segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Depois de um tempo...



Certa vez em um dos muitos livros de Rubem Alves eu vi algo que me inquietou. Ele disse : "Pessoas felizes não sentem a necessidade de criar. O ato criador,seja na ciência ou na arte surge sempre de uma dor. Não é preciso que seja uma doída. Por vezes a dor aparece como aquela coceira que tem o nome de curiosidade"

A jovialidade se dá nisso, para que depois de um tempo possamos notar que não adianta planejar tudo e que muitas vezes as coisas vão fugir do nosso controle, sair dos trilhos e sem que a gente se dê conta criar reviravoltas.

Aos poucos aquela tranquilidade de apenas comer e dormir que tínhamos quando eramos criança se torna um mar de decisões que temos de tomar a medida que vamos crescendo e avançando em experiências, vivência e também em idade obviamente.

O corpo pode talvez não acompanhar mais o ritmo quente impresso por nós mesmos,aquela liberdade de sair sem hora pra voltar, beber até o mundo acabar e acordar como se nada tivesse acontecido no dia seguinte.

Infelizmente passamos a ter ressacas cada vez maiores, não só aquelas que te deixam com a cabeça inchada e sem vontade de sair da cama ou abrir os olhos diante de qualquer claridade, mas sim aquela ressaca moral. Sim, passamos a medir consequências, talvez não exista prova maior que estamos crescendo. Estamos amadurecendo.

Na verdade depois de um tempo tudo muda. Se antes tínhamos nossos pais para se preocupar e bancar nossos sonhos, isso uma hora acaba, seja por que a idade também chega para eles ou por que felizmente crescemos a ponto de podermos caminhar com as próprias pernas,pagar contas e que logo seremos nós a bancarmos nossos filhos e ensinar a eles aquilo que aprendemos a duras penas com a nossa experiência de vida.

Há o ponto onde a sexta feira começa a se tornar um dia comum,aquele dia onde você passa a pensar em ficar dentro de casa recolhido com os amigos ou fazer programas de cunho cultural onde possa jogar conversa fora ou saber as novidades que eles tem a contar ou até mesmo os velhos problemas que eles e você mesmo não conseguiu resolver.

Chega o momento onde você deseja sossegar. Se recolher com alguém do lado, para que essa pessoa seja o seu companheiro de vida para bons e maus momentos e que dentro da relação de vocês exista espaço para sorrirem e chorarem afinal você percebeu que está sim envelhecendo e as bipolaridades e aventuras que o amor nos proporcionam oscilam até demais as nossas vidas.

Não!Você não precisa ser um velhinho tipico daqueles que senta-se nos bancos esperando a vida passar, ou daqueles que vai a primeira praça para jogar damas com seus velhos amigos. Os "maduros" de hoje estão diferentes. Eles querem expor o que aprenderam e querem também aprender, querem conhecer esse novo mundo que os jovens tanto exploram.

Finalmente você entenderá que não é preciso ser perfeito o tempo todo, você não é mais homem por não chorar ou não é menos mulher por gostar de futebol ou de beber com os amigos. Tudo muda! E como gira a vida de forma que parece que nunca mais vai parar. Mas fique tranquilo, nessa vida louca que temos uma hora ou outra tudo se acerta, tudo fica bem. E se não ficou... 

E por que ainda não chegou no final.

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