quarta-feira, 8 de junho de 2016

Sobre a Saudade!



"E por falar em saudade, onde anda você!? Onde anda os teus olhos que a gente não vê"

Ah, Toquinho, como você estava certo ao escrever essa letra, talvez saudade seja aquela pontinha chata que ressente e incomoda quase sempre a noite quando nossos travesseiros são os únicos conselheiros que temos além de nossa própria consciência que insiste em não nos deixar dormir.

Saudades de tudo um pouco, do cheiro da infância, da falta de responsabilidade que de forma quase obrigatória tínhamos para não ter contas a pagar e no máximo dizer aos nossos pais que íamos do quarto para a sala ou até o "grande" limite que era a vendinha da esquina.

Sentimento frouxo que prefere incomodar a ser aplacado, mais ainda pela ausência do que pela vontade da presença. O tempo que demora a passar, segundos que se arrastam ou aquele celular que insiste em não vibrar mais e que quando vibra... É não é você!

Saudade as vezes se difere do saudosismo, afinal o saudosismo parece consistir em lembranças boas de coisas que o passado preferiu deixar por lá ao invés de acompanhar os passos rumo ao futuro. A saudade não, ela tem ferpas, pontas soltas, dignas de nos derrubar pensando em como, onde ou por que?

Essa vontade tola de transformar o oco em algo maciço, palpável, real, mas que deixa o vazio. Vazio dolorido, sofrido, constantemente ferido por outro vazio de algo que já não se encontra mais ao lado, próximo ou ao alcance das mãos.

Por outro lado uma parte de nós prefere enterrar a saudade a mais que sete palmos, deixar que ela suma com uma passagem só de ida para onde ela bem entender contanto que não volte.

Não adianta, você terá de conviver com a saudades, seja daquela garota que sorria de forma encantadora, mas que hoje você não deseja ver na sua frente ou daquela garoto que sua mãe tinha quase que como um santo, mas que na verdade tinha uma auréola quebrada e que saía da curva quase que todo o fim de semana lhe fazendo ter intermináveis chifres que você certamente não vai ter a miníma saudade.

Fardo pesado ,obscuro, você não vai querer ter saudade, mas também não vai desejar que jamais apareça. Você pode não querer mais a presença de um ex, desejando não ter a saudade que pode bater a sua face como um murro de um boxeador, mas talvez goste e se assanhe com a saudade sufocante do seu amor, aquele que você sente quando mesmo por breves momentos ele se afasta.

Que se dane as contravenções de ter ou não ter. Seguirei em busca de um meio termo onde quando eu estiver alegre eu não queria saber da saudade e que toquem músicas dançantes para que possamos pular, gritas, espantar os males. 

Assim como vier a dor da partida quero fotos, músicas tristes, daquelas que a melodia embale até a lagrima que escorre o rosto, mas que a saudade venha e também possa ir embora pelo mesmo caminho.

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