quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Meu Primeiro Bebê.Doc (47)



(Pais de primeira viagem relatam as delicias e as amarguras da presença do primeiro bebê de suas vidas. Na série Meu Primeiro Bebê.Doc veremos relatos feito por pessoas que se despuseram a contar esse marco de suas vidas sem qualquer custo ou a precisão de revelar a identidade. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

Por Giselle

"Eu era livre, fazia de tudo o que eu tinha vontade,saía sem dia ou hora pra chegar,amava minha vida de altas baladas e rolês diferentes.

Um dia eu não me lembro bem a data mais ou menos no mês de Abril eu conheci o pai da minha filha.

Ele precisava de uma amiga pra ir na casa de swing, ele fez o convite por uma página e eu fui com ele, chegamos lá, ficamos e transamos loucamente.

A descoberta foi um grande baque na minha vida, primeiro por que eu fiquei confusa e achei que era de outra pessoa, chorei horrores até uma grande amiga comprar o teste pra mim.

Na hora que fiz o teste e deu positivo eu estava dentro do banheiro e chorei horrores, desesperada e a primeira a saber foi justamente essa minha amiga e depois para umas amigas que eu tinha de um grupo de whattapp que prontamente focaram em me acalmar e disseram que eu poderia contar para o que precisar como tem sido até hoje.

As consultas foram sempre bem tranquilas, mas eu estava sozinha em todas elas até na primeira vez que ouvi o coração dela, meu Deus, que delícia, achei que eu iria morrer de emoção,chorei.

Na hora de descobrir o sexo eu não aceitei.

Eu queria e estava convicta que teria um menino que se chamaria Antony, mas na hora que a moça fez o ultrassom e disse que era menina eu falei: "Porra, não acredito, você tá brincando? Tem certeza? Tem certeza de que é uma menina? Ela confirmou e eu mais uma vez chorei.

Durante a gravidez eu não tive desejos, exceto transar com meu ex namorado o que não aconteceu até hoje. O pai da Laura alias nunca teve contato com ela, nem comigo, conversamos apenas por whattsapp, acho que se ele não quer ter contato é melhor assim, não vou forçar ninguém a nada.

Escolher o nome foi algo bem difícil, por que ninguém queria deixar eu escolher.

Eu queria Kyara, mas me xingaram e falaram que era nome de cachorro, fui pesquisar o nome e realmente o significado é muito feio. Significa Obscuros, negro, aquele que vem das trevas e aí desisti.

Ai falei vou colocar Laura e logo em seguida veio o Beatriz,pensei vou colocar Laura Beatriz e se quem não gostou azar, mas todo mundo gostou.

Antes do parto a ansiedade era imensa, por que eu queria que nascesse logo,queria logo ela nos meus braços mas também tinha muito medo de sentir dor e do parto em si.

Eu comecei a sentir contrações no dia quatro de maio de 2017 por volta das cinco da tarde, comecei a sentir uma dor muito forte, mas que até então eu nem sabia que era contração.

Sentindo muita dor, peguei e falei com a minha mãe: "Mãe acho que a Laura vai nascer hoje" E ela então me disse pra que eu arrumasse as minhas coisas, tomasse um banho e fizesse alguma coisa.

Logo depois que terminei de tomar banho eu deitei na cama e gritei minha mãe perguntando se ela ia demorar muito já que ela estava pintando a copa aqui de casa. Nisso as dores só aumentando e eu comecei a gritar desesperadamente apressando a minha mãe e quando as dores de contração vinham eu começava a andar e quando era ainda mais fortes eu agachava de tanta dor.

Nisso a minha irmã que tava aqui falou: "Calma, não vai pro hospital ainda não, espera as dores aumentarem" E eu chorando de dor e pensando que se aquela dor aumentasse eu ia morrer.

Resolvi então ligar pra minha tia e pedir pra ela me levar pra maternidade a espera por ela no sofá foi de muito grito e dores absurdas, eu mal conseguia respirar e nem chance de andar.

No caminho pra maternidade quando você vai chegando ali no bairro Ribeiro de Abreu, tem uma lombada que meu tio passou rápido demais e eu já gritei que a menina ia nascer no carro. Alias como eu gritava.

Chegamos na maternidade umas dez e meia da noite e ela foi fazer minha ficha, sentei num daqueles banquinhos que tem lá pra esperar e o enfermeiro me perguntando se eu estava em trabalho de parto, falei logo que estava pra ele me levar pra sala do pré parto.

Lá dentro fizeram o bendito do exame de toque que doí para um caralho e viram que eu estava com seis centímetros de dilatação. Eu só perguntei se ia nascer hoje e recebi a confirmação.

Depois eles vieram tirar sangue, furaram meu braço e eu chorei e resolvi colocar a mão lá né. Pra ver como é que tava.

O tampão mucoso estava saindo com aquela gosma e eu gritei de dor, de nojo e o pessoal ria de mim, mas decidiram me levar pra sala de parto.

Sei que do corredor da sala de pré parto até a sala de parto eu tive mais ou menos umas quatro contrações, na sala a doula chegou pra mim e falou: Tira a sua roupa que eu vou te por debaixo do chuveiro que vai te ajudar, vai aliviar a dor e agilizar o parto.

Tirei a roupa correndo e que delícia que estava a água daquele chuveiro, aquela água morninha e eu lá igual um bicho dançando embaixo da água e a doula assim: "Mexe,agacha, rebola que ajuda no parto" E eu lá igual uma louca desesperada fazendo tudo que ela tava mandando.

Era onze horas eu chamei ela por que tava saindo um negócio branco e eu lá desesperada, mas era a bolsa que tava aparecendo, ela me tirou do chuveiro e me deitou na cama.

Ela chamou a obstetra e falou: "Então, você já está em trabalho de parto, então relaxa, acalma"

Nisso ela pegou um banquinho e sentou na frente das minhas pernas abertas e ficou lá olhando pras minhas coisas e eu pensando: Meu Deus do céu o que essa mulher tá fazendo.

E ela lá na maior calma do mundo: "Olha que bonitinho vai nascer" E eu desesperada, louca e ela "Não faz força, espera" 

Respondi que não era eu que estava fazendo força, mas o corpo que tá jogando pra fora mesmo.

Resolveram me colocar no arco pra ficar subindo e descendo pra fazer agachamento. Fazer força que aí ajudava o parto.

Na hora que deu onze e meia ela disse que ia estourar minha bolsa e eu falei que podia, já que não tava aguentando mais.

Foi bom por que a bolsa não ia estourar, ela ia nascer inteira (empilicada), então ela estourou saiu aquela aguaceira e ela falou que agora ia.

Mas quando deu meia noite ela falou que ia me colocar na banheira por que eu já não estava mais aguentando ficar no arco, já não tinha mais força.

Ali na banheira vinha as contrações e eu quase morria. Na sala tinha a minha mãe, a doula, duas residentes e mais a médica obstetra, cheio de mulher lá me olhando e eu lá cheia de medo, cheia de dor.

As dores só aumentando, aumentando até que eu perguntei a alguém se não iam me dar anestesia e aí me falaram que ia ser o parto natural.

Eu comecei a chorar, achar que ia morrer, falei que não ia aguentar e então me responderam que se eu tinha chegado até ali, agora ia até o final,que o restante é fácil.

Eu ainda na banheira e a cabecinha da Laura começou a aparecer, começou a sair e eu gritando que tava saindo e aí falaram que iam me ajudar. Quando a cabeça dela saiu eu dei um pulo, tipo aranha que saí do lugar e aquele monte de mulher me segurando e eu chorando e gritando e aquele trem me queimando e me rasgando.

Ai ela mandou eu relaxar,me acalmar e que quando viesse a próxima contração eu prendesse a respiração e fizesse força que ela ia sair.

A contração veio, eu prendi a respiração, fiz aquela força e ela puxou. Já comecei a agradecer a Deus ali mesmo, comecei a perguntar se era menina mesmo.e eles me confirmaram.

Colocaram ela em cima de mim, primeiro contato com a mãe e eu chorando e agradecendo tanto e as mulheres me dando os parabéns.

Me tiraram da banheira com ela, fizeram lá os procedimentos e foram me falaram pra tomar banho até me levarem pro quarto.

Laura nasceu uma hora da manhã do dia cinco de maio com a minha mãe ali, filmando tudo.

Após o nascimento dela foi tudo bem tranquilo, por que eu já tive sobrinhas que eu ajudei a cuidar tudo acabou sendo bem fácil,tranquilo,não teve nada de anormal. 

Eu que dei o primeiro banho, curei umbigo, pra amamentar foi tranquilo não teve nada de anormal.

Após o parto até procurei o pai e tudo mais uma vez,mas ele não veio, então eu não insisto, caso ele queira vir bem, se não quiser amém.

Ela tá muito bem sozinha comigo."


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