Certa vez me disseram que de uma forma ou de outra a gente sempre sabe quando uma relação foi verdadeiramente amor. Seja por que as letras românticas que passam a fazer sentido, pelas contas de telefone que se tornaram maiores para aplacar a saudade quando estavam longe, foi amor no cinema, no restaurante caro ou no dogão em frente a balada onde os dois saciavam a fome após uma noite regada a muito álcool.
Você não deixará de se lembrar da forma encantada como tolo você encarou a outra pessoa, aquele momento que se pudesse você desaceleraria pra viver de novo o que pensou naquele momento.
"A sombra de um amor que já brilhou demais"
Mas eis que chega o momento que você se lembrará ainda mais. O momento em que termina e que determinantemente você nem olha pra trás.
Sim, pode ser que você se apaixonasse novamente, sim pode ser que você caísse na tolice de perdoar aquela pessoa que você sabe que não toma jeito e que nunca vai mudar.
Valeu a pena? Sim!? Não!? Talvez!? Como diz a canção :
" Sem truques sem maldade eu fiz o meu papel, eu quis te oferecer o que ninguém lhe deu"
Deixar ir embora é um abrir de janelas, mas não sou daqueles que como diz a letra: "Deus fecha a janela, mas deixa a porta" Bobagem! A cada vacilo alheio a fresta vai fechando mais e mais até que uma hora se fecha completamente e é lacrada a entrada, por onde aquela pessoa antes podia pintar e bordar.
Vacilos esses que podem estar dentro e fora do relacionamento. Você não está com a pessoa realmente dentro de um namoro ou envolvimento para perder o encanto, para não ver nela as qualidades que um dia você viu dentro da ilusão que pensou ser amor.
Frustração, desilusão, são muitas as formas de se ver longe até que se tome um ranço, asco da pessoa. A grande verdade é que amor e ódio caminham de mãos dadas, mas só se ama aquilo que se permite amar e só se odeia o que um dia foi merecedor de se amar.
Segue a sequencia : "E no brilho de uma pedra falsa,dei amor a quem não merecia. Eu pensei que era uma joia rara, era bijouteria. Na mentira, nas palavras doces,me calou no teu olhar tão frio. A beleza do seu rosto esconde, um coração vazio."
Mas algum dia bate o arrependimento de ver aquela pessoa arranhar a janela como um cãozinho pedindo pra entrar mais uma vez na noite fria? O que fazer com o nosso possível coração grande, mole e generoso o suficiente para tolerar tanta coisa.
Calma! Esse é o momento de respirar. Esse é o momento em que você deve se esquecer momentaneamente sua essência, não de perder a cordialidade e a doçura que fazem de você a boa pessoa que essa alma confusa quer destruir,mas sim a ponto de agradecer e dizer gentilmente:
Quer voltar? Pergunte ao passado, foi lá onde você ficou.
E certamente é lá que ficará.
Dor, remorso e arrependimento podem surgir e certamente vão aparecer, mas ninguém nasce despreparado para aquilo que não pode suportar. Deus dá o frio conforme o cobertor.
Por isso o ser humano se caleja, fica pronto,preparado,cascudo, para certas pancadas da vida ou resumindo se acostuma e se prepara pra tentar novamente, afinal não é qualquer chuvisco que nos derruba.
Deixar ir embora é um ato de coragem, persistir na distância por saber que está melhor e vai ser melhor assim é algo que ainda que pareça difícil se torna fácil,se torna passageiro quando se reconhece a importância da história, a importância dos caminhos errados que você pegou com esse ou aquele pra que saiba encarar o futuro sem pensar que é maior que ninguém ou sem pensar que o seu problema é diferente ou maior que o das pessoas ao redor. Você não é nenhum astro rei para tudo girar ao seu redor
Pode ter sido amor e é bem amargo o sabor de saber que nem só de amor se vive,que jamais foi amor como você um dia pensou ser,como deixaram você pensar ser, mas é melhor você se contentar com o fato que NINGUÉM morre de amor.
Isso não se entende de imediato,quem tiver que ir VAI e vai sem voltar, quem quer ficar FICA e fica por gosto, o tempo ajuda a lidar com isso, o tempo ajuda a esclarecer isso.
E se mesmo após todas as considerações ainda se sentir amargurado, triste ou apagado pela lembrança daquilo que devidamente se foi, lembre-se do fim da oração e pense:
"E livrai-nos de todo o mal. AMÉM"
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