quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

PV Pergunta.Doc (Carol Montenegro)


















(Dizem por aí que não existem perguntas totalmente certas ou tampouco respostas totalmente erradas,pensando nisso decidi sair perguntando por aí para conhecer boas histórias através de boas e más respostas.O Pv Pergunta vai buscar diferentes pessoas que se dispuseram a falar com o blog e contar as suas histórias sem qualquer custo. A todos o meu MUITO OBRIGADO)


Quem é : Carol Montenegro

Carol é a brand manager da Intuite.se, responsável por construir e gerir marcas conectadas com a intuição do empreendedor,com propósitos e essências verdadeiros que tenham impacto positivo na vida das pessoas. 


Além disso ela é a fotografa e idealizadora do projeto Sensualidade da Confiança que visa explorar a sensualidade e potencializar a confiança de cada um.





Carol,podemos dizer de uma forma mais simplista que o empreendedor é aquele que inicia algo novo,vendo aquilo que ninguém viu antes,fazendo do sonho e do desejo a realidade através de ações. A Intuite.se faz isso agindo através do branding de buscar o positivo da marca para mostrar as pessoas. Vivendo em uma sociedade como a nossa de hoje que por muitas vezes julga as coisas sem conhecer, esse trabalho de "positivar" uma marca acaba se tornando mais difícil?

Eu acho que em primeiro lugar, eu não concordo com essa visão de que a nossa sociedade hoje julga as coisas sem conhecer, na verdade a gente sempre fez isso. Eu acho que a diferença agora é que com todo o poder das redes sociais e o fato de todo mundo ter voz nas redes sociais, isso ganhou mais visibilidade,isso ganhou mais espaço. Então antes a gente julgava sem conhecer também,mas a gente não tinha espaço pra projetar a nossa voz e aí isso dependia mais dos profissionais que detinham esse poder, a mídia,os jornalistas,a publicidade,etc,que detinham poder e ao mesmo tempo tinham uma responsabilidade um pouco maior pelo que falavam, por que precisariam responder por aquilo. Com as redes sociais isso muda um pouco de figura e as pessoas passam a poder colocar a sua voz de qualquer forma e muitas vezes essa forma é sem critério e aí vem todos aqueles momentos de fake news,por aí. Bom,entendendo um pouco essa mudança, eu acho que toda e qualquer mudança vai sempre trazer prós e contras. Por um lado essa questão que você colocou das pessoas julgarem sem conhecer pode sim trazer questões complicadas na hora de você construir uma marca. Por que quando você coloca o seu conceito muitas as vezes as pessoas,se elas são contra aquilo por qualquer motivo, elas encontram formas desse grito contra ganhar visibilidade e aí a gente tem diversas ações acontecendo,de revanche e enfim, o consumidor colocando a sua voz né, seja lá qual ela for,mas isso também não é ruim, esse mesmo movimento que pode acontecer de forma negativa ele também acontece de forma positiva e aí você permite que várias pequenas marcas que nascem consigam encontrar seu público que realmente se identifica com aquela marca e aquele público consiga colocar de forma positiva a sua voz e levar o boca a boca da marca num lugar muito maior e mais distante do que antes das redes sociais. Então eu acho que essa mudança na sociedade ela traz questões negativas,mas o lado positivo é bem forte,interessante e ajuda muitas marcas, o próprio Sensualidade da Confiança é um projeto que não existiria se não tivesse a força das pessoas que acreditam nisso se conectando,falando sobre isso e vivendo esse processo e se engajando,então esse é um lado bom disso tudo. 

Empreender seja lá em qualquer situação é uma tarefa árdua. Qual o maior desafio encontrado hoje pelos empreendedores? E tem alguém que seja a sua inspiração no mundo do empreendedorismo?

Olha empreender é sempre desafio do início ao fim, em todas as etapas do processo,por quê parece que simplesmente que tudo aquilo que a gente já tava acostumado a fazer antes de empreender tudo passa a ser novo e você precisa aprender tanta coisa sobre você mesmo,sobre a sociedade,sobre administração,enfim um infinito de conceitos e aprendizados que você precisa desenvolver,mas eu acredito que o maior desafio tá sempre dentro da gente, tá sempre dentro de você mesmo. Você é ao mesmo tempo a sua maior potência e a sua maior barreira e eu acho que a partir do momento que você consegue vencer a si mesmo as coisas que tão dentro de você e que te travam,todos os outros desafios externos,eles se tornam muito mais fáceis, por que são as nossas angústias,nossos medos,as nossas ansiedades que eu acredito que seja o maior desafio, por que fora você vai encontrar solução pra tudo o que você precisar,se você estiver com você mesmo,bem resolvida, se você estiver com você mesmo,clara, daquilo que você precisar,daonde você quer chegar,qual é o seu objetivo e preparada pra ir até o final. Então assim, o desafio,ele é diário, todo dia você precisa se vencer pra conseguir fazer o que é preciso. É claro que quando a gente fala isso sem o contexto de uma marca ou de uma pessoa específica, pode parecer um pouco aberto, um pouco abstrato. Mas acho que o principal desafio tá sempre dentro de você. E é por isso na verdade,que a Intuite.se existe com essa visão do: "Siga a sua intuição", por quê, muitas vezes a gente tem muito medo,de tudo que tá fora, ah como as pessoas vão reagir,como o mercado vai reagir,se vai dar dinheiro, num vai dar dinheiro e por aí vai. E eu acredito de verdade que a nossa intuição tá o tempo todo mostrando pra gente o caminho certo a seguir, com todas as ferramentas do marketing que a gente trabalha, o principal objetivo é que essas ferramentas possam dar confiança para que o empreendedor possa seguir a sua própria intuição e ir adiante, por quê o empreendedorismo é um caminho não desbravado. Não adianta você seguir um modelo que já exista ou que outras pessoas estejam já seguindo, por que você vai ser mais uma no mercado,você sempre vai ser mais um se seguir fórmulas prontas que já foram postas no mercado,então se você não vai seguir fórmulas prontas, você mesmo vai ter que criar as suas próprias fórmulas e pra isso é necessário muita confiança e confiança em si mesmo,daquilo que você acredita e na sua intuição. 

Inovar ainda hoje é um termo e uma ação um tanto quanto distante do cotidiano de muitos pequenos empresários. Como é possível inovar sem recorrer a grandes parcerias? E qual a sua recomendação ao pequeno empresário que hoje quer empreender,mas que ainda não associou a opção de inovar no mercado?

A palavra inovação,ela ganhou um significado muito amplo e que muitas vezes vem conectado com tecnologia e com grandes revoluções que ão deixam obviamente de serem inovações,mas eu acho que a gente precisa trazer a inovação pro nosso contexto, pra nossa realidade , pra realidade de cada uma das marcas. Inovação pode ser feita na verdade em qualquer esfera,em qualquer dimensão, pra você inovar,você tem que criar algo que seja viável, tecnicamente falando,que seja diferente do que já é feito,mas que principalmente seja relevante pra vida das pessoas,essa é a grande diferença entre inovar e inventar. Você pode inventar um monte de coisa que não é relevante pra ninguém e é só uma invenção,mas quando essa invenção se torna relevante na vida das pessoas,faz a diferença na vida das pessoas isso se torna uma inovação.Então a inovação ela pode ser em conceito,ela pode ser em metodologia,pode ser em discurso,pode ser em tecnologia,pode ser na comunicação,no serviço,enfim existem milhares de maneiras de você inovar. Pra você que é pequeno empresário e precisa inovar,porque todo mundo precisa inovar,todo mundo precisa se diferenciar pra poder ganhar força e visibilidade,se você não tem acesso a grandes parcerias,não pense nelas,pense no contexto que você tem,em qual é o seu verdadeiro objetivo?Qual o seu propósito?Por quê que você existe?O que você tá fazendo?Como você faz diferença na vida das pessoas?E pessoas podem ser seus clientes,seus empregados,a sociedade em geral,todo mundo que de alguma forma se relaciona com você e com a sua marca. Então como você faz diferença na vida dessas pessoas?Como você gera valor pra essas pessoas? E ao gerar valor o que você pode fazer de mais? O que você pode fazer de diferencial,através das técnicas,através das tecnologias,que estão disponíveis pra você,então é muito importante você pensar no seu contexto e na sua realidade,sem se comparar com os outros.

Atualmente temos um cenário declarado de crise financeira assolando o país cada vez mais. Como convencer as pessoas de que empreender pode ser fruto mais de boas idéias e de inovação do que do alto investimento de capital?

Bom,eu acredito que não adianta tentar convencer ninguém a nada,as pessoas fazem aquilo que elas acreditam.Então quem tá empreendendo,mesmo nesse cenário,acredita em alguma coisa muito forte e vai seguir essa crença, independente do cenário financeiro. A gente tem aquela máxima que é na crise que existe a oportunidade e isso acontece, por que na verdade quando a gente tá num cenário de crise a realidade é que a maioria das pessoas que não tem uma crença muito forte acaba desistindo,quem tá só atrás de lucro,sem querer de maneira nenhuma demonizar o lucro,o lucro é fundamental, o lucro é pra empresa como o oxigênio é pra gente. A empresa precisa respirar,ela precisa juntar dinheiro,totalmente importante e necessário,mas quando a empresa ela existe só pra respirar,quando ela existe só pra gerar lucro,ela dificilmente consegue resistir a esse tipo de cenário,então, o que empreendedores e pessoas precisam ver em relação a crise financeira é que o que sustenta qualquer empresa,de qualquer tamanho é o propósito que ela tem,que é além do lucro. E que em momentos mais difíceis,você precisa encontrar formas de se sustentar para além do lucro,mas pra você estar forte e resiliente o suficiente pra momentos melhores de bonança,momentos em que o país anda melhor você também tenha a força da sua marca e do seu propósito ali pra aí sim conseguir gerar mais e mais lucro.

Na Intuite.se há um mote de que as marcas são feitas de pessoas e que pessoas ao seguirem a sua própria intuição potencializam o desenvolvimento de pessoas e também das marcas. Há por outro lado o conceito de que a união faz a força. Podemos concluir que a Intuite.se vem para guiar a ideia que já existe na cabeça do empreendedor de forma que ela ganhe forma e cor, isto é, transformando sonhos em realidade?

A Intuite.se ela vem pra facilitar o empreendedor nesse caminho, de dar confiança pra ele,de mostrar que as idéias dele não são malucas,que elas fazem sentido,claro,procurando o sentido, em comparação com o mercado e com a sociedade,com os comportamentos e as mudanças de comportamento,tendências que a gente tem na sociedade,mostrando assim as buscas que existem nas pessoas e como que essas ideias podem gerar valor pra essas pessoas,mas de fato a gente tá aqui pra pegar isso que já existe e tangibilizar,como você disse, dar forma,dar cor,formatar melhor o discurso,preparar ele pra que ele ganhe força e valor no mundo, então transformar esses sonhos em realidade sim! Então pessoas,constroem marcas e potencializam outras pessoas e você entendendo que a marca ela é no final das contas sobre pessoas,ela é um veículo,uma forma das pessoas se comunicarem com outras pessoas e mostrarem a visão dela de mundo,aquilo que elas acreditam,que tipo de mundo que elas querem construir. E é isso que gera o engajamento e a força da marca. 

O mundo da moda e a industria fotográfica após alguns anos admirando apenas as modelos magérrimas e corpos esculturais passaram a voltar os seus olhos para modelos de diversas formas,corpos e cores,como você avalia essa mudança de comportamento da indústria?

As mudanças da industria da moda e da fotografia na verdade são reflexo de mudanças que estão acontecendo na própria sociedade. A medida que as pessoas mudam,as pessoas transformam seus comportamentos,a moda,a fotografia,a publicidade ela precisa acompanhar isso,senão ela vai perdendo relevância e ela não vai conseguindo dialogar com essa nova sociedade que vai surgindo. Então a forma como eu vejo esse comportamento,além de muito benéfica e muito natural e tá acompanhando os movimentos que acontecem na sociedade,nessa troca de comportamento da sociedade.

Vi que você ao se tornar fotografa tinha como ideia inicial para isso fazer um workshop de fotografia e também um ensaio sensual até para que você tivesse mais uma parte do processo de auto aceitação do corpo e também para que você se expusesse ali e pudesse abrir o caminho para que futuros modelos também se expusessem para você. Para quem trabalha com fotografia ou se apaixona pelo ramo o auto retrato faz parte do processo desse processo ou isso era mais algo que motivava a Carol a seguir na profissão?

Olha na verdade eu acho que não.Não acho que o auto retrato faça parte desse processo necessariamente não. Eu acho que pra cada um é de uma forma diferente,mas é muito comum a gente encontrar fotógrafos que não conseguem se colocar na frente das lentes,muita gente se torna fotografo por que é completamente desconfortável na frente da lente e prefere estar atrás da lente e encontra um espaço ali de conforto e desenvolvimento de potencial,que não tem nada de errado nisso,mas pessoalmente eu acredito que é muito importante você também se colocar na frente da lente. Não só por uma questão de atrair outras pessoas,claro que isso ai atraí também,você coloca,ali a pessoa te vê e ela acaba se sentindo mais confortável pra se colocar também,faz parte. Mas eu acredito que quando você se coloca na frente da lente você aprende muita coisa sobre você mesmo e sobre o tipo de sensação que você pode causar numa outra pessoa quando você tá fotografando ela,então você passa a ter mais empatia com aquele lugar,com aquela experiência.E aos poucos vai conseguindo conduzir ,direcionar,dirigir melhor as pessoas que estão sendo fotografadas por você,por conta dessa sensibilidade desenvolvida.Então assim o meu processo ele nasceu através do auto retrato,eu não imaginava me tornar fotógrafa,não tinha essa busca e a medida que eu fui brincando e brincando com luz,com sombra e fui me interessando e gostando cada vez mais disso eu percebi que eu queria dar um salto e me tornar fotografa,mas não necessariamente isso é um processo de todos,acho que cada um tem um processo próprio. O auto retrato não veio pra me motivar a seguir nenhuma profissão,na verdade isso foi uma consequência. O auto retrato sempre esteve presente na minha vida, por que eu já cresci com câmera digital,sempre brinquei muito,sempre gostei muito,mas eu entendia como uma coisa normal como todo mundo tira selfie e não via nenhum diferencial nisso,nem sonhava que algum dia,de alguma forma pudesse se tornar profissão. No momento em que eu vivia um processo de transformação muito forte,que eu já vou contar,comecei a fazer mais e mais e mais auto retratos,pra me ver mesmo,pra me enxergar,pra me reconhecer,pra me reconectar comigo mesma e aí eu comecei a ver que eu tava gostando das fotos e começando a fazer coisas diferentes,coisas mais interessantes,tava ganhando mais controle,tava aprendendo a observar melhor a luz,tanto em mim quanto nos outros,fui brincando com isso,até que eu vi que ali existia uma coisa de muito valor,tanto pra mim,quanto pros outros e que aos poucos foi se tornando uma profissão,então pra mim foi um processo muito orgânico

Um dos pontos que você falou foi exatamente essa parte de já ter crescido com a câmera digital. Esse comportamento hoje tido como comum das pessoas terem a mão o celular e poderem tirar fotos a todo momento atrapalha aquela pessoa que é fotógrafa profissional e trabalha com aquilo ou é apenas mais um estilo de foto a ser explorado pelos profissionais?

Essa pergunta por ser muito comum de ser feita ela quase que não faz sentido. Por quê que ela quase que não faz sentido. Por quê o mundo mudou. Então não adianta a gente ficar pensando se era melhor ser fotografo a trinta anos atrás ou se era melhor ser fotografo agora. Se você quiser ser fotografo vai ser agora.E agora o mundo é assim, as pessoas tem acesso a fotografia,elas tem acesso a câmera,elas fazem e retratam aquilo que elas querem. Eu acho que o fato das pessoas terem câmera na mão e retratarem tudo que elas querem tem prós e tem contras,assim como o fato delas não terem acesso como não tinham antes,tem prós e contras,coisas que vão facilitar o fotografo,coisas que vão atrapalhar e faz parte lidar com isso. Então pra mim não faz sentido pensar sobre isso. Você tem de pensar a partir disso.O mundo é assim. Como é que eu existo nesse mundo? Como é que eu me expresso nesse mundo?Como é que eu gero valor pras pessoas nesse mundo do jeito que ele é ,pra essas pessoas do jeito que elas são? Entende? Ao invés de pensar, passado,presente e futuro,eu prefiro pensar no contexto realidade atual e como existir e fazer a diferença no contexto na realidade atual.

No básico a fotografia é você ver o que tá no externo,mostrar o olhar daquela pessoa sobre a foto.O fotografo vê uma determinada situação da pessoa ou do modelo ali em si na situação em que esteja e retrata aquilo com a visão dele. Por exemplo,ele pega uma criança brincando,então ele quer pegar um determinado momento da criança brincando.Se ele fotografa o nu,ele quer pegar um determinado ângulo desse nu para que ele se torne uma coisa bacana de ser vista.A especialização do fotografo em uma determinada área ou tipo de foto como um Sebastião Salgado que retrata o real e coloca ali um olhar dele mais sombrio,mais "triste",quase sempre em preto e branco,essa especialização é necessária, ou é melhor que o fotografo retrate de tudo um pouco de uma forma geral?

Olha eu acho que cada um vai encontrar o seu caminho e o que faz sentido pra si. Não faz muito sentido pra mim querer definir uma forma,uma regra,uma melhor forma de você construir a sua carreira como fotografo,por que eu acho que isso é muito pessoal. A especialização ela te ajuda a se especializar,quanto mais você faz uma coisa,melhor você fica naquela coisa,isso é um fato,independente do que for. Agora você ter múltiplas possibilidades também te ajuda a aumentar a sua visão de mundo. Eu não acho que existe certo e errado nesse sentido. Com uma visão de marketing se você se posicionar muito bem,você vai ser mais reconhecido por aquilo.E posicionar-se muitas vezes significa abrir mão de coisas. Então se você escolhe só um tipo de fotografia e segue nesse tipo de fotografia a sua chance de ser reconhecido nessa fotografia é muito maior do que se você fizesse um monte de coisas diferentes,mas enfim, eu não consigo responder a essa pergunta com: "A fórmula é essa" "A melhor fórmula é essa",por que eu não vejo dessa forma. Acho que depende da pessoa,depende da busca e de "n" fatores.

No Sensualidade e Confiança você tem em mãos diferentes vertentes que para muitos podem ser tabus que são os ensaios sensuais ou nu artísticos para pessoas comuns.Como surgiu esse projeto?

O projeto surgiu da forma mais orgânica possível,vou te contar a história. Eu tava na verdade conectando antes com a coisa do empreendedorismo,eu já tava empreendendo ao um bom tempo,uns quatro anos e nos meus dois primeiros anos empreendendo eu vivi um quadro de ansiedade, de uma forma que eu nunca tinha visto antes,que eu não conhecia e que eu nem entendia e nem percebia o que tava acontecendo. Então em dois anos, eu engordei vinte quilos e nesses vinte quilos que eu engordei o que aconteceu de ruim na verdade não era a quantidade de quilos que eu tinha,mas comecei aos poucos a me desconectar de mim mesma,por que eu nunca fui magrinha,sempre fui um corpo diferente das minhas amigas,sempre fui mais gorda do que elas,mas eu me identificava com aquele corpo,eu tava acostumada com ele,eu me via,então tinha características que eram importantes pra mim e que eu me reconhecia e quando eu engordei esses vinte quilos,eu comecei a perder algumas dessas características e me senti cada vez menos eu mesma,entende? E aí eu encarei um processo de emagrecimento no qual eu perdi quinze quilos.E quando eu comecei esse processo eu comecei a me questionar o que eu tava buscando?Por que eu tava emagrecendo pra entrar num padrão? Que padrão era esse?Até quantos quilos eu queria emagrecer?Então assim,vieram milhares de questionamentos na minha cabeça,um processo bastante intenso, no qual eu percebi que eu estava em busca de mim mesma e não de ter "x" quilos,sejam lá quantos fossem "x". E que essa eu mesma,também não era a mesma de antes já que tinha crescido,mudado,tinha novas experiências,novas visões e tudo mais e também não sabia quem era ainda,então eu teria que descobrir,eu queria me abrir a esse processo pra me descobrir. E aí pra descobrir eu comecei a ficar muito atenta a mim,por que eu tinha que tá atenta ao que eu tava comendo,por que eu tinha que tá atenta ao que eu tava fazendo,como eu tava me comportando,o que eu precisava cuidar na minha ansiedade e reduzi-la e automaticamente isso trazia toda uma atenção pro meu corpo. Como que ele tava se transformando,enfim. E essa atenção pro meu corpo eu reverti em fotografia,por que eu queria ver,eu queria entender o que tava acontecendo e comecei a explorar novos ângulos e brincar com isso,assim começou o auto retrato pra mim. A medida que eu comecei a fazer fotos mais interessantes me veio uma vontade muito grande de postar essas fotos e não só de deixar elas no celular. E aí aos poucos eu fui entendendo que esse postar era como existir pra mim. Se eu sou aquilo eu quero ter direito de mostrar como eu sou,isso é uma relação muito pessoal que eu tenho,num era pra ninguém,num era pra provocar ninguém, nem negativamente,nem positivamente,mas eu precisava me sentir livre pra eu me mostrar como eu era. E aí eu fui tomando coragem,postando uma foto ali,aquela coisa posta e saí correndo (risos),vivi ambos processos até tomar coragem e aí fui tomando coragem,tomando coragem e postando até que se tornou uma coisa natural. Quando se tornou uma coisa natural, eu pensei: "Puxa,gosto disso,gosto de fotografia,quero me envolver mais com isso",por que na verdade aconteceu uma coisa muito interessante,que o meu processo,quando eu comecei a postar,ele influenciou as pessoas que estavam no meu círculo de uma forma que eu não pensei que pudesse acontecer,as pessoas passaram a se inspirar em mim e falar: "Nossa é muito legal!" "Eu transformei isso em mim, por que eu vi você falando aquilo" e isso mexeu muito comigo. Era uma coisa que eu não imaginava e que foi muito legal. E aí eu percebi que eu pudesse inspirar mais pessoas,com outros processos também que não só o meu. Aí eu criei o Instagram no mesmo momento em que eu fui fazer workshop de fotografia,mas assim sem ter a menor ideia do que, que eu tava fazendo,sem ter um objetivo claro,sem saber aonde que esse projeto queria chegar,eu nem via como um projeto na verdade. Só que rapidamente muita coisa aconteceu. O Instagram começou a crescer,as pessoas passaram a ver valor naquilo e eu fui ganhando mais e mais incentivo pra me mostrar,pra mostrar minhas fotos,pra mostrar minha forma de ver o mundo,o que eu acredito e por aí vai. E aos poucos as coisas foram se desenvolvendo, eu fui entendendo a relevância,o valor disso,eu quis desenvolver mais o projeto e seguir adiante.

Deixa eu ver se consegui pegar bem o que você falou. Você já era mais gordinha que as suas amigas e tal e devido a uma crise de ansiedade teve o aumento de peso e passou a não se reconhecer mais naquela pessoa. Aí vem o processo de emagrecimento que vem do cuidado com o corpo, de uma dieta menos maluca e feita com mais cuidado,até que você passa a não se reconhecer também naquela pessoa que emagrecia demais e para pra se projetar de uma forma geral. A fotografia nesse ponto foi de início uma válvula de escape onde você podia pegar seus auto retratos e as fotos sensuais e falar: Olha essa aqui sou eu, tem uma gordurinha aqui tem outra ali,tem essa marca,não tem, mas é a Carol aqui, ou até pra virar e falar, olha esse ponto eu posso melhorar,quero ficar melhor aqui, me ver melhor aqui?

Não,não, você não entendeu direito não. Eu não cheguei a emagrecer demais e não me reconhecer magra. Eu não passei por esse processo não. Eu engordei demais e aí eu comecei a não me reconhecer no peso que eu tava e aí quando eu comecei a emagrecer, eu comecei a voltar o meu corpo e a me entender. Só que quando você emagrece tem toda uma pressão de que peso você vai ter? Até aonde você vai? E aí eu comecei a me questionar isso. Até onde que vai esse processo? Que na verdade no início foi muito rápido, eu perdi dez quilos em um mês e aí isso me assustou,na verdade isso era bom e ruim,sabe?Era bom, por que emagrecer pra mim era bom,estar voltando ao meu corpo e tudo mais,mas ao mesmo tempo eu ia emagrecer quantos quilos? Qual era a busca? Isso não me gerou uma não identificação, isso me gerou um monte de questionamentos pra eu pensar e eu entender o que eu efetivamente queria. E eu entendi que a minha busca não era por número de quilos. A minha busca era por mim mesma. Quem ia ter que me dizer quantos quilos eu deveria ter era o meu corpo. Eu ia ter que encontrar esse estilo de vida que eu queria e o meu corpo ia falar:"Oh nesse estilo de vida que você quer que é você, você tem "x" quilos".  E na verdade eu vou ter eternamente uma variação de peso muito alta, por que eu já engordei de novo e agora tô começando a me esforçar pra retomar o meu processo de auto cuidado e tudo mais, essa é a história da minha vida,sempre nisso.Eu tenho uma variação de peso aí e tudo bem,tá tudo bem com isso, aceito. Sou feliz. Eu não cheguei a não me reconhecer super magra,não cheguei a ficar super magra,só pra deixar bem claro assim em quilos. Eu antes tinha setenta,depois setenta e quatro,setenta e seis,era mais ou menos por aí quando eu engordei eu cheguei a noventa e seis quilos.Com noventa e seis eu não me sentia bem.Não me sentia bem por outras coisas,não me sentia bem pelo desenvolvimento profissional que eu tava tendo,pelas conquistas,por várias coisas desconectadas no meu corpo. Eu tava numa fase feliz por vários motivos também,mas super desconectada do meu corpo e daí é importante eu me reconectar com o meu corpo, também,que isso era importante pra mim e pra minha vida, aí eu primeiro emagreci dez quilos,fui pra oitenta seis,aí depois eu consegui emagrecer mais uns cinco,seis e cheguei a oitenta. Meu objetivo era emagrecer um pouco mais,chegar até setenta quatro,setenta e seis de novo e ficar por aí meio que como uma margem de segurança sabendo que eu sempre vou ter essa variação,mas eu não consegui eu fui só até oitenta. E na verdade eu sofri um outro processo de ansiedade e eu já engordei uns sete quilos de novo, devo tá com oitenta e sete agora,então gostaria de novo de retomar e voltar a oitenta,setenta e pouco, por aí,mas não sei, eu vivo dia por dia e o que mais importa pra mim mesmo com o peso que eu tô agora eu tô bem conectada com o meu corpo e eu me reconheço. 

Como foi o processo para atrair pessoas para se juntar ao projeto?

As pessoas se juntam a ele, por que elas acreditam nas mesmas coisas que eu acredito. É basicamente isso. O que eu fiz no início foi abrir um formulário pras pessoas se inscreverem,quando eu ainda tava fazendo ensaios totalmente gratuitos,enquanto eu tava nesse meu processo de aprendizado. E muita gente começou a se inscrever nesses formulários e a coisa foi ganhando dimensão. Claro que eu usei ao longo do caminho algumas ferramentas de marketing pra trazer mais visibilidade,mais engajamento,mas pessoas,tanto as que eram do meu círculo,quanto amigos de amigos e a coisa vai se expandindo dessa forma. O Instagram também ajuda bastante a trazer essa visibilidade,mas todo mundo que acreditava na mesma coisa que eu,acreditava que via valor nisso começa a se juntar e começa a querer fazer parte. E aí fazer parte de várias formas. Tem gente que quer fazer ensaio,tem gente que não quer fazer ensaio,tem gente que quer só tá ali acompanhando,vendo,comentando,curtindo. Hoje agora foi criado o grupo de whattsapp que é uma outra forma das pessoas fazerem parte,enfim. Aí junto com as pessoas eu vou criando,vou tendo idéias e vou pensando em como abrir mais espaço pra que as pessoas possam se juntar e fazer parte.

Com tanta gente linda e com tanta diversidade que surge para ser fotografada daonde vem tanta inspiração para a criação de ensaios e quem são as suas maiores inspirações no mundo fotográfico?

A inspiração pra fotografar vem cem por cento das pessoas e dos seus sentimentos. Eu passei um longo processo até entender meu próprio processo fotográfico, eu não sou uma pessoa que gosto de ver referências de outros fotógrafos e me inspirar nessas referências,não é querer nada contra isso,mas que pra mim não funciona, isso mais me trava do que de fato me potencializa. Eu também entendi recentemente que eu não tenho uma busca por fotografar lugares completamente diversos,praia,cachoeira e etc, nada contra também,amo as fotografias,acho completamente lindas e até tenho vontade de fazer,mas não é a busca do projeto. O projeto ele tá ali pra mergulhar profundamente nas pessoas,na sua forma de ver,nos seus sentimentos e como que elas expressam isso. Então eu prefiro gastar o meu tempo conversando com as pessoas, ouvindo elas,entendendo as suas questões, o quanto que for necessário. Então antes de todo ensaio,eu abro um longo espaço pra gente conversar,em geral mais de uma hora do ensaio a gente tá só conversando,só sentindo,só se colocando,compartilhando ideias e etc,por que é daí que vem a inspiração e eu vejo o meu ensaio na verdade não como a Carol artista vai fotografar alguém modelo. Não! Pra mim existe o encontro e uma co-criação,então eu tô criando,assim como a pessoa que tá ali junto comigo,tá criando também. E é desse encontro que vai surgir a foto,de como a pessoa se mostra pra mim e de como eu vejo ela,de que formas que eu consigo expressar o que ela mostra pra mim. Pra mim é esse encontro que é tanto a inspiração,quanto a criação por si só. Então,assim,eu tenho vários fotógrafos que eu acompanho pelo Instagram,que eu acho o trabalho lindo,que eu admiro muito,mas não é no trabalho deles que eu me inspiro,eu me inspiro nas pessoas.  

Na sua opinião o que se caracteriza melhor como uma boa foto. Aquela que você pega, olha e já pensa: "Uau!Que fotão!" ou aquela foto que você teve um trabalho maior sobre ela para capturar o momento certo e que pode fazer com que quem veja a foto consiga refletir sobre toda a situação que a foto expressa?

Pra mim,a boa foto,considerando todo o meu processo com a foto é aquela foto que a pessoa se entrega,que ela se solta,que ela se livra de todas as amarras e que você consegue ver ela ali inteira,plena,sabe,essa é aquela foto que eu falo: "Putz,que fotão!Que incrível" Como eu consigo ver as pessoas se transformarem do início do ensaio até o final e é lindo demais ver isso. É lindo demais tanto ver fotos como ver como que as pessoas se sentem,as vezes até antes de ver a foto elas já sabem que tá lindo e que tá incrível, por quê ela se sentiram lindas e incríveis. Então isso pra mim é a boa foto, é o incrível,é o do caralho,sabe? E eu tenho certeza que quem vê essas fotos sente esse sentimento e isso é muito foda. 

Quando se trabalha com nu artístico há uma preocupação grande para que a foto não se torne vulgar aos olhos do publico. Qual é a linha tênue entre a vulgaridade e a foto artística do nu?

Olha,eu pessoalmente não tenho exatamente essa preocupação entre separar o que é vulgar do que é artístico. A minha preocupação tá muito mais conectada com o sentimento da pessoa. E eu acho até que existe arte e sensualidade na vulgaridade também. Então assim, com um pouco de esforço de quebrar todos os tabus e preconceitos.Então assim,pra mim a busca não é por separar o vulgar do artístico, pra mim a busca é por representar o que existe de genuíno naquela pessoa que eu tô fotografando. Como que ela quer se mostrar. E se ela quiser se mostrar vulgar, isso é uma escolha dela . Não é uma busca minha,mas é uma escolha dela. Eu não tenho medo do vulgar,não tenho medo do tímido,eu não tenho medo do travado,não tenho medo de nada,mas pra mim o mais importante é o processo que existe ali com aquela pessoa e tudo que ela quer mostrar e que ela quer fazer,tô ali pra entrar junto e criar junto e tangibilizar aquele sentimento que existe. Eu nem diria pra você que a minha fotografia é uma fotografia de nu artístico ou é uma fotografia de sensual. Na verdade pra mim a minha fotografia é uma fotografia de pessoas. Se essas pessoas estiverem confortáveis com roupa e não quiserem tirar a roupa delas, tá lindo e elas vão se expressar como elas querem. Se elas quiserem tirar elas vão tirar,elas vão se mostrar da forma como elas são e é isso que eu quero retratar. 

O projeto Sensualidade e Confiança tem um grupo de pessoas no whattsapp que se interessam pelo projeto e que discutem e trocam nudes de qualidade avaliando diferentes poses,ângulos e diversos outros fatores que são cabíveis de se conversar dentro de uma civilidade impressionante. Qual é o segredo que você como administradora tem para gerir um grupo com mais de cem pessoas,que trocam nudes e sem perder a classe ou virar uma baderna?

(Risos) Como administrar um grupo de whattsapp? (Risos) Olha  (Risos) Mais uma vez eu sempre vou ser a chata que vai falar que não existem regras. Pra mim eu acho que a gente precisa de bom senso e de consenso. Eu não gosto, nunca gostei da experiência de nenhum grupo que existem um milhão de regras a serem seguidas. Fica uma briga dentro do grupo se as regras estão sendo seguidas ou não. Tive essas experiências várias vezes e nunca gostei desse tipo de ambiente. Então pra mim qualquer tipo de regra existe pra ser quebrada e não sou eu que vou ficar criando regras e sendo a gestora das regras do grupo (risos) não é o meu perfil. O que eu acho importante é a gente entender que tudo aquilo que a gente expressa de alguma forma pelo outro e esse outro pode sentir isso de várias formas e a gente precisa aprender e entender e a respeitar isso e principalmente aprender a dialogar. Então pra mim o foco tá cem por cento no diálogo. O que eu tento trazer pro grupo é esse entendimento de que todos precisam se sentir livres pra dialogar,todos são livres pra entrar e sair do grupo a hora que quiser,então não vai ter ninguém, nem eu, dizendo quem deve ficar ou quem não deve ficar. que comportamento é aceito ou não. A gente tá ali justamente pra explorar as nossas diversidades e nossas complexidades e se tivesse um ponto central que definisse o que é certo e o que é errado a gente teria essas diversidades e complexidades oprimidas,então não tenho essa função.Mas entender que o conflito,ele faz parte,ele é necessário. É no conflito que a gente evolui e a gente aprende.O que eu me esforço também é pra não evitar o conflito,mas lidar com o conflito de frente, de forma clara,esclarecedora, permitindo que as pessoas coloquem as suas visões  e entendendo que a gente vai discordar muitas vezes e que tá tudo bem discordar. Desde que ninguém se sinta oprimido de sentir coisas e não poder colocar aquilo que sente. Então o meu trabalho como administradora (Muitos risos) Título administradora de whattsapp (Risos) Que loucura! Mas o meu trabalho ali é trazer um pouco dessa visão e em alguns momentos gerenciar conflitos,mas não gerenciar querendo dizendo quem que vai prevalecer sobre quem,qual ideia certa,qual é a visão certa,mas gerenciar dando espaço pra que todo mundo possa se colocar e tomar as próprias decisões. Esse espaço é confortável pra mim, não é, quero sair,quero ficar,eu quero voltar. O que eu quero falar, o que eu não quero,então eu me esforço pra criar um espaço de liberdade e diálogo.   

Em seus dois trabalhos atuais você trabalha muito com a confiança, seja na confiança pra empreender em um negócio e confiar que vai dar certo e no outro para ter bons ensaios que passam muito pelo fato de se confiar no fotografo e abraçar a câmera de modo que as fotos fiquem naturais e belas ao mesmo tempo. Quais as semelhanças e diferenças que você vê entre o trabalho na Intuite.se e no Sensualidade e Confiança?

Ah essa pergunta final foi assim presentinho pra mim. Os dois trabalhos eles são muito alinhados por que eles partem do mesmo propósito. Eu tenho o propósito que eu chamo de desconstruir para construir com confiança. Eu acredito muito nesse propósito,então qualquer coisa que eu fizer vai tá alinhada com esse propósito.A empresa ,a Intuite.se, ela trabalha desconstruindo paradigmas,conceitos,regras pré formuladas e etc, para construir a confiança na intuição,construir a confiança daquilo que você acredita,daquilo que você é,pra que você possa seguir adiante,pra mim esse é o meu trabalho. E aí no meu trabalho eu uso as ferramentas de branding,de marketing,da arte,digitais,enfim,diversas ferramentas pra poder tangibilizar esse trabalho, tangibilizar os conceitos e permitir que os potenciais se desenvolvam.Na fotografia é a mesma coisa,então a fotografia pra mim é um dos pilares da arte,que pra mim fez muito sentido eu me envolver pessoalmente. Eu tô dentro da fotografia para desconstruir para construir confiança.Eu acho que desconstrói aquilo que foi entregue pronto pra gente,as formulas prontas,sejam elas quais forem a gente abre espaço dentro da gente de criação,de desenvolvimento,de empoderamento,de potencialidade,de ser quem a gente realmente é,sejam marcas,sejam pessoas. Pra isso que eu trabalho,tanto com o branding,quanto a fotografia,quanto com qualquer outra coisa com que eu possa vir a trabalhar,então esse alinhamento existe por que o propósito é o mesmo.



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