segunda-feira, 30 de novembro de 2015

E por falar em saudade!



Como diria o mestre Vinícius de Moraes "E por falar em saudade, onde anda você?!"  A saudade para alguns é a mostra de que aquilo que é passado e foi deixado para traz é um sentimento bom, um pouco de saudosismo imposto por nossos corações nos lembrando dos bons momentos pelos quais passamos.

Para outros um sentimento tortuoso, comum aquele que sente falta do que perdeu ou do que se afastou. Como digerir? Como administrar algo que não se vê, não se toca e apenas se sente.

Deve-se sentir saudades daquilo que se foi,mas sem nunca se deixar esquecer do presente, daquilo que se vive agora diante dos olhos. Se o que temos para hoje é a saudade, que amanha seja a lembrança ou a saudade novamente contanto que se viva e se lembre que o tempo não para.

O que sentimos falta hoje logo será substituído por novas lembranças e novas saudades. Fatos novos vão dando sequência aos trilhos que temos que percorrer do início ao fim de nossas vidas. Lembranças são geridas e encaixotadas em nossa cabeça até que venham outras e cada vez mais essas lembranças antigas sejam suprimidas e até por que não esquecidas.

Vez ou outra vem a tona uma saudade antiga. Seja das amizades que se foram, parentes que vieram a falecer, da comida do fogão a lenha da avó tão zelosa a preparar mais e mais comida, da infância pura e simples sem os atuais perigos e contrastes do mundo moderno. Enfim lembrança que vira saudade.

Talvez a saudade mostre que nos envelhecemos, afinal se ela existe é por que o tempo passou e com isso as coisas mudaram. Mudanças, como evita-las não é mesmo? A vida sempre nos dá meio que pequenas lições, as vezes boas lições não tão dolorosas, as vezes é um soco daqueles que nos fazem ir ao chão sem qualquer chance de defesa. Como se a terra se abrisse diante de nós e nos engolisse para aquele momento.

Devemos aprender que o tempo não vai deixar de passar e não vamos ser frágeis se admitirmos ter saudades de alguém que antes era frequente em nossas vidas e por força do destino acabou se afastando. Muitas vezes a distância pode nem existir,mas aos poucos as ações do cotidiano nos impedem de ver nossos familiares, vizinhos e até quem mora em nossa própria casa.

A infância é o clichê de quem lamenta não ter tempo para ficar de papo pro ar, sem obrigações com tempo para qualquer coisa e com saudade apenas do pai e da mãe, conforme vamos crescendo nossas saudades são como esponjas, abrangendo mais e mais coisas, mais e mais pessoas. Até que ou se mata a saudade ou ela nos mata.


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