quarta-feira, 17 de maio de 2017

Sendo trouxa


Uma hora ou outra você vai ser,algo meio que inevitável em meio a nossa vida,mas que por mais que seja tão normal demoramos a aceitar e associar que sim, nós somos ou já fomos bem mais trouxa do que poderíamos ser.

Ao termos sentimentos por alguém é meio complicado se virar e aceitar que não teremos aquele sentimento de volta daquela pessoa. Como? Por que? (Enquanto isso nosso "trouxa paper" vai sendo desenrolado com precisão cirúrgica)

A sensação de impotência diante de um quadro que parece irreversível,saídas que deixam de existir e há até mesmo aqueles que procurem mais porquês do que a Hanna Baker pra tentar compreender algo simples.

É culpá da nossa falta de exigência com nós mesmos, inocência talvez, mas jogar a culpa em outra pessoa saí bem menos dolorido do que assumir que estamos sendo bobos diante da multidão.

Encarar a vida como ela é, a verdade nua e crua e momentaneamente se lembrar de resquícios de dignidade que ainda possa haver na nossa cara antes que uma nova mata atlântica seja desmatada apenas com o nosso papel de trouxa.

Passamos a nos humilhar, perdemos a compreensão de amigos menos chegados e ganhamos a zombaria daqueles que já acreditam que assumimos um título eterno. É difícil não ter tal estigma.

Não há ponto final que deve ser posto a prova, finalizações daquelas novelísticas onde tudo dá certo pra todas partes sempre e todos saem felizes e acompanhados dos amores de suas vidas.

Pare de se enganar, pessoas até pensam em fazer mudanças na vida,mas não é nada repentino.

Aquele cara que te esnoba hoje por que quer sair pra festinhas no fim de semana,provavelmente fará isso por um bom tempo, a garota que prefere a balada com as amigas ao invés de ver Netflix com você,lamento ela vai seguir fazendo isso.

Aceitação ao invés de insistência.

Básico para sobreviver no mundo moderno onde nem todas as pessoas te dão respostas para as perguntas que você tanto faz. Ao invés de repetir as perguntas, faça novas questões e para novas pessoas,abra o leque ao invés de dobra-lo e estender seu lado "trouxiane"

O silêncio não é necessariamente o consentimento de outra pessoa ou o empecilho para que na sua vida mudanças possam ocorrer. 

Se a pessoa não demonstra, não faz por onde, pra que ficar lá meses a fio dando murro na ponta de faca acreditando nessa ilusão de um mundo dourado?

A carência muitas vezes nos atola num pote gigantesco de merda que não veremos saída. Pra piorar acreditamos que o desapego dessas pessoas que nos colocaram dentro do pote de merda nos fará afundar cada vez mais,sem notar que é essa pessoa que faz de forma voluntária ou até involuntária com que tenhamos mãos e pés atados para afundar de maneira uniforme.

O nosso papel de trouxa só aumenta por que nós deixamos que ele seja desenrolado. Ao nos omitirmos,iludirmos e humilharmos por alguém que faz o que deve ser feito, vive a vida.

Papéis foram feitos para que nossa história sejam descritas páginas após páginas e não enroladas ao nosso redor para que estagnemos num único ponto com um sorriso melancólico e a falsa e ilusória sensação de: "Opa! Aqui tá tudo tranquilo, segue aí."

TROUXA! Não está!

Saiba o momento certo de estabelecer limites para a sua vida e rasgar todo esse bloco incômodo que faz de você a chacota própria. Pare de alimentar o erro em sua sanidade mental para que outras pessoas se satisfaçam e você fique aí como o seu papel de trouxa permitir,

O amor é algo que devemos compartilhar num cabo de guerra onde as forças se dividem e não há apenas um lado puxando enquanto o outro aplaude,assim perde a graça.

Curiosamente quem define a força ou o quanto puxar somos nós e não há nada tão libertador do que definir limites e no futuro parar e olhar para trás pensando: Eu rasguei o meu papel de trouxa bem ali!

Faça!

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