quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Massa de migalhas


Não é novidade para ninguém que vivemos em um país de um desigualdade social gigante a ponto de termos aqueles que tenham a sorte de acordar, tomar café,almoçar e jantar quando bem entendem e enquanto outros com muita sorte poderão se alimentar de algo ou levar o pão para os filhos.

Basta olhar ao redor e veremos pessoas abandonadas ou que decidiram deixar suas casas pelos mais variados motivos e viraram estatística fria e cruel de um mundo onde de forma torta e porca: Quem é rico cada vez mais rico e quem é pobre cada vez fica mais pobre.

A canção pode até te remeter a banda As meninas que alegremente falavam sobre a situação do país de forma leve e sem a pretensão de alertar para nada enquanto pessoas seguem nas ruas aturando diversas consequências desagradáveis do fato.

É bem verdade que cada caso é um caso e muitos desses que hoje vivem na rua abandonaram seu lar por outro problema social que se passa do vício em drogas e o abandono familiar decorrente do vício.

Caminhando sem rumo vão pedindo migalhas e compartilhando o horror e a compaixão de uma população que enfrenta a vida diariamente pelas ruas de nossas cidades.

Pequenas moedas, um biscoito, com sorte algumas notas de alguém que se exime de preconceito e se compadece da situação do próximo.

É menos do que se fazer de coitado, muitos se aproveitam da boa vontade alheia e talvez por isso já nem olhemos mais para isso tudo como um problema social que aflige tanta gente.

-Ah!Você escolheu viver assim!
-Ah! Você está na rua por que quer!

Lamento dizer,mas acredito que até mesmo o mais errado ou mais imbecil dos moradores do planeta não escolheria passar dificuldades em todos os segundos do seu dia vivendo nas ruas como um bicho sarnento ao invés de ter o mínimo para viver.

Há quem nunca tenha conhecido uma situação agradável.

Crianças que são provenientes de outros moradores de rua, animais que acompanham fielmente seus donos pelas calçadas, são muitos seres e problemas acarretados de uma situação quase sem controle.

Claro, ninguém é perfeito.

Temos nossos erros, falhas e desvios que podem nos fazer torcer o nariz por aquele que adentra nossos meios de transporte com mau cheiro ou aquele que humildemente pede uns trocados para poder fazer a refeição do dia.

Não nascemos com a predisposição de sermos a Madre Tereza de Calcutá, infelizmente pessoas assim aparecem com uma raridade cada vez maior por todo o mundo, mas podemos sim ajudar aquele que necessita.

Podemos não ver,mas assim como eles vivemos de migalhas, exceto pelos fatos de que nossas migalhas são um pouco maiores e que apresentamos elas mais vezes para outras pessoas sem sermos julgados o tempo todo.

A vida não é fácil para ninguém, o que justificaria e muito a certeza de que eu posso facilitar a vida do outro ao invés de atrapalhar.

Não digo para sair por aí sendo o bom samaritano de sua cidade, deveríamos cobrar isso das autoridades para que realizassem políticas reais que ajudassem ao menos favorecido e não apenas para angariar votos e nomes na listagem dos bolsa família e bolsa sabe-se lá mais o que.

Nossos governantes fecham os olhos e de quebra vendam a população para aqueles que realmente precisam. Enquanto isso, milhões vão pelo ralo aqui, ou para malas acolá.

E nós, seguiremos deitados em berço esplêndido como enaltece o nosso hino ou vamos lutar para que todos de comum acordo possamos avançar e crescer.

A maioria é burra a unanimidade em geral sempre erra, mas se somos todos uma grande massa capaz de realizar algo por menor que seja é melhor que seja em nosso favor.

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