segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

O poder da leitura infantil




Eu me lembro bem de como era. Meu pai e eu indo as compras nas manhãs de um dos dias do fim de semana e eu estacionado ao lado da banca de revista aguardando ele comprar tudo aquilo que tinha de comprar para só depois vir até a mim e literalmente pagar as infinitas revistas da turma da Mônica que eu havia ou lido enquanto aguardava ou me segurado de forma ardente para ter o que ler no caminho de volta para a casa.

Eu tive centenas de revistas daquelas,especiais como deveriam ser a toda criança que aprecia a leitura e boas histórias da turminha do Maurício de Souza. 

A turma da Mônica cheira a infância,traz o frescor de um tempo onde as crianças podiam brincar mais soltas pela rua e sem tamanha preocupação com relação a segurança conforme temos hoje.

Os anos foram passando e apesar de ainda manter o hábito pelas revistinhas fui ganhando novos ares,outros conhecimentos e interesses de leituras.

Perdi as contas de quantos guias do brasileirão da revista Placar eu tinha,quantos álbuns de figurinhas relacionados a futebol e quantos jornais eu lia por dia muitas vezes tendo as mesmas notícias com uma,duas ou até três versões diferentes.

Claro que eu também me interessava pelos livros,não me lembro ao certo o primeiro livro que li ou que gostei tanto de ler. Que sorte a minha, mostra que foram tantos livros de qualidade (alguns ruins também é verdade)que fica difícil escolher um,mas garanto que passei desde a coleção Vagalume até a literatura francesa com diversos autores magníficos até chegar a livros de diferentes meios sejam eles espiritas,ficção e tantos outros que minha mãe me passava para ler ou até que eu acabei escolhendo por escolha própria.

A medida que eu fui crescendo as mídias digitais foram ganhando cada vez mais espaço no mundo. Se antes tínhamos dificuldade para se obter livros agora eles nos chegam a mão através das telas dos computadores,celulares,tablets e tantos outros meios criados para que a nossa geração e as gerações futuras leiam de forma mais "pratica",mas acessível,mais conectada.

Meu filho provavelmente vai ler, por influência minha,da mãe,das avós maternas e de quem vier lhe dando coisas que possam estimular a sua imaginação e a sua vontade de ter em mãos um livro.

Infelizmente essa prática não se aplica a todos e para muitas crianças o livro é um bicho de sete cabeças que vez ou outra algum maluco cismado a hipster transforma em filme para que se torne legal.

O hábito de ler constrói nas pessoas um hábito igualmente bacana que é o hábito de escrever. Seja anotando as coisas em um bloquinho,uma agenda não digital do dia ou até mesmo um diário antes tão utilizado pelos jovens para contar as "aventuras" pelas quais passaram.

Certamente se tenho um blog hoje foi muito do fato de que a minha mãe me encheu de livros juvenis e meu pai fazia o seu esforço para que eu tivesse coleções completas de O mundo de Wally e as minhas preciosas revistas especiais da Turma da Mônica.

Ele mesmo não lia com tamanha frequência, talvez ali a parte de esportes e as manchetes criminais de algum jornal,mas que facilmente foi substituído pelo jornal televisivo,com suas cores e imagens em vídeo.

Não digo que não é legal que uma criança tenha para si um celular ou o computador a mão, obvio que não. O mundo mudou,não posso impedir que meu filho e meus netos quem sabe, acompanhem o movimento do mundo. Mas por quê não fazer diferente? Por quê não os colocar diante de uma nova visão de mundo através da leitura e do conhecimento.

Que o mundo leia mais,que percorra pela importância da leitura a educação que nossos políticos tanto prometem em tempos de eleição até mesmo para que no nosso futuro não tenhamos uma geração tão alienada.

Está tudo ali,está tudo a mão em diversas páginas,leituras e as mais belas histórias.

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