quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Entre as minhas crises


Tempos atrás bastaria abrir a página do jornal e logo veríamos eclodir diante de nossos olhos uma infinita quantidade de crises dos mais variados tipos onde visualmente seríamos estimulados a ver e ler todos aqueles dramas que podem ou não nos afetar diretamente.

As redes sociais e a internet se tornaram um ponto cotidiano mais forte em nossas vidas, hoje já não abrimos o jornal para ver as crises da vida aparecerem diante de nós, elas nos buscam nas ruas,na nossa cama ou em qualquer lugar onde possamos ler através da tela de nossos celulares ou qualquer outro meio que o transmita.

A globalização trouxe o mundo para nós,mas junto com o mundo vem em suas costas os seus devidos problemas,alguns aos quais nem nos informamos direito para tomar conhecimento,mas em geral a maioria terá uma pequena parcela de influência não direta em nossa vida da qual demoraremos para tomar conhecimento.

Contudo,devido ao grande número de informações as quais temos acesso,acabamos muitas vezes por nos esquecer de absorver informações próprias,de olhar para o nosso oculto e nos atentar para nossas próprias crises.

Nos ocupamos demais com o disfarce,com os filtros sobre o que fazer e não fazer,sobre aquilo que nos importa vindo de dentro para fora. O externo não,esse está desenhado e rebuscado em nossas redes sociais dando uma vida ilusória e teoricamente perfeita a frente de nossos "seguidores"

Automatizamos a nossa vida e isso foi ótimo,contudo automatizamos a um ponto em que perdemos a mão,ficamos sem noção dos pontos em que poderemos fugir de uma crise além da tela virtual,aquela crise que visceralmente nos ataca e nos derruba sem dar chances de nos recuperar.

Abre-se a cortina das crises pessoais,da dor psicológica de não conseguir se resolver. 

Do simples ao complicado,do hediondo ao passional. Ninguém está imune. Todos podem gerar suas próprias crises e alguns vão resolvê-las de forma mais adequada,enquanto outros vão penar para se solucionar e se reinventar.

É muito estresse, muita cobrança, muitas delas desnecessárias,incabíveis. Vem a pressão,vem o esgotamento físico e mental de quem se torna ansioso pelo próximo embate,pela próxima topada forte.

Aceleramos tudo,pisando fundo e saindo do limite que pensamos nem existir. 

Pensamos muitas vezes que o dinheiro compra tudo,que ele resolve tudo,mas não é bem assim. 

Tem de haver uma ponta de sanidade. Pés no chão para nos dizer o que fazer e nos manter racionais, dentro da curva.

É quando nos perdemos que as crises dão as caras. Surgem pipocando a nossa frente e quando assustamos elas nos tomam. 

Nem sempre é ruim, muitas vezes aprendemos. Principalmente se no meio de uma dessas aprendermos a olhar para dentro,nos encarar e resolver nossos conflitos ao invés de nos resolvermos entre qual aplicativo abrirmos no nosso novo e potente smartphone.

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