sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Senhor do Destino


Por David Mazala feat Paulo Vitor

Arrepios,calafrios.
O coração acelera e os olhos ficam perdidos em meio a tanta coisa. 
A boca seca e as palavras parecem não existir. 
Pernas estremecem e o suor toma conta de todo o corpo sendo capaz de sentir cada gotícula saindo e procurando um trajeto no qual estou imóvel e incapaz de indicar.
Parece passar um filme de toda a minha vida em menos de um segundo. 
Um piscar de olhos parece uma eternidade, até mesmo evitando qualquer tipo de movimento, estou ali parado feito um bobo tentando achar a melhor posição.
Os segundos parecem horas, horas essas de nervosismo.
 Que aflição é olhar para o relógio e parecer que as horas não querem ajudar, a vontade está corroendo.
Quem dera fossemos capazes de acelerar aquele vilão chamado tempo.
Horas e dias se passam, estou ali parado no mesmo lugar, esperando uma resposta que talvez eu já tenha tido, mas não tenha entendido ou será acreditado ou até mesmo aceitado que todo aquele momento foi passado, ou apenas a demonstração do que eu iria passar.
Pois bem, ali estou mais uma vez parado no mesmo lugar, com os olhos fixados em lugar nenhum.
As gotas de suor sendo donas do seu próprio destino, enquanto tento achar a melhor posição pela qual vai me preparar para estar ciente de que a resposta já foi dita e está lá somente esperando as atitudes dos meus olhos; se lamentar.
Seria mesmo eu o dono do meu destino estando parado, extasiado, chocado, sem saber onde estou e o que eu faço. 
Parado dias e dias, horas e horas no mesmo lugar, mesmo horário, consumido pelo tempo e consumindo apenas o tempo, tendo de companhia aquelas infinitas horas ou vai saber se não seriam apenas segundos que para mim se transformaram em horas.
Meus olhos que há dias olhavam para lugar nenhum começam a procurar um novo rumo, uma direção para espalhar o seu lamento e mais uma vez procuro o lugar para o meu desmoronamento, pois aquele que me serviu por dias não é mais o suficiente para acomodar o presente que a resposta me trouxe.
Seria mesmo eu o dono do meu destino?
Procuro me encaixar em algum lugar, um canto vago sabe lá onde, mas todos parecem pequenos demais para toda aquela resposta, espaços parecem se pactuar com aquilo que causa dentro de mim algo inenarrável.
Ainda continuo a procurar,mas aonde quer que eu vá parece não satisfazer aquela minha companhia chamada resposta. 
Na procura incessante a busca parece estar chegando ao fim. 
Esgotado, com as infelizes buscas eu retorno ao lugar onde tudo começou e percebo que era ali, parado naquele lugar onde passei dias e dias,horas e horas que estaria o melhor lugar para eu acomodar o que agora sim viria a ser meu sofrimento.
Gotas escorrem, só que agora saindo de um lugar diferente e com elas parecem sair também aquilo que me deixa sem espaço. 
O relógio acelera. Os olhos já tem lugar fixo. O coração estabelece seu ritmo perfeito. 
É chegada a hora de levantar e dar lugar para outro alguém, o qual teria a mesma dúvida:
Se não eu. Quem seria o dono do meu destino?

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