quinta-feira, 14 de julho de 2016

Virgem.Doc (26)



(A virgindade é um fato marcante na vida de qualquer pessoa, por isso, na série Virgem.Doc veremos relatos feitos de forma sigilosa com pessoas que se dispuseram a contar esse marco de suas vidas e claro terem suas histórias divulgadas aqui sem qualquer custo ou identidade a ser revelado. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

"Quem olha pra mim consegue imaginar tudo menos que algum dia na vida eu fui uma garota profundamente tímida. Na verdade eu consigo até ser as duas coisas. Da garota extrovertida que não vai deixar que te falte o sorriso no rosto até aquela menina que com a convivência e uma boa noite de bebedeira consegue ficar calada e por algumas vezes até "vergonhosa" de tão reclusa no meu mundinho.

Mais nova eu era a acompanhante das amigas lindas do colégio, sempre bem acompanhada e longe do padrão de beleza acabava que conversava com todo mundo, mas beijar na boca mesmo acabava passando em branco o que só foi mudar nos tempos de faculdade quando finalmente o patinho feio da turma virou cisne e aí sim passou a chover na minha horta.

Quantos beijos na boca, quantas pegadas, mas a virgindade lá intacta, passaram os dezoito anos, os dezenove, vinte anos e nada. A cara de garota danadinha, o jeito brincalhão contrastavam e era quase impossível que alguém acreditasse que na verdade eu seguia virgem, até por que hoje em dia uma garota dessa idade virgem é quase um milagre divino.

Minhas amigas já chegavam na fase de acreditar que logo eu seria beatificada, afinal beijava na boca, brincava,oportunidades vinham e  passavam se os anos e até aos vinte e quatro anos eu me formava na faculdade totalmente pura com relação a sexo.

Um garoto com quem eu ficava por uns três anos chegou a me questionar se não era medo de ficar grávida, medo de doer e que se fosse preciso encheria a cama de flores e iria devagar para criar aquele clima especial, mas nada feito. 

Eu não tinha planos de casar virgem, eu não fazia esses planos, na verdade não havia um motivo para que realmente eu me segurasse tanto, minhas amigas me achavam cada vez mais forte por resistir tão bravamente as investidas.

Sabe, as coisas por muitas vezes esquentavam com os caras que eu ficava, mas de coração eu me segurava. A razão nunca saía de mim e eu me segurava nela.

Até que num sábado qualquer daqueles despretensiosos o mundo virou de cabeça pra baixo. Entre uma das muitas brigas com a minha irmã aquela foi a pior de todas elas. Puxões de cabelo, arranhões, meus pais chorando,algo que admito, felizmente nunca mais aconteceu, mas aquela manhã de sábado realmente foi horrível.

Logo uma amiga me convidou para ir a um bar no Prado. Ah o famoso Leblon, de tantas outras histórias e eu lá entediada em casa, brigada com a minha irmã o clima abaixo do aceitável. Eu não pensei duas vezes, coloquei uma roupa qualquer e lá fui eu pro bar.

Como de costume o bar bombando, eu e mais duas amigas prontas para curtir até surgir um garoto, amigo de uma das minhas amigas, acompanhado de mais dois amigos, sendo que esses dois não eram de BH, mas sim de São Paulo.

Eles haviam vindo para a cidade a trabalho,enquanto isso eu me lembrava de como não dava sorte com os homens desta cidade, mas de primeira eu achei o maior tédio encontrar aqueles caras o que depois se tornou uma coisa boa. Até por que um querer indescritível me tomou por um dos amigos, exceto pela cisma de que ele queria uma das minhas amigas.

Bebidas vem, bebidas vão e lá estava eu fora do bar, tímida, chorando e calada. Ele solícito foi até lá fora ao que de pronto eu disfarcei com um sorriso no rosto e o convidei para entrar.

Entramos novamente e mais bebida descendo até que a confusão ia aos poucos se desfazendo. Um dos amigos definiu por uma de minhas amigas e que nada os atrapalharia e o outro em meio a muita conversa me chamou para dançar.

Eu lá interessada, conversa fluindo e um beijo. O primeiro de muitos outros beijos que ainda trocaríamos a noite toda até que ao final da noite uma das minhas amigas fosse embora deixando eu e o meu agora ficante do dia, minha amiga e o rapaz com quem ela ficava e u dos garotos muito gente boa por sinal de vela.

O álcool já havia subido quando eu de forma até inocente comecei a passar gelo na nuca e na boca para refrescar até que me amiga com consciência de seus atos me toma pela mão e diz: "Não provoca, por que você sabe que você sempre corre e nunca faz nada. Então não provoca que é você quem não vai aguentar depois."

Hora de ir embora e ainda era preciso fazer uma escala na casa de um dos meninos para pegar o carro do cara que estava comigo. Chegamos ao prédio dele e obviamente ele me convidou pra subir.

Me virei para minha amiga e perguntei: "E aí amiga, será que eu vou?"
Ela me disse que era uma decisão que somente eu poderia tomar. Bendita hora. Naquele momento eu me sentei no meio fio para pensar.

Decidi subir. Eu sabia o que ele queria, sabia que ele tentaria, mas eu sempre resisti, por que seria diferente? Até por que eu nunca tinha o visto na vida. Bati o pé e disse que ia ficar.

Coitada da minha amiga. Nossa despedida parecia cena de filme com ela apertando minha mão e se certificando da minha decisão enquanto nossas mãos se soltavam lentamente e ela ainda me perguntava se eu ficaria e falava: "Vamos comigo?"

Fui firme e respondi após o garoto apertar a minha mão: "Vou ficar amiga"

Lá em cima quanta vergonha, talvez a maior da minha vida. Uma chuva fininha caindo lá fora e eu não conhecia o quarto e ele por estar a pouco tempo por ali também não sabia muito bem onde estava cada coisa por lá.

Deitamos na cama, beijos aqui, amassos ali, chuva lá fora. Certas coisas a gente não explica, mas a gente sente quando tem quer ser. Resolvi não resistir, perguntei se era aquilo mesmo que ele queria, contei sobre a virgindade e só não falei sobre estar meio que no finzinho da minha menstruação as brigas com a minha irmã a vergonha que eu estava e foi.

Eu curti o momento. A lua estava linda,aquele barulhinho de chuva lá fora e não decepcionei não, fizemos de várias posições, até de quatro eu fiquei, ele até duvidou que eu era realmente virgem.

Doeu um pouquinho sim, mas não foi aquela dor toda que falavam, deu pra falar que foi muito boa  a minha primeira vez, mas acabou ali, levantamos ele me levou pra casa e pronto. No dia seguinte lá estava eu acordando ainda meio incrédula afinal depois de tantas chances com uma pessoa e nada. Minhas amigas então queria canonizar o rapaz.

Só o encontrei na semana seguinte,sem mais sem menos, coisa do destino, sem planejar nada e eu morrendo de vergonha virei pro lado contrário. Ele paciente veio até a mim, rimos,brincamos, mas ele tinha que voltar para São Paulo como realmente voltou.

Nosso contato resumisse a algumas conversas de facebook e só. 

Me tornei uma garota extrovertida e de muitas histórias. Minha primeira vez foi inesquecível sim, mas não é das minhas histórias preferidas, diria até que a segunda vez foi melhor.

Acontece que  depois preferi me reservar a pessoas com quem eu tinha certa intimidade.amizade colorida, paixão repentina ou amor quem sabe, de verdade tive poucos caras depois disso, uns quatro no máximo talvez, mas que renderam sempre histórias maravilhosas e divertidas que meu bom humor não me deixaram esquecer da cabeça e contar por aí."


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