segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Acomodação




A célebre Clarice Lispector dizia que era necessário mudar, mas que para essa mudança mais importante que a velocidade era a direção para onde se vai. Pois bem genial Clarice o que podemos dizer daqueles que por mais que o mundo gire se afeiçoam a inércia.

O simples ato de deixar acontecer, tal qual alguém que espera que o caía do céu a solução dos seus problemas ou que de boca aberta tal qual um semi Deus alguém alimente não só a sua fome como seu ego e as suas necessidades.

Bem dizia o Forfun que o comodismo é um mal parasitário, daqueles onde o parasita deseja se alojar e demonstrar que pode usufruir daquilo que outras pessoas construíram com esforço para que ele diga para si mesmo e para o mundo que ele fez parte.

Desde o colega que não participa dos trabalhos com frequência e pede para ter o nome assinado, passando pelo acomodado que se aloja na casa alheia esperando casa,comida e roupa lavada ao preguiçoso comum, daqueles que o mundo pode terminar em barranco para que ele morra deitado.

Lutar pelas coisas que queremos para a nossa vida devia ser básico, daquelas regrinhas que nem uma marca texto precisaria ressaltar, pois faria parte do óbvio, do prático do dia a dia de alguém que faz o básico que diz o verbo: VIVER,

Ao invés disso vive-se a vida alheia. 

Sem planos, sem sonhos,sem ideais, apenas ficar ali alojadinho no mesmo marasmo e estagnação que a vida lhe permitiu.

Se alguém lhe impulsionar para frente, ótimo, maravilhoso, esplêndido, mas caso o tédio acometer, por que não ficar aqui mais um pouco já que está bom.

Existe uma teoria utilizada no campo empresarial que compara funcionários acomodados a sapos numa panela fervente.

Ele está morrendo ali, mas é incapaz de pular fora pelo simples fato da água estar quentinha, agradável sem saber que o tempo gasto por ele para que a temperatura e o seu corpo lhe ajustem fará com que logo que ele precise pular assim que a água atingir um ponto de quase fervura será algo impensável para ele pobre sapo cansado de tantas adaptações.

Há quem mude por que a vida o move, mas há quem mude quando a maré empurra.

Fato triste pois cada vez mais vemos quem se permita deixar a vida levar ao invés de fazer o simples e viver.

Pra que objetivos não é mesmo? Afinal se tenho o mínimo não preciso do mais e posso viver dentro de mim mesmo, me afogando na própria mediocridade.

Ironia porca, daquelas que supõe ser vantajoso viver escorado, acoplado em alguém como um parasita ao invés de ser alguém por menor que seja, mas vivendo com as próprias pernas e correndo e vivendo do próprio esforço.

Perde-se tempo, 
Perde-se o precioso tempo de ganhar a vida mundo afora 

Uma lástima, uma concreta pena que a vida seja tida de forma tão tola, enquanto muitos que aguardam e lutam vêem seus objetivos ao longe, mas sem nunca desistir e principalmente sem nunca retroceder.

É para frente que se anda, o tempo não para e a vida muito menos.
Corra enquanto se pode 
Ou logo vai notar que ninguém correrá por você.

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