verdade nos adaptamos ao fato de que o as coisas mudam numa velocidade que as vezes não conseguimos acompanhar, certo ou errado deixa de existir e a teoria que tanto falamos vai pro espaço.

É preciso prática. 
É preciso dizer e expressar aquilo que sabemos que possa existir de forma literal.

Você não aprende a sorrir de gargalhar até que de verdade alguém lhe provoque o riso.
Você não saberá chorar de doer até saber o que é dor de verdade.

Serão muitas lágrimas, muitas dores, muitos sorrisos até que possamos enfim nos considerar aptos a administrar nossas emoções e confesso! Talvez você apenas acha que as tem sob controle. Muitas vezes elas vão te surpreender e você vai se ver derramando lágrimas de alegria por aí sem nem saber o por quê.

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Eu sempre tento ser forte


As vezes me pergunto o por que de acordarmos todos os dias em busca de ser feliz a todo custo e não desejar que nada de mal nos aconteça. Bendito seja aquele que levantou a ideia de que um homem não pode se emocionar, não pode ser sensível a coisas boas ou belas da vida e que possa ser até mesmo romântico com as mulheres que o cercam pela vida.

A mulher ganhou assim o estigma de sexo frágil, não que ela não deva ser protegida o que deve ser feito não apenas pelos homens, mas também pelas próprias mulheres, mas levemos em consideração, somos todos iguais e não há ninguém frágil ou forte o suficiente para avaliar maiores e menores consequências da vida.

Devemos ter em conta que cada ser humano é diferente um do outro. São as diferenças que fazem de cada ser humano alguém único e dotado de razões para admirar ou odiar outras pessoas.

Talvez por isso o bem o mau sejam tão aflorados na vida da gente. 

Não sabemos diferenciar quem ou que projeta estar afim de andar junto com a gente sem antes conhecer a fundo a pessoa e pasme, mesmo assim podemos estar enganados.

A mente e a alma humana infelizmente traz para as pessoas algo que muitas vezes não podemos imaginar. 

Quantas vezes sorrimos com vontade de chorar, quantas vezes não choramos enquanto estamos rindo por dentro. Há aqueles que conseguem camuflar seus sentimentos e represa-los dentro da cabeça de forma que beira a explosão, mas se mantém ali, firme, fortes.

Não é pelas lágrimas que não desejo derramar, tampouco para evitar problemas, chega um tempo onde já se percebe que os problemas vão vir de um jeito ou de outro e que para que eles sejam resolvidos o jeito é realmente encarar.

Não há como e para onde fugir. 

Não é desejo de ninguém que a vida seja um mar de rosas. Toda perfeição exagerada gera desconfiança e até mesmo medo de que uma hora ou outra a coisa vire e desande, vá por água abaixo.

Ficam as perguntas que ficam é: 

Até quando iremos resistir? 
Até quando conseguiremos nos manter firmes diante dos problemas que insistem em aparecer aos montes.

Devemos então sucumbir?
Devemos então ignorar e seguir secos e fortes mesmo que tal força exista apenas externamente.

Sejamos fortes
Sejamos fracos
Mas sejamos humanos acima de tudo.

28



Por Priscila Gonçalves

É! Ainda sou bem jovem segundo os mais velhos e mais experientes, mas minha idade não diminui minha percepção de vida e mundo, nem as experiências que vivi, nem mesmo o conhecimento que tenho. 

Cada um é cada um. E só aquele que passa, sabe porque passa. 

Tive perdas irreparáveis, e insubstituíveis. E ao contrário do que muitos pensam, comigo não tem dessa de "ninguém é insubstituível", nem mesmo as pessoas que já passaram por mim e fizeram alguns estragos. Reparados há tempo, diga-se de passagem. E que conste, sem ressentimentos. 

Ganhei presentes absolutamente incríveis da vida! Dentre eles, pessoas maravilhosas que deixaram em sua passagem um legado positivo, e outras que ainda permanecem em seus lugares, auxiliando quando vem o tombo. 

Aprendi que a casa bagunçada e suja, atrai mais sujeira, e moscas, parasitas. Deixo meu lar limpo o suficiente, para mim e para as visitas que chegam. Ah, mas se você chegar e estiver bagunçado, pode reparar, não tem problema.

Cada temporal que fez desabar meu telhado, logo depois me possibilitou ver as estrelas no céu que se abriu limpo. E as flores do meu jardim cresceram lindas como nunca! 

Aprendi a lidar com a ingratidão. Minha e alheia. Sem hipocrisia, todos nós somos ingratos em algum grau. Reclamamos demais quando temos muito, mas não agradecemos o que já temos. Nesta condição, aprendo todos os dias a ser um pouco mais agradecida. Até mesmo as tempestades. Lembra do céu estrelado? Das flores? Exatamente. 

Tenho o que é necessário, mas isso não quer dizer que eu me acomode. Não! Zona de conforto não é minha praia (não mais). 

Falando em zona de conforto, já reparou como nos deixamos ser levados pelo medo da mudança, do novo, do desconhecido? Então, é aprender a lidar com o novo, com as mudanças. Elas se apresentam todos os dias para quem está disposto a receber, e nem sempre vestem suas melhores e mais bonitas roupas. 

As vezes, as mudanças se disfarçam de situações estranhas, e te olham de cara feia. Mas quando você consegue desvendar o que há por trás, e percebe que é um tesouro de valor incalculável, muitas vezes, o maior dos seus sonhos escondido ali, você consegue lidar, aceitar. Quando vê, já saiu do comodismo, se remexeu como pode, tirou forças de onde não tinha, e se encontra em uma nova situação, uma cidade, um estado, um país, cercado de pessoas novas, que compartilham com você. 

E o segredo está em não deixar o medo se instalar no sofá. Se ele chegar, ofereça um café por cortesia e o ouça atentamente. Se não disser nada que faça sentido, convide - o sair. 

São só 28, e espero muito viver até os 100, quem sabe. 

Esta vida, apesar de difícil em alguns aspectos e momentos, é de uma beleza ímpar, e cabe somente a cada um de nós, deixar toda essa beleza se apresentar. 

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

E esse ciuminho bobo!



Sentimentozinho complicado esse tal de ciúmes né?

Capaz de implodir relações em uma fração de segundos sem que se note a tempo de evitá-lo, mas afinal, como se evita isso mesmo?

Vem de dentro
É mais forte que se possa imaginar

E uma hora ou outra ele vai surgir com diferentes cores de intensidade para aquele que ama.

Não tem jeito! 
Quem ama cuida e o ciúme faz parte do pacote.

Seja para dar um tempero ou para salgar tudo e fazer a coisa desandar.

Ciúmes muitas vezes virão do medo de perder, do anseio de zelar pelo que é seu. 

Quase que uma defesa natural do nosso corpo em busca de outra alma que se encaixou e que não queremos que se perca da nossa.

O problema é que tudo que é demais estraga. O exagero talha o que é bom.

Surgem os barracos, desrespeito pelo espaço do próximo e no clímax total da situação, brigas,brigas e mais brigas.

Há também o sentimento calado. Aquele que não adormece dentro do peito, mas que lá dentro grita,berra e faz de tudo para explodir num espaço curto, mas que por fora está impassível, seco, frio como se não estivesse ali ou claro nem mesmo existisse.

Acontece que esses ciumentos silenciosos são os piores, pois não fazem mal ao alvo do ciume,mas sim a si mesmo preservando o que seria posto para fora e dessa forma corroendo o coração e adoecendo a alma.

Aquele que guarda o seu ciume muitas vezes o faz por temer as consequências do ciume exteriorizado e lançado ao ar.

Confiança é fundamental para um relacionamento, mas a falta dela não é fundamental para que se exista ciume, ajuda muito é verdade,mas não é ponto crucial, não é apenas isso.

Podemos confiar em nossos parceiros, não cegamente claro, isso é tolice,mas não confiamos nas pessoas próximas,aquelas que desejam se aproximar a qualquer custo e óbvio o destino que nos prega peças.

Ninguém está isento de apaixonar de uma hora para outra ou de se encantar pelo canto da sereia, mesmo que quebre a cara depois e mesmo que tal sensação não dure por toda uma vida é de certo que o amor é meio que como um espelho que uma vez quebrado não tem concerto.

Por mais que se negue o ser humano tem para si um sentimento de posse sobre aquele que ama que faz com que a teoria de que  "ninguém é de ninguém" caía por terra e funcione apenas na teoria, já que na prática somos parte do outro, adjetivo de correspondência.

Melhor assim, aceitar, compreender o sentimento de ciúme evitando assim exageros, excessos que possam acarretar o efeito chicote fazendo o seu ciume se voltar contra você.

Afinal perceba que se o outro quiser fazer alguma coisa não vai ser esse seu ciume bobo que vai impedir.





quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Meu Primeiro Bebê.Doc (45)


(Pais de primeira viagem relatam as delicias e as amarguras da presença do primeiro bebê de suas vidas. Na série Meu Primeiro Bebê.Doc veremos relatos feito por pessoas que se despuseram a contar esse marco de suas vidas sem qualquer custo ou a precisão de revelar a identidade. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

Por Simone Pena 

"Meu nome é Simone Pena,tenho 30 anos, sou redatora de Moda e Beleza e atualmente sou mãe em tempo integral da pequena Alice de 3 anos e dois meses.

Desde pequena a grande maioria das mulheres sonha com o casamento e a maternidade, mas este nunca foi o meu caso. 

Sempre fui mais independente gostava de estudar, comecei a trabalhar cedo para ganhar meu próprio dinheiro e coisas do tipo.

Em 2009 fui morar com o meu namorado e definitivamente não tínhamos intenção  de sermos pais. Ambos pensávamos em sair com os amigos,viajar,investir na carreira e tudo mais que um casal jovem e sem filhos gosta de fazer.

No final do ano de 2012 saímos de férias e voltamos no meio de janeiro de 2013 com várias planos em mente,entre eles morar na Califórnia por um tempo.

Perto do dia 23 de janeiro eu então com 26 anos na época comecei a achar estranho que ainda não tivesse descido para mim, pois geralmente meu ciclo era de 25 a 27 dias e minha última menstruação havia sido em 23/12.

Eu não tomava anticoncepcional, mas sempre usávamos camisinha e apenas após um pequeno deslize (Férias,praia,sol, brisa,sabe como é!) Tomei imediatamente a pílula do dia seguinte.

Meus seios estavam mega doloridos,como nunca antes e eu estava com o olfato muito sensível a ponto de uma colega de escritório estar comendo um doce de banana e parecer que ela estava comendo lixo!

Contei ao meu marido sobre a minha desconfiança e então compramos o teste de farmácia que deu positivo na hora que fiz o xixi. Sério, foi instantâneo. Cheguei até a comprar outro achando que tinha quebrado já que eu nunca tinha feito o teste antes.

Os dois deram positivo e no dia seguinte fui fazer o exame de sangue que confirmou a minha gravidez. Meu beta HCG deu 1718! Pensei até que fossem gêmeos, já pensou? Eu grávida , de gêmeos, sem planejar, sem tentar, sem querer,tomando pílula do dia seguinte, Oh God, era demais pra minha cabeça.

Não estávamos acreditando no que estava acontecendo!
Era tudo muito novo, muito desconhecido.

Eu estava com medo, pois eu fumava, bebi muito nas férias, nunca tinha tomado ácido fólico e todos esses cuidados que as mulheres tomam antes de engravidar, mas em momento nenhum eu surtei. Eu só conseguia sentir uma felicidade intensa e meu marido também.

Tiramos uma foto assim que soubemos do resultado e nesta foto está estampada a cara de bobo dos dois, sim, fomos pais babões desde o primeiro instante! Eu só conseguia agradecer a Deus por este presente, pois não há outro nome.

Nunca tentamos engravidar, nunca tivemos frustrações de tentativas em vão como muitos casos, incluindo aí minha melhor amiga que ficou um bom tempo tentando engravidar, fez tratamentos e tudo e só conseguiu depois de um bom tempo. Também não sofri abortos, ou seja minha filha me escolheu para ser sua mãe e tudo o que eu podia fazer era ser a melhor mãe do mundo para ela.

Minha gravidez foi tranquila com Alice se desenvolvendo muito bem.

Eu não enjoei, não tive inchaços e engordei relativamente pouco, apenas 12,5kg, apenas tive a placenta baixa durante quase toda a gravidez o que me impediu de fazer exercícios e dobrou o repouso nas últimas semanas.

Trabalhei até a trigésima sexta semana de gestação. Dirigia quase doze quilometros todo dia, mas sempre tomando cuidado e torcendo para não entrar em trabalho de parto no meio da marginal Pinheiros com o Datena narrando o episódio.

Alice nasceu no dia 25/09/2014 de cesariana no Hospital São Luiz,em São Paulo.

Eu nunca me senti tão calma e segura. Nem a picada da anestesia eu senti.

Acho que meu anjo da guarda estava comigo o tempo todo comigo dizendo que tudo ia dar certo e que eu estava prestes a conhecer a verdadeira felicidade. E foi o que aconteceu.

Minha vida ficou completa.

Parece clichê,mas não é bobagem.

Agora eu tinha alguém por quem viver e lutar,alguém que precisava tanto de mim que era hora de eu mostrar o meu melhor. E  foi isso que eu fiz.

Fiz questão de amamenta-la mesmo com meus mamilos em carne viva,cuidei dela sozinha desde o primeiro momento. Minha mãe e meu marido me ajudaram muito nos primeiros dias, mas eu quis matar essa bola no peito e encarar a maternidade na carne mesmo.

Não tive e não tenho babá ou empregada, eu que cuido da casa e da Alice.

Larguei meu emprego, pois não tive coragem de coloca-la numa creche e resolvi encarar o desafio de ser full time mom! 

Tenho orgulho de nunca ter dormido um dia longe dela,ter acompanhado todas as refeições, os choros,as manhas, tudo.

Eu escolhi ser uma mãe presente,ser a melhor mãe que eu pudesse ser. Claro que eu não sou a melhor em tudo e nem pretendo ser,mas sou a mãe que ama,que cria,que brinca,dá bronca,que está vinte e quatro horas ao lado da minha pirulitinha.

Acredito que nada é por acaso.

Eu nunca escolhi ser mãe,mas a Alice quis que eu fosse.

Então por ela, e por nossa família, eu escolhi ser uma pessoa melhor a cada dia. E continuo tentando.

Tem um trecho de um texto que eu escrevi que define bem isso: "Muitos vão dizer que os filhos não são para eles e eles não estão errados. Filhos também não eram para mim. Os filhos são para a gente quando a gente passa a tê-los. São para quando a gente permite amar mais do que tudo.

Mais do que a nós mesmos"       

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Bonzinho só se fode


Existe uma frase de Nélson Rodrigues que diz que todo canalha é sempre cordial, um ameno,amorável que costuma ter sempre uma fluorescente aura de simpatia. 

É bom lembrar que ser bom propriamente não é sinônimo de ser idiota, mas sim de ter uma virtude que alguns idiotas não entendem ou pelo menos fingem que não.

Tudo tem um limite, inclusive a bondade. 

Pare de tomar para si o trabalho alheio, evite aconselhar aqueles que não lhe dão ouvidos ou que apenas escutam a si mesmo e tenha para si que até mesmo o amor requer limite, ou melhor concessões, melhor dizendo ainda, ele requer reciprocidade.

Infelizmente os limites a não serem ultrapassados são ignorados com veemência por muita gente já que o bom senso é algo ignorado por boa parte das pessoas.

Com o pensamento atrelado somente ao próprio umbigo as pessoas vão agindo da forma como bem querem, como bem entendem, falando a torto e a direito sem qualquer reflexão sobre e julgando sem análise prévia,machucando sem culpa e claro. jogando a as próprias tarefas no colo de outras pessoas.

Limites existem para que sejam respeitados, caso contrário sempre haverá quem faça papel de trouxa, com mais ou menos intensidade.

No trabalho, no amor e nos conselhos devemos estar sempre atentos já que escondido sobre várias desculpas as pessoas pedem conselhos, tiram dúvidas, mas pouco as seguem e se bobear mal mal escutam.

Passamos a nos prejudicar pelo acumulo de tarefas, nos esgotar nos agarrando ao problema dos outros e claro associando o amor ao próximo ao amor próprio sendo que a diferença entre eles são claras.

Ajudar quem não quer ajuda é tão ruim quanto amar quem não deseja ser amado, daí insistir torna-se um fardo onde criam-se vilões e vítimas e se você não percebeu o herói é um título bem distante da vítima.

Estejamos cientes que a ingratidão existe e se salvamos ou ajudamos alguém um dia não é certo que seremos agraciados com o mesmo tratamento sendo que o que fizemos será provavelmente esquecido e relegado ao limbo ou um passado onde para a pessoa nossa ajuda nunca existiu.

Ao impor limites e recebermos essa ingratidão colocamos fim a uma infelicidade diária pois doaremos nossas forças a algo que não nos cabe enquanto nos esquecemos de engatar a primeira em nossas vidas.

Precisamos nos ajudar, precisamos aprender a dizer não e principalmente aprender a não ser tão bonzinhos. 

Dessa forma conseguiremos ajudar a nós mesmos e a quem realmente precisa e dedica o seu tempo de vida para auxiliar quem realmente precisa e quer a nossa ajuda e o nosso amor.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Seu ex não precisa ser feliz! Você sim!


O amor é um sentimento daqueles onde há tamanha complexidade que fica difícil até mesmo saber quando ele é verdadeiro,mesmo que o sentimento venha de dentro de você. O que dizer então quando você recebe a notícia de que alguém te ama ou apenas percebe pelos sinais que a pessoa deseja te dar ou faz de forma involuntária.

Talvez por isso o fim de qualquer relacionamento amoroso tenha uma infinidade de pormenores e aconselhamentos que na maioria das vezes implicam na necessidade de querermos que o nosso ex seja feliz.

Falando bem a verdade nenhum rompimento é a primeira vista agradável, pois há uma convivência com a pessoa, uma proximidade que muito provavelmente mudará quando o relacionamento chegar ao fim.

Ao percebermos que não há mais remédio para solucionar os problemas de um relacionamento e que ele está fadado a terminar meio que temos que sepultar aquilo que não funcionou levando em conta que teve sim momentos bons, mas que para uma retomada de vida é melhor que esses momentos bons sejam deletados.

Caso o término não tenha sido em brancas nuvens podemos crer que será ainda mais complicado nutrir pela pessoa que saiu da sua vida qualquer pensamento positivo,meio difícil não é!?

Ao nos pegarmos sozinhos,sem o alento de ter alguém ao nosso lado o mais provável é que tenhamos o foco voltado para nós mesmos, naquilo que fizemos ou deixamos de fazer e refletimos arduamente sobre o nosso papel e a responsabilidade, podendo ser também a nossa culpa sobre aquilo que acontece.

É assim que aprendemos
Assim que levantamos 
Assim que nos tornamos gente e evitamos os mesmos erros no futuro.
Pedir que olhemos para o outro ao invés de olhar para si mesmo num momento como esse soa até como crueldade.

Precisamos de ar puro, novo, límpido e deixar para trás as lembranças boas e ruins que uma pessoa que já não é presente em nossas vidas deixou. Se ela mesmo deixou para trás não é qualquer: "Oi sumido! que vai te fazer sair e correr atrás, ou melhor correr para trás.

É uma dura jornada que trilhamos sozinhos sem desejar um dia percorrer, mas que acredite é uma caminhada necessária.

Um relacionamento fracassado onde houve traição,humilhação e onde deixamos momentaneamente de ser gente de verdade nos relega ao vazio e permite sim que tenhamos raiva, rancor e pensamentos nada agradáveis a quem nos fez mal.

É preciso desconstruir a aura boa que existe sobre um ex e infelizmente ou não está no pacote o fato de que se não se está junto dessa pessoa não se é obrigado a gostar dela, simpatizar tampouco. É isso ou amargar um sofrimento tolo por alguém que pode não estar nem aí, tendo em vista que no passado já não se importou.

Passado nosso tempo de recomposição e renascimento das cinzas e hora de levantar a cabeça,sacudir a poeira e dar a volta por cima. (Sim, uma hora a coisa vai!) Nessa hora, podemos revisitar o passado com mais clareza e tranquilidade para analisar situações boas em meio ao passado sem voltar de imediato para uma fossa sem fim.

Sendo esse passado recente,admito, pode ser dolorido, muitas vezes uma tortura,mas passa, sempre passa. 

E se não passar a ponto de você não conseguir torcer para o ex ser feliz bem longe das suas vistas, não lamente é a prova de que você é intenso, tem sangue nas veias se entrega com verdade do início até depois do fim.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

A vida é um ponto


Depois de uma certa idade você começa a reparar que a vida seja positivamente ou negativamente não dá ponto sem nó. 

As coisas não acontecem de forma gratuita e sempre ou quase sempre teremos reflexos de nossas escolhas imediatamente ou num futuro bem próximo.

Tudo tem o tempo certo para acontecer e adiantar as coisas pode fazer com que nós percamos o foco daquilo que pretendemos acertar para cometer erros que jamais imaginamos ser possíveis em nossa vida.

Os fatos vão ocorrer em nossa vida desde o instante em que nascemos até o dia em que fecharemos os olhos pela última vez.

Maktub! Está escrito alguns diriam, mas e as nuances? E as oportunidades? E as chances que deixamos passar? Fica a dúvida, resta toda a interrogação daquilo que fizemos e não deu certo ou claro daquilo que não fizemos e nunca saberemos como iria terminar caso tivesse acontecido.

As pessoas são um ponto crucial nessas transições de nossa vida. 

Consideremos que somos um ponto, um grão de areia ou algo pequeno que é somado e agregado e vai se tornando grande, enorme até que explode.

Imagine quantas pessoas que passaram em nossas vidas fazendo nossas emoções oscilar de maneira considerável, assim como aquelas que pouco tempo ficaram e mesmo assim são dignas de lembrança.

Nada é por acaso e ainda não há como voltar no tempo e pessoalmente fincar os pés nas lembranças passadas não trarão o que se tinha de volta pelo contrário, apenas atravancaram a pessoa presa num mar de lembranças boas, mas que já aconteceram.

A vida nos ensina quem sempre e quem nunca.

Há quem vem até nós e além de crescer também nos faz crescer, nos engrandece, enquanto outros vem apenas para nos ensinar a não ser como elas.

Divinamente falando não há falhas, não há erros, mas entenda os sinais, procure compreender aquilo que lhe é dito nas entrelinhas e não apenas o que está destacado. 

Há um dito popular que afirma: "Prego que se destaca é o primeiro a ser martelado" Não digo que não é para se destacar e que não se deve procurar isso. O ideal é que se busque o destaque ao invés de se esconder nas sombras.

Batalhamos diariamente para que através das pessoas que encontramos em nossas vidas possamos crescer e evoluir de uma forma digna e balanceada, sem culpas,traumas e o mínimo possível de arrependimento.

Esperar que alguém caia do céu e seja um ponto a mais pode significar uma longa espera e é melhor ser feliz logo ao invés de errar,errar e errar sem perspectiva de um dia obter ganho.

Somos únicos, inteiros e não há qualquer pessoa no mundo que nos complete. Já é a hora de perceber que procuramos que sobreponha e nos acrescente, portanto pare de transferir a sua responsabilidade de ser feliz para outras pessoas. 

Você deve ser feliz principalmente por que você tem de merecer ser feliz.

Esse merecimento ronda o fato de que projetamos em outras pessoas aquilo que queríamos que elas fossem, por mero achismo, ego ou pela pura vontade de querer mudar alguém. Lembre-se conselhos se fossem bons seriam vendidos e não dados a reveria., logo se você aconselha alguém diariamente a pedidos ou não melhor rever seus conceitos.

A vida permite que façamos pessoas perceberem seus caminhos por outro ângulo, levando a consideração básica para que novos caminhos se abram, isso traz discernimento, conhecimento e até uma maior compreensão das coisas.

Mas a decisão final após todo o aprendizado é único exclusivo de quem vive.

O indivíduo é seu único ponto para que ao fim se saiba que pouco importa o ponto de partida. Importante mesmo é a caminhada, onde vamos caminhando e semeando para ao fim de tudo ter onde e o que colher.

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Meu Primeiro Bebê.Doc (44)


(Pais de primeira viagem relatam as delicias e as amarguras da presença do primeiro bebê de suas vidas. Na série Meu Primeiro Bebê.Doc veremos relatos feito por pessoas que se despuseram a contar esse marco de suas vidas sem qualquer custo ou a precisão de revelar a identidade. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

Por Gisela Blanco

"Nas telas do cinema e da televisão as grávidas sempre estão em um estado sublime,felizes e belas, mas na vida real não é bem assim. Na verdade ela é bem mais punk, um revolução de hormônios eu diria.

É uma parte da vida onde o corpo se deforma, a coluna dói,as pernas incham,o estômago se revira,a barriga coça e em certa altura até respirar fica difícil.


A gravidez,antes um processo tão central na vida de uma mulher vem se tornando cada vez mais um mistério tendo em vista que as mulheres de hoje em dia preferem ter menos filhos e tê-los cada vez mais tarde.


Um dia sem eu saber eu acordei com um protótipo de ser humano dentro de mim,assim como muitas grávidas que no primeiro mês de gravidez não sabem que estão grávidas.


No meu caso eu engravidei ao 25 anos,sendo que hoje em dia a maioria das mulheres adiam os planos de ser mãe para depois dos 30 tendo em vista que eventuais problemas de fertilidade podem ser contornados pela medicina.


Ao contrário da minha avó eu não fui treinada para ser mãe.Não sabia quase nada sobre uma gravidez de verdade e mal sabia que meu corpo estava prestes a sofrer um golpe de estado dos hormônios até passar por uma revolução.


Por insistência do meu marido fiz um daqueles testes de farmácia onde se reconhece o HCG (hormônio típico da gravidez) na urina e se tem o positivo.


É engraçado como a natureza prepara as mães para a gravidez. Aumentam-se os hormônios que se juntam aos clássicos enjoos, um misto de depressão,irritação,sono e cansaço. Pois bem, meu estado era esse.


Também pudera já que o organismo de uma mulher gestante em repouso trabalha mais do que o de uma mulher em estado normal subindo uma montanha. Então em três meses eu formaria a placenta que é quase um órgão inteiro parecido com um fígado além de ter meu metabolismo acelerado e meu sistema imunológico,mais fraco.


É meio que um mecanismo natural, afinal o bebê é um corpo estranho só que com identidade genética própria tal qual um órgão transplantado.


Fora que eu passava a ser uma hipocondríaca virtual, pesquisando absolutamente tudo o que eu sentia na internet até receber o alívio pela primeira ultrassonografia. Estava tudo ótimo. E aí a ficha finalmente caiu. Apertei a mão do meu marido. Seríamos pais.Choramos. Pronto, tá ai o momento bonitinho que víamos nos filmes que foi interrompido pela dura realidade: Um baita enjoo.


Os médicos recomendam que se espere até o fim do terceiro mês para contar para as pessoas sobre a gravidez já que boa parte das gestações terminam de forma espontânea nesse período. Claro que eu não aguentei esperar o que resultou numa sucessão de pessoas lembrando histórias terríveis como a vizinha que morreu junto com o bebê logo após a confirmação de que eu estava grávida.


Difícil saber por que as pessoas contam esse tipo de coisas,mas talvez contribuísse o fato de que eu não parecia estar grávida,até por que o embrião pesa cerca de quatro gramas, ou seja é quase uma uva, Irônico ser esse um dos momentos em que as filas exclusivas para gestantes são mais necessárias já que no terceiro mês os enjoos duram noite e dia.


Foi lá pelo quarto mês que a minha barriga passou de uma pancinha de chope para uma autêntica barriga de grávida. O marido passou a me achar linda e a me dizer isso diariamente, as pessoas me davam lugar no ônibus e nas filas e as coisas começavam a ficar boas.


No entanto eu já começava a sentir as dores dos ossos pélvicos se abrindo para a passagem do bebê. Era um festival de sensações esquisitas,pontadas no quadril,pressão no ventre como se alguém me puxasse para trás e muita coceira no abdome, sinal de que a pele se esticava.


Tenho 1,60 de altura e peso ideal de 50kg, os médicos recomendam que se ganhe 9kg durante a gravidez,mas eu ganharia 15kg. Desesperada segui todos os conselhos possíveis para evitar estrias,varizes,flacidez. Usei hidratantes para gestantes, fiz hidroginástica,comprei meias anti varizes que é uma verdadeira tortura e no fim descobri que o que pesa é mais a genética e como minha mãe não tem estrias respirei aliviada.


Foi no ultrassom do quarto mês que eu descobri que o feto na minha barriga era um menino. A proximidade com o dia das mães me fazia além de ganhar presentes me fazer realmente me fazer sentir como uma que era o que eu realmente mais queria.


A ligação emocional como o bebê na barriga não acontece de repente. Aquele desenho no ultrassom ainda era muito abstrato. Meu marido também não se via como pai.


Nessa época eu li o livro da filosofa francesa Elisabeth Badinter que se chama: O conflito, a mulher e a mãe onde ela não acredita que no instinto materno e diz que para os seres humanos a gestação envolve transformações psicológicas e sociais nada fáceis.


Pensamos, logo nos preocupamos em não termos mais tempo para nós, não poder trabalhar como antes,ter que alimentar e educar uma criança e ainda guardar dinheiro para comprar um vídeo game no natal. Curioso que o que me acalmou foi justamente um jogo:Guitar Hero, dado pelo meu pai.


Receber um "brinquedo" significava que eu ainda era filha também e que podia contar com as pessoas e continuar fazendo as coisas que gosto.Eu seria mãe,mas ainda era eu e aproveitei também para inscrever meu marido num curso para novos pais.


A essa altura a minha barriga já estava tão grande que pegar qualquer coisa no chão era digno de um contorcionismo incrível, tendo em vista que meu centro de gravidade ou melhor meu umbigo já não ficava na mesma posição por mais de um mês, pra compensar as grávidas em geral jogam a cabeça e a parte superior do tronco para trás resultando num andar torto e semelhante ao de um pato.


Lá pelo sexto mês é quando as minhas articulações ficaram mais frouxas o que poderia gerar mais tombos,além é claro de um sofrimento maior da coluna já que o meu bebê aquela altura já estava quase um saco de arroz.


Deixei a preguiça e o computador de lado e fui fazer uma ioga para grávidas. Aprendi técnicas de equilíbrio, novas maneiras de abaixar e levantar, formas de ir pro chão só agachando ao invés de ir pra frente. Aprendi também a dormir mais de lado e a sair da cama apoiando as mãos no colchão e de uma forma geral a me movimentar melhor o que me possibilitou fazer a faxina de casa até o último mês.


Na reta final da gravidez os exames passam a ser muito chatos. Lembro de tomar 200ml de pura glicose,rosada e mais doce do que qualquer refrigerante ruim que se possa imaginar para evitar uma detectar uma possível diabetes gestacional. Foi sofrido,mas passei no teste.


Era estranho pensar aquela altura que o bebê nadava em minha barriga em uma boa porção de liquido aminótico que também dizem ser doce,além de fazer xixi e bebê-lo novamente,tendo unhas,cabelo. Contudo era divertido imaginar meu bebê rodopiando,chutando e socando a minha costela e todas aquelas sensações e movimentos. 


Quer dizer isso quando o chute na costela não era tão forte a ponto de me assustar ou quando a movimentação a noite era intensa e eu não conseguia dormir. 


Dormir alias é o conselho preferido da maioria das pessoas para as grávidas,até por que depois que nascer... Mas levando em conta que eu levantava de três a quatro vezes para ir ao banheiro durante a noite ou por chutes na costela podemos dizer que dormir não era exatamente o que eu fazia.


Era o oitavo mês quando eu entrei em uma farmácia e o farmacêutico me perguntou se eu esperava gêmeos,aquela altura não esperava que minha barriga pudesse crescer mais mesmo meu bebê tendo ali por volta de 1,5 e ainda fosse dobrar o seu tamanho.


Vez ou outra eu percebia um pezinho se arrastando pela minha barriga, era legal,mas não deixava de ser uma sensação estranha, foi nessa época que o bebê ficou de cabeça para baixo e se encaixou o que apertava ainda mais meu diafragma e respirar parecia ser o mais difícil mais não era.


Nessa época eu já estava bem inchada, no fim do dia meus pés pareciam uma pantufa de tão inchados. Passei a contar os dias para o fim da gestação, mas também por ansiedade e vontade de ver logo o rostinho do bebê. Mas admito que sinto falta da barriga desde aquela época, ela era perfeita pra apoiar o balde de pipocas e ver um bom filme,algo que fiz muito durante a gravidez.


Durante toda a gravidez meu marido passou repetindo uma teoria que ele leu no livro "Eu primata" do cientista Frans de Waal: "Durante a evolução quando viramos bípedes,ganhou o páreo quem tinha a bacia mais chata e gastava menos energia para andar. A bacia arredondada ficou para trás. Por isso nascer ficou tão doloroso e difícil para nós." Ainda bem que as coisas evoluíram e inventaram a anestesia.


Fui decidida a realizar o parto normal e tomar a bendita injeção.

Meus amigos fazendo um bolão para acertar o dia. Ninguém ganhou.

Esperei o máximo possível, passaram-se 42 semanas,ou 10 meses e foi preciso induzir o trabalho de parto.


Os médicos injetaram ocitocina direto na minha veia e logo ela resultaria nas temidas e dolorosas contrações. 


Todo o processo durou doze horas. Durante esse tempo eram contrações cada vez mais fortes e doloridas tal como se alguém apertasse a minha barriga por dentro.


Mesmo assim era um clima tranquilo. Meu marido o tempo inteiro ao meu lado fingindo estar super bem e nada nervoso.


Eu caminhava pelos corredores do hospital, fazia exercícios de ioga. Chegamos até a começar a assistir um episódio da série The Office no notebook que eu precavida havia levado. Isso até a bolsa estourar.


Veio um aguaceiro e junto com ele as dores mais fortes que já senti em toda a minha vida.


Para o meu marido eu gritava: "Estou quebrando no meio"

E para as enfermeiras: "Chama o médico! Anestesiaaaa!"

Quando o médico enfim chegou e me examinou. Não havia dilatação alguma. Não havia como o bebê passar e precisaríamos ir para o plano B: Cesária.


Foram cerca de vinte minutos de cirurgia e tiraram meu bebê de lá de dentro.


Meu marido se acabava de chorar. Já o bebê só começou quando cortaram o cordão umbilical.


Perdeu a fonte de oxigênio que vinha de mim, mas passou a usar os próprios pulmões. 


Estávamos desconectados. Ele ganhava o mundo e eu um filho. Que agora seria meu companheiro  em tantas outras descobertas como mãe."