quinta-feira, 30 de março de 2017

Meu Primeiro Bebê.Doc (13)


(Pais de primeira viagem relatam as delicias e as amarguras da presença do primeiro bebê de suas vidas. Na série Meu Primeiro Bebê.Doc veremos relatos feito por pessoas que se despuseram a contar esse marco de suas vidas sem qualquer custo ou a precisão de revelar a identidade. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

"Minha vida antes de engravidar era bem bacana, bom pelo menos eu acho que era bacana. Eu não trabalhava pois não precisava pois não precisava trabalhar ia pra escola ou melhor eu falava que ia pra escola mas no final acabava ficando mais em casa mesmo. Já havia desistido de estudar, feio né, mas depois eu corri atrás.

Eu conheci o pai do meu filho através da minha prima. Essa minha prima ficava com o amigo dele, daí ela foi lá e me apresentou ele.

Só que meus pais eram muito chatos, rígidos, beiravam o insuportável, então para vê-lo todos os dias eu passei a frequentar e malhar na academia onde eles malhavam que é perto da casa da minha mãe onde eu morava até um ano atrás.

Começamos a malhar então eu,minha prima e uma das minhas irmãs.

Todos os dias nos encontrávamos, mas ficava só naquilo de beijinho aqui, beijinho ali e mais nada. Chegamos a sair de casal, no caso sem a minha irmã para irmos a uma pizzaria e nada rolou também.

Até que um dia eu estava na academia na esteira e ele havia faltado e não falou nada. Até que de repente ele apareceu e tá assim: Vão embora? E eu respondi : Por que? E ele: Não, vão embora, vamos sair ali!

Fomos pra casa dele. 
Meus planos não era conhecer nem pai e nem mãe e nem ninguém, mas acabou que a "véia" apareceu lá e fomos lá pra cima e acabou que rolou a primeira vez e enfim eu engravidei.

Só que quando eu descobri a gravidez eu já não estava mais com ele por que ele era insuportável e muito ciumento, mas quando eu descobri que estava grávida eu pensei: Meu mundo acabou!

Como que eu vou contar isso pra minha mãe? E pro meu pai? Ela vai me matar!

Aí eu liguei pra umas amigas que moram na serra do cipó e pensei: Não, elas vão ter que saber de algum mato, algum capim que toma pra tirar. Falei com a minha amiga que fazia enfermagem comigo e falei: Quero tirar! Deve ter algum remédio, alguma coisa que toma lá e tira esse negócio.

Como que eu ia contar pra minha mãe?

Acabou que eu contei pra ele e ele disse: Você não vai tirar por que isso é pecado e eu só pensando em como que eu ia contar pra minha mãe. Nem com você eu estou! 

E ele: Pode deixar que a gente vai dar um jeito!

Fomos fazer o exame e deu positivo, nessa época eu descobri que estava indo pro terceiro mês.

Aí fui pra contar pra minha mãe. Só que não fui eu.  Foi a mãe da minha vizinha que foi até lá contar pra ela, tentar acalmar ela.

Enquanto isso eu fiquei na casa da minha vizinha: Eu vou voltar lá não! Minha mãe vai me espancar, vai me bater e vai me matar e eu não vou não!

A mãe da vizinha voltou e falou comigo que minha mãe tinha pedido pra eu ir pra casa que era pra gente conversar e eu respondi: Vou não! Mas não vou mesmo!

Ela voltou lá, falou que eu não ia e minha mãe mandou outro recado falando que era pra mim ir que assim eu ajudaria ela a contar pro meu pai.

Acabei indo pra casa. Quando cheguei lá meu pai tinha saído pra guardar um caminhão, afinal meus pais são caminhoneiros, quando ele voltou só escutei um pouquinho da conversa e vi ela falando que eu estava grávida.

Meu pai não me falou nada, me chamou e eu sentei na sala e olhei pro tapete e acho que contei todos os fios que tinha lá de tanto que fiquei ali olhando e encarando o chão e claro, morrendo de medo.

Meu pai já foi logo perguntando quem era o cara e eu não respondia nada, perguntou como que foi e eu não respondi nada, foi perguntando e perguntou se era o meu primeiro e eu respondi que era e bati o pé. Só que não era né!

Ele queria saber quem era o cara e de onde ele era até que por fim ele foi lá.

Minha mãe então perguntou se eu queria casar e eu disse que não queria casar. Perguntou se era com ele que eu queria ficar: Não é com ele que eu quero ficar!

Após tudo o combinado ficou de que já que eu não queria ficar com ele eu ficaria dentro de casa,eles iriam me ajudar, mas eu teria de seguir as regras deles. Não sair, não ficar com outras pessoas, quase a mesma coisa de uma menina pequenininha. Então eu fiquei totalmente dentro de casa.

Outro fato é que se eu aparecesse de barriga de novo iria pra fora eu,os meninos, minhas irmãs, todo mundo ia pra fora.

O tempo foi passando nos ultrassons eu ia ficando com medo.

No primeiro eu fui sozinha, aí quando eu escutei o coraçãozinho bater foi estranho, foi emocionante, foi legal, foi tudo, eu estava sozinha. Eu não tinha aquela coisa de mãe, eu era uma menina, toda louca.

Nos outros ultrassons minhas irmãs foram, já estava acostumando com a ideia, mas não me acostumava com o cheiro de fritura e de um perfume da Boticário que minha irmã caçula usava,fora os desejos de sopa de batatinha.

O nome do meu filho quem escolheu foi minha mãe, um nome que eu não sei dizer o por que ou se teve algum significado.

Em 2010 meu filho nasceu,depois disso eu tive que começar a trabalhar, trabalhei em um monte de lugar.

Logo depois que meu filho nasceu teve todo aquele processo de registro. Na hora de fazer o registro eu registrei só com o meu nome.

Passou uma semana que o bebê tinha nascido o pai apareceu lá em casa falando que queria ver ele e tudo, eu deixei ele conhecer e ele tá assim: Eu quero registrar e eu respondi que já tinha registrado.

Até que a mãe dele foi lá e conversou com a minha mãe e conseguiu dobrar a minha mãe, por que até então boa parte dos motivos de estar apenas no meu nome era por conta da minha mãe e a outra era por que eu não queria contato com ele por que eu tinha tomado nojo, tinha tomado pavor que por sinal dura até hoje.

Fomos lá e fizemos a segunda certidão de nascimento dessa vez com o nome do pai.

Hoje em dia o meu filho sabe quem é o pai dele, respeita, mas não tem aquele mesmo amor que ele tem por mim. Não o chama de papai o chama pelo nome e nem é por que eu faço a cabeça dele é por que meu filho não gosta mesmo.

Ele hoje manda o dinheiro da pensão que é mais ou menos no dia vinte, mas sem perguntar do filho e apenas me informa pelo whattsapp e olha que ele mora bem perto da casa minha mãe onde eu fiquei morando.

Ele nunca procurou o filho pra jogar bola, soltar um papagaio ou pra sair,então eu não me sinto a má da história.

Eu depois disso eu tive três relacionamentos, dentro de casa e alguns fora, alguns ficantes mesmo e na cabeça do meu filho isso ficou um pouco bagunçado.

Aí com a minha segunda gravidez surgiu o pai do meu segundo filho, nós moramos juntos, de uns tempos pra cá ele anda chamando o pai do meu segundo filho de papai coisa que eu gostei muito e ele nem sentiu muito ciumes com a chegada do novo bebê por que eu fui passando responsabilidades pra ele.

Alguém me aconselhou pra falar: Oh fala pra ele que é pra te ajudar! Preciso que você me ajuda! Cuida dele pra mim e foi dito e feito, ele não ficou com ciumes e gosta pra caramba do irmão.

Quando fui contar pra minha mãe da minha gravidez foi a mesma coisa, ela já tinha me avisado sobre sair de casa e eu saí. Hoje moro na casa que é da família do pai do meu segundo filho por que os pais dele deixaram a casa pra morarmos, então não pagamos aluguel.

Morar longe dos pais da gente não é aquela coisa, mas a gente vai aprendendo.

Dizem que quando a mulher está grávida ela toma antipatia do marido,namorado e que passa depois, mas a minha não passou do pai do meu primeiro filho.

Do segundo filho eu não tive antipatia do pai, mas tive da minha patroa, não aguento ver ela."

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