sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

O que aprendemos com o natal



As vezes me pego pensando se a humanidade ainda tem jeito. Afinal todas as manhãs são diversas pessoas lotando nossa caixa de entrada de bom dia iluminadas e belas mensagens e milhares e milhares de posts dizendo como e quando ser bom com as pessoas e sobre o por que de se fazer isso.

É uma pena que assim que nos damos conta que estamos nas ruas as coisas mudem tão drasticamente e logo nos perguntamos onde estão aquelas pessoas com tamanha doçura das redes sociais.

Apesar de se contradizer todos os dias a sociedade ainda mantém a grosso modo certas convenções para aqueles que acreditam. Se parar para pensar, lembre-se de quantas pessoas já lhe disseram que o natal é algo para se passar em família,enquanto no máximo o Réveillon é algo para botar para fora o que o ano lhe fez de mal para finalmente virar a página e se encher de esperança para um novo ano,para teoricamente uma nova vida.

Mas afinal o que o natal traz para nós? O que essa data ainda significa em nossas vidas e em nossos corações? E não vem com essa de que ele é especial apenas pelo aniversário de Jesus por quê se você acredita em uma divindade maior é bom que você o faça o ano todo e não apenas na data de aniversário dele. 

Os presentes talvez? Mesquinho demais pensar nisso? Ainda mais que vivemos em tempos de crise que se estenderam além do que planejamos e muito menos do que os nossos governantes alardeiam.

Talvez o natal deva nos ensinar que a generosidade ainda deve ser compartilhada,não só pelas outras pessoas,mas principalmente por mim. Isso começa por exemplo ao evitarmos pensar que teremos que evitar aquele tio chato apenas por que ele vai fazer a piadinha do pavê ou pra cumê,enquanto a sua tia pergunta das namoradinhas e algum filho da mãe vai relembrar em quem você votou ou não para presidente.

Sinônimo de crise e discussão? Que tal então mudar o jogo, ver as coisas de outra perspectiva,com outros olhos. Talvez seja um grande momento para exercitar uma nova e boa faceta que é a da diplomacia,afinal brigas não vão te levar para lugar nenhum.

Pode ser uma bela hora para se calar e não dizer nada que não seja gratificante o suficiente pela data em que vivemos. É natal e não um palco para ringue de palavras e ver quem sabe mais sobre a forma de contornar a crise,arrumar o país ou como botar aquele primo distante nos eixos já que o durante o ano todo o molecote resolveu dar sustos na família inteira.

A noite do dia vinte e quatro de dezembro há muito deixou de ser apenas uma confraternização pacifica para saborear as mais deliciosas comidas e trocar presentes de bom grado, infelizmente há quem não releve o que se passou e não se permita fazer de um dia tão importante um dia feliz.

Que a essência do natal permeie nossas casas não só na data,mas também durante todos os dias do ano para que possamos compreender que as pessoas se desentendem,mas são parte importante de nossas histórias de vida,são todos família que de uma forma ou de outra estarão juntos ao fim das contas,seja ao redor da mesa da ceia ou ao longo de diversos dias de vida.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

O melhor está por vir



Dizem por aí que quem procura acha, logo se esperarmos sempre o melhor e partimos em busca desse objetivo a chance de que isso aconteça torna-se maior,contudo não se exalte,a possibilidade de dar certo pode trazer uma ansiedade exacerbada e nem tudo tem tempo certo para acontecer e para que não pulemos etapas é preciso calma.

Desperdiçar o seu tempo com nervosismo não compensa,até por que um momento apesar de único e importante jamais será mais importante do que um momento de mau humor,isso acontece,parta pra frente.

Quando nos exaltamos acabamos por perder o controle de nossos sentidos e perdemos o senso e o caminho que temos a trilhar,além é claro de toda a dificuldade em voltar a si. Como voltar para aquilo que não existe? Como retomar o caminho daquilo que sabemos ser inexistente?

Tudo de bom vai acontecer, as coisas melhorarão a seu tempo, mas é preciso que você passe a limpo todas as suas confusões e siga em frente. Ria,chore,grite,mas siga.

Os pensamentos ruins obviamente vão surgir, aparecerão aos montes em sua frente e tentarão lhe tomar a cabeça e a frente de seus ideias e de sua caminhada,mas devem ser combatidos como o bom guerreiro de combate,com um dia após o outro,segundo após segundo, valorizando sempre a vida que é o nosso bem mais precioso.

Nada acontece por acaso, o destino está escrito,fadado a acontecer e podemos até mudar o nosso destino,mas é um trabalho diário,existente a cada instante dessa nossa sagrada existência na terra.

Não tenha pressa,as coisas vão acontecer,sem a pilhagem de que tudo tem de ser para agora, dê tempo ao tempo e ele irá lhe ajudar, procure ser sereno,calmo e tranquilo e as coisas vão acontecer.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Tudo passa,se não passar você se acostuma


Depois de uma certa idade passamos a acreditar que sabemos mais do que realmente sabemos. Decerto que aprendemos muito sobre a vida e sobre os relacionamentos que elas nos trazem e sobre a forma que eles agem em nossas vidas.

Apesar disso nem sempre é possível se viver de tudo. Ouvindo mais as pessoas veremos que alguém sempre terá um relato fantástico de algo que você jamais imaginou ser possível a ponto de se surpreender com um pouco de tudo e nada daquilo que está habituado.

Foi ouvindo histórias que aprendi que os sentimentos vão variar de acordo com as experiências, da mesma forma que sempre haverá um pequeno gatilho responsável por nos fazer modificar nosso jeito de ver as pessoas e o que sentimos por elas.

Relacionamentos tem lá um que de cíclico,como se as coisas se repetissem,mas tendo um nó a mais para se desatar aqui,ou um fio mais extenso em outra ponta. Os períodos variam,mas até chegar ao fim os passos são muito parecidos ou iguais para todos.

Se pararmos para pensar.quando abandonamos um determinado relacionamento assumimos primeiro o luto pelo término ou uma felicidade esfuziante por que ele chegou ao fim. Passamos então a digerir a forma que saímos de uma rotina, do estar com a pessoa e fazer parte da vida dela.

Se sentirmos algo ainda pela pessoa a dependência pela parte que lhes cabe em nosso peito é ainda maior,afinal ainda não compreendemos os por quês do fim,pior ainda pensar que essa pessoa terá de perder o lugar que ela adquiriu dentro de nós.

Na ânsia de conseguir fazer passar passamos a guerrear com nós mesmos,a desejar que esse processo de arrancar a pessoa de dentro de nosso peito passe o mais rápido possível.E quando a ficha caí? Quando é que encararemos a dura e fria realidade que nos mostrará o mundo sem aquela pessoa.

Devemos aprender a lidar com a dor da ausência, da falta,criar uma casca absoluta que nos faça acostumar a viver sem aquilo que antes era presente e constante e que agora se tornará mais uma página virada.

Ao tentar preencher esse buraco passamos então a avaliar novas estimativas,novas pessoas, buscar aquilo que supostamente nos falta na imensidão que o mundo é acaba por nos pressionar a resolver problemas que não existem ou aniquilar lembranças que ainda permeiam nossa vida e a nossa cabeça.

Nós nos cobramos demais e se pegar bem a verdade,lá no fundinho mesmo, nós não esquecemos ninguém,não perdemos a lembrança de ninguém que habitou nossa vida e convívio de uma forma relevante. A gente segue em frente e se acostuma com as pancadas,deixando as cicatrizes de nosso passado fechadas para quem sabe um dia lá na frente por um acaso elas se abrirem e sangrarem por aquilo que já nem nos doía mais.

Aos poucos você vai notar que o amor não chega quando a gente está lá de braços abertos para ele. O amor apenas chega e vem ao nosso encontro,muitas vezes até quando estamos lá distraídos ou em franca negação de que ele possa nos pegar de jeito novamente.

Com sorte você vai conseguir pegar esse amor também,sentir ele como ele merece ser sentido ou não, vai apenas aproveitar aquele momento para se acostumar com mais uma ponta do amor. 

O que interessa é cuidar do seu peito ferido, do seu coração aberto e talvez até quebrado já que independente de quantos amores vierem e da força que eles tiverem você deve cuidar da única pessoa que fica após tudo isso. Você mesmo.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Eu não queria sentir a sua falta,mas...



Eu não queria sentir isso
Eu não queria ter de admitir
Eu não gostaria de me sentir assim, mas meus olhos entregam até mesmo aquilo que eu não me atrevo a dizer.

Vez ou outra eu acabei por notar que sentia a sua falta. O pensamento lá longe vinha caminhando devagar e quando demos por nós lá estava você na linha de frente de tudo o que eu pensei.

De certa forma era bom pensar em você e saber que você está bem, por outro lado era ruim recordar aquilo que já não está mais lá. O melhor caminho para resolver isso seria esquecer, mas não é essa a vontade.

Ao tentar esquecer pendemos na balança.
Colocamos ali os prós e contras que teríamos para que tudo isso desse certo.
Por um lado todo o seu crescimento pessoal e o sentimento que os envolvia,enquanto do outro teremos as desavenças,as rusgas e todo o processo que envolveu o teórico fim.

Digo o teórico fim,pois não sabemos se realmente terminou. Não sabemos ao acerto o quanto de amor ainda pode existir para que as pessoas voltem a se encontrar,tampouco sabemos o por quê de se abrir mão desses sentimentos.

Você me abriu o leque
Foi você quem me fez arregalar os olhos e constatar o que era o sentimento
A todo o momento era ela quem lhe fazia crescer.

Você vai tentar fugir de tudo isso
Vai ignorar a força do que sente e os por quês de fazer isso
Mesmo sem compreender,mesmo sem aceitar você ainda vai se lembrar 

É aí que vai doer
É aí que a saudade vai apertar,mas restará apenas falta.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Meu "querido" ex (42)


(Todo mundo já teve um ex não é? Sendo assim,boas e más lembranças dos relacionamentos passados serão contados aqui no Meu "querido" ex, afim de relembrar, rir e chorar de boas histórias relatadas por pessoas que de forma anônima ou não se despuseram a contar suas vidas sem qualquer custo. A todos o meu MUITO OBRIGADO)

"Eu trabalhava no alto Santa Lúcia e todos os dias pegava o ônibus de final a final. 

Logo eu pegava o ônibus com o mesmo motorista. E lá ia eu toda periguete recebendo aquelas olhadas até que ele me pediu meu telefone e eu dei.

Ele me chamou pra sair e eu aceitei. O problema é que ele só largava serviço ás onze da noite.

Aí ele parava o ônibus na minha porta, me pegava e a gente ia. Era o maior mico, mas o importante era sair.

O negócio foi ficando sério, todos os dias ele vinha pela porta da frente e não me deixava pagar passagem, todas as moças que ele conversava queriam me matar e ele nada de me levar na casa dele.

Isso foi me intrigando e resolvi perguntar pra ele o por que dele não me levar lá.

Ele falava que morava com a tia e que não dava pra levar até que um belo dia ele resolveu me levar, mas a gente só poderia ir pro quarto dele e de madrugada.

Entrávamos quase que engatinhando até que ele um dia abriu o jogo.

Ele era noivo e a noiva morava no prédio de frente.

Fui me afastando dele e ele atrás de mim a ponto até de chorar na porta da minha casa até que comecei a namorar com outro cara e ele foi na minha casa levar uma cesta da cacau show e um telefone novo.

Sim,ele levou um celular e me pediu pelo amor de Deus para que eu não largasse dele, mas sumiu.

Depois de quatro anos ele apareceu aqui perguntando como eu estava, falando que sofreu muito e me chamando para sair por que não estava mais noivo.

Não aceitei e nunca mais o vi depois disso."

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Minha nada doce ansiedade



Digamos que eu nasci para mudar o mundo, mas eu nunca quis mudar o mundo de todos, eu quis começar de mim para só depois ir modificando o dos outros, de modo que eles fossem se moldando ao meu mundo.

Acontece que eu queria isso rápido,ágil,prático,para ontem como diriam alguns, contudo nem tudo pode ser ao meu tempo, as coisas tem tempo próprio para acontecer.

O mundo não resiste a um bom desafio e eu sou do tipo que não enfrenta ninguém,mas adoraria.

Em compensação quando eu não faço ou quando eu não desafio sou o primeiro a ansiar participar,ansiar fazer,ansiar estar dentro daquilo para logo depois estar fora.

Parece me consumir por dentro,mas me desgasta além do externo,além do que possa parecer fácil e aceitável.

Eu não quero que tudo se resolva tão devagar,mesmo que tudo pareça andar a passos largos para mim parece que o relógio entrou em um stop motion e que quando ele resolver andar sairá em disparada.

O tempo não é meu amigo, na verdade ele não é amigo de ninguém. O tempo é aquele que se adapta a si mesmo e demonstra estar de acordo apenas com as próprias regras.

Enquanto isso vivemos nessa toada. 
Corre daqui,corre dali e quando vemos o tempo não parou,não estamos na mesma sequência de segundos que estávamos antes e tudo o que vivemos ficou para trás.

Só espero o pra frente
Só espero o novo e aquilo que virá pelo caminho.
Devagar,rápido não importa. Que venha e venha até a mim que estarei sempre a espera,sempre no aguardo do que virá e sem me importar com o que virá.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Enganos de amor



Não é incomum que passemos boa parte de nossas vidas querendo viver um grande amor do tipo que vemos nas novelas das nove,onde o casal se olha,se encanta e faz da sua vida tudo um pouco para ficarem juntos no fim da história.

A força de amores como esses amores de novela por muito tempo fez com que nós considerássemos que todos os amores poderiam ser assim e com isso passamos a mergulhar de cabeça em nossos relacionamentos a ponto de acreditar que em cada um deles estivemos apaixonados pela outra pessoas e que eramos igualmente correspondidos.

Nossa infância e criação pode ter feito parte dessa fé nas relações eternas e nos amores incansáveis, imaginar as borboletas no estômago apenas por olhar para a outra pessoa,assim como perder a voz e suar frio sem saber o que mais fazer para agradar aquele a quem se ama. 

Com certa idade aprendemos que certos "sintomas" como esse podem ser adquiridos mais como uma ressaca seja ela de cerveja ou moral do que propriamente pelo amor que possamos sentir por outra pessoa. Da mesma forma que suar frio e perder a voz pode ser apenas nervosismo,ansiedade,depressão e diversas outras síndromes que certamente não tem nada de belo como o sentimento a qual chamamos de amor.

Logo passamos a notar que tudo aquilo que víamos nos filmes para representar a sensação de estar apaixonado era na verdade fruto de um pensamento coletivo de que certos sintomas vão fazer de nós uma pessoa apaixonada,mas na verdade não é isso.

Claro que as sensações citadas acima podem existir para o lado bom da coisa e ainda bem que é assim,mas pense que quando eles assim ocorriam estavam sempre atrelados a presença de outro alguém. 

Mas pera lá e o que podemos fazer quando não há outra pessoa? Ignorar a presença do amor no mundo? Fingir que ele não existe e nem nunca vai existir? Sinto lhe informar,mas o amor lhe enganou, ou pelo menos não foi compreendido como se deve.

Digamos assim que o amor não vem de lugar nenhum,ele não é acompanhado e carregado por outra pessoa. Ele está ali,dentro de nós,como sempre esteve e vez ou outra resolvemos doar todo esse amor para alguém. As vezes em pequenas doses em outras vezes em doses cavalares, portanto o amor não é trago por alguém,ele sempre existiu dentro de nós e vamos aos pouco dosando ele de acordo com a situação e muitas vezes sem todo esse controle.

Mesmo sem perceber você já deve ter tido maravilhosos momentos onde o seu amor próprio valeu todo o seu tempo e energia a ponto de coisas simples e comuns se tornem prazerosas para você e com isso você materialize o amor de dentro de você para o mundo,da mesma forma que acaba refletindo esse amor em outras pessoas.

Generalizando a coisa toda não precisamos de ninguém para despertar o amor que está em nós,mas claro que é possível que outra pessoa seja o gatilho para que o amor presente dentro de nós desperte,dessa forma você se sente livre para amar alguém e ao mesmo tempo feliz por poder propagar o seu amor para outra pessoa.

Precisamos cada vez mais entender que o amor que nos torna felizes é o nosso e que nos o fazemos todos os dias sendo que ele jamais será encontrado exteriormente para vir para dentro,entretanto ele poderá dar lá suas voltas,perambular um pouco para quem sabe,assim despretensiosamente encontrar um outro amor tão bacana quanto o seu,para juntos partilharem o sentimento e serem felizes a sua maneira. 

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Ostra feliz não faz pérola



É normal que você nunca pense no quanto a dor e o sofrimento possam fazer por sua vida não é mesmo? Ou o quanto você pode se desenvolver mesmo dentro do seu pior pesadelo. O que você tem feito das suas dores? Quais as marcas cicatrizadas em sua alma? De que forma você se saí após toda a chuva torrencial sobre a sua vida?

Rubem Alves escreveu um livro conferindo essa temática. O afamado "Ostra feliz não faz pérola" ou como o próprio autor define o título: "A história onde a ostra para fazer a pérola dentro de si precisa de um grão de areia que a faça sofrer."

Ao sofrer a ostra entende que precisa envolver esse grão de areia pontuda que a machuca em uma superfície lisa que lhe tire outras pontas, logo ostra feliz não faz pérola.

E não é só com ela, mas digamos apenas que as pessoas felizes evadem da ideia de que precisam criar, não sentem a necessidade disso,sendo que o ato criador vem muitas vezes de uma dor,mesmo que essa dor não seja lá aquela dor doída.

As mais belas histórias de amor podem ter um lado ansioso,errático,até mesmo trágico,as boas canções tem letras profundas e retiradas dos confins da alma de quem sofre para compor,até mesmo as pinturas que mais expressam eram oriundas de artistas que se mostravam atormentados, sofridos.

Mas por que para se criar algo fantástico ou digno de admiração é necessária tamanha tristeza? Só poderei criar uma obra prima estando infeliz? Ao que tudo indica sim,mas não é necessariamente uma tristeza eterna,mas pelo menos por uma parte do tempo,até por que a vida é assim,uma hora se está em cima,em outras se está embaixo.

Para que o belo exista é necessário que o feio seja semeado diante dele,assim como os bons momentos devem ser aproveitados em sua plenitude,mesmo que não nos ofereçam nada demais. Eles não vão durar fisicamente mais, contudo serão lembrados por menos tempo do que os momentos tristes.

Não importa o que fizeram com você, O que importa é o que você faz daquilo que fizeram com você, dessa forma teremos uma evolução concreta a partir da nossa dor e sofrimento.

A ostra não podia se livrar do grão de areia. E como ele doía,machucava sua carne macia enquanto as outras ostras,felizes diziam que ela não conseguia sair da sua depressão. Não era depressão,era dor,dor essa que só poderia cessar ao se fazer a pérola.

Não costumamos ver aquilo que vemos realmente,vemos apenas o que somos,aquilo que representamos,mas a real beleza do mundo só é vista por aqueles que já possuem a beleza dentro de si.

Que tal fazer da sua dor a beleza que quer mostrar ao mundo?
Que tal transforma-la em uma pérola?

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Meu "Querido" Ex.Doc (41)


(Todo mundo já teve um ex não é? Sendo assim,boas e más lembranças dos relacionamentos passados serão contados aqui no Meu "querido" ex, afim de relembrar, rir e chorar de boas histórias relatadas por pessoas que de forma anônima ou não se despuseram a contar suas vidas sem qualquer custo. A todos o meu MUITO OBRIGADO)

"Hoje em dia parando para pensar avalio que provavelmente só nos demos bem quando ainda não namorávamos,tanto que quando passamos a namorar acredito que brigamos praticamente durante todo o namoro.

Os motivos variavam,mas eram quase sempre por motivos bobos,coisa atoa mesmo. Era um comentário avulso que tínhamos com algum amigo,ciúme de ex ou até de alguém que nem tinha nada a ver com a gente,noivado não concretizado e de tudo um pouco.


Me lembro uma vez que ela dormiu na minha casa o fim de semana todo,saía junto comigo apenas para trabalhar e voltava junto comigo,por que sem entrar em casa eu ia busca-la na casa dela.


Então foi um fim de semana naquela rotina. Cheguei do trabalho com ela,ficamos em casa juntos e dormimos por lá,saí sábado pela manhã com ela e retornei a noite,mesma coisa no domingo e na segunda chegamos até a minha casa com uma amiga em comum e ficamos sentados na cama,conversando,rindo essas coisas.


O curioso é que durante todos esses dias com ela dormindo lá,sempre foi ela quem arrumou a cama,ela trocava os lençóis,algo alias que ela maníaca por limpeza daquelas metódicas fazia sempre.


Nossa amiga foi embora,ficamos na casa e então dormimos por lá para sair na segunda feira de manhã.Voltei junto com ela pra minha casa e enquanto estava no banheiro deixei ela lá sozinha no quarto mexendo no celular ou algo assim.


Quando voltei a tromba estava formada e eu lá totalmente inocente,sem fazer ideia de por que a cara dela estava fechada,já que tínhamos passado um fim de semana de certa forma em paz até que ela abre a mão e fala: "E esse brinco?"


Eu devolvi a pergunta ainda meio que sem entender: "Bonito,você comprou?"


Ela por muito pouco não tacou o brinco em mim,mas apenas começou meio que a gritar: "É essas putarias sua,achei esse brinco debaixo do seu travesseiro." 


Finalmente voltando a mim afirmei que se o brinco não era dela,seria então da nossa amiga,mas ela de bate pronto afirmou que nossa amiga não usava aquele tipo de brinco e de verdade eu não fazia ideia daonde surgiu o brinco.


Briga contornada em partes ela seguiu afirmando para boa parte da família dela que eu a traía e em nenhum momento comentou com a nossa amiga sobre a tal briga e o brinco.


Nosso namoro não durou muito,no máximo seis meses e logo em seguida comecei a namorar uma outra garota com quem até me dava bem na época,mas o namoro não durou muito.


Contudo o tempo em que meu namoro durou parece ter sido o atestado de loucura para a minha ex,já que ou ela postava algo nas redes sociais triste e chorosa ou passava a inventar coisas.


Inicialmente ela seguiu amiga da garota do brinco,mas a amizade das duas aos poucos foi se perdendo de modo que pararam de se falar e de repente se tornaram inimigas de uma guerra fria,quer dizer,quase fria.


Isto por que após deixar a amizade com a garota a minha ex passou a dizer que havia me pego na cama com essa nossa amiga e que pegou o brinco como prova. O que obviamente era mentira.

A essa altura eu já estava solteiro de novo e indo aos lugares que costumava ir sem me preocupara com nenhuma ex. Só que essa ex em especial se aproximou muito dos meus amigos,mesmo que não tivesse aproximação o mesmo grau de amizade ela passou a estar no mesmo grupo de whattsapp,ir nos mesmos eventos.

Eu chegava,cumprimentava a todos e nem perto dela chegava,já não tinha nada a ver.

Certa vez então fomos a uma festa na rua de cima da minha casa,muitos amigos,bebidas e em dado momento ela sempre isolada no celular e não interagindo com a galera.

Fui de certo modo legal e conversei o trivial com ela,mas junto com os meus colegas,coisas banais do tipo: Oi,tudo bem,beleza,quer cerveja? Nada muito elaborado,em nenhum momento estivemos sozinhos para conversar.

A festa rolou num domingo e terminou já tarde da noite sendo que tanto a rua da festa quanto a minha rua ficam muito paradas,então há um certo risco de assalto.

Nisso ela chegou para um colega meu que estava acompanhado da namorada e de mim e falou: Vocês podem me acompanhar até a minha casa.

Estávamos todos a pé,naquela época os aplicativos de carona ainda não estavam em alta e então concordamos,até pelo risco que seria.

Subimos para a porta e estamos lá nos despedindo do dono da casa até que a namorada do meu colega já querendo ir embora pergunta cadê a menina pra gente levar na casa dela.

A menina sumiu,não estava lá perto e então passou todo mundo a chamar ela no whatssapp sem receber resposta. Meu colega então pediu pra namorada dele dar uma olhada se ela não tinha voltado pra dentro da casa da festa pra ir no banheiro algo que não tinha ocorrido e então se virou pra mim e pediu que eu ligasse pra ela já que era o único com créditos.

Peguei o telefone e liguei uma vez e nada,liguei na segunda e nada. Nisso ela retornou a ligação e já veio gritando tipo louca: "Eu não vou voltar com você,já te falei que não vamos ter mais nada,você me traiu." Nisso eu apenas comecei a rir e disse: "Era só pra saber se você ainda ia para casa,mas de boa,valeu" e desliguei o telefone.

Meu colega e a namorada só pensaram que era ela louca e seguimos o rumo da minha casa,que era também o rumo da casa dele.

Na esquina da minha casa tem um posto de gasolina que naquele horário já estava fechado e todo escuro. Lá é literalmente a cara do assalto,tendo inclusive um caso de estupro seguido de morte de uma garota naquele local e adivinhem de onde a criatura estava. Justamente lá no escuro,com o celular na mão,encostada a uma das bombas esperando sabe-se lá o que.

Devido ao que ela falou no telefone em estado de loucura total e por realmente tocar o fodas no sentido de boa vizinhança eu apenas passei reto em direção a minha casa. enquanto o meu colega irado brigava com ela por estar naquele escuro e nos fazendo esperar.

Seguimos andando e ela gritando que eu estava tentando voltar pra ela e que ela não queria mais nada comigo,sendo que eu nem mesmo abri a boca,apenas passei. Meu colega e a namorada inclusive desceram comentando que ela estava fazendo aquilo para chamar a atenção.

E de fato era,tanto que pouco depois ela me chamou no whattsapp seguindo com os xingamentos e dizendo que não voltaria comigo,que eu traí e aquele papo de sempre,mas eu não respondi.

Isso por que a carona que ela esperava era de um colega pra busca-la de moto e ir obviamente passar a noite.

Até hoje não sei se ela pensava que eu me sentiria traído ou se seria uma tentativa de vingança por que logo que terminei eu comecei a namorar,mas em momento algum eu pensei em voltar com ela,por que nós não demos certo em momento algum namorando,voltar atrás seria algo fora de cogitação para mim.

Assim como também não fiquei chateado com esse meu colega por ter ficado com ela,pelo contrário,ela passava uma imensa vergonha toda semana em que íamos jogar bola e ela ia até lá para ver o jogo e eu e ele lá nos divertindo horrores enquanto ela achava que a gente brigaria ou sabe-se lá o que mais passou por aquela mente doente.

Hoje felizmente perdi o contato com ela e sei apenas por alto o que ela faz da vida,enquanto eu além de conversar com esse colega com quem ela se pegou após o namoro,assim como outros que ela também ficou apenas segui a minha vida e achei alguém com quem sempre me dei bem,ao contrário dela.

Ah! Como detalhe final,minha colega após um bom tempo foi saber da história que ela teria sido pega na cama comigo e o tal brinco. Ela soube alias em boa parte por mim,já que descobrimos que realmente o brinco era dela e que ela achava que tinha perdido na rua,já que achamos o brinco um dia na minha casa e ainda rimos muito por descobrir que ela contava como se meu pai tivesse aberto a porta para que ela nos flagrasse,sendo que meu pai detestava ela."

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

O meu lugar



Para a geografia o conceito de lugar é aquele onde você tem certa afeição especial após ter vivido um bom tempo lá ou por ter vivido ali uma passagem importante da sua vida que te fará a qualquer momento relembrar cores,cheiros entre outros pequenos detalhes desse lugar atrelado ao seu coração e a sua memória.

Para o sambista Arlindo Cruz conforme retratado na canção "Meu Lugar" esse local seria o bairro de Madureira na zona norte do Rio de Janeiro. Local esse recheado de lembranças para o próprio Arlindo onde pessoas teriam uma ginga diferente em cada andar,com samba até amanhecer e diversas recordações de amores vividos ali,além da esperança de um mundo melhor.

Mas se a Geografia e Arlindo podem teorizar e cantarolar sobre um lugar de coração,por que nós também não poderíamos. Ter aquela recordação fresca na extensa memória afetiva que temos que nos faça deliciar bons momentos em um lugar responsável pela nossa afeição.

Não é raro de encontrar alguém que tenha saudade da casa da avó por exemplo,mesmo que seja apenas as lembranças das gulodices que ela nos proporciona,alguns teriam saudades do colégio onde estudaram por tanto tempo,mesmo que as notas não fossem lembranças tão boas assim.

O ser humano tem por si uma capacidade de relembrar bons momentos através das coisas pequenas como um cheiro comum,da mesma forma que pode repelir o novo apenas por não estar dentro da sua bolha.

Charles Darwin nos brindou com a sua teoria de seleção natural ao apontar que os animais, no caso dele os pássaros e mariposas,por exemplo,para evoluírem precisavam se adaptar ao ambiente para passarem ali a viver de acordo com esse novo mundo.

Obviamente que os seres humanos também se aplicam a esses conceitos, contudo ganhando contornos complexos já que envolvem toda uma vida humana que tende a tentar ser adaptada e moldada em um novo cenário.

Somos predispostos a se acomodar a uma situação,não por desejar ficar na zona de conforto,mas sim pelo temor de dar um tiro no escuro e partir em busca de algo que pode ter tanto o frescor de novo quanto o azedume de algo desconhecido.

Apesar de todo o tom especial que uma lembrança possa nos trazer do local, infelizmente a maioria desses lugares especiais tendem a se perder com o tempo,ou perder esse ou aquele fator que nos fazia lembrar com tamanho carinho daquele trecho de nossas vidas.

Talvez por isso que guardemos em nosso estoque de memórias e em nossos corações os pontos que nos interliguem a um determinado lugar que tem para nós o apreço de ser inesquecível.

Evidente que é para frente que se anda e por mais que as boas lembranças estejam vivas em nossas cabeças não devemos nos prender a possibilidade de que aquele lugar volte a ser uma realidade palpável,até por que o passado não volta.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Coração quebrado



Sabe aquela sensação de que todos estão te olhando.
Aquela sensação de que todos estão cada vez mais te achando louco.

Não há uma maneira menos dura de dizer isso,não há uma definição sobre sexualidade definida ou não,o que se sabe é que é preciso dizer.

Algumas vezes o amor entre nós parece ter se perdido
Algumas vezes você fingiu estar bem enquanto por dentro...

Por que você não colocou pra fora as dores que sentia
Por que você não contou pro mundo o quanto doía.

Não dá pra negar.
Um coração partido doí mesmo
Ele se quebra,parte em vários pedaços,pode acontecer com qualquer um.

O problema é que não sabemos bem lidar com ele
Não sabemos bem o que fazer quando o nosso coração está despedaçado.

Você não está sozinho
Mas você não sabe disso. Quer dizer,você ainda não sabe disso.

Muitas vezes em que você sofreu,gemeu de dor e se lamuriou,você olhou para trás e prometeu para si
É a última vez,mas não foi,nem poderia ser.

Tá liberado sofrer por amor
Tá liberado sentir toda a dor do mundo por que seu coração está partido.
Apenas não finja que não sente dor
Não minta para si mesmo.

Você não sabe,mas as dores não se curam apenas por estar ali
As dores se curam quando passamos a tratar da dor,a lidar com ela.

Nossas cicatrizes só irão finalmente cicatrizar quando não escondermos a cicatriz,quando não escondermos a dor.

Tomara que logo você encontre alguém que junte os cacos do seu coração.
Alguém que possa te ouvir ou pelo menos um amigo que possa lhe dar ouvidos.

Que você encontre alguém que te ame do jeito que você pretende ou que pelo menos seja um amor bonito,mas que se não acontecer assim que você possa entender que mais uma vez não deu.

E quando eu digo compreender eu digo que é para você entender que você não deve se diminuir para o outro crescer,tampouco que não deveria ter assumido o que sentia dando espaço para uma infinita variável que vai do desconforto até a tristeza de não ter o sentimento refletido da mesma forma.

Quando não se é amado e o coração é partido abre-se um caminho para que novas pessoas adentrem e compreendam o brilho do seus olhos,para que compreendam o quão bom pode ser amar você,o quão bom pode ser amar.

Você é fadado ao seu destino
Você tem ele pronto,escrito,preparado para você, falta você descobrir

Explore o mundo
Explore o seu novo mundo

Junte você os cacos do seu coração e deixe que ele se parta e seja remontado infinitas vezes.

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Por que perdemos alguém



É natural que pelo menos uma vez na sua vida você tenha tido uma paixão avassaladora,daquelas onde a cada aproximação da pessoa as borboletas passeariam pelo seu estômago e o ar ficaria rarefeito enquanto o coração parece querer sair pela boca.

Falar uma frase que faça sentido parece cada vez mais difícil e a sua vida basicamente se resume aquela pessoa. É uma questão de tempo para que os seus pensamentos e a sua vida girem apenas em torno de um único motivo.

Vocês passam a ter os mesmos gostos culinários,passam a ouvir as mesmas bandas,frequentarem os mesmos lugares e mesmo que demore um pouco lá estão vocês engatando um namoro.

Talvez seja o rótulo de namoro,mas é fato que de uma hora para a outra a felicidade vai acabar por dar lugar a uma pequena fração de insegurança que poderá aumentar gradativamente até o tamanho de um gigante. E ai vai dar certo?

Ao cometermos o erro de se perguntar repetidamente sobre o sucesso de uma relação criamos para nós a ideia de que realmente não vai dar certo, fabricamos para nós mesmos o fim de nossa felicidade.

Por culpa de nossas influências aprendemos que o amor de verdade bate a porta apenas uma vez, seja pelos filmes românticos,casais apaixonados que acompanhamos em livros que nos incentivaram a ler ou até em contos de fadas onde os príncipes ou se livravam de serem sapos por toda a vida ou do feio e incapaz que conquistava a bela princesa que poderia ora ser salva da torre mais alta ou das mãos de uma madrasta malvada.

Das novelas aprendemos que muitas vezes,se não todas o amor deve surgir a primeira vista,se não vindo a tona de uma só vez ele deve acender ao menos uma faísca onde se perde o fôlego a cada respirar da outra pessoa.

Ilusão ou não, é um tanto egoísta imaginar que a pessoa nasceu apenas para ser sua,apenas para estar com você.

É essa a fonte de onde a insegurança faz morada e se alimenta: A dúvida da reciprocidade, o simples fato de duvidar ou não saber se a pessoa sente o mesmo que você como se fosse possível medir o amor em uma escala ou em uma régua enorme.

A partir daí começa um caminho quase sem volta onde a pessoa sempre estará errada,não gosta tanto de você e provavelmente deve estar em outros braços logo logo,se já não está agora,nesse momento.

Sorrateiramente passamos a imaginar coisas,entramos numa paranoia complexa onde toda a calma e paciência para com o relacionamento e amor que sentimos ou um dia pensamos sentir.

As borboletas no estômago dão lugar a insegurança,o ar rarefeito cede espaço ao ciúmes e aí qualquer sorriso a mais vira tempestade,qualquer aperto de mão se torna um dilúvio. "Já pensou se fala assim com todos?"

O que era leve ganha peso,o que era fácil se torna difícil,imagina então o fardo de não compreender o outro lado,de não saber o que se passa e ao mesmo tempo receber uma pressão quase obsessiva,uma pressão excessiva sobre aquilo que deveria ser comum,rotineiro.

Um pouco de ciúme é bom,apimenta a relação,evita que caía na mesmice e por hora até mesmo reforça o sentimento existente entre as pessoas,contudo,cansa,uma hora extrapola e aí não há sentimento por maior que seja que resista a tamanha quantidade de problemas,tamanha pressão,tamanha imprecisão de sentimentos.

Vivemos em uma sociedade que valoriza o homem que transa com todas e crucifica mulheres dona de seus corpos e que repercutem as suas opiniões e decisões,nesse cenário são muitos os casos onde os homens principalmente usam de diversas artimanhas para duvidar da fidelidade de sua parceira ou para julgar um passado que ela teve ou até não teve enquanto justifica internamente as suas más atitudes.

Todos temos um passado,glorioso ou não ele está lá e ao contrário de um filme onde tudo só é revelado após o clímax ou quando se entra em cena,na vida tudo é posto a prova,as coisas acontecem num ritmo alucinante e sem espaço para intervalos comerciais.

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Meu "Querido" Ex.Doc (40)


(Todo mundo já teve um ex não é? Sendo assim,boas e más lembranças dos relacionamentos passados serão contados aqui no Meu "querido" ex, afim de relembrar, rir e chorar de boas histórias relatadas por pessoas que de forma anônima ou não se despuseram a contar suas vidas sem qualquer custo. A todos o meu MUITO OBRIGADO)

"Tive dois casamentos,uma filha para cada casamento,acredito que o amor não seja daquelas coisas que você chegue e encontre em cada esquina. Você pode encontrar um cara pra ficar ali no barzinho,dar uns beijos gostosos,pra te comer então é mais fácil ainda,mas amor não,esse é diferente.

Fui apaixonada pelos meus dois maridos,mas a relação se desgastou e acabou. Minhas filhas tem uma diferença considerável de idade,então cheguei numa idade da vida em que eu não achei que iria me apaixonar novamente.


Lembro que estava em um dos barzinhos que eu gosto de frequentar quando ele surgiu com mais dois amigos. Não demorou muito pra ele sair da mesa dos amigos e vir pra minha puxar papo e tentar me arrancar um sorriso.


Muito brincalhão,muito falador,ele é daqueles que quer sempre te convencer de tudo,te fazer se sentir a melhor mulher pra dar o bote.


Eu não resisti muito admito,gostei do papo dele,achei que seria só mais um cara de uma noite e logo vi já estava na rede dele,de quatro pela conversa daquele cara e andando para cima e para baixo de mãos dadas como uma menina boba.


A fama dele corria longe,mas pouco me importava,afinal a minha fama também não era das melhores e se de mim não se podia acreditar em tudo o que falavam,melhor não acreditar em tudo o que falavam dele também.


Conheci família,levei minhas filhas lá e logo notei que não poderia ficar sem aquele a quem eu passei chamar de "vida".


Na época eu não estava bebendo,reflexo de um problema que eu havia tido no carnaval onde fui pega numa blitz e acabei perdendo não só a carteira como também passei o maior carão por causa da bebida.


Mas aos poucos,na companhia dos amigos dele eu tomava uma latinha de cerveja sem álcool aqui,outra acolá,coisa pouca mesmo,apenas para acompanhar ele e os amigos sem a necessidade de apenas fazer sala para todos.


Tinhamos toda a receita de um casal explosivo,passamos a beber juntos,a sair cada vez mais juntos,a brigar muito,fosse por ciume das duas partes ou por qualquer outra coisa,assim como tínhamos um tesão de fazer diversas loucuras para saciar a vontade que tínhamos um do outro.


Só que passamos a nos desentender demais,a cada vez mais perder o controle,brigar e ficar dias sem nos falar até que batesse um fraco mais da minha parte do que da dele e voltássemos as boas.


Foram tempos de um namoro de altos e baixos,de uma intensidade incrível onde eu sempre cedia ou era convencida a ceder por que estava loucamente apaixonada. Montamos uma vida juntos,minhas filhas tinham acesso a casa dele,eram tratadas de uma forma maravilhosa,chegávamos até a trocar os carros para que ele usasse o meu que é mais econômico para rodar.


Chegou então o carnaval,vinhamos de um bom tempo sem brigas até que passamos o dia em um bar e depois seguimos para um carnaval no bairro Santa Tereza,meu carro havia ficado na porta da casa dele e aí no meio do carnaval ele simplesmente disse que ia embora e voltar pro bairro.


Só que ele decidiu isso quando eu tinha saído para ir ao banheiro,logo ele me deixou para trás e eu cega fiquei preocupada dele ir com os amigos enquanto eu tinha ficado para trás,resultado,voltei de Uber para o bairro e para o barzinho para onde ele teria vindo.


Quando cheguei no barzinho perguntei para alguns amigos se ele tinha aparecido por lá,ou se já tinha chegado,mas nada dele,não atendia minhas ligações e nem nada,de tão desesperada que fiquei acabei até brigando com uma amiga minha no lugar e de quebra perdi a amizade.


Desci e ele abriu apenas pra me entregar a chave e me dizer que não me queria mais lá e que eu só tinha que pegar as minhas tralhas que estavam na casa dele,mas que ele mesmo juntava.


Nem minhas cadelinhas shit zu ele me deixou pegar,mas claro que eu não ia deixar as coisas assim.


Fui até lá e passei a ligar pra ele pra pegar as cachorras,mas nada dele atender,daí comecei a fazer escândalo,pois sabia que ele estava em casa por quê o carro dele estava na porta,além disso as luzes estavam acesas e os cachorros latiam por que ouviram a minha voz.


Demorou muito,mas ele abriu e mais uma vez se recusou a devolver os cachorros,gritei,esperneei,xinguei muito e até ameacei ir a polícia contando que ele era usuário de cocaína e que constantemente fazia festinha regadas a drogas na casa dele.

Verdade era que esse uso de drogas ele nunca se deixou pegar usando e era apenas uma desconfiança minha,já que direto durante o namoro eu o via com os olhos muito vermelhos e mais agitado e nervoso do que o normal,para logo em seguida cair em pranto como um bebê.

Ele se fez de vítima,mas vendo que o escândalo não pararia e que eu seguiria em frente com a denuncia a polícia deixou que eu levasse os cachorros.

Não nego,sofri,mas sofri muito,assim que virei a casa da rua dele eu custei a chegar em casa chorando por todo o amor que eu tinha por aquele homem que jamais imaginei gostar tanto assim,pelo tanto que me senti usada,enganada e feita de boba mesmo após tanto jurar que não seria.

Ele covarde como sempre passou a falar mal de mim na roda de amigos,pelo bairro,logo arrumou uma,duas,três mulheres diferentes,casinhos,pegadas para comer em dia frio ou outras para tentar tomar um dinheiro que ele não tem e nem nunca teve,mas que fingi ter após torrar boa parte da herança do pai que ainda é vivo e permite que ele more na casa da família.

Com uma dessas tolas que ele enganou assim como eu,logo ele passou a chamar também de vida,logo ele também deu um jeito de arrumar cães da raça shit zu. Tudo para se fazer passar por um cara alegre,brincalhão,um cara família frente a todos. Balela.

O príncipe voltou a ser o sapo,sapo esse que nunca deixou de ser e apenas se maquiou o suficiente para que pudesse me enganar por alguns meses."

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Não se ponha no meu lugar



Chega certa altura da vida onde você de fato perceberá que estar nesse mundo não é nem de longe uma coisa fácil. Quando crianças ainda que por um breve momento chegamos a acreditar que a vida é bela ou doce com um sorvete,mas abrindo as portas do mundo adulto vemos que não é bem assim.

Em meio a tanta vida acabamos por passar inevitavelmente por tristezas,decepções, dúvidas e certas amarguras que não vão passar da água pro vinho ou simplesmente com o raiar do dia.

Dessa forma acabamos presos a um determinado sentimento,seja lá a forma que ele for e recebendo seus prós e contras das formas mais variadas e por difusos espaços de tempo.

E se concluímos que nem nós mesmos compreendemos nossas sensações sobre a vida o que dizer sobre as outras pessoas. Claro que podemos dividir para os nossos as nossas angústias e o que nos aflige,mas infelizmente não será sempre que isso vai solucionar a nossa preocupação,para falar a verdade, na grande maioria das vezes haverá um aumento da ansiedade,uma propagação do problema.

Mais do que aprender a descobrir o que nos aflige e compartilhar. É saber com quem estamos compartilhando nossos sentimentos.

Afinal estamos ali de peito aberto,nos expondo e muitas vezes dando apenas murro em ponta de faca,já que a outra pessoa pouco se importa se vamos nos dar bem ou mal.

Nascemos para ser julgados e mesmo que não queiramos ser,um dia seremos. Os nossos julgadores morais são implacáveis inclusive,dotados de técnica pouco ortodoxa,muitas vezes questionável para um novo julgamento mais adiante,porém com um novo réu.

Acredito que foi meio que nessa toada que me tornei mais ouvinte do que propriamente falante. Não que eu não tenha a opinião a dizer,claro que sei bem me expressar sobre o que eu ouvi,mas entendi que nem sempre quem fala quer ouvir uma opinião,muitas vezes a pessoa está ali apenas para ser ouvida,para impor o seu lugar.

São variadas histórias,cabeludas ou não,não nos cabe julgar tendo em vista que não é a minha história,mas sim a de outra pessoa que se entende melhor com a situação em que está do que eu que apenas ouvi e estou vendo de fora.

O fato de apenas ouvir as pessoas sem emitir diretamente uma opinião não te faz menor do que ela,mesmo que seja algo totalmente controverso a seus ideais,será mais cabível você primeiro ouvir,ponderar os pontos para só então emitir a sua opinião e entendendo que muitas vezes a pessoa lhe deu ali uma opinião dela,única e exclusivamente.

Ao abrir o coração ou ao contar histórias para alguém, vemos ali a força das palavras,ditas as vezes de forma clara,direta ou subliminarmente. Tem quem fale apenas com o olhar e que deseje de forma ardente ser compreendido e não repreendido por um caminhão de novas palavras em contraponto a seu dizer.

Livre Arbítrio,opinião própria,são diversos fatores que vão carregando as pessoas de experiências próprias e que não podem avaliar ou dimensionar o que uma outra pessoa passou ou vive.

Existem jovens com mais experiência,vivência e rodagem do que muitos senhores de cabelos brancos,existem pessoas que não viveram e que vão teorizar muito para fazer da sua experiência a experiência dele. Isso não é resolução de problema,não é apontar um caminho,mas sim,comparar com o que já foi vívido e inflamar ali uma nova opinião.

Precisamos falar,fomos feitos para isso,mas como dito,precisamos saber a quem falar e a quem recorrer,até para que não percamos de vez a essência,o crédito total de que o ser humano pode fazer isso ou aquilo,até para que o nosso coração se acalente e perceba que pra tudo tem um jeitinho, desde que se saiba com quem se pode contar.

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Saudade faz lembrar



O mundo é bem pequeno se visto pelos olhos da saudade,ela encurta espaços,aproxima aquilo que está longe,quando ao mesmo tempo ela lhe lembra que você não tem ou não está mais perto o suficiente daquilo que sente falta.

Talvez por isso não gostemos de sentir essa saudade.
Talvez por isso não queiramos sentir a saudade que sentimos.

O que dizer então do medo que sentimos quando ela vem nos visitar antes de dormir.

Aí que bom seria se toda saudade fosse passageira,ou tivesse apenas o ardor de um beijo curto,daqueles que nos toma e faz parecer contínuo,eterno.

Será que é tão difícil assim que naquele mínimo espaço entre o amor e a saudade exista apenas a alegria de termos vívido o que hoje sentimos falta.

Andamos todos os dias de mãos dadas acompanhados por um belo lar a qual chamamos de vida, mesmo assim nos perdemos dela algumas vezes e nos faltam dizeres para que possamos encontrar o rumo de volta para junto dela.

Os sentimentos se ressaltam,dão um tempo ás vezes,noutras vem logo de imediato e ficam em uma oscilação de ida e volta. Passamos a temer nossos sentimentos, passamos a temer que os sentimentos presentes hoje em nossa vida se percam da gente e deixem de existir ou que simplesmente não nos acompanhem mais.

Somos amor, gostamos de ser,mas não gostamos de não sentir esse amor, logo tememos ser saudosos do amor. Assim é com o amor,assim é com todos os outros sentimentos que nos adentram.

Lutamos contra nós mesmos,contra o que sentimos e entramos numa perdida batalha contra o tempo, onde tentamos com que o passado se torne o presente e que o futuro se torne a representação de um presente que sonhamos. Confuso não é?

Confusão se dá por que o passado não vai voltar. 
Por mais que criemos um cenário semelhante,afinal igual nunca será.

O mundo não permite. 
O tempo muito menos.

Então passamos a não entender. Passamos a não compreender e nem ao menos tentar entender.

Aos poucos então deixamos de expressar os sentimentos. Não por que não sabemos sentir,mas sim por temer que o sintamos.

Dessa forma os represamos dentro de nós,algumas vezes o revelando com os olhos, noutras dizendo uma ou duas palavras perdidas,mas o que importa? 

Podemos ser visita,podemos ser moradores,mas seremos sempre o abrigo de nossos sentimentos e vez ou outra abrigaremos ainda uma pequena grande porção de sentimentos alheios.

Ah como eu queria me dividir,multiplicar corações de modo que nosso coração tivesse como única função não física,amar e que se desse, por ventura um outro existisse ou pudesse ser reservado para uso vez ou outra,este também seria responsável apenas por amar.

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

O alto preço da honestidade



Era comum quando crianças que nossos pais nos dessemos inúmeras formas de se praticar a honestidade para com eles e também para com os nossos coleguinhas. Ensinavam a não mentir,não trapacear,diziam que podíamos mexer apenas nas nossas próprias coisinhas e que mexer nas coisas dos outros era feio.

Pode ser que algum dia você tenha levado por engano um lápis ou uma borracha do coleguinha por engano ou por mero esquecimento de devolver e lá estavam nossos pais a afirmar que logo que o avistássemos o dono o objeto deveria ser devolvido,quando já não o avisávamos por telefone assim que o objeto era descoberto.

Havia ainda a bendita lógica do achado não é roubado que a todo o custo nossos pais se esforçavam para evitar que adquiríssemos. Eramos incentivados a manter uma postura correta,retilínea diante da sociedade e pouco importava se tínhamos muito ou pouco dinheiro. Ser honesto era mais do que um troféu,ou um rótulo,era obrigação.

Ainda pequenos,acreditávamos que todas as crianças eram educadas da mesma forma,seguindo as mesmas regras que se quebradas causariam punições diversas e das formas mais horrendas que uma criança poderia imaginar.

É realmente uma lástima que nem todos os pais fizessem isso,lástima maior ainda pensar que a honestidade,tida como obrigatória para a família de alguns foi relegada ao canto de alguns lares.

Existem aqueles a qual a honestidade se tornou um artigo qualquer,daqueles que pouco importa a sua utilização ou não,de forma que socialmente as pessoas se tornem reféns de atitudes pouco admiráveis e as quais acabam sendo tidas como comuns aos olhos de todos a ponto de já não indignar mais aqueles que foram programados para ser honestos.

São pequenas coisas. Um troco a mais embolsado aqui,sentar-se na cadeira do idoso e fingir um cochilo,carregar uma criança que não é sua para ganhar a preferencial das filas e a imensa vontade de ser mais do que os outros, a grossa mania de levar vantagem para casa,independente do que ela acarreta.

A honestidade cobra um preço alto, preço esse que as pessoas comuns não querem pagar ou fingem esquecer. 

Vale lembrar que estamos aqui a citar apenas aqueles pequenos gestos, fragmentos menores de desonestidade sendo que não será preciso citar aqui atos políticos, já que neles a desonestidade impera sem deixar de ser tão nociva e tóxica quanto os pequenos gestos.

Conta-se uma leve mentira aqui, se faz de rogado ou de bobo por outro lado e logo passamos a crer na mentira contada como se de alguma forma mágica ela tomasse forma de verdade absoluta, ou uma verdade torta, mas isso não acontece.

A criação de todo um enredo onde a mentira se encaixe pode aliviar a consciência por um ponto,mas não perdura, já que as pernas da mentira não a levarão ao longe e um dia ela será alcançada pelas longas pernas da verdade. Precisamos fazer da honestidade algo a ser admirado,mesmo que não exista quem a admire no momento,ainda que não existam para nós benefício em ser honesto.

Precisamos fazer com que a honestidade se torne de novo não algo obrigatório,mas que seja algo comum,algo a ser feito e que nossas crianças entendam isso para que transmitam a seus filhos e depois aos filhos dos filhos.

Honestidade sim deveria ser contagiosa,ou pelo menos herdada no nosso DNA,quem sabe assim não seria necessário a vida ser tão dura e nos punir com suas rasteiras. Para que o mundo vire um lugar mais admirável é melhor que a honestidade passe a vir de berço e que o preço por ela,mesmo que alto seja pago,dessa forma sempre sobrará um troco para nossos descendentes pagarem o preço deles em ser honesto de verdade.




quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Meu "Querido" Ex.Doc (39)


(Todo mundo já teve um ex não é? Sendo assim,boas e más lembranças dos relacionamentos passados serão contados aqui no Meu "querido" ex, afim de relembrar, rir e chorar de boas histórias relatadas por pessoas que de forma anônima ou não se despuseram a contar suas vidas sem qualquer custo. A todos o meu MUITO OBRIGADO)

"Depois de um tempo de vida, uma mulher acaba por se acostumar a não procurar o príncipe encantado que vai vir te buscar num cavalo branco e te fazer ter um final daqueles de conto de fadas,felizes para sempre.

Após a decepção com o pai da minha filha eu meio que desisti de acreditar nos homens,mas o que não significa que eu não possa ficar com eles ou tentar uma relação,mas na época eu estava ainda mais descrente dessa ideia do que hoje.


Eu trabalhava numa fábrica de tecidos perto da casa onde eu morava e por morar perto eu ia andando até lá. Certa vez do nada um cara que estava fazendo caminhada sozinho passou por mim e mexeu comigo,mas eu não dei muita ideia.


No dia seguinte, lá está o cara passando por mim novamente e mexendo e assim foi por quase duas semanas,até que um dia não sei por quê exatamente ele falou algo que me fez rir e olhar ele passando.


Foi quase que uma senha pra ele me parar e perguntar quase minha vida inteira enquanto me seguia até a porta do meu trabalho.


Passei pra ele o meu telefone e já combinamos de sair pra comer uma pizza e tomar uma cervejinha.


Dito e feito,ele me ligou,mas minha filha acabou por não ir pra casa do pai então falei com ele que não daria pra ir,afinal minha filha estaria junto e tudo.


Ele foi muito solícito e de imediato estendeu o convite pra minha filha,assim com imensa tranquilidade e de forma efusiva.


Para um primeiro encontro foi algo meio diferente,afinal acho que minha filha nunca havia participado de nenhum encontro meu,então foi meio que ele tentando bater papo com a minha filha e ao mesmo tempo usando de bom humor para dar em cima de mim.


E admito,ele me fez rir muito aquele dia,enquanto minha filha embora estivesse gostando do jeito dele tentasse a todo custo se manter séria como se estivesse impaciente.


Passamos após isso a sair algumas vezes durante a semana,outras nos fins de semana e por algumas vezes eu o convidava para ir até a minha casa para bater papo,jogar conversa fora,mas até então ainda não havíamos ficado nenhuma vez.


Me lembro que só fomos ficar a primeira vez quando ele me chamou para uma espécie de resenha na casa dele com alguns amigos e após alguns drinques e muito bate papo finalmente me entreguei.


Não demorou muito para que iniciássemos um namoro,famílias apresentadas,minha filha curtindo o padrasto,eu sempre indo a casa dele,ele muitas vezes dormindo na minha casa.


Ia tudo muito bem até que passei a notar atitudes um pouco estranhas que acabavam por resultar em discussões por ele não concordar com a minha opinião.


Batíamos de frente mesmo. Ele sempre falante tinha mil e uma explicações para o que quer que seja e se agitava de um lado para o outro quando eu era contrária a ele.


Tanta agitação passou a me fazer crer que ou eu estava sendo chifrada ou ele usava cocaína,o que também não impedia que as duas coisas estivessem ocorrendo.


Brigas intermináveis até que a mãe dele veio a falecer.


Ele,filho mais novo foi talvez aquele que mais sentiu o baque e o ajudei muito a superar o momento até por que a mãe dele era uma pessoa muito querida por mim,mas acredito que foi após a mãe dele que ele mudou ainda mais o comportamento.


Foram muitas vezes em que ele chegou alterado na minha casa. Inicialmente acreditei que ele estava apenas bêbado,talvez ainda muito abalado pela morte da mãe e talvez por isso eu não quis acreditar naquilo que estava diante dos meus olhos.


A gota d'água foi quando marcamos de ir em uma festa de aniversário de um sobrinho meu. Marcamos ás oito horas na minha casa para ir até lá e ele simplesmente desapareceu,sumiu,evaporou.


Não atendia minhas ligações,mensagens e na casa dele ninguém sabia dizer onde ele estava.


Com muita raiva fui para a casa do meu irmão a pé com a minha filha para ir até o aniversário e ele sem me responder. 


Cheguei por volta da meia noite em casa e pouco depois que a minha filha dormiu escutei alguém me gritando do lado de fora de casa. Vi que era ele,mas estava com muita raiva para atender sendo que ele nem se dignou a me ligar antes.


Mas ele não desistiu e cada vez mais passou a esmurrar o portão.


Na época eu morava numa espécie de lote com mais três casas,sendo a minha a penúltima casa,logo a chance dele acordar as outras pessoas do lote e a vizinhança aumentava a cada grito que ele dava.


Resolvi sair e a pessoa que eu vi ali realmente me fez lembrar o por quê eu não acreditava e não acredito mais nos homens.


Sem camisa,apenas com uma bermuda,carro aberto com o som ligado,agitado a mais do que o seu normal e os olhos totalmente avermelhados.


Ele veio logo querendo entrar,mas foi impedido por mim,primeiro pelo horário,segundo pela raiva,terceiro pelo estado de transtorno em que ele estava.


Disse adeus e mandei ele embora.


Foram milhares de ligações até que decidi desligar o telefone.


Na manhã seguinte ele já estava na minha porta tentando uma reconciliação,resolvi não ceder até que três dias depois recebi uma ligação da irmã dele a quem eu tinha muita consideração.


A irmã dele me disse que eu fazia muito bem pra ele e que eu deveria ficar com ele e de certa forma me convenceu a reconciliar.


Como toda volta de namoro,foi tudo lindo. Ele voltou a ser brincalhão e parou de sumir ou de aparecer transtornado na minha casa,até por quê ficava praticamente o tempo todo por lá,exceto quando estava trabalhando.


Contudo passei a reparar que todas as vezes em que eu chegava na casa dele para os encontros da família havia meio que um segredo entre eles para que eu não escutasse.


De início tudo bem,afinal a matriarca da família tinha morrido,ainda havia muita dúvida sobre a questão de inventário,o pai ficando cego e a dificuldade pra achar alguém pra cuidar e nisso eu ficando quieta.


Uma vez em certo fim de semana meu então namorado teve uma sonora briga com seu cunhado,marido da irmã dele que me aconselhou a voltar,sendo que eles sempre meio que se estranharam,mas havia apenas pequenas rusgas nada demais,só que em dado dia a coisa saiu do controle e eles só não chegaram as vias de fato por que foram controlados pela família.


Eu nem imaginava o motivo da briga e reparei que apenas eu não sabia,por que após esse fato,direto era um chamando meu namorado pra conversar de canto,o cunhado que quase sempre ia na casa da família ia no bar da frente mas não entrava na casa,então percebi que ficou meio estranho a coisa toda.


Questionei meu namorado,mas ele me disse que era loucura do cunhado,que não tinha nada,que o cunhado era folgado e desviou do assunto.


Pensei em questionar o cunhado sobre o por que da briga,até como pretexto pra que eles voltassem as boas e tudo mais,afinal o cunhado ainda me cumprimentava de longe quando me via e a esposa dele,minha cunhada conversava comigo normalmente,mas sem em nenhum momento citar o possível motivo da briga.


Tivemos então um dia dos pais onde a família toda se reuniria no bar da frente da casa do meu namorado para festejar o pai deles e ter um almoço especial. Meu namorado trouxe a filha dele,eu deixei a minha filha ir pra casa do pai,tudo perfeito e lindo,então reparei que o cunhado ora ficava na parte interna do bar e no pouco que vinha a mesa para conversar com o outro cunhado da família ou para falar algo com a filha dele sentava-se em local oposto ao meu namorado,quando sentava,afinal em muitas vezes ele preferiu conversar com outros clientes sentados do lado de fora ou com o garçom.


Achei aquilo estranho,mas passou. Quando entramos pra dentro da casa vi que a filha do meu namorado meio que chegou pra ele e falou: "E meu irmão?"


Estranhei,por que ela sempre tratou bem a minha filha,as duas por serem quase da mesma idade brincavam bastante,mas não tinha nenhum irmão,não havia um filho do meu namorado.


E tampouco eu estava grávida de um menino,logo havia algo que eu não sabia na história toda.

Estava na cozinha ajudando minha cunhada a lavar uns pratos quando meu namorado entrou e eu fui direta: "Irmão!? Quem é a mulher que vai dar pra ela um irmão?"  Sendo que ainda fui condescendente em perguntar se a mãe da menina teria um filho.


Ele titubeou,não tinha mais para onde correr,até que a irmã dele saindo da cozinha disse: Conta pra ela


Me subiu a raiva de ser enganada,agora era saber ou saber,não tinha mais o que esconder e ele ainda sim tentava dizer que não havia nada.


Ele começou a falar...


Anos antes ele teve um rolo com a irmã do seu cunhado,esse rolo gerou frutos,um menino,que hoje tinha um ano a menos que a filha dele. Ou seja,levando em conta que ele só se separou da mãe da filha quando a menina tinha lá seus quatro anos,o chifre comeu solto.


Só que a mãe desse suposto novo filho de início não queria contar quem era o pai,até que o garoto cresceu e passou a perguntar e ela finalmente soltou quem era o pai. O cunhado veio na busca de um DNA e meu namorado se recusou a fazer o teste,daí a evolução das rusgas para a briga mais forte,afinal sempre houve a desconfiança de quem seria o pai.


Fui enganada por tanto tempo que após algum tempo finalmente meu namorado foi convencido a fazer o teste de DNA e finalmente a paternidade foi confirmada,daí a filha dele ficou sabendo que ganharia um irmão e queria conhecê-lo,nada mais justo.


Admito que na hora eu fiquei totalmente aérea,não sabia o que dizer,o que falar,enquanto ele falava,falava e falava tentando fazer o que ele aos amigos chamava de "entrar na mente" Vez ou outra ele me abraçava vendo que eu simplesmente não reagia.


Ainda fiquei na casa ali,sem saber o que dizer ou falar,foram semanas avulsas com ele indo a minha casa e a gente discutindo por que segundo ele eu estava estranha.Discutíamos e ele ia embora.


Semanas depois eu fui até a casa dele para mais um dos encontros da família e finalmente conheci o garoto filho dele. Menino gentil,educado,ainda muito retraído,afinal não conhecia ninguém por ali e acabou brincando muito com a minha filha. Exame de DNA era desnecessário. Ele era escrito e rasgado o meu namorado,só não via quem não queria.


Acho que após isso fui deixando para lá o namoro,já não fazia mais questão,até que aos poucos apenas aguardei que ele fizesse o que sempre fez,até por quê,provavelmente ele seguia fazendo,só que de forma mais escondida.


Não deu outra,um fim de semana ele sumiu,não deu notícias e eu também não procurei,até que ele ressurgiu mais uma vez louco,mais uma vez com cara de dopado e mais uma vez enchendo a vida de desculpas que não se justificavam.


Pus fim na história de mais esse príncipe encantado de forma oficial. Admito que vez ou outra ainda dei algumas recaídas com ele,até por que ele usava um pouco da boa vontade da minha filha que após três anos de namoro se afeiçoou a ele,mas sem chance de volta.

Tempos depois confirmei que ele realmente usava cocaína algo que ele realmente nunca me admitiu e sei que ainda hoje ele promove um pequeno rodízio de mulheres,indo até quando ele se cansa.

Eu por outro lado, me envolvi com um homem maravilhoso com defeitos e qualidades e que me deu agora sim um filho e irmão maravilhoso para minha primogênita."

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Entre as minhas crises


Tempos atrás bastaria abrir a página do jornal e logo veríamos eclodir diante de nossos olhos uma infinita quantidade de crises dos mais variados tipos onde visualmente seríamos estimulados a ver e ler todos aqueles dramas que podem ou não nos afetar diretamente.

As redes sociais e a internet se tornaram um ponto cotidiano mais forte em nossas vidas, hoje já não abrimos o jornal para ver as crises da vida aparecerem diante de nós, elas nos buscam nas ruas,na nossa cama ou em qualquer lugar onde possamos ler através da tela de nossos celulares ou qualquer outro meio que o transmita.

A globalização trouxe o mundo para nós,mas junto com o mundo vem em suas costas os seus devidos problemas,alguns aos quais nem nos informamos direito para tomar conhecimento,mas em geral a maioria terá uma pequena parcela de influência não direta em nossa vida da qual demoraremos para tomar conhecimento.

Contudo,devido ao grande número de informações as quais temos acesso,acabamos muitas vezes por nos esquecer de absorver informações próprias,de olhar para o nosso oculto e nos atentar para nossas próprias crises.

Nos ocupamos demais com o disfarce,com os filtros sobre o que fazer e não fazer,sobre aquilo que nos importa vindo de dentro para fora. O externo não,esse está desenhado e rebuscado em nossas redes sociais dando uma vida ilusória e teoricamente perfeita a frente de nossos "seguidores"

Automatizamos a nossa vida e isso foi ótimo,contudo automatizamos a um ponto em que perdemos a mão,ficamos sem noção dos pontos em que poderemos fugir de uma crise além da tela virtual,aquela crise que visceralmente nos ataca e nos derruba sem dar chances de nos recuperar.

Abre-se a cortina das crises pessoais,da dor psicológica de não conseguir se resolver. 

Do simples ao complicado,do hediondo ao passional. Ninguém está imune. Todos podem gerar suas próprias crises e alguns vão resolvê-las de forma mais adequada,enquanto outros vão penar para se solucionar e se reinventar.

É muito estresse, muita cobrança, muitas delas desnecessárias,incabíveis. Vem a pressão,vem o esgotamento físico e mental de quem se torna ansioso pelo próximo embate,pela próxima topada forte.

Aceleramos tudo,pisando fundo e saindo do limite que pensamos nem existir. 

Pensamos muitas vezes que o dinheiro compra tudo,que ele resolve tudo,mas não é bem assim. 

Tem de haver uma ponta de sanidade. Pés no chão para nos dizer o que fazer e nos manter racionais, dentro da curva.

É quando nos perdemos que as crises dão as caras. Surgem pipocando a nossa frente e quando assustamos elas nos tomam. 

Nem sempre é ruim, muitas vezes aprendemos. Principalmente se no meio de uma dessas aprendermos a olhar para dentro,nos encarar e resolver nossos conflitos ao invés de nos resolvermos entre qual aplicativo abrirmos no nosso novo e potente smartphone.

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

É nos momentos de crise que surgem as grandes ideias


Foi assim,numa das rápidas conversas com um motorista de aplicativo que recebi uma frase dessa estampada na face e percebi que a verdade está aí.

Claro que não é algo tão grande,mas relevante o suficiente para me fazer parar e pensar no sentido que aquilo tudo fez para aquele motorista ou para mim que recebi a informação dele oriunda de uma palestra das mais caras como o próprio me afirmará.

Parei ali para pensar rapidamente que realmente são nos momentos de crise que surgem as idéias inesperadas,aquelas as quais não podemos prever ou pensar muito,mas que se concretizadas acabam por virar o jogo,solucionar grandes problemas ou melhor ainda. Mudar vidas.

Aquele motorista de aplicativo assim como muitos era mais uma vítima da crise que assola o nosso país,onde pessoas se especializam em uma determinada área,fecham com grandes empresas e infelizmente perdem seus empregos ou não conseguem colocação profissional.

Já vi de tudo,mecânico de avião,engenheiro,ourives,vendedor,de tudo um pouco foi perdendo os dotes de seu aprendizado para passar algumas horas a frente do volante recebendo todos os tipos de passageiros para os seus respectivos destinos.

Lidar com o público não é fácil,seja qual for a área. Todos os dias saem de casa pessoas com o pé esquerdo da cama a ponto de querer atrapalhar o destino de outras pessoas que muitas vezes não tem nada a ver com a sua vida.

Não há programação para as rasteiras que levamos da vida,principalmente quando ela vem de integrantes da vida. Elas as pessoas,com seus dons de fazer o bem ou o mau para o alheio, de fazer o bem ou mal até para elas mesmas.

Nem toda ideia é grande.
Nem toda ideia é boa.
Na verdade a grande maioria delas é infeliz,não usual,sonho distante.

Concretizar uma ideia faz com que ela cresça,faz de um ponto em meio ao desespero se torne o sorriso mais adiante revelado pelo momento em que decidimos mudar o nosso destino.

Mas será mesmo? E se for apenas para acontecer,se for apenas aquilo que nos estava reservado e que por uma sorte do destino resolvemos que ia dar certo.

Há quem nasça com um talento nato, um do natural para determinada coisa,mas aquilo não é necessariamente a sua maior fonte de renda.

Vejo aqueles que associam as grandes ideias concretizadas como os sonhos dourados,pior ainda a felicidade.

"Ah a felicidade está por vir"
" Ah felicidade vai acontecer"
"Quando eu realizar eu vou ser feliz"

Uma pena que seja assim. 
Muito mais do que o fim devemos justificar os meios. O caminho percorrido de forma árdua,dura e permeada de bons e maus momentos onde ao final de tudo olhemos para trás e possamos dizer: Ufa! Deu certo!

Não espere a crise para que as ideias venham. As tenha todos os dias,anote para não esquecer,trabalhe para que novas ideias surjam. Não espere e não se acomode com o temporário sucesso, justamente por ele ser meramente temporário e que logo a maré ruim virá.

Calma! Isso não é mau agouro,tempo ruim sobre a sua vida ou algo assim, mas apenas a constatação de que é bom se preparar para que dias ruins precedam e sejam vistos após os dias bons. 

Tudo é fase,seja ela boa ou ruim o tal do destino diz que uma hora a fase passa, o tempo se esgota e aí, vou ficar parado ali de braços aberto aguardando a luz da boa ideia cair sobre a minha cabeça?

Trabalhe por você,lute por seus ideais e quem sabe lá na frente você possa contradizer o motorista do aplicativo em sua frase agora tida como favorita. Eu venci, mas venci a margem da crise, venci e criei fora dela.