quinta-feira, 20 de julho de 2017

Meu Primeiro Bebê.Doc (28)


(Pais de primeira viagem relatam as delicias e as amarguras da presença do primeiro bebê de suas vidas. Na série Meu Primeiro Bebê.Doc veremos relatos feito por pessoas que se despuseram a contar esse marco de suas vidas sem qualquer custo ou a precisão de revelar a identidade. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

Por Larissa Mendes do Instagram  (@maedalisedoben)

"Eu fazia curso técnico de química no Senai e havia terminado o ensino médio e faltava alguns meses apenas para concluir o curso. 

Conheci o Celso em um grupo de jovens da igreja no whatsapp um dia após jurar a mim mesma que não queria conhecer ninguém, um dia após ter uma briga feia com um ex meu, eu havia decidido ficar solteira, focar nos estudos até conhecer o homem da minha vida.

Foi um baque quando descobri a gravidez até por que na época minha vida estava meio complicada. Meu pai havia acabado de receber alta após realizar a terceira cirurgia no pulmão, então eu não sabia como contar para ele e nem para ninguém.

Pra piorar descobri a gravidez no dia da mentira o que dificultou mais ainda tendo em vista que para quem quer que eu contasse, ninguém acreditaria, até por que eu mesma não acreditei quando olhei pro teste de farmácia até que no dia seguinte fiz o exame de sangue e lá estava aquele grande positivo.

O meu Ben estava a caminho, o Celso estava comigo e acho que a reação dele foi bem melhor do que a minha.

A primeira consulta não foi nada agradável, fui a um médico que era grosso e totalmente seco. Entre eu e Celso também havia um clima muito estranho,assim como também havia um clima estranho entre ele e a minha mãe que também havia ido a consulta.

Eu havia acabado de fazer dezoito anos, não era casada com ele, não havia qualquer planejamento entre nenhum dos dois, foi realmente um baque forte, difícil de aceitar, até que por fim eu fui em outras duas consultas sozinha e escutei o coração do meu bebê sozinha o vi pela primeira vez sozinha.

Assim como a descoberta a aceitação foi difícil, demorei um tempo pra aceitar e acreditar que realmente estava grávida, havia perdido o curso no Senai, minha relação com o pai do bebê estava mais fria do que nunca e com meus pais parecia o Frozen.

A ficha só veio cair mesmo quando comecei a senti-lo mexer,ali comecei a amo-lo da forma que jamais amei alguém até ter a Elisa.

Com vinte e quatro semanas eu descobri que estava grávida de um menino, era o segundo ultrassom morfológico. Eu não conseguia acreditar, pois queria uma menina, mas mesmo assim fiquei emocionada e fiz um chá revelação para contar a família.

Durante a gravidez tive dois desejos que me enchiam a boca d'água. Vitamina de morango e miojo de carne com ketchup. (Do miojo foi apenas uma vez).

O nome veio em inspiração a um personagem da novela I Love Paraisópolis, onde um dos principais personagens se chamava Benjamin que além de ser um ator lindo, era um nome lindo. Gostei do nome, procurei o significado que também gostei, minha sogra também e Celso que já era voto vencido só teve que concordar.

Dias antes do parto do Ben eu estava muito ansiosa, pois eu tinha a plena certeza de que eu ia morrer no parto, afinal nunca tinha feito uma cirurgia sequer na vida, nem levado um ponto, então o fato de pensar em ser cortada e tirarem um ser humano de dentro de mim me assustava muito. Achei que não ia aguentar e morreria.

De acordo com o combinado com a G.O que me acompanhava no pré natal meu parto seria cesária. Estava tudo certo, internei um dia antes, ia ser a segunda a ganhar,mas na hora que enfermeira foi colocar a sonda o único grande susto que tive em toda a gestação. A bolsa estourou e meu coração disparou.

A enfermeira ainda olhou pra mim e disse que havia chegado a minha hora e eu só conseguia chorar, chorar e chorar e quando estava a caminho do centro cirúrgico, passei pela sala de espera e vi todos da minha família lá, o que me fez chorar mais ainda, pois vi meus pais chorando também e logo pensei: Eles sabem que eu vou morrer.

Sim, na minha cabeça meu primeiro parto foi um drama total, mas após entrar no centro cirúrgico fui anestesiada e não senti nem a picadinha da anestesia, deitei,amarraram minhas mãos, meu coração a mil, Celso entrou e o parto começou.

A única coisa que eu sentia era o frio e depois quente seguido pela sensação de querer mexer as pernas e não conseguir, tudo efeito da anestesia que passou quando o primeiro dos choros infinitos do Benjamin.

Colocaram ele do meu lado e eu comecei a chorar de novo, mas dessa vez era de alegria,uma alegria que não cabia no meu peito. 

Após isso, levaram o Ben e eu apaguei só acordando no pós cirúrgico aguardando mexer o pé para estar pronta para ir para o quarto e logo atrás foi o Benjamin.

Desde então nunca mais larguei ele e ele nunca mais largou de mim."

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