quarta-feira, 19 de abril de 2017

Criança Digital



Acho que jamais esperaríamos que a revolução digital trouxesse além da aproximação das pessoas que estão do outro lado do mundo um afastamento invisível daqueles que estão ali tão próximos de você.

O que dizer então de nossas crianças que cada vez mais nascem e crescem com a tecnologia acoplada ao seu dia a dia e desenvolvendo suas habilidades de uma forma assustadora.

Quantas dessas crianças menores de três,quatro ou cinco anos tem conhecimento avassalador do mundo da informática até mesmo sobre um senhor de setenta anos que tem do mundo uma visão muito maior.

Foi Bill Gates, homem mais rico do planeta, fortuna essa devido boa parte a computadores e a vida digital que afirmou categoricamente. "Meus filhos terão computadores sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura nossos filhos serão incapazes de escrever, inclusive a sua própria história."

Fato é que crianças agarradas a tablets, computadores e celulares podem fazer com que percam ensinamentos que vão além de uma tela touch screen como um simples amarrar de sapatos.

Além disso uma criança conectada desde cedo tende a perder o contato social com o mundo.

Claro que uma criança ou qualquer pessoa diante de um computador pode dispor de um aprendizado gigantesco, mas o contato e o desenvolvimento humano a qual a criança é exposta torna-se pouco.

Há um mundo lá fora para se explorar enquanto estamos presos a nossos gadgets digitais e perdendo o nosso precioso tempo com coisas que infelizmente não voltam atrás.

Cabe a nós limitarmos o uso digital de nossas crianças e o prepararmos para o mundo real, não só os protegendo de toda mídia suja que a rede web expõe, mas também o fazendo entender que o mundo não está só ali preso a teclado, mouse ou teclas touch screen.

Infelizmente sobre a perspectiva que temos muitos pais preferem preparar o futuro de nossa planeta relegados a própria sorte enquanto eles exploram uma infinidade de conteúdo que os pais deixam disponíveis a troco de horas de paz e sossego.

Horas de paz e sossego que resultaram numa geração de pessoas que desconhecem um lápis, borracha e a escrita por si. 

Incentivar a leitura e o convívio social atraí para nossas crianças e nossos jovens um aprendizado e ensinamentos que eles jamais teriam apenas na tela de seu computador.

Que os antigos não nos ouçam, mas que saudade de ter a liberdade e segurança de poder brincar pelas ruas até que a voz de nossas mães rompessem o silêncio ou o som de nossas risadas nos chamando para o banho que era mais temido por encerrar nossas brincadeiras diárias do que por qualquer outra coisa.

Nossa geração já tinha avanços interessantes, daqueles que revezava o conhecimento tecnológico trago a galope pela globalização,mas perdida em meio a geração coca cola que nós mesmo formamos e que será passada aos nossos filhos.

Confesso que odiava ler Machado de Assis,saber quem era a índia Iracema de José de Alencar ou me perder nas páginas imortais de Jorge Amado, mas ficarei um tanto quanto desapontado se meu filho apontar um youtuber como um novo mito em lugar de qualquer um desses escritores.

Erramos confesso, que sejamos perdoados pela nova geração que nós mesmos educamos e ensinamos a amar a internet. Que Clarice Lispector não seja apenas um meme da internet e que os nossos filhos e netos saibam que Antoine Exupery vai muito além da frase "Tu te tornas eternamente responsável por tudo aquilo que cativas"

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