sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Do Amor ao Pavor



Parece estranho você olhar para alguém que você já se relacionou com você e ver naquela pessoa um ser totalmente estranho. Ou pior ver que o que antes parecia ser uma pessoa tão legal e divertida a ponto de você pensar em levar um relacionamento adiante se tornou algo repulsivo onde até o jeito de respirar da pessoa incomoda.

Amor e ódio andam juntos, mas não é exatamente ódio o sentimento. Digamos que se baseia mais em asco, repulsa. A sensação de que uma pessoa antes tão querida agora se tornou alguém que você não quer nem mesmo notícias.

Pessoas próximas podem dizer que é amor recolhido, mas não. definitivamente não é isso. Você sabe quando gosta de uma pessoa e sabe bem mais quando não gosta. O corpo que antes arrepiava de sentir o perfume hoje embrulha o estômago a cada ranger de dentes que para alguns pode ser tido como sorriso.

Aquele acelerar de coração quando você via a pessoa que te fazia sentir bem, hoje é tomado por uma ânsia de vômito indescritível onde ficar no mesmo ambiente que a pessoa se torna um sacrifício sobre humano, mesmo que o ambiente tenha quilômetros de extensão.

Você passa a dar sentido aquela velha historinha de que você gosta da pessoa, se encanta,ama e se apaixona,mas com o tempo passa a ver os defeitos que antes você ignorava se ressaltarem e aquele olhar desaprovador que acompanha a frase: Meu Deus! Como fui gostar disso!?

Dizem que você só conhece uma pessoa pela forma como ela resolve deixar a sua vida e não pela forma como ela entra.

Tudo bem é natural que se encubra alguns defeitos quando você está ali enfeitiçado pelos belos olhos da pessoa amada, pelas palavras doces que ela despeja a todo instante para você e que hoje ao lembrar daquilo você decreta o quão bobo você era por se deixar levar pelo seu tolo coração ao invés do seu cérebro.

Seguir o coração tem disso, você tende e muito a quebrar a cara. Mas calma, é assim mesmo. Errando é que se aprende. É batendo a cabeça na parede que você vai aprender que nem tudo são flores e que a vida lhe dá sim rasteiras de perder o rumo.

O problema é quando você volta a ficar de pé. A tentativa de derrubar vem logo em seguida, mas você atravessa a camada de raiva, passa pelo desprezo e aí temos a repulsa, aquela doce vontade de nem mesmo se lembrar da existência da pessoa. 

Motivos!? Os mais variados possíveis, mas não há compreensão que se deixe levar. Ao se tomar nojo da cara de uma pessoa sabe-se que é pior que ódio. Pior que qualquer sensação.

Por fim percebe-se que o horror causado pela vivência de outra pessoa no planeta é superável. Você pode deixa-la ali,afinal veneno só faz mal quando se engole e das duas uma ou você passa a relevar a idiotice alheia ou ri da situação.

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