sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Por que perdemos alguém



É natural que pelo menos uma vez na sua vida você tenha tido uma paixão avassaladora,daquelas onde a cada aproximação da pessoa as borboletas passeariam pelo seu estômago e o ar ficaria rarefeito enquanto o coração parece querer sair pela boca.

Falar uma frase que faça sentido parece cada vez mais difícil e a sua vida basicamente se resume aquela pessoa. É uma questão de tempo para que os seus pensamentos e a sua vida girem apenas em torno de um único motivo.

Vocês passam a ter os mesmos gostos culinários,passam a ouvir as mesmas bandas,frequentarem os mesmos lugares e mesmo que demore um pouco lá estão vocês engatando um namoro.

Talvez seja o rótulo de namoro,mas é fato que de uma hora para a outra a felicidade vai acabar por dar lugar a uma pequena fração de insegurança que poderá aumentar gradativamente até o tamanho de um gigante. E ai vai dar certo?

Ao cometermos o erro de se perguntar repetidamente sobre o sucesso de uma relação criamos para nós a ideia de que realmente não vai dar certo, fabricamos para nós mesmos o fim de nossa felicidade.

Por culpa de nossas influências aprendemos que o amor de verdade bate a porta apenas uma vez, seja pelos filmes românticos,casais apaixonados que acompanhamos em livros que nos incentivaram a ler ou até em contos de fadas onde os príncipes ou se livravam de serem sapos por toda a vida ou do feio e incapaz que conquistava a bela princesa que poderia ora ser salva da torre mais alta ou das mãos de uma madrasta malvada.

Das novelas aprendemos que muitas vezes,se não todas o amor deve surgir a primeira vista,se não vindo a tona de uma só vez ele deve acender ao menos uma faísca onde se perde o fôlego a cada respirar da outra pessoa.

Ilusão ou não, é um tanto egoísta imaginar que a pessoa nasceu apenas para ser sua,apenas para estar com você.

É essa a fonte de onde a insegurança faz morada e se alimenta: A dúvida da reciprocidade, o simples fato de duvidar ou não saber se a pessoa sente o mesmo que você como se fosse possível medir o amor em uma escala ou em uma régua enorme.

A partir daí começa um caminho quase sem volta onde a pessoa sempre estará errada,não gosta tanto de você e provavelmente deve estar em outros braços logo logo,se já não está agora,nesse momento.

Sorrateiramente passamos a imaginar coisas,entramos numa paranoia complexa onde toda a calma e paciência para com o relacionamento e amor que sentimos ou um dia pensamos sentir.

As borboletas no estômago dão lugar a insegurança,o ar rarefeito cede espaço ao ciúmes e aí qualquer sorriso a mais vira tempestade,qualquer aperto de mão se torna um dilúvio. "Já pensou se fala assim com todos?"

O que era leve ganha peso,o que era fácil se torna difícil,imagina então o fardo de não compreender o outro lado,de não saber o que se passa e ao mesmo tempo receber uma pressão quase obsessiva,uma pressão excessiva sobre aquilo que deveria ser comum,rotineiro.

Um pouco de ciúme é bom,apimenta a relação,evita que caía na mesmice e por hora até mesmo reforça o sentimento existente entre as pessoas,contudo,cansa,uma hora extrapola e aí não há sentimento por maior que seja que resista a tamanha quantidade de problemas,tamanha pressão,tamanha imprecisão de sentimentos.

Vivemos em uma sociedade que valoriza o homem que transa com todas e crucifica mulheres dona de seus corpos e que repercutem as suas opiniões e decisões,nesse cenário são muitos os casos onde os homens principalmente usam de diversas artimanhas para duvidar da fidelidade de sua parceira ou para julgar um passado que ela teve ou até não teve enquanto justifica internamente as suas más atitudes.

Todos temos um passado,glorioso ou não ele está lá e ao contrário de um filme onde tudo só é revelado após o clímax ou quando se entra em cena,na vida tudo é posto a prova,as coisas acontecem num ritmo alucinante e sem espaço para intervalos comerciais.

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