quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Meu "Querido" Ex.Doc (39)


(Todo mundo já teve um ex não é? Sendo assim,boas e más lembranças dos relacionamentos passados serão contados aqui no Meu "querido" ex, afim de relembrar, rir e chorar de boas histórias relatadas por pessoas que de forma anônima ou não se despuseram a contar suas vidas sem qualquer custo. A todos o meu MUITO OBRIGADO)

"Depois de um tempo de vida, uma mulher acaba por se acostumar a não procurar o príncipe encantado que vai vir te buscar num cavalo branco e te fazer ter um final daqueles de conto de fadas,felizes para sempre.

Após a decepção com o pai da minha filha eu meio que desisti de acreditar nos homens,mas o que não significa que eu não possa ficar com eles ou tentar uma relação,mas na época eu estava ainda mais descrente dessa ideia do que hoje.


Eu trabalhava numa fábrica de tecidos perto da casa onde eu morava e por morar perto eu ia andando até lá. Certa vez do nada um cara que estava fazendo caminhada sozinho passou por mim e mexeu comigo,mas eu não dei muita ideia.


No dia seguinte, lá está o cara passando por mim novamente e mexendo e assim foi por quase duas semanas,até que um dia não sei por quê exatamente ele falou algo que me fez rir e olhar ele passando.


Foi quase que uma senha pra ele me parar e perguntar quase minha vida inteira enquanto me seguia até a porta do meu trabalho.


Passei pra ele o meu telefone e já combinamos de sair pra comer uma pizza e tomar uma cervejinha.


Dito e feito,ele me ligou,mas minha filha acabou por não ir pra casa do pai então falei com ele que não daria pra ir,afinal minha filha estaria junto e tudo.


Ele foi muito solícito e de imediato estendeu o convite pra minha filha,assim com imensa tranquilidade e de forma efusiva.


Para um primeiro encontro foi algo meio diferente,afinal acho que minha filha nunca havia participado de nenhum encontro meu,então foi meio que ele tentando bater papo com a minha filha e ao mesmo tempo usando de bom humor para dar em cima de mim.


E admito,ele me fez rir muito aquele dia,enquanto minha filha embora estivesse gostando do jeito dele tentasse a todo custo se manter séria como se estivesse impaciente.


Passamos após isso a sair algumas vezes durante a semana,outras nos fins de semana e por algumas vezes eu o convidava para ir até a minha casa para bater papo,jogar conversa fora,mas até então ainda não havíamos ficado nenhuma vez.


Me lembro que só fomos ficar a primeira vez quando ele me chamou para uma espécie de resenha na casa dele com alguns amigos e após alguns drinques e muito bate papo finalmente me entreguei.


Não demorou muito para que iniciássemos um namoro,famílias apresentadas,minha filha curtindo o padrasto,eu sempre indo a casa dele,ele muitas vezes dormindo na minha casa.


Ia tudo muito bem até que passei a notar atitudes um pouco estranhas que acabavam por resultar em discussões por ele não concordar com a minha opinião.


Batíamos de frente mesmo. Ele sempre falante tinha mil e uma explicações para o que quer que seja e se agitava de um lado para o outro quando eu era contrária a ele.


Tanta agitação passou a me fazer crer que ou eu estava sendo chifrada ou ele usava cocaína,o que também não impedia que as duas coisas estivessem ocorrendo.


Brigas intermináveis até que a mãe dele veio a falecer.


Ele,filho mais novo foi talvez aquele que mais sentiu o baque e o ajudei muito a superar o momento até por que a mãe dele era uma pessoa muito querida por mim,mas acredito que foi após a mãe dele que ele mudou ainda mais o comportamento.


Foram muitas vezes em que ele chegou alterado na minha casa. Inicialmente acreditei que ele estava apenas bêbado,talvez ainda muito abalado pela morte da mãe e talvez por isso eu não quis acreditar naquilo que estava diante dos meus olhos.


A gota d'água foi quando marcamos de ir em uma festa de aniversário de um sobrinho meu. Marcamos ás oito horas na minha casa para ir até lá e ele simplesmente desapareceu,sumiu,evaporou.


Não atendia minhas ligações,mensagens e na casa dele ninguém sabia dizer onde ele estava.


Com muita raiva fui para a casa do meu irmão a pé com a minha filha para ir até o aniversário e ele sem me responder. 


Cheguei por volta da meia noite em casa e pouco depois que a minha filha dormiu escutei alguém me gritando do lado de fora de casa. Vi que era ele,mas estava com muita raiva para atender sendo que ele nem se dignou a me ligar antes.


Mas ele não desistiu e cada vez mais passou a esmurrar o portão.


Na época eu morava numa espécie de lote com mais três casas,sendo a minha a penúltima casa,logo a chance dele acordar as outras pessoas do lote e a vizinhança aumentava a cada grito que ele dava.


Resolvi sair e a pessoa que eu vi ali realmente me fez lembrar o por quê eu não acreditava e não acredito mais nos homens.


Sem camisa,apenas com uma bermuda,carro aberto com o som ligado,agitado a mais do que o seu normal e os olhos totalmente avermelhados.


Ele veio logo querendo entrar,mas foi impedido por mim,primeiro pelo horário,segundo pela raiva,terceiro pelo estado de transtorno em que ele estava.


Disse adeus e mandei ele embora.


Foram milhares de ligações até que decidi desligar o telefone.


Na manhã seguinte ele já estava na minha porta tentando uma reconciliação,resolvi não ceder até que três dias depois recebi uma ligação da irmã dele a quem eu tinha muita consideração.


A irmã dele me disse que eu fazia muito bem pra ele e que eu deveria ficar com ele e de certa forma me convenceu a reconciliar.


Como toda volta de namoro,foi tudo lindo. Ele voltou a ser brincalhão e parou de sumir ou de aparecer transtornado na minha casa,até por quê ficava praticamente o tempo todo por lá,exceto quando estava trabalhando.


Contudo passei a reparar que todas as vezes em que eu chegava na casa dele para os encontros da família havia meio que um segredo entre eles para que eu não escutasse.


De início tudo bem,afinal a matriarca da família tinha morrido,ainda havia muita dúvida sobre a questão de inventário,o pai ficando cego e a dificuldade pra achar alguém pra cuidar e nisso eu ficando quieta.


Uma vez em certo fim de semana meu então namorado teve uma sonora briga com seu cunhado,marido da irmã dele que me aconselhou a voltar,sendo que eles sempre meio que se estranharam,mas havia apenas pequenas rusgas nada demais,só que em dado dia a coisa saiu do controle e eles só não chegaram as vias de fato por que foram controlados pela família.


Eu nem imaginava o motivo da briga e reparei que apenas eu não sabia,por que após esse fato,direto era um chamando meu namorado pra conversar de canto,o cunhado que quase sempre ia na casa da família ia no bar da frente mas não entrava na casa,então percebi que ficou meio estranho a coisa toda.


Questionei meu namorado,mas ele me disse que era loucura do cunhado,que não tinha nada,que o cunhado era folgado e desviou do assunto.


Pensei em questionar o cunhado sobre o por que da briga,até como pretexto pra que eles voltassem as boas e tudo mais,afinal o cunhado ainda me cumprimentava de longe quando me via e a esposa dele,minha cunhada conversava comigo normalmente,mas sem em nenhum momento citar o possível motivo da briga.


Tivemos então um dia dos pais onde a família toda se reuniria no bar da frente da casa do meu namorado para festejar o pai deles e ter um almoço especial. Meu namorado trouxe a filha dele,eu deixei a minha filha ir pra casa do pai,tudo perfeito e lindo,então reparei que o cunhado ora ficava na parte interna do bar e no pouco que vinha a mesa para conversar com o outro cunhado da família ou para falar algo com a filha dele sentava-se em local oposto ao meu namorado,quando sentava,afinal em muitas vezes ele preferiu conversar com outros clientes sentados do lado de fora ou com o garçom.


Achei aquilo estranho,mas passou. Quando entramos pra dentro da casa vi que a filha do meu namorado meio que chegou pra ele e falou: "E meu irmão?"


Estranhei,por que ela sempre tratou bem a minha filha,as duas por serem quase da mesma idade brincavam bastante,mas não tinha nenhum irmão,não havia um filho do meu namorado.


E tampouco eu estava grávida de um menino,logo havia algo que eu não sabia na história toda.

Estava na cozinha ajudando minha cunhada a lavar uns pratos quando meu namorado entrou e eu fui direta: "Irmão!? Quem é a mulher que vai dar pra ela um irmão?"  Sendo que ainda fui condescendente em perguntar se a mãe da menina teria um filho.


Ele titubeou,não tinha mais para onde correr,até que a irmã dele saindo da cozinha disse: Conta pra ela


Me subiu a raiva de ser enganada,agora era saber ou saber,não tinha mais o que esconder e ele ainda sim tentava dizer que não havia nada.


Ele começou a falar...


Anos antes ele teve um rolo com a irmã do seu cunhado,esse rolo gerou frutos,um menino,que hoje tinha um ano a menos que a filha dele. Ou seja,levando em conta que ele só se separou da mãe da filha quando a menina tinha lá seus quatro anos,o chifre comeu solto.


Só que a mãe desse suposto novo filho de início não queria contar quem era o pai,até que o garoto cresceu e passou a perguntar e ela finalmente soltou quem era o pai. O cunhado veio na busca de um DNA e meu namorado se recusou a fazer o teste,daí a evolução das rusgas para a briga mais forte,afinal sempre houve a desconfiança de quem seria o pai.


Fui enganada por tanto tempo que após algum tempo finalmente meu namorado foi convencido a fazer o teste de DNA e finalmente a paternidade foi confirmada,daí a filha dele ficou sabendo que ganharia um irmão e queria conhecê-lo,nada mais justo.


Admito que na hora eu fiquei totalmente aérea,não sabia o que dizer,o que falar,enquanto ele falava,falava e falava tentando fazer o que ele aos amigos chamava de "entrar na mente" Vez ou outra ele me abraçava vendo que eu simplesmente não reagia.


Ainda fiquei na casa ali,sem saber o que dizer ou falar,foram semanas avulsas com ele indo a minha casa e a gente discutindo por que segundo ele eu estava estranha.Discutíamos e ele ia embora.


Semanas depois eu fui até a casa dele para mais um dos encontros da família e finalmente conheci o garoto filho dele. Menino gentil,educado,ainda muito retraído,afinal não conhecia ninguém por ali e acabou brincando muito com a minha filha. Exame de DNA era desnecessário. Ele era escrito e rasgado o meu namorado,só não via quem não queria.


Acho que após isso fui deixando para lá o namoro,já não fazia mais questão,até que aos poucos apenas aguardei que ele fizesse o que sempre fez,até por quê,provavelmente ele seguia fazendo,só que de forma mais escondida.


Não deu outra,um fim de semana ele sumiu,não deu notícias e eu também não procurei,até que ele ressurgiu mais uma vez louco,mais uma vez com cara de dopado e mais uma vez enchendo a vida de desculpas que não se justificavam.


Pus fim na história de mais esse príncipe encantado de forma oficial. Admito que vez ou outra ainda dei algumas recaídas com ele,até por que ele usava um pouco da boa vontade da minha filha que após três anos de namoro se afeiçoou a ele,mas sem chance de volta.

Tempos depois confirmei que ele realmente usava cocaína algo que ele realmente nunca me admitiu e sei que ainda hoje ele promove um pequeno rodízio de mulheres,indo até quando ele se cansa.

Eu por outro lado, me envolvi com um homem maravilhoso com defeitos e qualidades e que me deu agora sim um filho e irmão maravilhoso para minha primogênita."

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