segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Enganos de amor



Não é incomum que passemos boa parte de nossas vidas querendo viver um grande amor do tipo que vemos nas novelas das nove,onde o casal se olha,se encanta e faz da sua vida tudo um pouco para ficarem juntos no fim da história.

A força de amores como esses amores de novela por muito tempo fez com que nós considerássemos que todos os amores poderiam ser assim e com isso passamos a mergulhar de cabeça em nossos relacionamentos a ponto de acreditar que em cada um deles estivemos apaixonados pela outra pessoas e que eramos igualmente correspondidos.

Nossa infância e criação pode ter feito parte dessa fé nas relações eternas e nos amores incansáveis, imaginar as borboletas no estômago apenas por olhar para a outra pessoa,assim como perder a voz e suar frio sem saber o que mais fazer para agradar aquele a quem se ama. 

Com certa idade aprendemos que certos "sintomas" como esse podem ser adquiridos mais como uma ressaca seja ela de cerveja ou moral do que propriamente pelo amor que possamos sentir por outra pessoa. Da mesma forma que suar frio e perder a voz pode ser apenas nervosismo,ansiedade,depressão e diversas outras síndromes que certamente não tem nada de belo como o sentimento a qual chamamos de amor.

Logo passamos a notar que tudo aquilo que víamos nos filmes para representar a sensação de estar apaixonado era na verdade fruto de um pensamento coletivo de que certos sintomas vão fazer de nós uma pessoa apaixonada,mas na verdade não é isso.

Claro que as sensações citadas acima podem existir para o lado bom da coisa e ainda bem que é assim,mas pense que quando eles assim ocorriam estavam sempre atrelados a presença de outro alguém. 

Mas pera lá e o que podemos fazer quando não há outra pessoa? Ignorar a presença do amor no mundo? Fingir que ele não existe e nem nunca vai existir? Sinto lhe informar,mas o amor lhe enganou, ou pelo menos não foi compreendido como se deve.

Digamos assim que o amor não vem de lugar nenhum,ele não é acompanhado e carregado por outra pessoa. Ele está ali,dentro de nós,como sempre esteve e vez ou outra resolvemos doar todo esse amor para alguém. As vezes em pequenas doses em outras vezes em doses cavalares, portanto o amor não é trago por alguém,ele sempre existiu dentro de nós e vamos aos pouco dosando ele de acordo com a situação e muitas vezes sem todo esse controle.

Mesmo sem perceber você já deve ter tido maravilhosos momentos onde o seu amor próprio valeu todo o seu tempo e energia a ponto de coisas simples e comuns se tornem prazerosas para você e com isso você materialize o amor de dentro de você para o mundo,da mesma forma que acaba refletindo esse amor em outras pessoas.

Generalizando a coisa toda não precisamos de ninguém para despertar o amor que está em nós,mas claro que é possível que outra pessoa seja o gatilho para que o amor presente dentro de nós desperte,dessa forma você se sente livre para amar alguém e ao mesmo tempo feliz por poder propagar o seu amor para outra pessoa.

Precisamos cada vez mais entender que o amor que nos torna felizes é o nosso e que nos o fazemos todos os dias sendo que ele jamais será encontrado exteriormente para vir para dentro,entretanto ele poderá dar lá suas voltas,perambular um pouco para quem sabe,assim despretensiosamente encontrar um outro amor tão bacana quanto o seu,para juntos partilharem o sentimento e serem felizes a sua maneira. 

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