quarta-feira, 27 de julho de 2016

Morte - Fim dos dias



Embora seja a única grande certeza que temos na vida é meio difícil falar sobre a morte, o fim de tudo ou o momento em que a vida simplesmente deixa de existir. Do mais corajoso ao mais covarde há sempre relatos daquelas que a temem, daqueles que dizem não temer, mas que sabem que de uma maneira ou de outra serão obrigados a se conformar com ela.

Morremos um pouco a cada dia, cada milésimo de segundo a mais que passamos no plano terrestre é também proporcionalmente um milésimo de segundo a menos que temos por aqui. Se descabelar por isso? Se desesperar vendo que seus dias estão perto do fim. Talvez essa opção seja válida, mas por que não seguir apenas.

Verdade seja que festejamos tanto a vida que a morte acaba por ser associada a tristeza a melancolia do fim que na verdade não queremos ter. Não se tema a morte na verdade, se teme o vazio que a morte proporciona. Aquele buraco que será deixado por alguém que amamos e que teremos apenas em nossas lembranças.

Por mais que batalhemos para associar a morte com algo relativamente bom como o fim do sofrimento de um enfermo ou o descanso eterno fica difícil para quem aqui se resigna a saudade e dor de perder alguém.

Não se pode contestar, não se pode evitar, a morte faz parte da vida e é inevitável que uma hora ou outra aconteça. 

Há quem viva se preparando para ela a cada instante, de forma depressiva ou expansiva vivendo cada dia como se fosse o último. Esses talvez tenham maior sede de viver do que aqueles que se reservam ao descanso em vida, a se resguardar sem riscos de coisas que façam a morte parecer mais perto.

Certa vez li em "A menina que roubava livros" que quando a morte decide nos contar uma história é melhor parar para ouvir. E se pensarmos bem é muita verdade, afinal, a cada morte que nos deparamos para mais ou para menos passamos a refletir.

A morte dá fim a vida de alguém e muda a vida de quem convive com o "pobre" falecido.

A morte amadurece aqueles que ficam, permite que eles experimentem momentos ruins para dentro deles crescer diante das dificuldades.

De todos os caminhos que tomamos durante o curso de nossas vidas a morte é o último deles, sejam eles longos, curtos, tortuosos ou cercados de amor e carinho e melhor que nos percamos por aí e aproveitemos a viagem, afinal dessa vida não vamos levar nada e nem mesmo sairemos vivos.

A vida nos permite a cada dia fazer história, deixar um legado de riqueza absoluta para aqueles que lembrarão de nós mesmo quando estivermos inertes e sem vida.

A morte na verdade é tranquila é fácil, basta estar vivo e viver, isto sim é difícil e por isso temos tantos desafios nessa aventura diária que é a vida.

Que a morte seja apropriada e digna quando for a hora, mas que se cultue o fim dos nossos dias com honras. Ao invés disso que se celebre a vida, todos os dias, pois no fim de tudo saberemos que os bons e melhores momentos serão recordados por toda a eternidade.

Viva e se delicie pela vida, afinal como afirmara Shakespeare "Os covardes morrem várias vezes antes de sua morte. O corajoso a experimenta uma única vez."

Nenhum comentário:

Postar um comentário