quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Meu Primeiro Bebê.Doc (45)


(Pais de primeira viagem relatam as delicias e as amarguras da presença do primeiro bebê de suas vidas. Na série Meu Primeiro Bebê.Doc veremos relatos feito por pessoas que se despuseram a contar esse marco de suas vidas sem qualquer custo ou a precisão de revelar a identidade. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

Por Simone Pena 

"Meu nome é Simone Pena,tenho 30 anos, sou redatora de Moda e Beleza e atualmente sou mãe em tempo integral da pequena Alice de 3 anos e dois meses.

Desde pequena a grande maioria das mulheres sonha com o casamento e a maternidade, mas este nunca foi o meu caso. 

Sempre fui mais independente gostava de estudar, comecei a trabalhar cedo para ganhar meu próprio dinheiro e coisas do tipo.

Em 2009 fui morar com o meu namorado e definitivamente não tínhamos intenção  de sermos pais. Ambos pensávamos em sair com os amigos,viajar,investir na carreira e tudo mais que um casal jovem e sem filhos gosta de fazer.

No final do ano de 2012 saímos de férias e voltamos no meio de janeiro de 2013 com várias planos em mente,entre eles morar na Califórnia por um tempo.

Perto do dia 23 de janeiro eu então com 26 anos na época comecei a achar estranho que ainda não tivesse descido para mim, pois geralmente meu ciclo era de 25 a 27 dias e minha última menstruação havia sido em 23/12.

Eu não tomava anticoncepcional, mas sempre usávamos camisinha e apenas após um pequeno deslize (Férias,praia,sol, brisa,sabe como é!) Tomei imediatamente a pílula do dia seguinte.

Meus seios estavam mega doloridos,como nunca antes e eu estava com o olfato muito sensível a ponto de uma colega de escritório estar comendo um doce de banana e parecer que ela estava comendo lixo!

Contei ao meu marido sobre a minha desconfiança e então compramos o teste de farmácia que deu positivo na hora que fiz o xixi. Sério, foi instantâneo. Cheguei até a comprar outro achando que tinha quebrado já que eu nunca tinha feito o teste antes.

Os dois deram positivo e no dia seguinte fui fazer o exame de sangue que confirmou a minha gravidez. Meu beta HCG deu 1718! Pensei até que fossem gêmeos, já pensou? Eu grávida , de gêmeos, sem planejar, sem tentar, sem querer,tomando pílula do dia seguinte, Oh God, era demais pra minha cabeça.

Não estávamos acreditando no que estava acontecendo!
Era tudo muito novo, muito desconhecido.

Eu estava com medo, pois eu fumava, bebi muito nas férias, nunca tinha tomado ácido fólico e todos esses cuidados que as mulheres tomam antes de engravidar, mas em momento nenhum eu surtei. Eu só conseguia sentir uma felicidade intensa e meu marido também.

Tiramos uma foto assim que soubemos do resultado e nesta foto está estampada a cara de bobo dos dois, sim, fomos pais babões desde o primeiro instante! Eu só conseguia agradecer a Deus por este presente, pois não há outro nome.

Nunca tentamos engravidar, nunca tivemos frustrações de tentativas em vão como muitos casos, incluindo aí minha melhor amiga que ficou um bom tempo tentando engravidar, fez tratamentos e tudo e só conseguiu depois de um bom tempo. Também não sofri abortos, ou seja minha filha me escolheu para ser sua mãe e tudo o que eu podia fazer era ser a melhor mãe do mundo para ela.

Minha gravidez foi tranquila com Alice se desenvolvendo muito bem.

Eu não enjoei, não tive inchaços e engordei relativamente pouco, apenas 12,5kg, apenas tive a placenta baixa durante quase toda a gravidez o que me impediu de fazer exercícios e dobrou o repouso nas últimas semanas.

Trabalhei até a trigésima sexta semana de gestação. Dirigia quase doze quilometros todo dia, mas sempre tomando cuidado e torcendo para não entrar em trabalho de parto no meio da marginal Pinheiros com o Datena narrando o episódio.

Alice nasceu no dia 25/09/2014 de cesariana no Hospital São Luiz,em São Paulo.

Eu nunca me senti tão calma e segura. Nem a picada da anestesia eu senti.

Acho que meu anjo da guarda estava comigo o tempo todo comigo dizendo que tudo ia dar certo e que eu estava prestes a conhecer a verdadeira felicidade. E foi o que aconteceu.

Minha vida ficou completa.

Parece clichê,mas não é bobagem.

Agora eu tinha alguém por quem viver e lutar,alguém que precisava tanto de mim que era hora de eu mostrar o meu melhor. E  foi isso que eu fiz.

Fiz questão de amamenta-la mesmo com meus mamilos em carne viva,cuidei dela sozinha desde o primeiro momento. Minha mãe e meu marido me ajudaram muito nos primeiros dias, mas eu quis matar essa bola no peito e encarar a maternidade na carne mesmo.

Não tive e não tenho babá ou empregada, eu que cuido da casa e da Alice.

Larguei meu emprego, pois não tive coragem de coloca-la numa creche e resolvi encarar o desafio de ser full time mom! 

Tenho orgulho de nunca ter dormido um dia longe dela,ter acompanhado todas as refeições, os choros,as manhas, tudo.

Eu escolhi ser uma mãe presente,ser a melhor mãe que eu pudesse ser. Claro que eu não sou a melhor em tudo e nem pretendo ser,mas sou a mãe que ama,que cria,que brinca,dá bronca,que está vinte e quatro horas ao lado da minha pirulitinha.

Acredito que nada é por acaso.

Eu nunca escolhi ser mãe,mas a Alice quis que eu fosse.

Então por ela, e por nossa família, eu escolhi ser uma pessoa melhor a cada dia. E continuo tentando.

Tem um trecho de um texto que eu escrevi que define bem isso: "Muitos vão dizer que os filhos não são para eles e eles não estão errados. Filhos também não eram para mim. Os filhos são para a gente quando a gente passa a tê-los. São para quando a gente permite amar mais do que tudo.

Mais do que a nós mesmos"       

Nenhum comentário:

Postar um comentário