quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Meu querido Ex.Doc (37)


(Todo mundo já teve um ex não é? Sendo assim,boas e más lembranças dos relacionamentos passados serão contados aqui no Meu "querido" ex, afim de relembrar, rir e chorar de boas histórias relatadas por pessoas que de forma anônima ou não se despuseram a contar suas vidas sem qualquer custo. A todos o meu MUITO OBRIGADO)

"Tinhamos ali algum tempo de namoro,não sei precisar quanto tempo era,mas era tempo o bastante para nos conhecermos,nos gostarmos e por outro lado desgastarmos a relação aos poucos.

Eu já não tinha tanta paciência quanto deveria e ela já desconfiava muito de mim devido ao meu trabalho na época e a toda conversa fiada que já existia naquele momento.


Eu saía da casa dela sempre muito tarde e de lá ia direto para a minha casa,mas mesmo assim era sempre vítima de um olhar maldoso de vizinhas que falavam a mais,ou de algum fato novo na vida da minha namorada que fazia com que ela se revoltasse contra mim.


Me lembro que certo dia uma colega me pediu para ajuda-la com um notebook que supostamente estaria estragado. Fui até lá dar uma olhada,coisa rápida,talvez não tivesse conserto,como realmente não teve,mas isso me serviu para conhecer uma vizinha da moça.


A casa da minha namorada era próxima a dessa outra mulher,portanto apesar de conversarmos normalmente até então não existia nada, primeiro por quê eu era comprometido,segundo por quê ela era ex de um colega meu,vizinho também, daí ficava um clima estranho mesmo que ele não se importasse com ela mais.


Alguém certa vez me falou que era ruim se envolver com mulheres que moravam no mesmo bairro ou muito perto da sua casa,pois gerava uma situação de desconforto para quando você pudesse se envolver com outras pessoas.


Eu não me lembro direito,mas quando dei por mim estava envolvido com a vizinha da mulher do notebook.


Ela não sabia ao certo que eu namorava,acreditava que eu tinha uma ex que morava ali perto,até por que eram pessoas conhecidas,mas lá estava eu envolvido nesse rolo.


Acredito que toda relação é respeitável como deve ser,mas admito que a minha relação com a então namorada era meio que insustentável naquele momento,era briga atrás de briga enquanto da outra mulher eu recebia todo um carinho e leveza que não tinha.


Contudo,eu me sentia mal por estar traindo alguém, parece meio idiota falar isso,afinal traição não tem justificativa,mas era uma trama novelesca,onde um casal se aproxima,se envolve,não diria que se apaixona,por que seria demais,contudo,um deles era comprometido.


Não sei quanto tempo durou,mas me lembro que era a mesma época do crime do dono da Yoki. Para aqueles que não se lembram,Marco Kitano Matsunaga era casado com Elisa Matsunaga,após diversas humilhações e supostas traições do empresário dono da Yoki ela o matou dentro de casa e o picotou inteiro o colocando dentro de uma mala e o levando para fora do apartamento em que moravam.


Caso de enorme repercussão em meados de 2012, daqueles que vira assunto nas rodas de conversa,meme na internet e que cria diversos peritos criminais e sociais discutindo a reação da mulher e as atitudes do falecido.


Pois bem, me lembro que certo dia estava trabalhando e do nada recebo ligações quase simultâneas na parte da tarde. Uma da minha namorada,em crise,xingando Deus e o mundo e outra da minha "amante" me questionando sobre eu ainda estar namorando ou não.


Na hora confesso,travei,não tinha muito o que fazer ou como agir e acabei apenas seguindo o dia sem fazer nada diretamente.


A chegada a casa da minha namorada foi algo surreal,ela visivelmente atacada evitou dizer algo diretamente,parecia acuada e ao mesmo tempo com vontade de atacar e eu já meio que sabia o por quê,mas preferi não falar nada.


Não demorou muito para que a campainha tocasse e ela com uma leve ironia fosse atender: Você tem visita!


Ela desceu e eu percebi o perigo. 


Homem pensa rápido quando a situação aperta para o lado dele. 

Eu estava sozinho,ela indo atender a porta e eu já imaginava quem seria.

O caso Yoki me veio a cabeça e mexer com duas mulheres raivosas e enganadas a portas fechadas não era de longe a minha intenção,resolvi descer também e ter espaço para possíveis fugas.


Ao chegar ao portão me deparei com as duas.


A raiva estampada no rosto da namorada e a frustração no rosto da outra. Tomei uma colossal e merecida bronca e entrei para casa da minha então namorada junto dela para ouvir ainda mais.


A outra seguiu para casa pisando duro.


Eu estava livre de virar o novo Marco Kitano,mas ainda ouviria muito e fui duro lembrando que realmente o relacionamento já não ia bem.


Naquela noite eu tive o arrependimento maior de ter traído a pessoa com quem eu estava,mas saí da casa da minha namorada e fui até o encontro da minha suposta amante que já havia me ligado.

Os olhos marejados dela me comoveram e admito que quase nos beijamos quando ela me pediu que decidisse com quem eu gostaria de ficar.

Eu preferi a minha então namorada que aceitou a traição e topou recomeçar. Hoje por um lado tenho o ligeiro arrependimento por ter feito o que fiz e até por não ter ficado com a pessoa que naquele momento me fazia bem ao invés de prosseguir com um relacionamento que já não dava mais certo e que após aquilo degringolou de vez.

Em outras oportunidades e já solteiro cheguei até a voltar a ficar com a garota que por um tempo foi minha amante,mas nunca cogitamos voltar a ter um relacionamento fixo.

Entendo que na cabeça dos dois meio que vinha o fato de que algo que já começa errado tem tudo para dar errado,além é claro do fato de que a confiança para um relacionamento,namoro ou seja lá o que não existia.

Hoje sei que ela tem um filho com seu atual namorado,sendo que já tinha uma filha da época em que nos envolvemos e minha ex namorada hoje está com outro cara bem mais velho do que eu e do que ela também com quem ela mora junto."

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