segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Saudade faz lembrar



O mundo é bem pequeno se visto pelos olhos da saudade,ela encurta espaços,aproxima aquilo que está longe,quando ao mesmo tempo ela lhe lembra que você não tem ou não está mais perto o suficiente daquilo que sente falta.

Talvez por isso não gostemos de sentir essa saudade.
Talvez por isso não queiramos sentir a saudade que sentimos.

O que dizer então do medo que sentimos quando ela vem nos visitar antes de dormir.

Aí que bom seria se toda saudade fosse passageira,ou tivesse apenas o ardor de um beijo curto,daqueles que nos toma e faz parecer contínuo,eterno.

Será que é tão difícil assim que naquele mínimo espaço entre o amor e a saudade exista apenas a alegria de termos vívido o que hoje sentimos falta.

Andamos todos os dias de mãos dadas acompanhados por um belo lar a qual chamamos de vida, mesmo assim nos perdemos dela algumas vezes e nos faltam dizeres para que possamos encontrar o rumo de volta para junto dela.

Os sentimentos se ressaltam,dão um tempo ás vezes,noutras vem logo de imediato e ficam em uma oscilação de ida e volta. Passamos a temer nossos sentimentos, passamos a temer que os sentimentos presentes hoje em nossa vida se percam da gente e deixem de existir ou que simplesmente não nos acompanhem mais.

Somos amor, gostamos de ser,mas não gostamos de não sentir esse amor, logo tememos ser saudosos do amor. Assim é com o amor,assim é com todos os outros sentimentos que nos adentram.

Lutamos contra nós mesmos,contra o que sentimos e entramos numa perdida batalha contra o tempo, onde tentamos com que o passado se torne o presente e que o futuro se torne a representação de um presente que sonhamos. Confuso não é?

Confusão se dá por que o passado não vai voltar. 
Por mais que criemos um cenário semelhante,afinal igual nunca será.

O mundo não permite. 
O tempo muito menos.

Então passamos a não entender. Passamos a não compreender e nem ao menos tentar entender.

Aos poucos então deixamos de expressar os sentimentos. Não por que não sabemos sentir,mas sim por temer que o sintamos.

Dessa forma os represamos dentro de nós,algumas vezes o revelando com os olhos, noutras dizendo uma ou duas palavras perdidas,mas o que importa? 

Podemos ser visita,podemos ser moradores,mas seremos sempre o abrigo de nossos sentimentos e vez ou outra abrigaremos ainda uma pequena grande porção de sentimentos alheios.

Ah como eu queria me dividir,multiplicar corações de modo que nosso coração tivesse como única função não física,amar e que se desse, por ventura um outro existisse ou pudesse ser reservado para uso vez ou outra,este também seria responsável apenas por amar.

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