quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Meu Primeiro Bebê.Doc (41)


(Pais de primeira viagem relatam as delicias e as amarguras da presença do primeiro bebê de suas vidas. Na série Meu Primeiro Bebê.Doc veremos relatos feito por pessoas que se despuseram a contar esse marco de suas vidas sem qualquer custo ou a precisão de revelar a identidade. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

"Eu me lembro que ainda era solteira quando minha mãe virava pra mim e falava: E aí não vai me dar um neto não? Mas na época eu não tinha namorado nem nada, mas eis que surgiu o cara.

Eu tinha acabado de me formar na faculdade e ele também, temos dois anos de diferença. Então foi tudo muito rápido.


Ficamos,namoramos, casamos e criamos toda uma harmonia familiar em questão de dois para três anos.


Logo que casei comecei a iniciar os planos de ter filhos, não era meu sonho prioritário, mas era algo que eu gostaria muito e meu marido também.


Parei de tomar a pílula e começamos a tentar,tentar e tentar, mas nada.


Resolvi procurar ajuda médica pois não sabia se realmente havia uma dificuldade em engravidar,mas de fato não estava ocorrendo.


A médica percebeu que eu tinha uma pequena alteração hormonal que dificultava o óvulo de ser fecundado. Eu não era estéril, mas teria sim dificuldades para engravidar.


Iniciei um tratamento,mas segui tentando. Camisinha virou um artigo de total esquecimento em nossas vidas.


Se por um lado havia a frustração de tentar muitas vezes durante os anos que duraram o treinamento por outro nossa vida sexual foi nas alturas. Contudo dentro dos seis anos de tratamento houve dias onde eu achava que realmente não conseguiria engravidar.


Minha mãe seguia naquela pressão velada, eu já estava beirando os sete anos de casada e nada, mas um belo dia acordei com uma vontade enorme de comer pudim com chocolate.


Tipo pegando o chocolate em pó e jogando por cima, chegava a salivar de pensar nisso.


Como já tínhamos um bom tempo de tratamento então o assunto gravidez e filhos não era mais recorrente. Era um desejo do casal,mas não era algo que falássemos todos os dias, então nem estranhamos aquilo que hoje eu vejo como um desejo de gravidez.


Descobri essa gravidez em mais uma das idas a clínica para tratamento. Era comum que fizéssemos verificações antes de realizar a inserção de aditivos de hormônios,então fiz e a gravidez foi constatada.


Acho que pela primeira vez na minha vida eu senti uma explosão de alegria e vi no meu marido um sorriso sincero e acolhedor para aquilo que era uma realização de vontade dos dois.


Sete anos de casados, casa própria encaminhada, trabalhando no que gostávamos e pra completar finalmente após todo um tratamento eu estava finalmente grávida.


Era uma gravidez tranquila, quatro meses e exame para conferir o sexo marcado.

Estava sentada vendo o jornal na hora do almoço quando senti uma leve cólica e percebi que tinha um leve sangramento.

A cólica se transformou numa dor mais aguda que fez com que eu e meu marido corrêssemos para o hospital.

Chegando lá fui atendida rapidamente,mas mesmo assim perdi o chão.

Sofri um aborto espontâneo e como fui saber depois o fato de estar sob o tratamento ainda não me fazia estar totalmente pronta para conceber um bebê. 

O problema foi que eu compreendi isso somente depois. De imediato decidi por interromper o tratamento, não queria mais ter filhos embora minha mãe ainda se voltasse para minha dizendo que estava envelhecendo e que eu a mais velha de duas irmãs e um irmão não lhe daria o primeiro neto.

Eu estava frustrada,triste,mas decidi por levantar a cabeça e seguir a vida.

Tinha um casamento maravilhoso, uma carreira incrível pela frente e tinha sofrido um baque de algo que aquela altura tinha se tornado um sonho.

Três anos se passaram e nesse tempo eu e meu marido não falamos muito em filhos, talvez apenas quando íamos a festas infantis como dos sobrinhos dele, mas perdemos aquela gana após um choque de perder um bebê após tanta luta durante o tratamento.

Mas quando menos esperamos que as graças vem.

Dez anos de casados, bodas de estanho ou de zinco e lá estava eu trabalhando quando senti um leve enjoo com o perfume de um cliente.

Enjoo esse que durou a tarde toda e logo associei ao atraso da minha menstruação.

Passaram alguns dias até que eu fosse convencida pelo meu marido a fazer um exame para me certificar de uma possível gravidez.

De início não nos animamos,tanto que fui totalmente tranquila pro exame acreditando que era mais um atraso mesmo e que não tinha nada de bebê.

Eu estava enganada. Eu estava grávida de quase um mês e pouquinho.

Na hora veio um pequeno choque, aquele medo de que tudo se repetisse e por isso combinei com meu marido que seguraríamos a notícia até os meus três meses pelo menos para passar o período de risco.

Três meses passaram, veio o quarto mês e a barriga apontou como se realmente quisesse mostrar ao mundo que eu estava grávida.

Esperei o exame para saber o sexo e até para aliviar ainda mais a tensão que eu sentia por ter sido nesse período que eu perdi o primeiro bebê.

Mas o médico disse que era um meninão,que estava forte e aquele amor materno explodiu mais uma vez. Eu estava pronta.

Os meses passaram muito devagar,acredito que mais pela ansiedade que eu estava de ver logo o rostinho do meu filho tão desejado,tão esperado e que agora com todos sabendo era atrelado a todo um amor que vinha desde os avós paternos até o avós maternos.

Esse amor preencheu a minha gravidez e protegeu meu filho o tempo todo. 

Sem sustos,com muitos desejos adocicados e uma ansiedade do tamanho do mundo.

Tive um parto normal, tranquilo,rápido,exceto talvez pela bolsa estourando pouco antes de um exame de rotina. Já cheguei ao hospital com cinco centímetros de dilatação e pronta para dar a luz ao meu lindo filho.

Ao nascer eu chorava mais que meu bebê. As lagrimas minhas não paravam e eu via a felicidade estampada no rosto do meu marido e da minha mãe que acompanharam o parto.

Os primeiros dias não tiveram qualquer dificuldade e até hoje acho que toda a dificuldade acabou valendo a pena para ver meu filho hoje aos dois anos de idade andar, ou melhor correr pela casa, ser agarrado pela avó que tanto desejou um neto e até quando resolve brigar com meu irmão mais novo.

Hoje eu e meu marido cuidamos dele para que ele um dia saiba toda a história por trás da vontade que ele viesse ao mundo."

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