segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Tudo passa,se não passar você se acostuma


Depois de uma certa idade passamos a acreditar que sabemos mais do que realmente sabemos. Decerto que aprendemos muito sobre a vida e sobre os relacionamentos que elas nos trazem e sobre a forma que eles agem em nossas vidas.

Apesar disso nem sempre é possível se viver de tudo. Ouvindo mais as pessoas veremos que alguém sempre terá um relato fantástico de algo que você jamais imaginou ser possível a ponto de se surpreender com um pouco de tudo e nada daquilo que está habituado.

Foi ouvindo histórias que aprendi que os sentimentos vão variar de acordo com as experiências, da mesma forma que sempre haverá um pequeno gatilho responsável por nos fazer modificar nosso jeito de ver as pessoas e o que sentimos por elas.

Relacionamentos tem lá um que de cíclico,como se as coisas se repetissem,mas tendo um nó a mais para se desatar aqui,ou um fio mais extenso em outra ponta. Os períodos variam,mas até chegar ao fim os passos são muito parecidos ou iguais para todos.

Se pararmos para pensar.quando abandonamos um determinado relacionamento assumimos primeiro o luto pelo término ou uma felicidade esfuziante por que ele chegou ao fim. Passamos então a digerir a forma que saímos de uma rotina, do estar com a pessoa e fazer parte da vida dela.

Se sentirmos algo ainda pela pessoa a dependência pela parte que lhes cabe em nosso peito é ainda maior,afinal ainda não compreendemos os por quês do fim,pior ainda pensar que essa pessoa terá de perder o lugar que ela adquiriu dentro de nós.

Na ânsia de conseguir fazer passar passamos a guerrear com nós mesmos,a desejar que esse processo de arrancar a pessoa de dentro de nosso peito passe o mais rápido possível.E quando a ficha caí? Quando é que encararemos a dura e fria realidade que nos mostrará o mundo sem aquela pessoa.

Devemos aprender a lidar com a dor da ausência, da falta,criar uma casca absoluta que nos faça acostumar a viver sem aquilo que antes era presente e constante e que agora se tornará mais uma página virada.

Ao tentar preencher esse buraco passamos então a avaliar novas estimativas,novas pessoas, buscar aquilo que supostamente nos falta na imensidão que o mundo é acaba por nos pressionar a resolver problemas que não existem ou aniquilar lembranças que ainda permeiam nossa vida e a nossa cabeça.

Nós nos cobramos demais e se pegar bem a verdade,lá no fundinho mesmo, nós não esquecemos ninguém,não perdemos a lembrança de ninguém que habitou nossa vida e convívio de uma forma relevante. A gente segue em frente e se acostuma com as pancadas,deixando as cicatrizes de nosso passado fechadas para quem sabe um dia lá na frente por um acaso elas se abrirem e sangrarem por aquilo que já nem nos doía mais.

Aos poucos você vai notar que o amor não chega quando a gente está lá de braços abertos para ele. O amor apenas chega e vem ao nosso encontro,muitas vezes até quando estamos lá distraídos ou em franca negação de que ele possa nos pegar de jeito novamente.

Com sorte você vai conseguir pegar esse amor também,sentir ele como ele merece ser sentido ou não, vai apenas aproveitar aquele momento para se acostumar com mais uma ponta do amor. 

O que interessa é cuidar do seu peito ferido, do seu coração aberto e talvez até quebrado já que independente de quantos amores vierem e da força que eles tiverem você deve cuidar da única pessoa que fica após tudo isso. Você mesmo.

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