quinta-feira, 8 de junho de 2017

Meu Primeiro Bebê.Doc (23)


(Pais de primeira viagem relatam as delicias e as amarguras da presença do primeiro bebê de suas vidas. Na série Meu Primeiro Bebê.Doc veremos relatos feito por pessoas que se despuseram a contar esse marco de suas vidas sem qualquer custo ou a precisão de revelar a identidade. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

Por Tayanne Mayara

"Eu e o marido nos conhecemos no ônibus,mais ou menos maio de 2009, sendo que era um ônibus que eu nunca pegava.

Peguei esse ônibus apenas um dia para ir a escola e ele era o cobrador. Conversei com ele um pouco, achei ele legal e quando eu ia descer ele me pediu meu telefone, dei por que realmente achei ele legal.

Ficamos mais um mês conversando e aos poucos ele foi me conquistando até que ficamos juntos pela primeira vez e estamos juntos até hoje.

Começamos a namorar pouco depois que ficamos pela primeira vez,isso era 02/06 do mesmo ano.

Em fevereiro de 2011 por algumas razões familiares ele foi morar comigo e com a minha mãe até que em 9 de janeiro de 2014 nos casamos de papel passado.

Ainda moramos com a minha mãe por três anos até que nosso apartamento ficou pronto e nos mudamos.

Sempre tive o sonho de ser mãe e as vezes falávamos de ter um filho quando tivéssemos vinte e cinco anos. Já tínhamos o nosso apê, então por que não?

Mas conversamos muito até ter certeza do que queríamos, fui ao médico, vi se estava tudo certo comigo, parei de tomar o AC e passados quatro meses veio o sonhado positivo.

Antes do positivo eu apenas desconfiei que estava grávida, mas não falei nada pro meu marido pois queria ter certeza.

Comecei a cair de sono no trabalho até que resolvi fazer primeiro um teste de farmácia no dia 27/08/2015. A noite sozinha em casa,cheguei, fui lá e fiz o teste,mas apareceu apenas uma listrinha muito clara que mal dava pra ver.

No fim de semana íamos a um casamento em Nova Serrana, no sábado então fiz um novo teste de farmácia e esse sim deu pra ver o positivo.

Na verdade os dois testes deram positivo, só que no primeiro ficou muito claro e o segundo ficou bem mais visível.

No casamento em Nova Serrana eu comecei a passar muito mal, até então apenas quatro pessoas sabiam do meu teste,mas eu ainda não tinha contado nada a meu marido.

Voltamos no mesmo dia do casamento e passamos o domingo passeando com a família no parque dos mangabeiras.

Era 31/08 quando saí de madrugada pra ir no Hermes Pardini pra fazer o exame, sendo que o resultado só iria sair ás quatro e meia da tarde.

Quase morri de ansiedade nesse dia.
Já com o resultado em mãos liguei pra minha mãe e confirmei pra ela que ela ia ser vovó.

Não dá pra ter uma ideia de como foi difícil ficar calada durante todos esses dias,sendo que agora tinha de pensar em uma maneira de contar pra ele.

Eu não queria contar pra ele e pronto.Queria fazer algo pra ele especial.

Com o resultado impresso, liguei pra minha amiga e pedi ajuda na surpresa pro Diogo a noite e que eu ia chegar antes dele.

Liguei também pra minha mãe e pedi uma caixa. Tipo essas caixas da natura. Ela tinha uma caixa vermelhinha que ela me entregou no meu serviço antes de eu ir pra casa.

Na minha casa eu tinha duas roupinhas de bebê que eram de crianças que a minha olhava e que ela ia desfazer,mas eu guardei pensando: Quando eu tiver um filho ou filha vai ser dele, isso por que tinha uma verdinha claro e uma rosinha.

Fui pra casa e coloquei as roupinhas na caixa, o teste de gravidez e fiz uma cartinha pra ele. Bati na casa da Renata a amiga pra quem eu tinha ligado e que é minha vizinha de frente e tem uma filha chamada Mariana que é muito apegada a mim e a ao Diogo nos chamando de tio.

Falei com ela que depois que o Diogo chegasse, tomasse um banho eu mandaria uma mensagem pra ela no whattsapp e que ela deveria bater na minha casa.

Conforme o combinado, depois que ele chegou,tomou banho e vestiu roupa elas bateram na minha casa e a Mariana que na época devia ter um aninho e pouco veio com a caixinha na mão e o Diogo não entendeu nada.

Ela deu a caixa pra ele e disse: Titio pra você!
E ele: Mas nem é meu aniversário.

Ele sentou conversando com a Renata e com a Mariana e abriu a caixa. Mas seguiu não entendendo nada, até ver as roupinhas e o exame de sangue impresso e virou pra mim e disse: Sério!? Você está grávida mesmo?

Ele ficou incrédulo, olhava pra mim, olhava pro papel, até que finalmente me abraçou e disse pra Mariana: Mariana, vamos ter um amiguinho ou amiguinha pra você!

Em seguida o marido da Renata que é pastor e que também é pastor ficou sabendo e orou pela nossa vida e pelo nosso bebê.

A descoberta da gravidez foi com cerca de quatro a cinco semanas e comecei a fazer o pré natal, mas tava tão pequenininho ainda que não consegui ouvir o coração, apenas vi que tava tudo certinho, tudo no lugar,mas o coração mesmo não deu pra ouvir.

Com o começo da gravidez veio também os enjoos. Eu passei mal a gravidez inteira.Tive enjoos excessivos, cheguei a vomitar sangue, fui pro hospital várias vezes por que eu ficava desidratada, então definitivamente não foi uma uma gravidez fácil, especialmente no começo onde eu perdi cerca de seis quilo e me sentia fraca,vomitava até mesmo bebendo água.

Nesse período meu marido me ajudava muito fazendo as tarefas de casa, por que tinha dias que eu não conseguia ir embora pra casa.

Eu pego dois ônibus para ir pra casa, mas tinha dia que eu não conseguia fazer isso e ficava na casa da minha mãe, mas só chegava e deitava. 

Vir trabalhar era no dia que dava por que tinha dia que eu ficava muito fraca e tinha de ir pro hospital, ficar no soro. 

Eu vomitei tanto durante a gravidez que tomei pavor de vômito, tenho até medo de engravidar de novo  e passar por essa parte toda de novo, mas nas outras questões a minha gravidez foi muito tranquila.

Nesse tempo eu quis muito comer jabuticaba e uma vez dobradinha, mas era comer e passar mal.

Começamos a sequência de ultrassons, fizemos o trans nucal e tudo certinho, mas não dava pra ver o sexo por que a Alice na época não colaborou, tivemos que fazer três ultrassons pra descobrir que era menina. Ela sempre fechava as perninhas e virava, sempre ficava quietinha, pra ter uma ideia fui descobrir o sexo estava quase fazendo cinco meses.

Mais pro meio da gravidez eu parei de vomitar com mais frequência e foi a época que ganhei um pouco de peso, comia muito açaí puro, mas não chegava a ser parte dos desejos por que eu perdia a fome sabendo que ia comer e passar mal de vomitar ou o estômago ia ficar doendo.

Aí passei a tomar o uvonal que conseguia com que eu tomasse ele e eu segurasse um pouco a comida, mas passava o efeito e voltava tudo, eu chorava e falava pra minha mãe que só queria tomar um copo de água sem vomitar.

Não queríamos cobranças então muitos amigos ,parte da família e até a minha sogra não sabiam que estávamos tentando engravidar, então fora no meu serviço que tive de contar rápido já que passava muito mal a maioria das pessoas só souberam quando eu já tinha três meses.

O nome Alice veio pelo nome da minha avó, já era uma ideia que eu tinha caso tivesse uma filha e meu marido tinha preferência por uma menina, eu apenas tive a confirmação de Deus quando um dia antes da ultra eu sonhei com uma menina no meu colo, passamos então a organizar o quarto dela e aguardar a sua chegada.

Depois que eu decidi ficar grávida, ter um filho, eu li muito, pesquisei muito o que era bom pra mim, o que era bom pro meu filho, tudo foi bem pesquisado. A cesariana é boa sim,mas quando você realmente precisa dela, então eu vi uma amiga que havia tido o Isaac no Sofia com um parto humanizado.

O marido dela ficou presente o tempo todo, além do médico ela teve uma doula. Então como eu não tinha plano de saúde e tinha de escolher um lugar do SUS, eu queria um lugar onde eu me sentia segura.

Comecei o pré natal no posto de saúde perto da minha casa e depois passei a fazer o acompanhamento no Sofia Feldman que na verdade sempre foi a minha primeira opção.

Lá eu tive a opção de fazer uma visita com a assistente social que te leva pra conhecer o hospital e meu marido sempre comigo o que me fez ir convencendo ele já que antes todo mundo falava mal do Sofia.

Então no pré natal de lá eles perguntam como queremos o nosso parto, quais as nossas expectativas,então você pode ter um plano de parto que eu acabei não fazendo, mas tive o acompanhamento de uma doula que apesar de não ser do hospital era alguém que estava sempre lá.

Até que me decidi totalmente pelo parto humanizado, já que eu queria um parto humanizado,era o meu corpo a minha opinião e eu queria que ele fosse respeitado,que a Alice fosse respeitada.

Eis que chega o dia vinte e oito de abril de 2016, eu já havia saído de licença a uma semana, eu saí numa quinta e a Alice nasceu na outra quinta, cheguei a sair com a minha vizinha pra ir ao mercado e a noite íamos ver um filme, mas eu me sentia um pouco cansada.

No dia vinte e oito por volta de uma da manhã, quase duas o meu marido estava na escala noturna e chegou mais tarde no dia, ele chegou mais ou menos uma meia noite, tomou um banho,comeu e deitou pra dormir.

Fui no banheiro, fiz xixi normal, levantei e vesti a roupa,só que aí desceu uma água e eu pensei: Nossa,será que eu fiz xixi na roupa?

Só que a minha bolsa rompeu, mas eu não perdi o líquido todo, eu perdi aos poucos o que me gerou um pouco de dúvida se a bolsa tinha rompido ou não.

Mandei uma mensagem pra minha doula perguntando se a bolsa tinha rompido ou não e ela me perguntou se eu estava sentindo alguma coisa, dor? contração? Mas eu não estava sentindo nada.

Ela me disse assim: Deita do lado esquerdo e observa se vai ter contração ou não.

Já estava tudo pronto, então voltei pra minha cama e bati no meu marido pra ver se ele acordava, por que quando ele dorme parece que está morto e falei: Amor, acho que a minha bolsa rompeu.

Como ele estava caindo de sono do jeito que ele estava ele ficou.Ele não levou fé.

Pensei: Vou deixar ele dormindo e vou me observando. E perguntei a Doula se eu já deveria ir pro hospital. Por ela já ter trabalhado lá ela me informou sobre o procedimento do Sofia que era de chegar lá e aguardar cinco horas pra ver se seria necessário induzir meu parto.

Eu tinha consulta ás seis e meia da manhã por que já estava fazendo um acompanhamento semanal no hospital.Então eu ia lá ás quintas feiras. 

Acabei de olhar tudo na bolsa, conferi documentos e passei a me observar, tomei um banho, não tive nenhuma contração, mas resolvei chamar o meu marido de novo e perguntei olha como a gente vai fazer, até por que na época não tínhamos carro, hoje temos, mas a Renata que sempre ficava com a gente no final da gravidez não estava com a gente no dia por que ela ia precisar dele. Então ele sugeriu deixar a moto com o cunhado dele e eu pegar o carro,mas que ela não avisasse ninguém até ter realmente certeza se eu estava entrando em trabalho de parto ou não.

A irmã dele concordou, meu marido foi lá buscou o carro e eu lá com trinta e nove semanas e quatro dias indo pra consulta, mas super tranquila, meu marido que ainda não tinha caído a ficha de que ia nascer.

Falei com ele: Coloca as bolsas no carro! Mas ele ainda não tava levando fé que eu só ia sair de lá com a Alice.

Passamos na consulta,me examinaram e perceberam que a bolsa tinha rompido, mas eu não tinha entrado em trabalho de parto, estava com o colo fechado e sem dilatação.

Já havia passado as cinco horas protocolares,mas eu não tinha entrado em trabalho de parto o que eles chamam de bolsa rota, mas no primeiro exame de toque que fizeram eu não tinha absolutamente nada de dilatação então eu internei pra induzir o parto.

A enfermeira obstetra então passa a te explicar tudo o que vai acontecer. Fui internada ás dez horas e colocaram então o primeiro comprimido para afinar o colo, algo que vai se repetir de quatro em quatro horas eu seria examinada para observar o progresso. Se o colo afinou? Se houve dilatação? São no máximo cinco desses no período de quatro em quatro horas.

Acontece que no período de dez da manhã até ás seis da noite eu já estava no meu terceiro comprimido, com o colo afinado, mas apenas com dois centímetros de dilatação,mas com o colo afinado eu já podia ser colocada no soro.

Ás nove da noite eles iam me examinar novamente, mas enquanto isso eu fazia caminhada,eu ficava na bola embaixo do chuveiro fazendo exercícios para a dilatação ,ganhei massagens da minha doula,ajuda do meu marido até que mais ou menos umas nove e vinte eu fui chamada a sair do chuveiro e eu já estava com dez centímetros de dilatação aí saí do pré parto pra ir pra sala de parto.

O meu parto não saiu como eu esperei, eu aguardei o tempo necessário para ver se o trabalho de parto começava sozinho, mas precisei de ajuda.

No parto humanizado você tem as suas vontades respeitadas ,escolhe coisas como se você quer comer ou não, se quer anestesia ou não, se quer o corte para ajudar a nascer, a posição mais confortável para o parto, como se fosse um parto normal, mas onde posso dar a minha opinião,mas dentro do possível.

Foi somente quando cheguei a sala de pré parto que avisamos a família que o parto seria induzido. Mas ás nove e trinta e cinco eu estava indo pra suite de parto com hidromassagem,banqueta, ferro pra segurar entre outras coisas que te ajudem a achar a melhor posição para que você tenha o seu filho e acompanhada da doula,do meu marido e da enfermeira obstetra.

As contrações passaram a vir bem forte, comecei a sentir vontade de fazer força, procurei uma posição melhor e ela nasceu ás dez da noite.

Veio direto pro meu colo e mamou no primeiro minuto.
Meu marido a abençoou e cortou o cordão e então foram cuidar dela e a médica de mim.

Viram a questão da placenta, tomei quatro pontos e depois a enfermeira me ajuda no banho e dá um lanche até levarem pro quarto junto com a Alice.

Ela nasceu com 47 centímetros e 2,750kg e no dia seguinte me ajudaram a como dar a pega correta e dei o primeiro banho nela. No dia anterior tinha chovido então não deram o banho,apenas a limparam e colocaram uma roupinha.

Fizeram alguns testes, ela tomou a primeira vacina ainda no hospital e no sábado tivemos alta.

O começo é de muitas descobertas e muitas fraldas. Há toda uma mistura de medo com felicidade, um verdadeiro turbilhão de emoções e noites e mais noites sem dormir com o peito machucado, mas ali parada admirando o seu filho dormir e percebendo o quanto Deus é perfeito.

O período de adaptação não é fácil, depois ainda vem as cólicas, mas não trocamos por nada nesse mundo. Ela foi a nossa melhor escolha, nosso maior presente de Deus.

Pense num amor que só cresce, o primeiro toque que nunca mais esqueceremos, pois é. Quando nasce um filho, nasce também um pai e uma mãe, cheios de medo e insegurança,mas com um coração que transborda amor."

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