sexta-feira, 8 de abril de 2016

Por alguém que nos transborde!


Parta do princípio básico de que não precisamos de alguém para ser a nossa metade da laranja. Desligue a lógica de que apenas se unindo a outra pessoa você se sentir verdadeiramente pleno, completo.

A junção de ideias, vontades, a aproximação de duas metades completas que ao invés de completarem faça suprir. 

Difícil imaginar que somos apenas metade do que realmente deveríamos ser e que só conseguiremos alcançar a plenitude ou o cem por cento como queiram quando encontramos a nossa afamada alma gêmea.

Imagine a difícil missão de tentar ser a outra metade da vida de alguém, ser o complemento fundamental para que outro ser prossiga.

Como alguns gostam de frisar ,talvez não seja tão importante encontrar a metade da laranja, mas sim a vitamina C que há compõe.

Ver casais se auto afirmarem a todo momento que um completa o outro pode ser bem embaraçoso tendo que muitas vezes apenas um se dispõe. Apenas um se entrega completamente para que outro seja feliz.

Mas aí surge aquela dúvida: E você não deve ser feliz também?

Relacionamentos exigem o consenso, a busca por um bem comum e não apenas uma vontade isolada enquanto o outro se deixa saltar para que o companheiro ou companheira seja soberano.

Devemos esquecer possíveis tiranias para se dividir o controle.

Há uma frase de Clarice Lispector que já se tornou clichê para pessoas que estão em busca de alguém e que certamente serviu de base para esse texto.

"Não procure alguém que lhe complete.Complete a si mesmo e procure alguém que te transborde."

Abra horizontes, permita novos universos, novos aprendizados e novas escolhas, faça da relação com outra pessoa não o complemento para aquilo que você não tem ou não gostaria de ter, mas sim o ganho. O ganho de conhecimento e de tudo aquilo que alguém possa te oferecer,contanto que em mão dupla e não em via única.

Exclua da vida aquilo que não faz falta, adicione ao máximo aquilo que lhe completa até que transborde, até que supere, expandir sempre, não se importando quantas vezes espalhemos o que quisermos por aí, contanto que se recolha de volta aquilo que se precisa.

O amor não se constrói com duas metades, mas com dois inteiros, individuais que juntos formam não um solo completo, mas dois inteiros que não só fazem parte da outra metade do outro, mas sim ultrapassam a linha, ultrapassam o limite e transbordam aquilo que somente faz bem.

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