quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Virgem.Doc (40)


(A virgindade é um fato marcante na vida de qualquer pessoa, por isso, na série Virgem.Doc veremos relatos feitos de forma sigilosa com pessoas que se dispuseram a contar esse marco de suas vidas e claro terem suas histórias divulgadas aqui sem qualquer custo ou identidade a ser revelado. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

"Eu tinha dezessete anos quando tudo aconteceu.
Morava com meus pais e era a típica adolescente carente, principalmente por não ver no meu pai a figura masculina que eu precisava pra época.

Ele um direto de teatro, quarenta e quatro anos, habituado a trabalhar com jovens,em geral meninas com as quais ele usava seu charme para se envolver e montar peças de teatro gratuito em uma escola importante da cidade.


Hoje olhando para trás eu percebo que eu era o perfil exato, frágil, carente, aberta a ideias novas e curiosa, bastou três meses para que ele usasse do seu charme comigo e me escolhesse.


Passou a me visitar na saída, escapava em meio a tarde para me ver, se dizia apaixonado. Logo eu passei a aceitar caronas e os beijos que ele me dava dentro do seu carro.


Numa dessas caronas surgiu a sugestão de irmos a um motel. Prontamente recusei afirmando ser virgem e que não transaria de maneira alguma e ele se mostrando solícito concordava e prometia com doçura: "Só vai acontecer se você quiser"


Eu acreditei em tudo aquilo e topei.


Na recepção nem mesmo identidade me pediram.

No quarto ele ainda voltou a se declarar dizendo que era um privilégio me mostrar a vida de uma mulher e não de uma menina.

Me assustei e respondi que não me tornaria mulher naquele dia de jeito nenhum, ele voltou a mentir: "Claro que não. Só vai acontecer o que você quiser"


Sentados na cama começamos a nos beijar e em dado momento ele levou a mão em minha calcinha tentando baixa-la. Eu disse "Não", mas depois disso foi tudo muito rápido, tudo muito brusco.


Ele arrancou minha calcinha com força e avançou sobre mim. Tentei sair dele, mas logo ele estava sobre mim, segurando minhas mãos com as dele e com o peso do seu corpo sobre o meu de forma que eu não podia me mexer e então me penetrou.


Chocada, paralisada, eu não conseguia chorar ou gritar apenas entendi tudo.


Ele não se importava, para ele nada daquilo que dizia era verdade. Ele apenas queria mais um troféu para sua coleção.E ali ele o ganhava as custas da minha dor e da sensação de rompimento do meu hímen.


Muita coisa passou pela minha cabeça enquanto eu inerte apenas não reagia para que aquilo tudo acabasse logo. Pensava que ninguém acreditaria em mim, queria acreditar que aquilo tudo não estava mais acontecendo.


Hoje me sinto burra por isso.


Depois que ele gozou foi tudo ainda mais rápido. Acho que não passou de um minuto aquela coisa toda.


Ele se levantou com um ar superior, acendeu um cigarro e lembro vagamente dele dizendo. "Agora você é uma mulher"


Eu só consegui falar alguma coisa uma hora depois de descer do carro. Não quis e não consegui ir para a casa, apenas apontei que ele me deixasse descer numa escola onde eu dançava balé.


Entrei em uma sala vazia e me encarei no espelho como se algo em mim tivesse se quebrado. Eu estava paralisada, apática, totalmente fora do ar como continuei por dias. 


Em silêncio não conseguia me concentrar em nada, apenas via a todo o tempo a imagem dele em cima de mim, minha sensação de culpa e impotência por achar que eu mesmo armei uma arapuca onde só eu caí.


Na época contei pra uma amiga, mas não recebi apoio ou tampouco lembro do que ela disse sobre o caso. 


Analisando hoje vejo ele como um doente metódico que após me "tornar mulher" me estuprando logo procurou outra aluna para flertar e depois outra e outra enquanto eu era apenas outra a ser ignorada.


Quase vinte anos se passaram e todos os meus relacionamentos longos foram afetados por ele. Eu passava a sentir aversão dos namorados e o temor de querer criar laços e ver a situação se repetir.


Perdi dois casamentos assim até que decidi ficar sozinha e me tratar.


Me casei mais uma vez e cada vez mais me sinto disposta a vivê-lo cada vez mais independente das situações adversas como um aborto espontâneo, ou possíveis lembranças ruins."



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