quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Meu Primeiro Bebê.Doc (46)


(Pais de primeira viagem relatam as delicias e as amarguras da presença do primeiro bebê de suas vidas. Na série Meu Primeiro Bebê.Doc veremos relatos feito por pessoas que se despuseram a contar esse marco de suas vidas sem qualquer custo ou a precisão de revelar a identidade. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

Por Alayde Sena

" Conheci o Victor em um jogo do Cruzeiro no Mineirão, antes de engravidar eu tinha um vida "maravilhosa",saía sempre,tinha disposição pra tudo e claro, dinheiro!

Descobri a gravidez dois meses depois de tomar a pílula do dia seguinte,achei que não era normal a menstruação demorar tanto e comprei quatro testes esperando que o resultado fosse negativo e mesmo depois de quatro resultados positivos eu não podia acreditar que aquilo estava acontecendo comigo.

Foi o pior dia da minha vida.

A primeira consulta em especial foi bem difícil, minha pressão estava muito alta e eu não conseguia parar de chorar,as outras em compensação foram mais tranquilas.

De começo o pai da Lara também ficou preocupado, por que ele já tem uma filha,mas mesmo assim me deu todo o suporte e não me deixou sozinha nenhum minuto me dando força o tempo todo, por que eu quase tive uma depressão.

Confesso que queria uma menino, ele tinha certeza de que seria uma menina e admito que até a hora do parto fiquei um pouco chateada achando que podia nascer um menino. 

Isso por que no momento em que descobri a gravidez me veio o nome Lara e Emanuel na cabeça que permaneceram até o final.

Me lembro também de ter tido desejo de comer couve e alface durante a gravidez, dá raiva só de lembrar.

Na minhas últimas semanas de gestação eu caí e escorreguei, mas não cheguei a bater de bunda. Só que a minha mãe deu um grito tão alto que eu quase morri, mais pelo grito do que pelo tombo.

Depois da trigésima sétima semana eu estava muito ansiosa e querendo ir pro hospital o tempo todo. Se antes da gestação eu já era ansiosa, durante a gestação as coisas pioraram muito e a Lara fez uma hora com a minha cara por que não queria sair de jeito nenhum.

Com quarenta semanas e seis dias eu fui pra maternidade por que estava com dor, fizeram o toque e nada de dilatação.

Fique no hospital de duas até as seis da tarde, caminhando de um lado para o outro na esperança de dilatar,mas não deu em nada.

Me mandaram de volta pra casa e que eu voltasse depois da meia noite.

Deu duas horas da manhã e eu louca pra ser internada, pois com quarenta e uma semanas o parto poderia ser induzido.

Finalmente me internaram e me mandaram caminhar pelo hospital até conseguir um leito pra mim. Foi assim até ás onze horas da manhã quando finalmente conseguiram uma cama para mim. Logo em seguida a enfermeira estourou a minha bolsa.

Eu achava que seria suave, afinal sempre fui muito resistente a dor. 
Tanto que quando via as mulheres que estavam no soro gritando e chorando eu as chamava de frescas.

Isso claro, até eu ser colocada no soro. Pois ali começavam as dores de verdade e todo o meu sofrimento. Morri de dor.

Eram duas da tarde quando me levaram para a sala de parto e eu me achando forte pedi parto natural.

Foram três horas comigo fazendo força e nada e nisso eu comecei a pedir a cesariana,anestesia ou qualquer coisa que parasse aquela dor.

Foi um total de cinco horas fazendo força, sofrendo e literalmente morrendo de dor até que ás sete e quatro da noite ela chegou. 

Tive algumas complicações, minha pressão subiu, tive hemorragia e só fui pegar ela no colo já passava das dez horas da noite.

Não senti a magia ali.
Me senti horrível por que achei que não amava ela.
Fiquei horas olhando ela e não consegui sentir aquele amor que falaram que eu sentiria.
Me senti um lixo.

Mas com o passar dos dias eu fui sentindo um amor inexplicável e hoje vejo que tudo o que passei durante o parto e a gestação valeu a pena.

Hoje tenho uma motivação a mais e mesmo sem querer ela foi a melhor coisa que me aconteceu." 

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