segunda-feira, 26 de setembro de 2016

O medo de partir desse mundo!


É engraçado pensar em quantas pessoas tem o chamado medo de morrer. O temor de deixar o mundo e ver que talvez tudo mude ou não que as coisas vão ficar iguais sempre estiveram.

Talvez tenhamos medo de deixar para trás coisas materiais que farão nossos filhos romper laços em busca de um tolo poder que o dinheiro proporciona. Quem nunca viu a frase: "Pais ricos, filhos pobres e netos mortos de fome"

Pode ser isso mesmo, o medo que temos de imaginar que deixaremos aqui pessoas que amamos diante de um mundo tão hostil como o nosso. Sem nosso cuidado por mínimo que seja, muitas vezes sem que ele seja aceito pela outra pessoa, mas que exista.

Tal como uma mãe que pede ao filho que leve o casaco quando ele saí e a previsão do tempo diz que pode esfriar mesmo que o sol esteja a pino sobre nossas cabeças, tal qual um namorado que docemente ouve de sua amada que ela tem dor de cabeça e que pode começar a gripar e que passa ali mesmo que por pouco a ser mimada e cuidada afim que essa gripe logo passe.

O medo da morte existe, mas o medo de não amar mais é ainda maior, não o amor de uma maneira banal, daquelas que afirmamos até para um amigo de forma insultosa, mas generalizando, afinal as flores que um dia repousarão sobre nossos caixões frios infelizmente não serão vistas ou sentidas.

Homenagens devem ser prestadas em vida, quando podemos ver e sentir tudo aquilo que a pessoa tem a nos dizer.

Quanto tempo perdemos sem dizer para um pai ou para uma mãe que podemos ser gratos a eles não só pela vida que nos deram, não só nas datas festivas, mas por tudo. A consideração e a gratidão são sim sentimentos que nos aumenta a dor da morte, não só a nossa, mas a de quem vemos por aí.

Pensamos em como ficará a família, se serão agora pessoas mais fortes ou tristes eternamente pelo ente que deixou esse mundo louco que vivemos.

"Está num melhor lugar" muitos dizem, mas a saudade é algo nem tão legal assim, aperta o peito, traz lágrimas doloridas daquelas que parecem se negar a secar enquanto vemos, um, dois, três partirem rumo a eternidade que pode ser daqui a muito tempo ou daqui uma fração de segundos.

Namoradas, esposas talvez encontrem em outros corpos o amor que deixamos para traz na vida, aquele conforto e cuidado que deixamos para trás. Mas e os filhos? E os pais que desafiando a lógica da vida acabam vendo seus filhos descerem a sete palmos e a vida ficar ali.

Dor imensurável, incalculável o sentimento de ver alguém partir. Não dá pra prever, imaginar, sorrir de pensar em um alguém presente e querido deixar o mundo.

É como uma estrela que se apaga, lembraremos do brilho, de tudo aquilo que ela iluminou, fez e lamentaremos por aquilo que apenas se planejou fazer.

Sim, todos temos nem que por um mísero segundo o medo de morrer, não pela causa, não pela situação, mas pelo simples fato de morrer. 

A conformação pode demorar, pode nem mesmo chegar as vezes, mas o sol um dia vai brilhar tanto quanto a estrela, outros brilhos estarão aí para serem apreciados e o mundo mesmo que de outra forma pode ganhar pequenos novos contornos, cabe a nós ainda aproveitar antes que sejamos nós a ver toda a eternidade.


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