quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Meu Primeiro Bebê.Doc (44)


(Pais de primeira viagem relatam as delicias e as amarguras da presença do primeiro bebê de suas vidas. Na série Meu Primeiro Bebê.Doc veremos relatos feito por pessoas que se despuseram a contar esse marco de suas vidas sem qualquer custo ou a precisão de revelar a identidade. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

Por Gisela Blanco

"Nas telas do cinema e da televisão as grávidas sempre estão em um estado sublime,felizes e belas, mas na vida real não é bem assim. Na verdade ela é bem mais punk, um revolução de hormônios eu diria.

É uma parte da vida onde o corpo se deforma, a coluna dói,as pernas incham,o estômago se revira,a barriga coça e em certa altura até respirar fica difícil.


A gravidez,antes um processo tão central na vida de uma mulher vem se tornando cada vez mais um mistério tendo em vista que as mulheres de hoje em dia preferem ter menos filhos e tê-los cada vez mais tarde.


Um dia sem eu saber eu acordei com um protótipo de ser humano dentro de mim,assim como muitas grávidas que no primeiro mês de gravidez não sabem que estão grávidas.


No meu caso eu engravidei ao 25 anos,sendo que hoje em dia a maioria das mulheres adiam os planos de ser mãe para depois dos 30 tendo em vista que eventuais problemas de fertilidade podem ser contornados pela medicina.


Ao contrário da minha avó eu não fui treinada para ser mãe.Não sabia quase nada sobre uma gravidez de verdade e mal sabia que meu corpo estava prestes a sofrer um golpe de estado dos hormônios até passar por uma revolução.


Por insistência do meu marido fiz um daqueles testes de farmácia onde se reconhece o HCG (hormônio típico da gravidez) na urina e se tem o positivo.


É engraçado como a natureza prepara as mães para a gravidez. Aumentam-se os hormônios que se juntam aos clássicos enjoos, um misto de depressão,irritação,sono e cansaço. Pois bem, meu estado era esse.


Também pudera já que o organismo de uma mulher gestante em repouso trabalha mais do que o de uma mulher em estado normal subindo uma montanha. Então em três meses eu formaria a placenta que é quase um órgão inteiro parecido com um fígado além de ter meu metabolismo acelerado e meu sistema imunológico,mais fraco.


É meio que um mecanismo natural, afinal o bebê é um corpo estranho só que com identidade genética própria tal qual um órgão transplantado.


Fora que eu passava a ser uma hipocondríaca virtual, pesquisando absolutamente tudo o que eu sentia na internet até receber o alívio pela primeira ultrassonografia. Estava tudo ótimo. E aí a ficha finalmente caiu. Apertei a mão do meu marido. Seríamos pais.Choramos. Pronto, tá ai o momento bonitinho que víamos nos filmes que foi interrompido pela dura realidade: Um baita enjoo.


Os médicos recomendam que se espere até o fim do terceiro mês para contar para as pessoas sobre a gravidez já que boa parte das gestações terminam de forma espontânea nesse período. Claro que eu não aguentei esperar o que resultou numa sucessão de pessoas lembrando histórias terríveis como a vizinha que morreu junto com o bebê logo após a confirmação de que eu estava grávida.


Difícil saber por que as pessoas contam esse tipo de coisas,mas talvez contribuísse o fato de que eu não parecia estar grávida,até por que o embrião pesa cerca de quatro gramas, ou seja é quase uma uva, Irônico ser esse um dos momentos em que as filas exclusivas para gestantes são mais necessárias já que no terceiro mês os enjoos duram noite e dia.


Foi lá pelo quarto mês que a minha barriga passou de uma pancinha de chope para uma autêntica barriga de grávida. O marido passou a me achar linda e a me dizer isso diariamente, as pessoas me davam lugar no ônibus e nas filas e as coisas começavam a ficar boas.


No entanto eu já começava a sentir as dores dos ossos pélvicos se abrindo para a passagem do bebê. Era um festival de sensações esquisitas,pontadas no quadril,pressão no ventre como se alguém me puxasse para trás e muita coceira no abdome, sinal de que a pele se esticava.


Tenho 1,60 de altura e peso ideal de 50kg, os médicos recomendam que se ganhe 9kg durante a gravidez,mas eu ganharia 15kg. Desesperada segui todos os conselhos possíveis para evitar estrias,varizes,flacidez. Usei hidratantes para gestantes, fiz hidroginástica,comprei meias anti varizes que é uma verdadeira tortura e no fim descobri que o que pesa é mais a genética e como minha mãe não tem estrias respirei aliviada.


Foi no ultrassom do quarto mês que eu descobri que o feto na minha barriga era um menino. A proximidade com o dia das mães me fazia além de ganhar presentes me fazer realmente me fazer sentir como uma que era o que eu realmente mais queria.


A ligação emocional como o bebê na barriga não acontece de repente. Aquele desenho no ultrassom ainda era muito abstrato. Meu marido também não se via como pai.


Nessa época eu li o livro da filosofa francesa Elisabeth Badinter que se chama: O conflito, a mulher e a mãe onde ela não acredita que no instinto materno e diz que para os seres humanos a gestação envolve transformações psicológicas e sociais nada fáceis.


Pensamos, logo nos preocupamos em não termos mais tempo para nós, não poder trabalhar como antes,ter que alimentar e educar uma criança e ainda guardar dinheiro para comprar um vídeo game no natal. Curioso que o que me acalmou foi justamente um jogo:Guitar Hero, dado pelo meu pai.


Receber um "brinquedo" significava que eu ainda era filha também e que podia contar com as pessoas e continuar fazendo as coisas que gosto.Eu seria mãe,mas ainda era eu e aproveitei também para inscrever meu marido num curso para novos pais.


A essa altura a minha barriga já estava tão grande que pegar qualquer coisa no chão era digno de um contorcionismo incrível, tendo em vista que meu centro de gravidade ou melhor meu umbigo já não ficava na mesma posição por mais de um mês, pra compensar as grávidas em geral jogam a cabeça e a parte superior do tronco para trás resultando num andar torto e semelhante ao de um pato.


Lá pelo sexto mês é quando as minhas articulações ficaram mais frouxas o que poderia gerar mais tombos,além é claro de um sofrimento maior da coluna já que o meu bebê aquela altura já estava quase um saco de arroz.


Deixei a preguiça e o computador de lado e fui fazer uma ioga para grávidas. Aprendi técnicas de equilíbrio, novas maneiras de abaixar e levantar, formas de ir pro chão só agachando ao invés de ir pra frente. Aprendi também a dormir mais de lado e a sair da cama apoiando as mãos no colchão e de uma forma geral a me movimentar melhor o que me possibilitou fazer a faxina de casa até o último mês.


Na reta final da gravidez os exames passam a ser muito chatos. Lembro de tomar 200ml de pura glicose,rosada e mais doce do que qualquer refrigerante ruim que se possa imaginar para evitar uma detectar uma possível diabetes gestacional. Foi sofrido,mas passei no teste.


Era estranho pensar aquela altura que o bebê nadava em minha barriga em uma boa porção de liquido aminótico que também dizem ser doce,além de fazer xixi e bebê-lo novamente,tendo unhas,cabelo. Contudo era divertido imaginar meu bebê rodopiando,chutando e socando a minha costela e todas aquelas sensações e movimentos. 


Quer dizer isso quando o chute na costela não era tão forte a ponto de me assustar ou quando a movimentação a noite era intensa e eu não conseguia dormir. 


Dormir alias é o conselho preferido da maioria das pessoas para as grávidas,até por que depois que nascer... Mas levando em conta que eu levantava de três a quatro vezes para ir ao banheiro durante a noite ou por chutes na costela podemos dizer que dormir não era exatamente o que eu fazia.


Era o oitavo mês quando eu entrei em uma farmácia e o farmacêutico me perguntou se eu esperava gêmeos,aquela altura não esperava que minha barriga pudesse crescer mais mesmo meu bebê tendo ali por volta de 1,5 e ainda fosse dobrar o seu tamanho.


Vez ou outra eu percebia um pezinho se arrastando pela minha barriga, era legal,mas não deixava de ser uma sensação estranha, foi nessa época que o bebê ficou de cabeça para baixo e se encaixou o que apertava ainda mais meu diafragma e respirar parecia ser o mais difícil mais não era.


Nessa época eu já estava bem inchada, no fim do dia meus pés pareciam uma pantufa de tão inchados. Passei a contar os dias para o fim da gestação, mas também por ansiedade e vontade de ver logo o rostinho do bebê. Mas admito que sinto falta da barriga desde aquela época, ela era perfeita pra apoiar o balde de pipocas e ver um bom filme,algo que fiz muito durante a gravidez.


Durante toda a gravidez meu marido passou repetindo uma teoria que ele leu no livro "Eu primata" do cientista Frans de Waal: "Durante a evolução quando viramos bípedes,ganhou o páreo quem tinha a bacia mais chata e gastava menos energia para andar. A bacia arredondada ficou para trás. Por isso nascer ficou tão doloroso e difícil para nós." Ainda bem que as coisas evoluíram e inventaram a anestesia.


Fui decidida a realizar o parto normal e tomar a bendita injeção.

Meus amigos fazendo um bolão para acertar o dia. Ninguém ganhou.

Esperei o máximo possível, passaram-se 42 semanas,ou 10 meses e foi preciso induzir o trabalho de parto.


Os médicos injetaram ocitocina direto na minha veia e logo ela resultaria nas temidas e dolorosas contrações. 


Todo o processo durou doze horas. Durante esse tempo eram contrações cada vez mais fortes e doloridas tal como se alguém apertasse a minha barriga por dentro.


Mesmo assim era um clima tranquilo. Meu marido o tempo inteiro ao meu lado fingindo estar super bem e nada nervoso.


Eu caminhava pelos corredores do hospital, fazia exercícios de ioga. Chegamos até a começar a assistir um episódio da série The Office no notebook que eu precavida havia levado. Isso até a bolsa estourar.


Veio um aguaceiro e junto com ele as dores mais fortes que já senti em toda a minha vida.


Para o meu marido eu gritava: "Estou quebrando no meio"

E para as enfermeiras: "Chama o médico! Anestesiaaaa!"

Quando o médico enfim chegou e me examinou. Não havia dilatação alguma. Não havia como o bebê passar e precisaríamos ir para o plano B: Cesária.


Foram cerca de vinte minutos de cirurgia e tiraram meu bebê de lá de dentro.


Meu marido se acabava de chorar. Já o bebê só começou quando cortaram o cordão umbilical.


Perdeu a fonte de oxigênio que vinha de mim, mas passou a usar os próprios pulmões. 


Estávamos desconectados. Ele ganhava o mundo e eu um filho. Que agora seria meu companheiro  em tantas outras descobertas como mãe."

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Eu espero




Sinceramente espero que um dia você possa encontrar alguém com quem você possa se abrir por inteiro. 

Daqueles que você não tenha medo de falar,falar e que possa sem medo se encontrar.

Há muita coisa para que as pessoas fujam não é mesmo? Há muitos motivos para fugir, poucos para ficar, mas não se culpe quando outros fugirem, você um dia também fugia, mas sabia bem que deveria ficar.

Espero que um dia você encontre alguém que esteja disposto a te ouvir.

Aliás não apenas te ouvir, mas saber de você, dos seus medos e temores e os encare por você e com você.

De antemão te aviso que pode demorar, mas tudo bem, você já esperou tanto que um pouco a mais não fará mal, pelo contrário te fará valorizar o presente. 

O hoje e o agora são bons, mas é tão legal vislumbrar o futuro ainda mais quando nosso passado a tempos deixou de ser elegante para ser apenas intrigante.

Vai dizer que você não se perguntou por que fez isso ou aquilo, se não o fez, você perdeu tempo, perdeu aprendizados importantes e deixou que o futuro que tanto foi aguardado se tornasse passado num único instante.

Espero que você se permita revelar medos obscuros e histórias estranhas. Seus segredos serão deixados de lado por alguém que não marca hora com você, mas que vê elas irem passando na velocidade da luz já que estar ao seu lado será um prazer inenarrável para ela.

Por fim, mesmo após tanto procurar, se cansar e algumas vezes até desistir.

Encontre você

Encontre seu amor próprio 

Até por que após tanta procura caso você não encontre ninguém vai saber que esse amor próprio será o responsável por lhe nutrir e encerrar suas buscas para todo o sempre!

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Você não me é vital


Quando foi que a gente se afastou?

Eu não lembro e talvez você também não!

A vida tem dessas coisas.

Podemos estar colados e agarrados a pessoas por dias,semanas,meses e até anos e de repente: PUF!

São muitas bobagens que afastam as pessoas e pouca coisa realmente relevante.

De uma hora para outra você muda e se afasta, eu também mudo pois já não me interessa o modo como você leva a vida,afinal você já não é mais aquela pessoa que era antes.

Se a mudança é boa para você eu não sei, mas agora você faz parte de um seleto grupo de pessoas que tanto faz tanto fez.

Eu te conheci sim, agradeço por ter lhe conhecido, dessa forma vi você e aproximar e sei bem o por que de você ir embora.

Você achou que eu ia atrás, achou mesmo que eu iria colar em você e apoiar seus erros.

Eu não apontei seus erros por maldade, muito menos para que você se revoltasse,gritasse e até esperneasse.

Confesso que esperava reação,mas entenda que quando gostamos de uma pessoa é bom que ela esteja bem, mas também lhe confesso.

Antes eu do que você.

Eu quis ajudar, eu quis estar perto de você, mas se você não quer aí não tem jeito.

Toca o barco,segue em frente, o show tem que continuar.

O problema é que quando seus olhos se abrirem e você ver que não estou mais lá será tarde demais, você já deixou a muito de me ser vital.

Você a muito deixou o meu ombro amigo para se escorar em paredes ocas de quem muito queria saber da sua vida,mas pouco queria saber de você.

Dinheiro,luxo, fama, você deve pretender tudo isso, mas é preciso esforço. 

É preciso trabalhar para conquistar, mas não se faz isso deitado esperando cair do céu ou de boca aberta como um pássaro que a mãe traz o alimento ali nas mãos ou direto na boca como preferir.

O mundo é um moinho, ele gira e quando gira...

Talvez você um dia perceba o que perdeu, talvez não, mas eu bem sei...

Hoje é bem diferente de ontem, não caminho para trás,mas sim para frente e para onde eu vou já não cabe você.

Cabe eu e aqueles que queira fazer parte do que eu sou.

Não lhe dou adeus por que você ainda estará por aí e fatalmente vamos nos esbarrar

Não lhe digo até logo, pois apesar de todos os pesares temos intimidade o suficiente que seu orgulho não vai permitir encontros fáceis.

Tchau e bença!

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Certas honras!


Há uma teoria conhecida pela humanidade que diz que ao virmos para esse mundo estamos incumbidos de nascer, crescer, gerar frutos (filhos) e morrer.

Claro que em meio a todo esse resumo há diversos acontecimentos onde você deverá ter facilitismos ou dificuldades para realizar tudo que pretende na vida.

A vida não é fácil,mas mesmo assim não pensamos em chegar ao fim dela se deixar um legado.

Claro que muita gente pode fazer e ter atitudes que serão lembradas por um todo, mas não há legado igual ou pelo menos semelhante a ter filhos.

Infelizmente não somos eternos, nem nossos filhos serão. Dessa forma ao criarmos nossos filhos escolhemos pessoas a nível de proteger e auxiliar na difícil missão de conduzir nossas crianças pelo mundo.

Padrinhos, madrinhas, são esses elos que nosso filho terá de apoio além é claro de familiares e pessoas próximas.

Serão eles os escolhidos para zelar e cuidar de nosso legado na terra.

Acredito que a confiança pela escolha passa pelo orgulho a ser representado a alguém a quem confiamos nosso bem mais precioso e que pode e deve se sentir deverás honrado em receber tal agraciação.

Era comum que nossas mães dos tempos antigos nos ensinassem que presentes não devem ser recusados, pois bem, eis o seu presente. 

Eis a sua representação de amor que não foi gerado por você,mas que com um mínimo de seu esforço e compreensão trará frutos adocicados e respostas contempladas de um generoso sorriso que diz:

Oi dinda!

Oi dindo!

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Meu Primeiro Bebê.Doc (43)


(Pais de primeira viagem relatam as delicias e as amarguras da presença do primeiro bebê de suas vidas. Na série Meu Primeiro Bebê.Doc veremos relatos feito por pessoas que se despuseram a contar esse marco de suas vidas sem qualquer custo ou a precisão de revelar a identidade. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

Por Thatyana Karla

"Eu conheci o pai da minha primeira bebê em uma festa.

Antes eu tinha uma vida normal, não mudou muito do que é hoje, tirando que hoje eu tenho duas princesas lindas.

A descoberta da gravidez em si que foi muito estranha. A ficha demorou pra cair.

Afinal não seria mais apenas a minha vida para cuidar, mas outra vida também.

As primeiras consultas foram de muita ansiedade assim como a aproximação do pai delas foi e é até hoje de muito amor e confiança.

Na descoberta do sexo o pai queria um menino, mas nada que impedisse ele de ficar feliz com a nossa princesa.

Lembro que todos os dias eu tinha vontade de comer melancia e que se antes da gravidez eu gostava muito de ovo, perdi totalmente o gosto,algo que até hoje não consigo comer, tomei nojo mesmo.

O nome da minha primeira filha assim como da segunda foi escolhido pela minha mãe e não tivemos grandes sustos durante a gestação, susto mesmo eu tive ao me descobrir grávida.

Tive um parto normal, rápido e muito emocionante que transformou a minha vida.

É muito difícil você ficar triste perto de uma criança, ela nos transforma, dá mais sentido a vida e nos dá força para nunca desistir dos nossos sonhos.

Hoje me sinto uma mais madura e muito realizada."

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

O cara!


Por muitas vezes vi,li e reli que devemos agradecer pelas pessoas que passaram por nossa vida e que ou apenas deram seu cartão de visita ou que de alguma forma fincaram raízes e se tornaram notáveis ou vaga lembrança.

Vi também muito daqueles que agradecem pelo relacionamento passado não ter dado certo já que dessa forma poderiam aprender e muito bem o que não fazer num novo e revigorado relacionamento tendo em vista que no passado você apenas fez papel de trouxa.

Mulheres em geral se dedicam a refletir mais sobre os amores passados e aquilo que foi superado tendo em vista que os homens preferem se adjetivar como românticos apenas em último caso ou se possível evitar tal rótulo até o seu último suspiro.

Outro dia escutando Roberto Carlos, (Sim ainda fazemos isso nos dias tomados pelo sertanejo) vi o mesmo explicando que a canção "Esse cara sou eu" refletia a realidade de uma utopia feminina pelo cara perfeito ou aquele que toda mulher deseja.

Roberto provavelmente sabe que esse cara não existe tanto que muitas vezes essa música foi alvo de sátiras que faziam desse homem desejável alguém paranoico e perseguidor. 

Acredito que por isso muitas vezes ao olhar para trás e até mesmo presente e futuro muitos homens agradeçam de forma sorrateira o fato de não serem "O cara", "O fodão" ou como tanto falamos hoje o legítimo "Homão da poha". (Ok Rodrigo Hilbert, não me esqueci de você!)

Cá entre nós sabemos que muitas oscilamos bem as fases da vida,mas claro que as avaliações tendem a avaliar mais a nossa barra do que a barra dos outros.

Raramente ou talvez nunca você vai perceber alguém que não se diga verdadeiramente capaz de fazer bem para outra pessoa. Homens então muito menos.

Dizemos sempre que a garota era louca, que ela nos fez mal e desconsideramos a possibilidade de que agimos mal com essa ou aquela garota também. 

Tudo bem que nem todas as garotas são flores que se cheirem. Obviamente vão existir aquelas meninas que o pai desconhece a essência, mas o mundo já conhece de cor e salteado as suas ações, mas que pena que muitas vezes nos falte aceitação para dizer: Olha, eu não sou essa coca cola toda!

Não somos responsáveis pelas expectativas que geramos nas pessoas. Até por que muita expetativa pode gerar frustrações quilométricas e horas de sono perdidas afim de descobrir onde foi que erramos.

Você pode não ter errado, mas sim apenas não ser aquele o dado momento. Ou não ser aquela pessoa.

Acredito que em poucas relações não se terá algo relativamente bom para se lembrar de outra pessoa. Seja do gosto do beijo, o jeito como se abraçavam, as conversas que jogavam fora, mas infelizmente as más lembranças pós um fim de relacionamento serão bem mais evidentes.

Qualidades só são ressaltadas em demasia em datas de aniversário ou pós morte. Defeitos são exaltados e postos em evidência a todo instante, até por nós mesmos, afinal NUNCA estamos satisfeitos.

Uma hora ou outra passamos a não procurar satisfação, mas sim a conformação de que podemos aceitar defeitos alheios. Um ciuminho aqui, um draminha acolá, talvez até algo que você passou antes, mas que agora sabe conviver. 

Tudo a seu tempo. A medida que vamos envelhecendo e crescendo a nossa cabeça muda e coisas antes infantis podem se tornar coisas comuns, corriqueiras e de aceitação para quem quer apenas conviver bem ao lado de quem se gosta.

Obrigado a todos que passaram por nossas vidas. De uma forma ou de outra devemos agradecer todas as experiências sendo elas boas,ruins, mais ou menos ou daquelas que só lembraremos vez ou outra.

Se não deu certo hoje, quem sabe amanhã, quem sabe com outro alguém.

Você pode não ser a pessoa certa para um ou outro,mas acredite, quando menos esperar vai aparecer alguém diferente e especial que vai te fazer compreender por que todos os outros não fizeram de você o cara.

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Ainda bem que deu certo



Certamente não era planejado.

A gente provavelmente se veria um dia ou dois pelas noites cidade afora, trocássemos uma ou duas palavras como tantas outras e o baile seguiria.

Talvez seria apenas mais um aceno de cabeça, um boa noite sibilado com mais cuidado ou apenas os seus cabelos ao vento numa noite fria que chamaria a atenção e depois sumiria dos pensamentos,mas não foi.

Você até se foi,mas voltou. 
Não houve esquecimento,mas houve reencontro.

Talvez você também pensasse que era pra ser apenas um dos seus muitos contatinhos que você insistia em negar para os seus pais e para os outros caras que tanto queriam sair com você.

Não deu né! Os beijos fizeram falta,se repetiram e eu acabei ficando por aqui pra fazer mais e mais vezes aquilo que só nós entendemos.

Era pra ser casual, mas bastou os lábios se encontrarem para os corpos arderem como brasa, olhos que não se perdiam de vista e já não dava mais pra ignorar,dar as costas e ir embora.

Quando tem de acontecer as pessoas se apegam fácil,o corpo treme só de ver e aquele frio na barriga é inevitável.

Acho que ainda não consegui calcular quantas vezes me prometi que não cairia mais no seu olhar.
Por quantas noites perdemos o sono enquanto horas antes procurávamos em outros corpos encontrar aquilo que só tínhamos entre nós.

Em meio a toda essa busca tola e frustrada por algumas vezes nos encontrávamos num daqueles encontros casuais como qualquer outro em meio a vida.

Tão rápidos, tão intensos, mas momentos nossos que ninguém tira,ninguém entende.

A cada breve despedida já havia um grande anseio pelo próximo encontro, mesmo se as palavras não fossem ditas os olhos não mentiam.

Assim

Sem planos, rotas ou entendimentos 
Mesmo que apenas em silêncio tanto desejassémos

Enfim aconteceu

Eu e você

Você e eu 


sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Segue o baile


Talvez você ainda morra sufocada com todos esses gritos que você guarda para si. 
Calada por erros que você nunca cometeu.

Tomar a decisão de virar as costas e ir embora é certamente o que de melhor ela fez desde os tempos em que vocês estiveram juntos. Houve um sofrimento doloroso dela. Por muito tempo ela não conseguiu entender ou aceitar.

Sem comer,sem dormir, as portas de uma depressão injusta, tinha nos seu quarto escuro e as lágrimas no travesseiro seus melhores conselheiros e companhia.

Pela tela do celular o rápido acesso as redes sociais eram um portal para mais dor e sofrimento por ver que novas companhias tomavam um lugar que era seu.

O motivo...
O culpado...

Era ele, ele sempre foi o culpado.

Foi ele que resolveu chutar o pau da barraca
Foi ele quem não se decidiu a tempo sobre o que fazer de sua vida.
Foi ele quem ignorou a presença de uma garota incrível e preferiu seguir "sozinho"

Quantos eu te amo da boca pra fora foram ditos por ele para aplacar a vontade dela de ouvir coisas bonitas. Quantas palavras foram gastas para que ele ocultasse que existiam outras prioridades ou as mentiras sobre quem ele encontrava ou apenas via.

Ela amava para dois.

Ele dividia o amor para muitos.

A mão amiga para quem ela separou um punhado do amor que ele ignorou foi o principal responsável para que ela se reerguesse e seguisse adiante.

Veio deles a força e a vontade de fazer o baile seguir.

Veio deles o agradecimento todas as noites perdidas em meio ao choro insone onde o amor próprio lutava com todas as forças para superar.

Mas superou.

E é por isso que ela hoje te agradece.

Não diretamente, óbvio. Ela não quer nem te ver, mas sim pelo fato de que ao se ver livre de você ela ganhou a chance de ver outro cara a chamar de linda. 

Ela ganhou a chance de outro cara a tê-la nos braços e dizer : É minha!

Livre de você ela aprendeu a recomeçar. Principalmente. 

Ela aprendeu a recomeçar sem você.

Aí foi a hora dele correr atrás.

Dizer como ela era importante.

Como ela era linda e dos dias felizes que eles passaram juntos.

Ele se deu conta que a vida lá fora é hostil.

Ele se deu conta que vão existir diversos amores por aí, mas alguns duram um bom tempo, talvez até para sempre. Outros duram apenas um dia, uma noite. 

Mas todos eram diferentes daquele amor que antes ele encontrava nela.

Ontem ele pegou o telefone, olhou pra tela, viu o número dela no whattsapp, mandou aquele velho e enfadonho: Oi sumida! 

Ela sorriu, encarou a tela e apagou com doçura.

Ela já não sente qualquer vontade de olhar para trás.

Ela aprendeu que passado é passado e que certos erros ficam por lá.

Ela seguiu o baile com várias cores,sons, melodias que ela pode entoar visando o seu glorioso futuro.

Ele virou o cantor de uma música só. Aquele que mesmo que você lembre do refrão ou dos bons momentos que passaram juntos não passa disso. Não há sucessos novos. Não há novos hits. 

O baile seguiu. E como seguiu!

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Meu Primeiro Bebê.Doc (42)


(Pais de primeira viagem relatam as delicias e as amarguras da presença do primeiro bebê de suas vidas. Na série Meu Primeiro Bebê.Doc veremos relatos feito por pessoas que se despuseram a contar esse marco de suas vidas sem qualquer custo ou a precisão de revelar a identidade. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

Por Aline do instagram: @tenho_duasmamaes12

"Conheci a Izabelle no segundo ano da escola e logo ela se tornou a minha melhor amiga. Sou filha de pastor e minha vida era boa, mas hoje é ainda melhor.

Agora que meu pai aceitou numa boa eu continuo firme e forte e casada com a Izabelle a cinco anos.

Meu melhor amigo que nos acompanhou desde o ano escolar doou o esperma pra gerar o Nicolas.

Nicolas foi feito através de inseminação e as primeiras consultas foram maravilhosas sendo que após doze dias da inseminação veio o esperado positivo.

A descoberta do sexo veio no chá de revelação e veio um menino.

Não tivemos muitos desejos,mas o mais louco com certeza foi comer ovo com sorvete.

A escolha do nome se deu pelo meu melhor amigo que doou o esperma. Por ele se chamar Nicolas então resolvemos por o nome dele de Nicolas.

Assim sem sustos ter me tornado mãe foi a melhor coisa do mundo."

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

A verdade está lá fora



O mundo correu não é!?

Vivemos hoje a constante busca apressada,pressionada e sem qualquer empatia enquanto a vida deixa de ser verdadeiramente vivida pela aceleração em que vivemos e pela ilusória alegria que acreditamos ter.

Entre uma curtida aqui e outra ali
Uma foto postada acolá e outra em algum dia vamos vivendo.

Assim mesmo! 

Compartilhando,curtindo e informando quase que ao vivo tudo aquilo que fazemos ou deixamos de fazer. 

De uma forma falsa vamos adicionando informações irrelevantes ao olhos dos outros enquanto nos abastecemos de uma realidade que não é nossa, enquanto nos passamos por quem não somos.

Quanto de maquiagem temos em nossas fotos ou apenas um filtro mais bonito para esconder que o nosso sorriso muitas vezes não está lá essas coisas.

Tudo isso para que ninguém visualize suas angustias e passe a compartilhar suas tristezas por aí.

Dá uma olhada lá fora...

Tá vendo aquele sol ali, pois é. Ele brilha dessa forma todos os dias, mas você não viu!

Tá vendo a televisão anunciando sobre as doenças, tragédias e os políticos. Ahhh! Os políticos, quanto tempo passou?

Logo virão pessoas dizer que não fomos tão roubados assim, que a industria farmacêutica é sim a grande culpada pelo surgimento de doenças cada vez mais potentes e que as grandes tragédias da natureza e de nossa sociedade são apenas frescura ou mero acaso.

A cada dia temos um aumento de nossas crises internas e a crise externa bate ponto todo santo dia em nossas vidas mesmo contra a nossa vontade e se não nos mexermos a verdade é que estagnaremos ou afundaremos cada vez mais.

Aceitamos e engolimos coisas ao invés de correr atrás e partir em busca daquilo que pode ser melhor. A ambição desmedida destrói o homem,mas a ambição também o constrói se aplicada naquilo que se deseja sem passar por cima da cabeça alheia.

Primeiro pensamos em viver, mais especificamente em viver para os outros onde fazemos,acontecemos,mas registramos para que outras pessoas vejam,mas sem a chance de criticar. Ai já é demais, críticas são insultos graves, ofensas passíveis de contra ataques mortais.

No mundo de hoje cobramos muito, de forma acalorada, enquanto compreendemos cada vez menos e nossa sensibilidade apesar de a flor da pele é lenta quando se trata do alheio.

Não paramos para ouvir lamentações, na verdade pouco nos importamos.

E olha que essas lamentações podem vir de nós mesmos. 
Vivemos sem saber o que queremos ou o por que de querermos algo.
Queremos algo apenas por que alguém diz que é bom assim ou melhor de outra forma.

Disfarçamos nossas dores como se tapássemos o sol com a peneira,contudo nos esquecemos que uma hora elas vem a tona. Fechamos os olhos para quem chora ao nosso lado e para o nosso pranto pelo simples motivo de fingir que seguimos em frente.

Quanto tempo mais desperdiçaremos com buscas furadas enquanto temos o essencial?

Quantas mágoas relevaremos até que nosso coração alcance seu limite?

Quantos desafetos bobos criaremos pelo simples motivos de ignorar diferenças que se bobear nem mesmo existem?

Quanta cobrança teremos de enfrentar sejam nossas ou dos outros para que passemos a prestar atenção no que estamos destinados a fazer ?

Quanto nos resta para apenas viver e sermos felizes?

Pouco,muito, segundos,horas,dias,meses, pouco importa quando percebermos que nossa compaixão,amor e empatia ficaram para trás e que podemos fazer do difícil coisas simples e verdadeiras e das coisas simples algo ainda mais simples.

Ame!

A si mesmo

Ao próximo

Ame a vida!

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Teoria da pipoca


A culinária é fato presente na vida de muita gente.

Gente que se atreve a encarar panelas e fogões para preparar deliciosos pratos a serem testados,aprovados e rejeitados em meio ao fogo nada brando das pessoas que os provam e que certamente queimam qualquer pessoa muito mais que qualquer chama pronta para o cozimento de nossos alimentos.

Melhor então falarmos de uma comida simples, prática que quase todo mundo adora. 

Uma quase unanimidade gastronômica,mas que tem um objetivo poético a ser decifrado.

Tal qual a vida da gente a pipoca passa por transformações até que atinja seu ápice para ser saboreada dentro de sua brancura tal qual a paz interior e exterior que tanto buscamos.

Claro que a pipoca não tem problemas, sendo apenas um milho talvez tivesse destino até diferente do que apenas se tornar pipoca,mas provavelmente ali como milho seco de grãos duros e redondos poderia ir diretamente para o lixo ao invés de se fazer presente em outros aspectos.

Comecemos pelo estourar do milho, assim como pensamentos que fervilham eles vão saltando, brotando,pulando e surgindo daqui e dali até o seu destino final. 

Mas antes eram apenas milho.

Duros,quebradiços, daqueles que se não tomarmos cuidado poderemos até ter os dentes quebrados pela dureza do grão. Eis que há uma transformação. 

Transformação essa que vem pelo fogo que apesar de todo o seu calor que de fato queima, também tem como representação o fato de purificar e transformar. Milho de pipoca que passa pelo fogo,deixa de ser milho de pipoca, logo ao passarmos pelo fogo temos então toda uma série de mudanças em nossas vidas.

Em nossas vidas o fogo pode vir de diversas maneiras, seja por uma grande perda que resulta em grande dor,assim como diversos malefícios que atrasam nossas vidas e que nos fazem querer apagar o fogo ao invés de passar por ele.

Ao apagarmos o fogo o sofrimento diminui é verdade,mas a chance de uma grande transformação capaz de mudar a vida também.

Nossa mudança para ser real assim como a do milho que se torna pipoca, vem de dentro para fora, vem do interno para o externo assim mesmo, fechado,passando por provações,dificuldades,problemas que aparentemente parecem sem soluções e que testam nossa capacidade de superar e mostrar do que verdadeiramente somos capazes.

Tal como uma lagarta que rasteja e é frágil,"feia" e desprotegida ao eclodir de seu casulo se torna uma bela borboleta com a capacidade antes impensada de voar por aí.

Precisamos sair de nossos casulos, precisamos passar pelo fogo ao invés de apaga-lo, precisamos eclodir e nos transformar.

Infelizmente há aqueles que mesmo com todo o calor, mesmo com todo o fogo preferem não estourar, preferem não mudar a dura casca que os envolve e que assim como os milhos da pipoca acabam por se tornar piruá.

Uma hora ou outra o estouro da panela cessa.

O fogo que nos testa e põe a prova acaba.

Restam a pipoca estourada e o piruá. 

E aí já decidiu aonde você vai estar?

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Meu Primeiro Bebê.Doc (41)


(Pais de primeira viagem relatam as delicias e as amarguras da presença do primeiro bebê de suas vidas. Na série Meu Primeiro Bebê.Doc veremos relatos feito por pessoas que se despuseram a contar esse marco de suas vidas sem qualquer custo ou a precisão de revelar a identidade. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

"Eu me lembro que ainda era solteira quando minha mãe virava pra mim e falava: E aí não vai me dar um neto não? Mas na época eu não tinha namorado nem nada, mas eis que surgiu o cara.

Eu tinha acabado de me formar na faculdade e ele também, temos dois anos de diferença. Então foi tudo muito rápido.


Ficamos,namoramos, casamos e criamos toda uma harmonia familiar em questão de dois para três anos.


Logo que casei comecei a iniciar os planos de ter filhos, não era meu sonho prioritário, mas era algo que eu gostaria muito e meu marido também.


Parei de tomar a pílula e começamos a tentar,tentar e tentar, mas nada.


Resolvi procurar ajuda médica pois não sabia se realmente havia uma dificuldade em engravidar,mas de fato não estava ocorrendo.


A médica percebeu que eu tinha uma pequena alteração hormonal que dificultava o óvulo de ser fecundado. Eu não era estéril, mas teria sim dificuldades para engravidar.


Iniciei um tratamento,mas segui tentando. Camisinha virou um artigo de total esquecimento em nossas vidas.


Se por um lado havia a frustração de tentar muitas vezes durante os anos que duraram o treinamento por outro nossa vida sexual foi nas alturas. Contudo dentro dos seis anos de tratamento houve dias onde eu achava que realmente não conseguiria engravidar.


Minha mãe seguia naquela pressão velada, eu já estava beirando os sete anos de casada e nada, mas um belo dia acordei com uma vontade enorme de comer pudim com chocolate.


Tipo pegando o chocolate em pó e jogando por cima, chegava a salivar de pensar nisso.


Como já tínhamos um bom tempo de tratamento então o assunto gravidez e filhos não era mais recorrente. Era um desejo do casal,mas não era algo que falássemos todos os dias, então nem estranhamos aquilo que hoje eu vejo como um desejo de gravidez.


Descobri essa gravidez em mais uma das idas a clínica para tratamento. Era comum que fizéssemos verificações antes de realizar a inserção de aditivos de hormônios,então fiz e a gravidez foi constatada.


Acho que pela primeira vez na minha vida eu senti uma explosão de alegria e vi no meu marido um sorriso sincero e acolhedor para aquilo que era uma realização de vontade dos dois.


Sete anos de casados, casa própria encaminhada, trabalhando no que gostávamos e pra completar finalmente após todo um tratamento eu estava finalmente grávida.


Era uma gravidez tranquila, quatro meses e exame para conferir o sexo marcado.

Estava sentada vendo o jornal na hora do almoço quando senti uma leve cólica e percebi que tinha um leve sangramento.

A cólica se transformou numa dor mais aguda que fez com que eu e meu marido corrêssemos para o hospital.

Chegando lá fui atendida rapidamente,mas mesmo assim perdi o chão.

Sofri um aborto espontâneo e como fui saber depois o fato de estar sob o tratamento ainda não me fazia estar totalmente pronta para conceber um bebê. 

O problema foi que eu compreendi isso somente depois. De imediato decidi por interromper o tratamento, não queria mais ter filhos embora minha mãe ainda se voltasse para minha dizendo que estava envelhecendo e que eu a mais velha de duas irmãs e um irmão não lhe daria o primeiro neto.

Eu estava frustrada,triste,mas decidi por levantar a cabeça e seguir a vida.

Tinha um casamento maravilhoso, uma carreira incrível pela frente e tinha sofrido um baque de algo que aquela altura tinha se tornado um sonho.

Três anos se passaram e nesse tempo eu e meu marido não falamos muito em filhos, talvez apenas quando íamos a festas infantis como dos sobrinhos dele, mas perdemos aquela gana após um choque de perder um bebê após tanta luta durante o tratamento.

Mas quando menos esperamos que as graças vem.

Dez anos de casados, bodas de estanho ou de zinco e lá estava eu trabalhando quando senti um leve enjoo com o perfume de um cliente.

Enjoo esse que durou a tarde toda e logo associei ao atraso da minha menstruação.

Passaram alguns dias até que eu fosse convencida pelo meu marido a fazer um exame para me certificar de uma possível gravidez.

De início não nos animamos,tanto que fui totalmente tranquila pro exame acreditando que era mais um atraso mesmo e que não tinha nada de bebê.

Eu estava enganada. Eu estava grávida de quase um mês e pouquinho.

Na hora veio um pequeno choque, aquele medo de que tudo se repetisse e por isso combinei com meu marido que seguraríamos a notícia até os meus três meses pelo menos para passar o período de risco.

Três meses passaram, veio o quarto mês e a barriga apontou como se realmente quisesse mostrar ao mundo que eu estava grávida.

Esperei o exame para saber o sexo e até para aliviar ainda mais a tensão que eu sentia por ter sido nesse período que eu perdi o primeiro bebê.

Mas o médico disse que era um meninão,que estava forte e aquele amor materno explodiu mais uma vez. Eu estava pronta.

Os meses passaram muito devagar,acredito que mais pela ansiedade que eu estava de ver logo o rostinho do meu filho tão desejado,tão esperado e que agora com todos sabendo era atrelado a todo um amor que vinha desde os avós paternos até o avós maternos.

Esse amor preencheu a minha gravidez e protegeu meu filho o tempo todo. 

Sem sustos,com muitos desejos adocicados e uma ansiedade do tamanho do mundo.

Tive um parto normal, tranquilo,rápido,exceto talvez pela bolsa estourando pouco antes de um exame de rotina. Já cheguei ao hospital com cinco centímetros de dilatação e pronta para dar a luz ao meu lindo filho.

Ao nascer eu chorava mais que meu bebê. As lagrimas minhas não paravam e eu via a felicidade estampada no rosto do meu marido e da minha mãe que acompanharam o parto.

Os primeiros dias não tiveram qualquer dificuldade e até hoje acho que toda a dificuldade acabou valendo a pena para ver meu filho hoje aos dois anos de idade andar, ou melhor correr pela casa, ser agarrado pela avó que tanto desejou um neto e até quando resolve brigar com meu irmão mais novo.

Hoje eu e meu marido cuidamos dele para que ele um dia saiba toda a história por trás da vontade que ele viesse ao mundo."

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Como num espelho



Existe uma célebre citação de Chaplin que afirma que a vida é como uma peça de teatro que não permite ensaios, por isso devemos cantar,chorar,dançar,sorria e viva intensamente antes que as cortinas se fechem e a peça termine sem aplausos.

A correria do dia a dia acaba fazendo isso com todos nós. Não temos tempo ou energia o suficiente para ensaiar o que fazer ou como agir previamente.

Num único sobressalto,sem rodeios somos tomados por sensações diferentes as quais não estávamos preparados.

Velocidade essa que muitas vezes impede que o simples seja feito ou visto e perdemos o que muitas vezes é essencial,mas desconsideramos em meio a pressa da vida.

Ao pararmos diante de um espelho vemos que parte de nossa essência se esvaiu.

Onde anda aquele brilho no olhar que nos movia antes?
Onde está o riso fácil que mostrava nosso crédito no futuro?
Deram lugar as lágrimas amargas de um futuro prometido encarando apenas os medos e a indecisão presentes em nossas vidas sem cessar.

Em que momento de nossas vidas nos damos conta de que nem todos os sonhos que antes eram tão próximos e possíveis ficarão para trás dando frente a outras prioridades urgentes.

Em que parte do caminho traçado de nossas vidas deixamos de ser o comandante da embarcação e dono do barco para nos tornar um naufrago a deriva,isolado e sem condições de encontrar o caminho de volta.

A vida é meio peça de teatro mesmo como disse Chaplin, mas ali na coxia ou até mesmo no palco com ou sem platéia algum dia seremos confrontados com o espelho da vida.

Aquele que reflete de forma dolorosa nossa realidade de onde não há fugas e tampouco desculpas.

Há um dado momento onde não nos reconhecemos mais. Onde não sabemos mais quem é aquela pessoa diante do espelho e que acreditávamos piamente sermos nós mesmos.

Encaremos de frente, olhemos para dentro buscando revisitar nosso interior.

Buscando reencontrar aquilo que fomos algum dia até mesmo para que sejamos melhores num futuro próximo.

Logo ali adiante seguimos sem enfraquecer, sem fraquejar, ao longo dessa jornada tão conturbada, porém tão gloriosa a qual carinhosamente chamamos de vida.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Patria amada! Salve, Salve!


Falar de política para quem não gosta parece tornar chata uma conversa que poderia ser amigável,aprazível,mas que se perde em meio as palavras e uma discussão onde os citados serão sempre alvo de críticas ou defesas acaloradas e inflamadas.

Embora criticar pessoas ou coisas pareça ser algo comum para a nossa atual sociedade, fica difícil não parar de pensar que tudo pode piorar ao invés de melhorar diante de um mar de lama maior ainda do que toda a lama vazada da barragem de Mariana.

As notícias pipocam nos jornais todos os dias com corrupção, dinheiro na mala, absolvições estapafúrdias e por fim candidatos presidenciáveis que mais parece a mesma lista de candidatos ficha suja que tanto criticamos.

Não há uma unanimidade. 
Não há alguém em que apontamos e falamos, olha nesse aqui eu votaria.

O pseudo heroísmo de um é a persona a ser odiada por outros.
O mito de muitos é o monstro destruidor de vidas e lares estabelecidos a muito custo.

Não sabemos onde vamos parar
Há todo um caos que a cada dia nos choca mais e mais sem que o país todo caminhe para um indignação em comum.

De certo que não somos tão patriotas que os americanos que comemoram o seu quatro de julho como o melhor dia de suas vidas e o exaltam como se não houvesse outra data tão feliz.

Nós não valorizamos o nosso terreiro. Exceto por uns poucos gatos pingados que ainda esbravejam, muitas vezes sem discernimento de certo ou errado, mas apenas pelo vão prazer de gritar, esbravejar e fazer "justiça" com as próprias mãos.

Atualmente brigamos por aquilo que não conhecemos, batalhamos até contra nós mesmos por coisa pouca,sem importância,enquanto grandes temas são deixados de lado.

Não somos nenhuma espécie de herói de capa e espada a ponto de fazer todos os favores a nossa nação e salvar todos os brasileiros de uma catástrofe. Mas obviamente podemos fazer a nossa parte.

A política segue um assunto chato, malfadado a uma massa de políticos corruptos ou aguardando serem denunciados enquanto se aliam a todos os pormenores ilegais para não serem pegos e perderem a mamata obtida a custo de votos de pessoas que não se preocuparam com o todo ou vulgarmente não sabiam o que estavam fazendo.

São muitas promessas.
Muitas ilusões
Mentiras a perder de vista para que no fim das contas tudo vire pizza,piada,meme de internet diante de um costume de sermos enganados mesmo que digamos que não.

Há muita gente se dizendo ciente da situação enquanto tudo ocorre debaixo dos panos,na surdina e que quando explode parece apenas um estalinho quando na verdade já tem contornos de uma bomba atômica.

Quando vamos acordar pessoalmente eu não sei,talvez nunca.

Mas quando acordamos tomar e muito que não seja tarde demais. 

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Depressius!


Por: Anônimo 

Mais uma vez encarei meus demônios. Eles fizeram cara feia e disseram: "Estamos aqui para te ajudar a cair. Só nos basta um empurrão, e você despenca de vez, querida!" 

Pois bem. Eles me empurraram. Cumpriram sua promessa. Mas eu ainda não caí! Mas sinto as mãos escorregando e não vejo onde me segurar, porque todas as pedras deste abismo que chamo de consciência estão soltas. 

Meus mais dolorosos conflitos íntimos vieram a tona como um furacão de força 5, um terremoto de magnitude sete! 

E estou, tentando com todas as minhas forças, até as que não tenho lutar contra eles! 

Eles me assombram de forma cruel, como um adulto destrói a inocência de uma criança. 

Quem me vê de fora, enxerga uma primavera sem fim, cores, uma paz e uma serenidade ímpar! Mas se você, desavisado resolve olhar pra dentro do que sou, é capaz de se afundar na mais densa tempestade. Por isso, recomendo que se afaste! Mantenha distância! 

Esta é minha arma de defesa. Não preciso que mais e mais venham pisotear. Não é necessário chutar cachorro morto, a menos que você sinta prazer em destilar sua maldade em cima daquele que sofre. 

E quanto as lágrimas... Bem, elas estão aqui, e eu escolhi derrama-las somente na quietude do meu aposento. Lá somente os meus pensamentos podem causar estrago, e com eles revoltos como o mar após uma forte chuva, eu estou aprendendo a lidar. 

Honestamente não sei porque choro! 

Ou melhor, até sei. Mas são tantos os motivos e tão confusos, que não consigo enumerar, e quando penso em anotar para em breve, levar até um terapeuta que possa me auxiliar, me perco na quantidade de sentimentos que não consigo expressar. 

Sim! Eu escolhi procurar ajuda. E demorei muito. 

Demorei a ver que eu só estava varrendo a sujeira pra debaixo do tapete, e que na primeira ventania, iria empoeirar a casa toda. E agora, no meio do total desespero, procuro dolorosamente quem possa me ajudar a descarregar tanto entulho, e reconstruir minha morada, já aos pedaços. 


Amigos, não julguem sorrisos. Eles podem ser só uma máscara para as incontáveis dores de um indivíduo que não sabe como pedir ajuda. 

Esta é uma pequena descrição do meu olhar e sentir sobre a depressão.