quinta-feira, 19 de maio de 2016

Virgem.Doc (19)


(A virgindade é um fato marcante na vida de qualquer pessoa, por isso, na série Virgem.Doc veremos relatos feitos de forma sigilosa com pessoas que se dispuseram a contar esse marco de suas vidas e claro terem suas histórias divulgadas aqui sem qualquer custo ou identidade a ser revelado. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

"Acho que qualquer pessoa que me visse naquela época me diria que eu era a pessoa mais sexual já vista, mas não era bem assim. 

Meus pais em especial minha mãe me fizeram uma pessoa de mente muito aberta, eu conhecia bastante da teoria sobre o sexo. Camisinha, pílulas, doenças sexualmente transmissíveis, tudo que era preciso saber.


Na escola eu era aquela garota padrão mediano. Não era a gordinha da sala, nem a magrela, não era tida como feia, mas também nunca fui a primeira opção dos carinhas bonitos nas festas. Mas eu era engraçada, tinha muitos amigos, alguns mais próximos que os outros, mas sexo não entrava nas nossas rodas de conversas.


Pense então numa garota com dezessete anos de idade, que tinha liberdade pra curtir com os amigos, dormir na casa das meninas, que até perdeu o BV cedo se não me engano com doze pra treze anos, mas sexo mesmo eu não conhecia.


Era até engraçado eu aconselhar garotas mais velhas amigas minhas que não acreditavam que eu era de verdade virgem.


Eu não havia tido namorados, não tinha essa neura de namoro, ficava no máximo um mês com um ou outro garoto e acredito que nem a comum paixão platônica por algum garoto do colégio eu tive.


Mas isso ia acabar. Lembro que comecei um curso de inglês com uma amiga do colégio e ela sempre falava que tinha um melhor domínio da língua por que seu irmão morava no Canadá.


Eu nunca acreditei, mas esse irmão viria para passar uma temporada aqui. Minha amiga me incumbiu de ir com ela buscar ele no aeroporto, junto com a família toda. Mãe,pai,primas e eu lá não sabendo exatamente o por que de estar ali.


Ele chegou! Meu Deus que homem era aquele. Minha colega era uma garota bonita do tipo que chamava a atenção, mas o irmão dela era acima da média. Aí sim eu entendi por que as primas dele estavam tão alvoroçadas pela sua chegada.

Ele me abraçou como se eu fosse da família, mas minha colega me apresentou e num piscar de olhos disse para mim: Eu falei de você para ele.


Não sabia se eu me alegrava ou se enfiava a cabeça numa turbina de avião com vergonha, mas tudo bem, segurei a onda.


Os dias passaram e eu apesar de colar na minha colega pra fazer meu inglês render não saía do bom e velho verbo "to be" mas percebi que minha colega cantou bem a pedra. Meu irmão pode te ajudar.


Eu queria aprender inglês, mas acho que o irmão dela me ensinou muito mais do que isso.


De cara eu pensei, nossa, um cara de vinte dois anos, morando a um bom tempo fora, com a cara de um galã daqueles,não dava pra pensar em muita coisa além dele me ignorando.


Mas que surpresa, ele era simpático, atencioso e lindo.

Não demorou muito para que a ajuda de inglês virasse extra classe. Logo me vi ficando com ele e envolvida, encantada com o jeito sereno que ele me ensinava sobre tudo, cultura fora do país, sobre costumes e o que a vida podia ensinar. Eu queria me entregar e assim foi.

Não ficamos escondidos da irmã dele, mas nós eramos reservados. Saímos e fomos jantar em um restaurante belíssimo. Eu lá tensa e ele com um sorriso que parecia ter a paz dentro dele.


Cheguei em casa e ele subiu comigo,queria conhecer meus pais, me pedir em namoro, mas eu não sabia. A casa estava vazia e ali apenas me entreguei para ele. A dor se perdeu em meio a vontade. Ele deve ter achado que eu não era virgem, fluiu tudo muito bem, ocorreu tudo com muita vontade.


Meu corpo era dele, ele faria o que quisesse comigo. Só fui reparar que realmente não era virgem no dia seguinte. Pela manhã um leve sangramento, algumas dores, mas a minha felicidade era imensa.


Mas veio a bomba. Ele queria ter realmente me pedido em namoro aquele dia. Ele voltaria ao Canadá, sem prazos para voltar. Por isso acabei não aceitando.


Contra a minha vontade, contra os meus planos, mas eu não saberia lidar com um namoro a distância. Ele se foi e com ele a minha vontade de ver outros caras, de sair. Eu me apaixonei e não soube cultivar.


Fazem dois anos. Depressão veio e voltou nesse tempo, alegrias são raras e escassas, mas bons ventos dizem que um dia ele volta e quem sabe nesse fio de esperança minha vida volte a entrar nos eixos e eu volte a ter nos olhos o brilho da jovem menina de dezessete anos que ele deixou no Brasil a espera do mais educado professor de inglês que uma garota poderia ter.

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