quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Meu Primeiro Bebê.Doc (40)


(Pais de primeira viagem relatam as delicias e as amarguras da presença do primeiro bebê de suas vidas. Na série Meu Primeiro Bebê.Doc veremos relatos feito por pessoas que se despuseram a contar esse marco de suas vidas sem qualquer custo ou a precisão de revelar a identidade. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

Por Bárbara Sales

"Conheci meu namorado ainda na adolescência, mas não tivemos muito contato, pra falar a verdade, um não ia com a cara do outro, mas quando é pra ser o destino ajuda né!?

Era 15 de abril de 2016, comemoração do aniversário de uma amiga de serviço. 

Chegando lá já bati o olho num menino de sorriso bonito que conversava com todo mundo.Quando fomos apresentados eu falei que achava que o conhecia de algum lugar e ouvi da minha amiga: Conhece dos seus sonhos!

E foi ela quem passou a noite toda tentando me juntar com ele,sem sucesso, pelo menos naquele dia. Não rolou, não era pra ser ali.

Tive outros relacionamentos bem conturbados, mas com o pai do meu filho foi diferente. Ao começarmos a conversar fui mudando o meu jeito de ver a vida. Logo me apaixonei,assim mesmo,tudo muito rápido, muito intenso, muito verdadeiro.

Eu sempre tive o sonho de ser mãe,sempre amei crianças,mas mesmo assim foi um susto.

Minhas calças não fechavam, meu peito inchado e a menstruação bem atrasada, mesmo assim quando ouvia de alguém que eu podia estar gravida só sabia responder que era apenas gases.

Me convenceram a fazer logo o exame de sangue e acabar com a dúvida,ai veio o positivo. Travei.
Não sabia o que fazer, muito menos o que pensar, estava feliz e desesperada ao mesmo tempo. Não foi planejado,mas foi o presente mais lindo que recebi.

Minha mãe me acompanhou no primeiro ultrassom. Eu não sabia o que ia acontecer ali.

Quando eu escuto a primeira vez o barulho como uma escola de samba e o médico dizendo: Parabéns mãezinha, já conseguimos ouvir o coração do seu bebê.

Tanta felicidade que eu não me aguentava e as lagrimas escorreram ali mesmo. Meu celular sem bateria, eu gravando um pouco do celular dela e enviando pro meu namorado pelo whattsapp e assim decidimos que minha mãe me acompanharia nas consultas e ele nos exames.

Aliás cada exame era uma graça diferente. Tchauzinho,linguinha pra fora, mão na boca, fechar perninha pra não ver o sexo, virar pra não ver a nuca, eu sempre achava tudo, cada pedacinho até mesmo a orelhinha. 

Não era apenas a minha barriga que crescia, mas principalmente o meu amor pelo meu bebê.

Graças a Deus tive o apoio do meu namorado desde a descoberta. Ele me tranquilizou e me deu força em momentos de desespero,não soltou a minha mão. Eu sabia que ele estaria ali durante a gestação, no parto e em todos os momentos do nosso pequeno.

Nunca tivemos preferência pelo sexo, o importante era que viesse com saúde. Minha família e amigos queriam um menino. A família e os amigos dele uma menina, dessa forma os nomes foram surgindo.

Se fosse menina seria Valentina, enquanto se fosse menino já rolava aquela dúvida Davi,Lucca,Enzo e até algumas sugestões engraçadas como Cristal.

No dia de fazer a ultra para saber o sexo comi até um chocolate para ver se ajudava,mas foi pura ilusão, não funcionou. O médico custou, mas conseguiu ver e nos deu a notícia de que era um meninão.

Fui uma grávida boazinha, sem muitos enjoos e desejos. Na metade da gravidez queria uma empada e no finalzinho sonhei com fanta uva,acordei até com água na boca e não sosseguei enquanto não comprei.

Sempre fui muito ansiosa e estava louca pra ver o rostinho do meu bebê e ter ele nos braços. As últimas três semanas fiz o acompanhamento direto na maternidade e caso atingisse as quarenta e uma semanas sem qualquer sinal teria de fazer a indução do parto.

20 de Abril e nenhum sinal, nada. Minha mãe me acompanhou na parte da manhã no hospital e iria trocar com o meu namorado no horário de almoço.

Chegamos na maternidade ás sete da manhã e ás dez horas começamos o procedimento com o primeiro comprimido e o trauma eterno da posição de indiozinho.

Subi e desci escadas, andei por todo o andar e nada. Vamos para o segundo comprimido e logo no começo da noite começaram as temidas contrações.

Eu não aguentava de dor, foi tão intenso que eu vomitei algumas vezes perdendo as forças. 

Fui pra sala de pré parto e me deram plasil na veia por duas vezes, perdi a conta de quantos banhos eu tomei, só sabia chorar e implorar por uma cesárea até que ás três da manhã o médico conversou comigo e me disse que não poderia fazer uma cesárea aquela hora e que ele poderia estourar a minha bolsa para agilizar a minha dilatação.

Fui teimosa no começo,mas logo deixei. Não adiantou muito, segui sentindo dores até ás sete da manhã quando o médico disse que eu estava com oito centímetros de dilatação e ia poder subir pro bloco cirúrgico e ter a tão esperada anestesia.

Meu namorado até assustou quando chegou no bloco e já me viu sentada,conversando,animada.

Achei que tinha chegado o esperado momento de conhecer o meu príncipe, mas nada. Passou o tempo da anestesia e as dores voltaram ainda mais forte a dilatação não progredia e o jeito era partir para a cesárea.

Tiraram meu namorado da sala mais uma vez e aquela correria para ligar os equipamentos,mais anestesia e quando estava quase tudo pronto meu namorado voltou e assistiu o parto sentado para teoricamente não passar mal.

Ás 10:28 do dia 21 de Abril ouvi o chorinho dele. 

Já estava louca para ver o rostinho dele e perguntava a todo momento ao meu namorado o que estava acontecendo. Os celulares aquela altura estavam sem bateria então não teríamos como registrar aquele momento lindo.

Até que um anestesista ofereceu o celular dele para que tivéssemos registros do nosso primeiro contato.

Infelizmente ele ainda teve que ficar um tempinho no banho de luz por estar um pouco amarelinho e eu sofri junto já que queria ficar agarrada a ele e só podia fazer isso na hora de mamar.

Hoje meu príncipe está com cinco meses, super esperto,saudável.

Ele nasceu e eu renasci e aprendo a cada dia mais já que a minha vida passou a ter um sentido diferente e é você. Enzo Gabriel!"

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