quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Meu Primeiro Bebê.Doc (4)


(Pais de primeira viagem relatam as delicias e as amarguras da presença do primeiro bebê de suas vidas. Na série Meu Primeiro Bebê.Doc veremos relatos feito por pessoas que se despuseram a contar esse marco de suas vidas sem qualquer custo ou a precisão de revelar a identidade. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

Por Querolae Nathali

"Meu nome é Querolae e hoje tenho vinte e um anos.

Ainda adolescente eu tinha uma vida estável. Estudava e tinha a cada dia novas experiências incluindo nos namoros, fase onde tudo é sempre uma novidade. Desde o primeiro beijo, o primeiro namorado e assim vai.


Minha mãe não deixava que eu saísse com minhas amigas, mas um belo dia teria uma festa num sítio de uns amigos e disse para minha mãe que eu iria dormir na casa de uma amiga. Tudo ia muito bem na festa até que apareceu um menino pelo qual eu me encantei.


Aconteceu de darmos uns beijos,mas achei que duraria somente aquele fim de semana. Ali eu conheci o meu primeiro amor.


Continuamos a ficar e ele sempre me buscando na porta de escola, me levava em casa e assim foram semanas até que ele me pedisse em namoro. Éramos apaixonados, trocávamos cartas de amor, não conseguíamos ficar brigados aquela coisa de gente apaixonada mesmo. E olha que eu tinha quinze anos e ele dezoito.


Em meio a esse tempo perdi minha virgindade com ele e contei a minha mãe que me deu remédios para tomar, mas nesse tempo eu era uma adolescente apaixonada e tomava os remédios de uma forma toda errada e ele sempre falando comigo que era doido pra ter um filho e eu nunca levando a sério.


Isso até minha menstruação atrasar. Por ser muito nova logo imaginei que era normal já que meu ciclo menstrual sempre foi desregulado e eu tinha ido a pouco tempo com a minha mãe no ginecologista,então segui super tranquila.


Lembro que eu estava no primeiro ano e um dia cheguei em casa e após almoçar vomitei tudo e falei com a minha avó: "Nossa vó acho que comi um pastel estragado na escola" ,mas sexto sentido de vó nunca falha e ela respondeu: "Sei o pastel estragado".


Os dias foram passando e eu seguia passando muito mal até que resolvi falar pro meu namorado e ele resolveu comprar um teste de gravidez. Já acordei no outro dia indo escondida no banheiro e fiz.


As duas listrinhas subiram tão rápido, comecei a chorar e liguei pra ele dizendo que tinha dado positivo. Os pais dele trabalham em hospital e logo que ele ligou pro pai e me disseram para ir para lá fazer o exame de sangue.


Fiquei lá esperando por duas horas na esperança que o exame de farmácia pudesse falhar, mas quando o exame saiu o pai dele chegou e disse: "Parabéns, você é a nova mamãe!"


Meu mundo caiu, mas ao mesmo tempo eu estava feliz. A pergunta em si era: E meus pais?


Nem tanto a minha mãe, mas meu pai era pior. Achávamos que pelo meu namorado trabalhar com meu pai seria mais fácil, mas estávamos enganados.  Contei para minha mãe, ela brigou comigo, mas aceitou, ela contou para o meu pai e ele não olhou na minha cara.


Disse que quando a minha barriga estivesse grande atravessaria a rua.


Meu pesadelo começou ali. Não pelo meu pai, mas pelo pai do meu filho.


Nos primeiros meses eu passava muito mal, só vomitava e a única coisa que meu estômago segurava era carambola, de resto eu enjoava e vomitava por tudo e achava que a fase dos enjoos nunca passaria.


O pai do meu filho deixou então de ir nas consultas comigo e ir somente nos ultrassons, eu estava levando numa boa,achando que era só uma fase até por eu estar mais chata mesmo.


Descobrimos ser um menino, ele ficou muito feliz. Eu queria Bryan e ele queria Felipe, decidimos por Bryan Felipe, passamos semanas bem até que veio o carnaval e ele decidiu sair sozinho.


Nessa época já morávamos juntos e realmente uma mulher quando fica grávida tem horas que fica chata mesmo, de não querer ninguém por perto, mas tem horas que precisamos de carinho, então aquilo pra mim foi horrível já que eu era uma menina muito nova com uma vida pela frente e no momento em que mais precisei ele não estava comigo.


Tudo que eu queria era ele do meu lado, mas as brigas se tornaram cada vez mais frequentes e intensas assim como as saídas com os amigos. Por estar grávida eu não me importava muito até descobrir uma possível traição. 


Ele dizia que era mentira, mas eu sabia que era verdade, então nos separamos e eu voltei pra casa da minha mãe.


Eu chorava todos os dias por falta dele e ele fez todo o enxoval do Bryan, mas tudo o que eu queria era estar com ele, por isso tive muitas complicações no final da minha gravidez, devido a situação sentimental em que eu me encontrava.


Com trinta e sete semanas de gestação eu que nunca tinha tido problemas de pressão vi minha pressão subir. Com trinta e nove semanas a médica pediu que todos os dias eu medisse a pressão na farmácia pois ela estava muito alta e que caso ela ficasse alta demais era para correr para o hospital.


Quando estamos grávidas torcemos para o bebê nascer logo, mas quando se aproxima da data vai batendo o medo e eu nunca imaginei que seis de julho seria o meu dia.


Fui a farmácia medir minha pressão e quando deu que ela estava dezessete por oito minha mãe já quis correr pro hospital enquanto eu dizia que sempre que íamos eles mandavam a gente de volta até que após muita insistência eu fui.


Chegando no hospital era a hora da troca de plantão então eu fui a última a ser atendida antes da troca de plantão, nesse momento minha pressão foi a dezenove. O médico olhou meu cartão, viu que eu estava com quase quarenta semanas e pela pressão estar muito alta decidiu me internar.


Eu fiquei bem nervosa e comecei a ter contrações, ele chamou a minha mãe explicou a situação e passaram a procurar o pai do meu filho que ninguém sabia onde estava. Naquele momento tudo o que eu queria era parar de sentir o incômodo da contração até que me colocaram no bendito soro.


Que soro abençoado de ruim, minhas contrações ficaram intensas, mas uma dor suportável e toda hora vinha um médico fazer o maldito exame de toque e eu não dilatava, então estouraram a minha bolsa e aí começou o filme de terror.


Eu comecei a sentir dores insuportáveis, daquelas de ver estrelas no céu e nessa hora pelo menos já tinha o pai do meu filho do lado. Eu não podia beber água, minha boca toda seca e meus lábios todos rachados, minha dor só aliviava no banho.


Eu entrei no hospital ás 18 horas e 40 do dia seis de julho, passei dor a noite toda, médicos fazendo exame de toque a noite toda, aquele soro horrível que eu tinha vontade de tacar longe o tempo todo e nada de dilatação.


Ás 13 horas minha ex-sogra chegou e por trabalhar em hospital falou que se eles não dessem um jeito ela iria chamar o supervisor, chegou foi uma médica que fez o exame de toque e eu senti dor de ir no céu e voltar e xinguei ela toda.


Ela escutou os batimentos,chamou a equipe e disse pra preparar a sala de cirurgia que meu bebê estava com batimentos fracos. Me levaram pra sala de cirurgia, naquela hora eu já estava sem dor, fizeram minha cesária eu vi meu filho e depois levaram.


Fui para o quarto e dormi, mas quando acordei eu não quis ver meu filho,ali devido a todos os acontecimentos sentimentais antes do parto veio a minha depressão pós parto, fiquei frágil, mas pedi a Deus que tirasse aquilo do meu coração e então aquele sentimento foi passando e ficando tudo bem.


No dia seguinte eu nem senti minha cesária, já estava andando como a mulher forte que sou e sem frescura a ponto das enfermeiras elogiarem falando que mulheres mais velhas tinham muitas frescuras, mas eu era pulso firme.


Saímos do hospital e o pai do meu bebê todo babão, voltamos a conversar, nos relacionar, mas relacionamentos nunca mais são os mesmos após términos, ficamos juntos por sete anos, mas as brigas ficaram muito intensas e decidimos nos separar.


Minha vida não parou por ter filho pequeno, hoje tenho vinte e um anos, dois filhos lindos Bryan com cinco anos e o mais novo de três, as coisas não foram fáceis, mas me sinto uma mulher realizada e somos uma família muito feliz.


Voltei a conversar com o pai deles, somos amigos hoje e voltei aos estudos atrasada. Deixei sim de fazer muita coisa de adolescente pra cuidar de um bebê, mas tudo valeu a pena e hoje agradeço a minha mãe que hoje me ajuda bastante e o meu pai que antes dizia que passaria longe de mim e é o avô mais babão do mundo, apaixonado pelos netos e sei que meus filhos são tudo na vida dele.


Um filho não vai te impedir de ser feliz, pelo contrário um filho traz felicidade e hoje não me vejo sem eles. Uma mulher feliz e realizada com eles."

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