quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Meu "querido" Ex.Doc (36)


(Todo mundo já teve um ex não é? Sendo assim,boas e más lembranças dos relacionamentos passados serão contados aqui no Meu "querido" ex, afim de relembrar, rir e chorar de boas histórias relatadas por pessoas que de forma anônima ou não se despuseram a contar suas vidas sem qualquer custo. A todos o meu MUITO OBRIGADO)

"Acredito que a adolescência seja talvez a mais difícil das fases que todos passam em suas vidas, claro que enquanto a vivemos não aceitaremos isso,afinal acreditamos de todas as formas que temos todas as certezas do mundo quando na verdade estamos apenas amadurecendo tudo aquilo que um dia seremos ao nos tornar de fato adultos.

Talvez por isso eu tivesse tantas dúvidas,não era daqueles adolescentes que os pais eram grudados a ponto de vigiar os passos,mas também não era solto o suficiente para enveredar por um caminho ruim até a fase adulta.


Contudo era meio que unanimidade que para um garoto na fase de dezessete anos eu era um tanto quanto esperto por demais,talvez daqueles que tivesse meio que a cabeça de velho,mas bem,apesar de todos esses predicados eu ainda assim era um adolescente.


Nessa época eu tive de mudar de colégio, problemas internos,brigas com professores,eram vários os motivos que me afastavam do meu antigo colégio e me colocavam num ninho novo,afinal,é como um estranho no ninho que um adolescente vê tudo de diferente tendo em vista que a vida toda estudei no mesmo colégio e sempre no período diurno.


Estudar com gente de todo o tipo e no período da noite era pra mim algo totalmente novo,mas tudo bem,seria bom respirar novos ares e ter experiências novas e admito apesar de todas as dificuldades acredito que tenha sido a melhor fase da minha vida.


Lembro que entrei em uma sala onde provavelmente eu era um dos mais novos se não fosse literalmente o mais novo da classe. As pessoas trabalhavam e a noite iam para a aula,eu fazia cursinho e a noite ia para aula.


Não demorou muito para que as pessoas da sala se aproximassem,mesmo que ainda não houvesse aquela amizade completa passamos a conviver muito e trocar ideia por telefone já que na época o whattsapp ainda não existia.O orkut era o lugar para rirmos daqueles que tanto aprontavam em sala e claro para aproximar das garotas.


Eu não tinha planos de namorar alguém,não estava nem de longe entre as minhas prioridades,mas entre um casinho e outro acabei por me aproximar de uma garota da minha sala.


Admito,eramos opostos,ela alta,estabanada,daquelas que se faz de durona,mas chorava muito,em compensação não a queira ver em uma briga a chance dela lhe acertar um soco direto no palmo do nariz era imensa. Eu pequeno,magrelo,incapaz de brigar com um mosquito era meio que o contraponto dela e assim fomos indo naquele namoro meio que sem compromisso,mas que atraía muita conversa em sala e claro da escola.


Passamos a andar em um grupo reduzido,fazendo com que outros casais se formassem e claro,os planos ou rolês do grupo se tornassem diferentes.


Estudávamos perto da Savassi então os barzinhos da zona sul e do centro da cidade eram desbravados por nós e logo passamos a ir em cinemas e outros lugares mais próprios para casais.


Lembro que ela foi bem envergonhada na nossa primeira transa. Eu já era maior de idade,mas ela ainda era menor,ou seja como ir para um motel ou algo assim sem que fossemos detidos ou impedidos. O jeito seria ir nos motéis do centro,a chance de que eles pedissem carteira de identidade era menor,mas claro que havia o plano B de pedir para entrar e ver o quarto e deixar a menina lá comigo voltando para apenas alugar o quarto sem ser perturbado.


Bom o plano B executado de primeira falhou miseravelmente e ficamos com a opção de procurar um lugar que não pedisse identidade,deu certo e então conseguimos matar os desejos sem maiores problemas.


Acontece que se para mim o namoro era mais curtição e boas chances de uma transa esporádica na parte da tarde com uma garota que não me criava problemas e ainda tinha companhia até o horário de pegar o ônibus na praça da Liberdade,Deus sabe quantas noite eu fiquei por ali ao longo do nosso enlace.


Mas acho que a transa com ela fez com que a garota começasse a ver o "namoro" com outros olhos, pra começar ela absorveu a música "Tem que ser você" do Victor e Léo pro nosso namoro e a música não podia tocar no rádio que a garota tava lá me chamando no MSN e postando a letra nos depoimentos do Orkut.


E música quando está no auge você sabe como é né, toca toda hora,ou seja,se eu vacilasse no MSN ela passava a criar caso. Logo não demorou para que ela passasse a aflorar os ciúmes que iam de qualquer garota que se aproximava mesmo que para fazer um trabalho de escola até a prima dela que estudava no mesmo colégio e era muito mais colada nela do que em mim.


Fomos então para as férias de meio de ano,por morar na outra ponta da cidade a chance de vê-la durante o período de quinze dias era bem menor do que o esperado, mas nos falávamos pelo telefone e outros meios e até nos encontramos até o dia em que vi que ela retirou o status de relacionamento no Orkut e simplesmente passou a me responder de forma bem seca.


A questionei e ela simplesmente terminou sem dar maiores explicações,apenas saiu da internet e de bate pronto passou a postar indiretas no status musical do MSN,onde antes estava a tão "adorada" canção do Victor e Léo. Deixei passar os dias,mas resolvi entrar no jogo e apenas postei uma canção que estava no auge na época,mas que tinha uma pequena referência a situação a qual eu passava.


Usei "Algum Dia" do Capital para dizer: "Se você quer que eu feche os olhos pra alguém que foi viver algum dia lá fora. E nesse dia,se o mundo acabar,não vou ligar,pra aquilo que eu não fiz"


Não houve resposta de imediato,mas sei que ela entenderia a mensagem.


Volta as aulas e a garota completamente calada e o que ocasionou um racha na sala já que para as garotas ela havia dito que eu a havia traído com um menina que me chamará para o cinema,quando eu nem sabia desse convite,enquanto isso os meninos da sala,ganhavam a volta de um colega aos bares e claro o aumento das notas,já que eu era fonte de "busca" na sala.


O racha durou até as provas trimestrais,afinal as garotas preferiram boas notas a crer numa história mal contada de uma garota que não era lá tão querida na sala de aula, então no dia ela literalmente ficou abandonada no canto da sala enquanto as pessoas trocavam ideias comigo,antes,durante e depois da prova.


Vi ela chorar muito naquele dia.

Acho que para qualquer pessoa admitir um erro para si mesmo, já não é algo fácil,imagina então frente a toda uma sala de aula que ainda por cima apoia a pessoa com quem você errou.

Foi questão de dias para que ela me procurasse pedindo para conversar. Eu não tinha raiva dela,pelo contrário,levava numa boa a ideia de que ela tinha tido uma ideia errada(louca,mas errada) de mim.


Fomos então para nosso ponto de namoro habitual,a praça da Liberdade. Meu Deus que vergonha! Ela custava a se explicar,chorava horrores e chegou ao ápice de se ajoelhar para pedir perdão,sim,ela era exagerada,eu não estava nem de longe ofendido com a desconfiança e pra piorar acho que nunca vi tanta gente passar na praça por volta das onze da noite como naquele dia.


Ou seja,tinha ali uma garota chorando pra vida ajoelhada aos meus pés e muita gente passando, provavelmente acreditando que eu tinha traído ela,batido,ou alguma coisa bem ruim,mas enfim,eu não poderia voltar com ela por causa de todo aquele show,então apenas a acalmei e prometi pensar.


Se adolescente por si já era algo terrível,um homem que fica com uma mulher sem vontade junto a isso então torna-se algo explosivo,então passados alguns dias e alguma insistência voltei com ela,mas naquela de empurrar com a barriga seguimos no ritmo que era melhor pra mim.


Hoje até vejo isso como um erro,mas admito que na época eu não via assim.


Lembro de ter marcado com ela no centro uma vez pra terminar,certo do que queria e chegar lá a garota me esperando com presente de natal adiantado,toda feliz e de quebra ainda pagando motel,cara,não sou interesseiro,mas como que termina com a garota numa situação dessas,fora que eu ainda me lembrava do quanto ela podia chorar ajoelhada.


Fomos até onde deu,viramos o ano,ela foi reprovada no colégio,eu segui para o terceiro ano,com isso veio a mudança de sala,novos colegas e o término natural pra uma coisa que já não dava certo a tempos.


Passei a não saber da vida dela,ela mais faltava as aulas do que ia,enquanto eu passei a andar com algumas meninas novas até me envolver com uma garota da minha sala. Tinhamos a relação tida como excelente para duas pessoas que não queriam namorar. Nos víamos,bebíamos e nos divertíamos e depois cada qual para sua casa,sem dar satisfações ou algo assim.


Logo eu tinha uma ex que pouco vinha a aula,a garota com quem eu ficava e de quebra uma outra garota que sempre insistiu em manter conversas comigo,me trazia empadas,enfim,mostrava um puta interesse,mas sem abrir a boca pra falar que queria algo a mais comigo e eu levando.

Digamos então que eu adolescente ainda não sabia como mulheres poderiam agir para conseguir o que quer. Eis que surge um boato que a minha ex havia falado mal da garota com quem eu ficava e que teria sido intermediado pela garota das empadas que também era da minha sala.

Confuso,imagina pra mim quando me vi resolvendo essa treta no pátio do colégio com as garotas querendo se pegar na porrada,querendo pegar uma outra menina que tinha conversado a mais e que convenhamos até merecia tomar uns safanões por ter criado toda a história e de quebra a garota das empadas correndo chorando feito uma louca com medo de apanhar.

Não deu briga física felizmente,eu ainda ganhei uma leve moral de uma garota da minha sala que passou por mim e disse: "O que você tem de tão especial que a mulherada tá aí brigando por você?"

Eu não tinha feito nada,as duas iriam brigar atoa,não brigaram,restaram o choro da ex,a fuga eterna da garota que inventou toda a história (Ela nunca mais voltou ao colégio!) E de quebra a garota da empada finalmente contando que realmente queria ficar comigo.

Deixei as coisas caminharem,ganhei a garota com quem eu ficava de amiga,minha ex também deixou de vez o colégio,até por que ela já não vinha indo muito a aula mesmo e passei a ficar com a garota das empadas.

Isso até o belo dia em que baixou na garota o vilão do Scooby Doo e ela revelou que era ela que tinha feito toda a história pra ficar comigo e que como haviam duas garotas no páreo as empadas não estavam adiantando e sim,essas foram as palavras dela.

No fim das contas fiquei sem nenhuma das três,de certa forma felizmente,sendo que fiquei amigo apenas de uma delas a qual ainda tenho contato até hoje."

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