sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Nosso amor de roda gigante



É bem provável que exista alguém com a doce ilusão de que um relacionamento tenha de ser vívido apenas no ápice onde dê tudo certo e as lagrimas só apareçam quando as risadas não puderem mais ser contidas.

É preciso crescer junto,ter ganhos e perdas em conjunto para que se possa enquanto o status de relacionamento prevalecer, que se obtenha o respeito necessário para uma relação entre duas pessoas perdurar e não ganhar o falso contorno de conto de fadas perfeito.

Conto de fadas não existe e uma relação é mais vivida em fases.

Resta a nós fazer com que as fases de prazer e alegria durem mais do que as fases de melancolia. O céu limpo e claro com nuvens brancas e sol radiante pode durar por muitos meses, mas uma hora ou outra a tempestade furiosa vai chegar e abalar tudo, escurecer o céu e fazer com que pareça que o mundo está desabando.

Essa é a hora em que devemos abrir o guarda chuva,deixar cair a água e seguir adiante.

Se pararmos todas as vezes em que as relações perfeitas são desconstruídas vamos acabar sem aproveitar nossas boas fases pelo simples fato de acreditar que sempre tudo é eterno.

Os humanos tem para si o fato de que nem tudo é constante acordando com o pé esquerdo algumas vezes e descontando nossos problemas ou a falta de resolução deles em pessoas ao nosso redor e que geralmente não tem nada haver com estes problemas.

Para que exista um relacionamento é preciso duas pessoas e logo você vai precisar entender que muitas vezes essas duas pessoas não estarão em sintonia por um breve ou até por um longo tempo,mas que aos poucos assim como a vida da gente de um modo geral tudo fica sob controle.

Digo em geral, pois há também aqueles relacionamentos abusivos, onde o senso passa longe e que fogem de qualquer normalidade de algo bonito a dois,três ou quantos sejam.

Normalidade essa que condiz com brigas,discussões,desajustes,mas principalmente recomeços. Ao se relacionar com outras pessoas tendemos a amadurecer de forma forçada ou não onde aprendemos a conviver com outro alguém a quem não estamos acostumados e onde seremos postos a prova todos os dias de um convívio razoável onde nem tudo são flores,mas só floresce aquilo que cultivamos.

Claro que esse convívio cansa, toda rotina se desgasta, cotidiano é mesmo um saco, vão haver dias onde jogar tudo para o alto parece ser a melhor das opções, mas pense que migrar de amor por aí também cansa e tem uma hora em que se busca um lugar pra pousar o seu coração.

O equilíbrio leva tempo,apenas a paixão não segura toda a estrutura que mantém um relacionamento de pé. É preciso conhecer o outro,ir até bem mais que uma simples troca de olhares do primeiro encontro, basicamente compartilhar emoções boas ou ruins de modo que tenhamos que nos expor ao medo.

Medo! Criador de barreiras de entendimentos a ponto de aumentar os laços de empatia e cumplicidade. Estar em um momento de baixa acaba por ser aprendizado. 

As fossas,a frustração a perda acaba por nos engrandecer. É de fato maravilhoso amar e ser amado sem temer que a qualquer momento haja uma fuga e voltemos novamente para a estaca zero, precisamos mesmo que a vida suba e desça alucinadamente para que ela valha a pena e para que possamos trilhar um caminho que realmente possamos orgulhar de se lembrar.

Mas não se esqueça. Uma hora ou outra até mesmo as maiores rodas gigantes param, as melhores e mais divertidas montanhas russas chegam ao fim de seu trajeto e é nesse momento que se estabiliza tudo, até mesmo as nossas vidas.

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