quinta-feira, 6 de abril de 2017

Meu Primeiro Bebê (14)


(Pais de primeira viagem relatam as delicias e as amarguras da presença do primeiro bebê de suas vidas. Na série Meu Primeiro Bebê.Doc veremos relatos feito por pessoas que se despuseram a contar esse marco de suas vidas sem qualquer custo ou a precisão de revelar a identidade. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

"Eu conheci o pai da minha filha na minha casa, mas não por que ele foi diretamente até a mim. Na verdade ele namorava a amiga da minha vizinha, quer dizer era só uma paquerinha, já que naquela época não tinha essas coisas de ficante.

Nisso a garota ficou com vergonha de sair sozinha com ele pela primeira vez e chamou minha vizinha pra ir com eles pra um barzinho, mas ela não podia ir e pediu para que eu fosse de vela no lugar dela. Estou iluminando a vida dele até hoje.


Nisso ele lá beijando a menina dentro do carro e eu lá de vela, de repente falei: Para! Esse barulho de beijo aqui não vai dar não! "cês" vão beijar lá fora.


Depois disso ele queria arrumar um namorado pra mim, isso a cerca de trinta e dois anos atrás, aí você imagina se eu fico com o amigo dele, como é que ia ser isso hoje, por que a menina que ele paquerava eu não conhecia, mas o amigo...


Nessa levada de ir pro bar e ser vela eu pedi que fossemos a um bar onde eu tinha um paquera e que seria mais fácil enturmar, mas chegando lá eu virei e falei que não estava acostumada a procurar homem em bar não, mas a menina doida pra se ver livre de mim, desceu pra procurar.


No que ela foi procurar o meu "ficante" ele virou pra mim e disse: Gostei demais de você,me dá seu telefone.


Eu ri dela e passei, mas achei que ele não decoraria de cabeça, mas na segunda feira ás sete e meia da manhã, adivinha quem estava me ligando!?


Antes da gravidez eu vivia uma vida sem grandes novidades, trabalhava e havia algumas tentativas durante dez anos para que eu engravidasse, não engravidava, mas também não tentava evitar.


Até que um dia cheguei pra minha irmã no portão e falei que estava estranha, sentindo alguns calafrios,um arrepio e senti no meu coração que eu estava grávida. 


Ao falar isso com a minha irmã,dizendo ser um mal estar junto aos calafrios e arrepios ela ainda me disse que quando ela havia engravidado esse tinha sido o seu primeiro sintoma.


Nisso quando ela falou pra que eu marcasse o médico eu já afirmei que tinha marcado.


Mas,nada disso eu contei pro pai, ele só ficou sabendo quando eu tive certeza que eu estava grávida de umas três semanas a um mês.


Resolvi contar pra ele, mas na noite anterior ao dia que eu fui contar pra ele a mãe da minha amiga,também amiga dele morreu e era uma senhora querida por nós.


Pela manhã, cheguei pra ele e falei: Tenho dua notícias pra te dar! Uma boa e uma ruim! Qual que você quer primeiro? E ele escolheu a ruim!


-Dona Derly morreu e nós temos que ir no enterro!


E ele: E a boa?


- Você vai ser papai!


Nisso ele ficou olhando pro teto, incrédulo e sem acreditar virou pra mim e disse: 


-Tá vou ser papai. Baseado em que vou ser papai?


Contei a ele que tinha ido ao médico, tirei o envelope e mostrei a ele. Minha intenção era colocar um sapatinho de bebê, fazer uma coisa assim, mas não deu tempo.


Na hora ele ainda não acreditou muito, ficou meio aéreo, isso numa sexta feira.


Só no domingo em nosso sítio em Confins que ele tomou umas a mais,deitou no chão e falou: Nooossa!Se você tiver grávida,vou reformar essa casa toda,vou fazer isso,aquilo.


A casa ainda estava só no tijolo.


E ele durante todo o tempo de nossas tentativas de gravidez sempre falou que quando eu engravidasse ele seria pai de uma menina. Enquanto eu não tinha um sexo preferido.


Mesmo grávida ainda mantivemos em sigilo,até pelo tempo que levamos até conseguir de fato que eu engravidasse, mas as poucas pessoas que sabiam não souberam esconder.


Primeiro uma amiga viu uma bonequinha rosa na feira hippie e trouxe pra mim.

Outra amiga, sonhou comigo que eu estrava de barrigão e viu uma roupinha rosa no sonho, chego numa outra amiga e a mesma coisa, todas tiveram uma intuição certeira.

Por volta dos três pra quatro meses chegamos no ultrassom e o médico perguntou pra ele: E ai pai?


E ele só pra fazer gracinha virou pra mim e falou: É acho que é um saco roxo!


Aí o médico escreveu no ultrassom: PEREREQUINHA! Tenho guardado até hoje!


Como era inquieta, ficava só virando, mas e a mãozinha gordinha, os dedinhos.

O pai a partir do momento em que já sabia que era realmente uma menina e que estava perfeitinha, já não se importava com traços, apenas aguardar nascer.


O nome me passaram três, alguns inclusive o dela mesma por influência da madrinha dela.


Eu de início não queria o nome Bárbara,queria um outro nome,mas tinha uma pessoa próxima que tinha o nome que eu queria e eu não ia com a cara da pessoa. Por que acredito que escolhemos o nome a pessoas que a gente gosta.


Eu era louca pra ter desejos, adoraria ter ficado aquelas mulheres murrinhentas, cheia de vontades, mas não tive um desejo sequer.


Nas proximidades do parto o médico me perguntou se eu queria fazer uma data de coincidência, por que Bárbara nasceu no dia sete de julho e no dia treze de julho é o nosso aniversário de casamento,mas eu disse,cada um na sua data.

Até por que eu havia tido um pequeno sinalzinho de sangue, o médico me deu um remedinho pra tomar, mas eu já não era tão novinha mais então perguntei se eu poderia ter o parto normal, ele disse que sim com certa ironia e marcou a cesária.

No dia marcado para o parto, meu marido me deixou no hospital pela manhã e disse que ia na empresa resolver algumas coisas e que ele voltava pra ver o parto.

Aí entrei pra sala pra fazer o pré parto e me entra um cara com uma roupa verde toda meia amarrotada, meia mulambenta e fala: E aí vamos lá tomar a anestesia?

Eu achei que era o faxineiro e falei: Eu estou esperando o meu médico.

Ele era o anestesista.

Meu médico tinha fama de atrasar, chegar duas ou três horas depois do horário, mas comigo ele chegou duas horas antes do horário, nisso antes que meu marido deixasse o hospital para ir a empresa como ele pretendia o médico perguntou para ele:

-Você quer ver seu parto, então você tem cinco minutos para trocar de roupa.

Ele não teve tempo nem pensar. A menina que ia filmar não tinha nem chegado, foi tudo muito corrido.

Para mim e para o meu marido, foi o momento mais bonito da nossa vida. Eu ganhei minha filha no hospital Belo Horizonte e aquela menina gritava tanto que acho que até o pessoal na rua ouvia.

Lembro muito da emoção do meu marido quando colocaram a nossa filha no colo dele e ele falando: "Papai tá aqui filhinha,papai tá aqui!"

Os primeiros dias foram incríveis, a sensação como se um anjo tivesse invadido toda a minha casa.

A rotina mudou muito, mas mudou pra melhor, foi uma grande luz, já não conseguíamos imaginar a vida sem ela.

Pra falar a verdade, depois que o bebê saí de dentro de você que você vê a carinha é como se você tivesse um antes e um depois.

Você não consegue mais lembrar de quem era você antes,não tem mais antes. É AGORA, daqui para a frente.

Em sua vida parece que você já nasceu com ela, sua vida. É uma loucura tão grande de amor que você já não consegue se imaginar um minuto da sua vida sem aquela ser tão pequenininho."



Nenhum comentário:

Postar um comentário