quinta-feira, 14 de abril de 2016

Virgem.Doc (15)


(A virgindade é um fato marcante na vida de qualquer pessoa, por isso, na série Virgem.Doc veremos relatos feitos de forma sigilosa com pessoas que se dispuseram a contar esse marco de suas vidas e claro terem suas histórias divulgadas aqui sem qualquer custo ou identidade a ser revelado. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

"Eu era o tipo de garota desengonçada que mais fazia graça do que propriamente causava algum interesse nos garotos. Tinha ali uma ou duas amigas mulheres e a grande maioria de amigos homens, talvez por isso meu comportamento até lá meus dezessete, dezoito anos sempre foi bem masculino.

Minha família é do interior de minas e estávamos sempre viajando para lá. Então faz a junção disso. Uma garota que aos dezoito anos mal se preocupava em se arrumar, com todos os trejeitos de roceira, magrela, alta daquelas que os caras riam da barriga doer e ainda por cima virgem.


Eu tinha tudo para ser complexada e de certa forma não fui de sorte. Lembro que além talvez da minha mãe eu tinha no máximo dois amigos que sabiam que com toda aquela idade eu era virgem, sendo uma menina e um menino.


A minha amiga era uma garota mais despojada mesmo não tão bonita já tinha tido algumas relações, meu amigo então mais ainda daqueles que levam as garotas na lábia com duas palavras e meio sorriso.


Ia levando minha vidinha de garota desajeitada mesmo que saindo muito e me divertindo, mas contava nos dedos as raras chances que tinha de beijar alguém.


Até que conheci ele. Foi pouco antes da minha festa de formatura do terceiro ano, lembro que estava vendo aquela loucura de baile, colação de grau e ele me foi apresentado por uma outra amiga.


A timidez era meu maior chamariz. Eu tentava ao máximo não me mostrar louca por ele, mas bastava bater os olhos nele que tudo caía por terra. Eu desejava ficar com ele, estar com ele, beija-lo e abraça-lo, mas ele me via como uma amiga.


Até que um dia saímos bebemos e meu grande amigo deu um empurrão que me faltava. Ainda lembro dele dizendo: Você já tem o não arrisca e tenta o sim.


Eu sorri mais pela bebida do que pela coragem. Mas rolou, ele concordou, ficou comigo, mas não nos tornamos amantes após isso. Ficamos mais algumas vezes, mas era meio que uma coisa escondida até por que eu era a mãe da timidez.


Chegou o dia da minha formatura e eu estava realmente ansiosa, louca pra extravasar com meus amigos. Minha melhor amiga seria minha companhia, já que meu outro grande amigo não poderia ir por que tinha viajado pra terra da tia dele ou algo assim.


Estávamos lá lindas, deslumbrantes e eu sempre pensando no meu amado até que resolvi encher a cara, tipo enfiar o pé na jaca e dançar até me acabar. Minha amiga em certo ponto foi ao banheiro e desapareceu tipo ficou sumida, mas eu com alguns poucos colegas que conversavam comigo ficamos dançando perto do palco.


Mas como minha amiga não estudava comigo e simplesmente desapareceu me senti na obrigação de ir atrás e saber onde ela andava fui até o banheiro a procura dela, afinal a primeira coisa que pensei foi ela presa no banheiro por ter passado mal ou algo do gênero. Mas ela não estava lá.


Sai meio que percorrendo o salão da festa em busca dela até que a vi, não sozinha, mas atrelada a um rapaz no canto da festa e até cheguei a sorrir pensando que tinha sido legal pelo menos alguém ter se dado bem, mas eu tinha de ir até lá pra avisa-la pra voltar até onde eu estava antes.


O canto onde ela estava era escuro e por isso até me aproximar não vi o rosto dele. Mas como eu queria ter seguido assim. Seria melhor que ver que a conquista da noite da minha amiga era na verdade o cara que eu estava louca por ele. O cara que eu queria. A festa acabou ali para mim. Ele só se deu conta que ela era minha amiga quando ela o trouxe até a mesa onde eu estava, ali ele se ruborizou e viu o que estava acontecendo, mesmo que nem eu nem ele tenhamos aberto a boca pra falar com a minha amiga.


Ele tentou contato comigo no dia seguinte, na semana seguinte, até quase um mês depois, eu não conseguia, havia travado em relação a ele. E minha colega nem mesmo sabia. Nos encontramos por acaso meses depois.


Eu triste e bêbada e ele falando, falando e falando. Só percebi quando já estava beijando ele a caminho de um motel. Paramos na porta e enquanto ele pedia um quarto eu mal sabia onde estava.


Ele foi legal comigo me levando até o banheiro para tomar um banho, mas talvez esse tenha sido o erro dele já que eu despertei e automaticamente travei por duas horas não permitindo que ocorresse nada.


Saí do motel arrasada e tive que contar para alguém no caso meu grande amigo. Ele foi o primeiro a saber de tudo. Formatura, motel e ele de forma incrível me acalmou. Me mostrou que era normal que eu travasse primeiro por que estava alcoolizada, segundo por ele ter ficado com uma amiga e terceiro e mais importante eu gostava dele.


Ali talvez eu tenha tomado uma decisão arriscada principalmente para mim uma garota virgem.

Eu ataquei meu amigo.

Quis perder com ele que eu confiava para adquirir a confiança que precisava pra ficar com o cara que eu gostava. Só não contava que seria tão bom. Meu amigo foi o sonho dourado de qualquer garota.


Doce, cuidou para que eu não me machucasse, se preocupou com o antes, durante e depois, mesmo que em meio a um susto. Nunca havíamos cogitado a hipótese de ficar e quando vimos estávamos transando loucos e numa sincronia incrível.


Depois disso tentei o meu objetivo de ficar com o cara que eu achava gostar, mas não consegui. Eu já havia percebido que não era o que eu queria. Ele já não era mais o cara e sim eu queria meu amigo.


Hoje somos todos amigos. Eu não namoro o meu amigo, mas somos o que o pessoal chama de pegada fixa com todo mundo abertamente torcendo pra que um dia a gente se resolva com questão de namoro e tudo. 


Já não sou uma menina desengonçada como era, ainda faço graça, mas faço graça pro cara que eu gosto de fazer e sei que ele corresponde minha graça até onde tem de ser."



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